
O domingo ensolarado de 28 de novembro de 2004 virou testemunha do encontro de um time com 1% de chances de escapar do rebaixamento contra outro que liderava, isolado, o Brasileirão. Após pouco mais de 90 minutos, irrompia um dos desfechos mais impensáveis: a equipe em queda vibrava, o candidato a campeão era só lamento. Dez anos depois, o GloboEsporte.com revisita o maluco ponto final de uma ingrata temporada do Grêmio, rebaixado com três rodadas de antecedência após o 3 a 3 diante do Atlético-PR, que permitiu o empate após estar vencendo por 3 a 0 até os 25 minutos do segundo tempo. Pontos que custaram a perda da liderança, duas rodadas depois. E do título. Uma dor que só não seria maior do que o orgulho despedaçado de um gigante tombado.
O JOGO DO FIO DE ESPERANÇA
O Grêmio sabia que o rebaixamento - seu segundo, havia caído em 1991 - era questão de tempo. Na lanterna desde a 29ª rodada, o Tricolor chegava resignado ao seu jogo de número 43 com apenas nove vitórias e oito desfalques, entre eles o centroavante Christian, principal jogador da equipe. Mandaria a partida do fio da esperança no Colosso da Lagoa, em Erechim, devido a uma punição do STJD por briga de torcedores na derrota para o Inter em 23 de outubro de 2004 - até um carrinho de pipoca foi jogado das arquibancadas. O que seria um alento: o velho Olímpico de guerra fecharia os olhos para uma tarde de tristeza.
Para Cristiano, não deixava de ser um jogo especial. O lateral-esquerdo, 23 anos, contratado em meio ao campeonato do pequeno Glória, de Vacaria, sabia que a família inteira estava sentada nas arquibancadas. Uma torcida especial. Ou melhor, todos os 9 mil tricolores foram especiais. Dez anos depois, os personagens dessa pequena epopeia lembram com carinho do voto de confiança dos fãs.
- Eles nos apoiaram o tempo inteiro, mesmo quando a gente errava. A torcida sabia da situação, que era quase irreversível. E nos abraçou - lembra Cristiano.
Era o único trunfo do Grêmio. Do outro lado, estava o Atlético-PR, líder com dois pontos de distância do Santos e dono do artilheiro Washington, então com 32 gols. O centroavante do coração valente não marcou gols em Erechim. Mas ajudou e comemorou bastante os tentos de Dênis Marques e Fernandinho, aos 23 e 27 do primeiro tempo. Dois golpes firmes, em sequência. Lancinantes e com gosto de misericórdia.

Mesmo disposta a ajudar, a torcida também se enervou. Alguns jogadores acabaram mais criticados do que outros. Felipe Melo, titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, foi um dos que não conseguiram lidar com a situação e retrucou com xingamentos e gestos. Treinador que havia assumido quatro rodadas antes sabedor da missão impossível, Cláudio Duarte sacou o volante de 21 anos no intervalo.
- Era bom jogador, mas ainda não tinha estabilidade emocional suficiente. A gente pregava muito isto: a torcida estava ainda ao nosso lado, apesar de tudo, ou seja, não poderíamos ir contra ela. Ele entendeu bem, admitiu que estava difícil suportar a carga - conta Claudião.
A carga também estava difícil para Alex Xavier. O zagueiro estava no time B e alijado do drama contra a Série B. Fora chamado às pressas durante a semana após o titular Fábio Bilica ser retirado de um treino. De acordo com Cláudio Duarte, o defensor chegara sem condições de trabalhar, “fora do ar”. Acabou afastado.
- Ele estava causando transtornos por seu comportamento anormal, a ponto de os colegas pedirem para ele ser retirado - reforça o treinador.
O recrutado Alex Xavier fazia dupla de zaga com o panamenho Baloy, que estava retornando de convocação da seleção de seu país. Viram, impotentes, Fernandinho aproveitar cruzamento de Washington e ampliar, de cabeça. Eram 13 minutos do segundo tempo, o esboço de uma goleada histórica, para selar de vez o destino irrevogável da segunda divisão aos azuis. E do título nacional aos rubro-negros.
- O jogo estava muito tranquilo. Tanto que o Levir (Culpi) começou a substituir os jogadores mais desgastados com a maratona de partidas. Relaxamos - admite Washington, hoje vereador e dirigente do Caxias, mas ainda triste com a lembrança de uma década atrás.
Igualmente chateado, Alex Xavier tem um consolo pessoal: ter sido o autor de belo passe para o começo da reação gremista. Aos 25 minutos, Roberto Santos, que ingressara no lugar do jovem Anderson, de 16 anos, recebeu lançamento e, sem sofrer com qualquer assédio, chutou cruzado. O Colosso da Lagoa pareceu indiferente ao desconto.
Washington lembra com riqueza de detalhes que o Grêmio jamais chegou a exercer a típica pressão de um mandante em busca do resultado. As jogadas de relativo perigo saíam a conta-gotas, como se elas mesmo não acreditassem no seu próprio sucesso.
- No segundo tempo, não é que o Grêmio tenha reagido, até porque não tinha bola para isso. O Atlético-PR deu uma afrouxada - também tenta explicar Cláudio Duarte.
Artilheiro tricolor no Brasileiro, Cláudio Pitbull viu desinteresse do rival:
- O Atlético-PR pensou que a gente estava morto. E eles começaram a fazer jogadinha de efeito. A gente realmente estava morto, mas tinha que lutar até o final.
A frase acima pode soar clichê, mas foi colocada em prática em sua forma mais literal. Em dois cruzamentos. Aos 44, George Lucas alçou para Baloy cabecear às redes. Dois minutos depois, Marcelinho levantou, e Pitbull golpeou com estilo, como se fosse ele Washington, o goleador maior do campeonato. O goleiro Diego voou como num ato desesperado, e em vão. O 3 a 3 estava decretado. E o Colosso da Lagoa, enfim, explodiu.
Jogadores marejavam os olhos, socavam o antebraço cheio de veias e mostravam o escudo da camiseta. A torcida também retribuiu com urros e escalada no alambrado. O empate só servia se o Botafogo não vencesse o Guarani. Mas o Botafogo venceu. O Grêmio caiu. No entanto, por alguns minutos, a pequena façanha diante de um ano dantesco - de quatro treinadores, queda precoce no estadual, goleadas impiedosas e rebaixamento iminente - fazia todo o sentido de ser saboreada.
- O ambiente era de desordem e má conduta, sob todos os aspectos. Mas, dentro do campo, a maioria, mesmo os problemáticos, teve rendimento bom. Eles rendiam aquilo que eles podiam render. Dentro de campo, havia bom comportamento, luta, entrega. Eu reconheço a qualidade que eu tenho de conseguir mexer com os jogadores - anima-se Claudião.
Um dos mais exaltados era o goleiro Márcio. Com 22 anos, viu a titularidade de um clube grande cair pela primeira vez no seu colo. Por vezes, era expulso em lances infantis. Mas também mostrava competência com defesas importantes, desbancando companheiros mais experientes, como o titular da seleção paraguaia, Tavarelli. Acabou sendo um dos pouco a renovar para 2005.
- Quando eu fui jogar no Atlético-PR anos depois, foram me perguntar porque eu me excedi, porque comemorei tanto um resultado que só prejudicou o Furacão, no fim. A gente quando é garoto se empolga, faz coisas que nem devia. Eu não me lembro bem porque vibrei tanto. O certo é que foi um jogão. Estava 3 a 0 até 20 minutos do fim. Mudamos a história do campeonato - atesta.
Se a torcida gremista e alguns jogadores ainda não haviam assimilado prontamente a consequência do 3 a 3, os atleticanos viram a ficha cair na hora, em incomum clarividência. Eles até fecharam o domingo na liderança, mas perderam a chance de abrir quatro pontos do Santos. O castigo viria duas rodadas depois, com a inversão de posições. Na reta final, para completar, o Peixe enfrentaria esse mesmo Grêmio e aplicaria fáceis 5 a 1.
- Eu treinei o Levir no Colorado, do Paraná. Após o jogo, nos cumprimentamos, e ele me confidenciou: "meu time entregou, né?". Eu respondi: "Acho que você perdeu o campeonato" - resgata Cláudio Duarte. - Trabalhei em Curitiba oito vezes, é a minha segunda terra natal. E aquele jogo até hoje não foi esquecido. Foi uma grande chance de ser campeão brasileiro praticamente jogada fora. Foi o Maracanazo deles.
As palavras duras de Levir ainda martelam na cabeça goleadora de Washington. “Como que pode, gente? O jogo estava em nossas mãos!”. Após o duelo, o centroavante foi de carro até Caxias visitar familiares e externou ao primo o seu sentimento de perda: “tomara que eu esteja errado... mas perdemos o título aqui”.
- Eu senti isso. Seguíamos líder, perderíamos a liderança depois, mas aquele 3 a 3 marcou tudo. Na verdade, gostaria de nem lembrar. Foi um dos piores jogos da minha carreira - relata, como se ainda esperasse por uma explicação.
Contaminou a todos como um vírus, a mais nova epidemia global. A torcida gremista realmente foi da pura solidariedade a alguns minutos de euforia, a ponto de entoar o hino do clube e provocar os atleticanos com premonitórios gritos de “vice-campeão”. Depois, no entanto, caiu na real, como se o efeito da droga tivesse sumido.
E tudo se transformou em conformismo. Não houve conflitos, salvo um pequeno grupo de torcedores que, ainda no intervalo, tentou se encontrar com o presidente Flávio Obino para cobrá-lo pelo ano terrível. O vestiário azul seguiu a mesma fugaz e dura trajetória rumo à realidade e virou puro silêncio.
Calado. Melhor maneira não havia para absorver uma jornada tão surreal. Se soa hercúleo explicar, ao menos fora bem resumida por Washington:
- No fim das contas, todos saíram derrotados.

4 TÉCNICOS, 32 JOGADORES E SÓ 39 PONTOS
O rebaixamento do Grêmio foi apenas confirmado em 28 de novembro de 2004. Isso porque risco de queda sempre foi uma ameaça permanente. Em 2003, o time treinado por Adilson Batista havia escapada na última rodada. No ano seguinte, o clube “estourou”, de acordo com o então presidente Flávio Obino
O Grêmio convivia com a sombra de dívidas e processos trabalhistas, cifras que rondavam os R$ 100 milhões, herança da falência da ISL, grupo que passou a investir no clube em 2000 e contratou jogadores a peso de ouro. Os problemas começaram ainda em 2003 após a eliminação na Libertadores. Estouraram, por exemplo, as ações trabalhistas de Danrlei e Mauro Galvão, o que resultou no bloqueio mensal de R$ 450 mil. A falta da verba da competição gerou atraso de salários. Para evitar esse problema em 2004, Obino priorizou o corte de gastos. Terminou sua gestão com redução de 70% no futebol em relação ao que se gastara em 2003.
grêmio campanha 2004 (Foto: Reprodução)
Sem dinheiro, sem time. O projeto de montar um grupo “bom e barato” fracassou. A direção chegava a acertar com jogadores e não tinha o dinheiro necessário para garantir as luvas. Faltou convicção. Ao todo, foram 32 nomes contratados em 12 meses, sem contar os que retornavam de empréstimos e não tinham seus contratos rescindidos por falta de verba.
- O único jogador de qualidade que conseguimos contratar mesmo foi o Christian - admite Obino.
Quatro treinadores passaram pelo clube. Todos foram incapazes de remobilizar o vestiário, que, de tão atribulado, rendeu um relatório feito pelo homem do futebol Hélio Dourado. Nele, o histórico dirigente esmiuçou os principais atos de indisciplina que perpassaram a temporada, entre eles as festas regadas a álcool e música alta no ônibus da delegação, mesmo em viagens antecedidas por derrotas. Excessos promovidos por uma minoria de atletas.
- Vi coisas que jamais pensei que veria. Houve problemas de comportamento. Estava uma porcaria, sim, mas nunca vão me dizer que eu me neguei. Assumi quando todos haviam sumido - conta Dourado.
- Tínhamos um bom grupo, mas era muito bagunçado. Em 2003, a gente havia sido avisado - lamenta Cláudio Pitbull.
- Isso aí a gente viu, ato de indisciplina. Melhor deixar quieto - comenta Alex Xavier, zagueiro recrutado para a vaga de Fábio Bilica, afastado do elenco na semana que antecedeu a queda matemática.
- A cada rodada, surgiam novos problemas, dificuldades de comportamento, conduta, você tinha de tudo. Eu já peguei barra pesada, mas a diversificação de pesadelos... era um pesadelo de cada tipo. Havia um clima de impunidade pairando no ar, salários atrasados… tudo reflete no campo, não adianta, são elementos comuns a qualquer grande clube em queda - resume Cláudio Duarte, antes famoso por sempre conseguiu livrar a dupla Gre-Nal de quedas, como o Inter, em 2002.
Houve momento de alento no Brasileirão, entre julho e agosto, com vitórias expressivas, até de goleada, sob comando de José Luis Plein, que não manteve o padrão. Foi com ele também que o time entrou na zona de rebaixamento, na 29ª rodada, para nunca mais sair. Antes dele, havia Adilson, engolido pelo fracasso no Gauchão diante da pequena Ulbra. Cuca (que levou a equipe à lanterna na 38ª rodada) e Cláudio Duarte foram os últimos comandantes. Somaram três vitórias em 17 jogos.
Foi uma das piores campanhas de um lanterna na história dos pontos corridos - em 2007, o América-RN alcançou um desempenho de 14%. Ao final do Brasileirão de 2004, o Grêmio ficou a nove pontos do 23º colocado e a 12 do primeiro a não cair, com aproveitamento de 28%. O rebaixamento chegou com quatro rodadas de antecedência.
O que ainda dói em Cláudio Duarte, mesmo que tenha pegado a bronca no final:
- O Grêmio foi rebaixado com méritos. Um resultado adequado à campanha, ao comportamento dos jogadores e à realidade financeira do clube. Foi um trabalho difícil. É um peso que carrego comigo até hoje.

OBINO: “ALGUÉM TINHA QUE SER SACRIFICADO, FUI EU”
Sobrinho de um dos construtores do Olímpico, dirigente desde os anos 1960 e até hoje presente no Conselho Deliberativo, Flávio Obino sabe que ficará marcado como o presidente do segundo rebaixamento gremista, a ponto de nunca mais ter ocupado um carga na direção do clube. Seu primeiro mandato, entre 1969 e 1971, já havia sido ruim: pegou um time heptacampeão estadual e o entregou sem título algum. Acusado de pé-frio pelos tricolores, Obino, aos 78 anos, fala do assunto com tranquilidade. Não se arrepende de ter assumido o clube, embora pondere que o desfecho apenas confirmara a crônica de uma morte anunciada. Segundo ele, faltava dinheiro para tudo, do papel higiênico à luz elétrica.

Confira trechos da entrevista:
GloboEsporte.com - O senhor se arrepende de ter assumido o Grêmio em 2003?
Flávio Obino - Encarei como uma distinção. Houve uma reunião do conselho consultivo. O Grêmio estava muito dividido. O único que poderia fazer essa união era eu, me diziam, e fui aclamado. Nem sei se deveria ter aceito. Mas era o ano do centenário, não poderia recusar. Alguém tinha que ser sacrificado, fui eu.
Qual foi a grande dificuldade?
Nós não tínhamos dinheiro nem para comprar papel higiênico. Teve jogo de noite em que a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) iria cortar a luz. Precisamos entrar com mandado de segurança. Era um horror. O Grêmio devia para todos os clubes, os jogadores colocavam o Grêmio na Justiça (como Tinga, que rompeu seu contrato judicialmente entre 2003 e 2004). Pegamos um momento financeiro muito difícil, com a quebradeira da ISL, com quem tínhamos um belo contrato, mas que não deu certo. Tudo estourou naquele ano.
E os jogadores? Onde foi o erro?
Eu procurei não endividar ainda mais o clube. O único jogador de qualidade que o Grêmio conseguiu trazer foi o Christian. O salário dele era o mais alto, de R$ 80 mil. Deixei uma folha de menos de R$ 400 mil e reduzimos os contratos longos.
Os salários atrasavam muito?
Sempre honramos salário. Nunca se atrasou o salário. Eu não posso dizer que o gabarito da equipe fosse bom. Mas tínhamos que entrar em campo. Depois, deu certo no ano seguinte. Lançamos jovens como o Anderson, com 16 anos. No final de 2005 (com presidente Paulo Odone), ele ajudou o time a subir, foi vendido e aliviou as finanças.
E aquele jogo em Erechim?
Lembro que a torcida do Grêmio abraçou o time todo o jogo. É inesquecível e doloroso até hoje.
O senhor se arrepende de algumas declarações que entraram para o folclore, como elogios ao ônibus e ao site durante crise?
Não tinha o que falar, o quadro estava mal, a equipe mal. E eu precisava administrar tudo isso. Acontece com quem vai para a segunda divisão. Eu assumi sempre sozinho todo esse ônus. Foi terrível, o ano mais difícil da história do Grêmio.
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O JOGO DO FIO DE ESPERANÇA
O Grêmio sabia que o rebaixamento - seu segundo, havia caído em 1991 - era questão de tempo. Na lanterna desde a 29ª rodada, o Tricolor chegava resignado ao seu jogo de número 43 com apenas nove vitórias e oito desfalques, entre eles o centroavante Christian, principal jogador da equipe. Mandaria a partida do fio da esperança no Colosso da Lagoa, em Erechim, devido a uma punição do STJD por briga de torcedores na derrota para o Inter em 23 de outubro de 2004 - até um carrinho de pipoca foi jogado das arquibancadas. O que seria um alento: o velho Olímpico de guerra fecharia os olhos para uma tarde de tristeza.
Para Cristiano, não deixava de ser um jogo especial. O lateral-esquerdo, 23 anos, contratado em meio ao campeonato do pequeno Glória, de Vacaria, sabia que a família inteira estava sentada nas arquibancadas. Uma torcida especial. Ou melhor, todos os 9 mil tricolores foram especiais. Dez anos depois, os personagens dessa pequena epopeia lembram com carinho do voto de confiança dos fãs.
- Eles nos apoiaram o tempo inteiro, mesmo quando a gente errava. A torcida sabia da situação, que era quase irreversível. E nos abraçou - lembra Cristiano.
Era o único trunfo do Grêmio. Do outro lado, estava o Atlético-PR, líder com dois pontos de distância do Santos e dono do artilheiro Washington, então com 32 gols. O centroavante do coração valente não marcou gols em Erechim. Mas ajudou e comemorou bastante os tentos de Dênis Marques e Fernandinho, aos 23 e 27 do primeiro tempo. Dois golpes firmes, em sequência. Lancinantes e com gosto de misericórdia.

Mesmo disposta a ajudar, a torcida também se enervou. Alguns jogadores acabaram mais criticados do que outros. Felipe Melo, titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, foi um dos que não conseguiram lidar com a situação e retrucou com xingamentos e gestos. Treinador que havia assumido quatro rodadas antes sabedor da missão impossível, Cláudio Duarte sacou o volante de 21 anos no intervalo.
- Era bom jogador, mas ainda não tinha estabilidade emocional suficiente. A gente pregava muito isto: a torcida estava ainda ao nosso lado, apesar de tudo, ou seja, não poderíamos ir contra ela. Ele entendeu bem, admitiu que estava difícil suportar a carga - conta Claudião.
A carga também estava difícil para Alex Xavier. O zagueiro estava no time B e alijado do drama contra a Série B. Fora chamado às pressas durante a semana após o titular Fábio Bilica ser retirado de um treino. De acordo com Cláudio Duarte, o defensor chegara sem condições de trabalhar, “fora do ar”. Acabou afastado.
- Ele estava causando transtornos por seu comportamento anormal, a ponto de os colegas pedirem para ele ser retirado - reforça o treinador.
O recrutado Alex Xavier fazia dupla de zaga com o panamenho Baloy, que estava retornando de convocação da seleção de seu país. Viram, impotentes, Fernandinho aproveitar cruzamento de Washington e ampliar, de cabeça. Eram 13 minutos do segundo tempo, o esboço de uma goleada histórica, para selar de vez o destino irrevogável da segunda divisão aos azuis. E do título nacional aos rubro-negros.
- O jogo estava muito tranquilo. Tanto que o Levir (Culpi) começou a substituir os jogadores mais desgastados com a maratona de partidas. Relaxamos - admite Washington, hoje vereador e dirigente do Caxias, mas ainda triste com a lembrança de uma década atrás.
Igualmente chateado, Alex Xavier tem um consolo pessoal: ter sido o autor de belo passe para o começo da reação gremista. Aos 25 minutos, Roberto Santos, que ingressara no lugar do jovem Anderson, de 16 anos, recebeu lançamento e, sem sofrer com qualquer assédio, chutou cruzado. O Colosso da Lagoa pareceu indiferente ao desconto.
Washington lembra com riqueza de detalhes que o Grêmio jamais chegou a exercer a típica pressão de um mandante em busca do resultado. As jogadas de relativo perigo saíam a conta-gotas, como se elas mesmo não acreditassem no seu próprio sucesso.
- No segundo tempo, não é que o Grêmio tenha reagido, até porque não tinha bola para isso. O Atlético-PR deu uma afrouxada - também tenta explicar Cláudio Duarte.
Artilheiro tricolor no Brasileiro, Cláudio Pitbull viu desinteresse do rival:
- O Atlético-PR pensou que a gente estava morto. E eles começaram a fazer jogadinha de efeito. A gente realmente estava morto, mas tinha que lutar até o final.
A frase acima pode soar clichê, mas foi colocada em prática em sua forma mais literal. Em dois cruzamentos. Aos 44, George Lucas alçou para Baloy cabecear às redes. Dois minutos depois, Marcelinho levantou, e Pitbull golpeou com estilo, como se fosse ele Washington, o goleador maior do campeonato. O goleiro Diego voou como num ato desesperado, e em vão. O 3 a 3 estava decretado. E o Colosso da Lagoa, enfim, explodiu.
Jogadores marejavam os olhos, socavam o antebraço cheio de veias e mostravam o escudo da camiseta. A torcida também retribuiu com urros e escalada no alambrado. O empate só servia se o Botafogo não vencesse o Guarani. Mas o Botafogo venceu. O Grêmio caiu. No entanto, por alguns minutos, a pequena façanha diante de um ano dantesco - de quatro treinadores, queda precoce no estadual, goleadas impiedosas e rebaixamento iminente - fazia todo o sentido de ser saboreada.
- O ambiente era de desordem e má conduta, sob todos os aspectos. Mas, dentro do campo, a maioria, mesmo os problemáticos, teve rendimento bom. Eles rendiam aquilo que eles podiam render. Dentro de campo, havia bom comportamento, luta, entrega. Eu reconheço a qualidade que eu tenho de conseguir mexer com os jogadores - anima-se Claudião.
Um dos mais exaltados era o goleiro Márcio. Com 22 anos, viu a titularidade de um clube grande cair pela primeira vez no seu colo. Por vezes, era expulso em lances infantis. Mas também mostrava competência com defesas importantes, desbancando companheiros mais experientes, como o titular da seleção paraguaia, Tavarelli. Acabou sendo um dos pouco a renovar para 2005.
- Quando eu fui jogar no Atlético-PR anos depois, foram me perguntar porque eu me excedi, porque comemorei tanto um resultado que só prejudicou o Furacão, no fim. A gente quando é garoto se empolga, faz coisas que nem devia. Eu não me lembro bem porque vibrei tanto. O certo é que foi um jogão. Estava 3 a 0 até 20 minutos do fim. Mudamos a história do campeonato - atesta.
Se a torcida gremista e alguns jogadores ainda não haviam assimilado prontamente a consequência do 3 a 3, os atleticanos viram a ficha cair na hora, em incomum clarividência. Eles até fecharam o domingo na liderança, mas perderam a chance de abrir quatro pontos do Santos. O castigo viria duas rodadas depois, com a inversão de posições. Na reta final, para completar, o Peixe enfrentaria esse mesmo Grêmio e aplicaria fáceis 5 a 1.
- Eu treinei o Levir no Colorado, do Paraná. Após o jogo, nos cumprimentamos, e ele me confidenciou: "meu time entregou, né?". Eu respondi: "Acho que você perdeu o campeonato" - resgata Cláudio Duarte. - Trabalhei em Curitiba oito vezes, é a minha segunda terra natal. E aquele jogo até hoje não foi esquecido. Foi uma grande chance de ser campeão brasileiro praticamente jogada fora. Foi o Maracanazo deles.
As palavras duras de Levir ainda martelam na cabeça goleadora de Washington. “Como que pode, gente? O jogo estava em nossas mãos!”. Após o duelo, o centroavante foi de carro até Caxias visitar familiares e externou ao primo o seu sentimento de perda: “tomara que eu esteja errado... mas perdemos o título aqui”.
- Eu senti isso. Seguíamos líder, perderíamos a liderança depois, mas aquele 3 a 3 marcou tudo. Na verdade, gostaria de nem lembrar. Foi um dos piores jogos da minha carreira - relata, como se ainda esperasse por uma explicação.
Contaminou a todos como um vírus, a mais nova epidemia global. A torcida gremista realmente foi da pura solidariedade a alguns minutos de euforia, a ponto de entoar o hino do clube e provocar os atleticanos com premonitórios gritos de “vice-campeão”. Depois, no entanto, caiu na real, como se o efeito da droga tivesse sumido.
E tudo se transformou em conformismo. Não houve conflitos, salvo um pequeno grupo de torcedores que, ainda no intervalo, tentou se encontrar com o presidente Flávio Obino para cobrá-lo pelo ano terrível. O vestiário azul seguiu a mesma fugaz e dura trajetória rumo à realidade e virou puro silêncio.
Calado. Melhor maneira não havia para absorver uma jornada tão surreal. Se soa hercúleo explicar, ao menos fora bem resumida por Washington:
- No fim das contas, todos saíram derrotados.

4 TÉCNICOS, 32 JOGADORES E SÓ 39 PONTOS
O rebaixamento do Grêmio foi apenas confirmado em 28 de novembro de 2004. Isso porque risco de queda sempre foi uma ameaça permanente. Em 2003, o time treinado por Adilson Batista havia escapada na última rodada. No ano seguinte, o clube “estourou”, de acordo com o então presidente Flávio Obino
O Grêmio convivia com a sombra de dívidas e processos trabalhistas, cifras que rondavam os R$ 100 milhões, herança da falência da ISL, grupo que passou a investir no clube em 2000 e contratou jogadores a peso de ouro. Os problemas começaram ainda em 2003 após a eliminação na Libertadores. Estouraram, por exemplo, as ações trabalhistas de Danrlei e Mauro Galvão, o que resultou no bloqueio mensal de R$ 450 mil. A falta da verba da competição gerou atraso de salários. Para evitar esse problema em 2004, Obino priorizou o corte de gastos. Terminou sua gestão com redução de 70% no futebol em relação ao que se gastara em 2003.
grêmio campanha 2004 (Foto: Reprodução)
Sem dinheiro, sem time. O projeto de montar um grupo “bom e barato” fracassou. A direção chegava a acertar com jogadores e não tinha o dinheiro necessário para garantir as luvas. Faltou convicção. Ao todo, foram 32 nomes contratados em 12 meses, sem contar os que retornavam de empréstimos e não tinham seus contratos rescindidos por falta de verba.
- O único jogador de qualidade que conseguimos contratar mesmo foi o Christian - admite Obino.
Quatro treinadores passaram pelo clube. Todos foram incapazes de remobilizar o vestiário, que, de tão atribulado, rendeu um relatório feito pelo homem do futebol Hélio Dourado. Nele, o histórico dirigente esmiuçou os principais atos de indisciplina que perpassaram a temporada, entre eles as festas regadas a álcool e música alta no ônibus da delegação, mesmo em viagens antecedidas por derrotas. Excessos promovidos por uma minoria de atletas.
- Vi coisas que jamais pensei que veria. Houve problemas de comportamento. Estava uma porcaria, sim, mas nunca vão me dizer que eu me neguei. Assumi quando todos haviam sumido - conta Dourado.
- Tínhamos um bom grupo, mas era muito bagunçado. Em 2003, a gente havia sido avisado - lamenta Cláudio Pitbull.
- Isso aí a gente viu, ato de indisciplina. Melhor deixar quieto - comenta Alex Xavier, zagueiro recrutado para a vaga de Fábio Bilica, afastado do elenco na semana que antecedeu a queda matemática.
- A cada rodada, surgiam novos problemas, dificuldades de comportamento, conduta, você tinha de tudo. Eu já peguei barra pesada, mas a diversificação de pesadelos... era um pesadelo de cada tipo. Havia um clima de impunidade pairando no ar, salários atrasados… tudo reflete no campo, não adianta, são elementos comuns a qualquer grande clube em queda - resume Cláudio Duarte, antes famoso por sempre conseguiu livrar a dupla Gre-Nal de quedas, como o Inter, em 2002.
Houve momento de alento no Brasileirão, entre julho e agosto, com vitórias expressivas, até de goleada, sob comando de José Luis Plein, que não manteve o padrão. Foi com ele também que o time entrou na zona de rebaixamento, na 29ª rodada, para nunca mais sair. Antes dele, havia Adilson, engolido pelo fracasso no Gauchão diante da pequena Ulbra. Cuca (que levou a equipe à lanterna na 38ª rodada) e Cláudio Duarte foram os últimos comandantes. Somaram três vitórias em 17 jogos.
Foi uma das piores campanhas de um lanterna na história dos pontos corridos - em 2007, o América-RN alcançou um desempenho de 14%. Ao final do Brasileirão de 2004, o Grêmio ficou a nove pontos do 23º colocado e a 12 do primeiro a não cair, com aproveitamento de 28%. O rebaixamento chegou com quatro rodadas de antecedência.
O que ainda dói em Cláudio Duarte, mesmo que tenha pegado a bronca no final:
- O Grêmio foi rebaixado com méritos. Um resultado adequado à campanha, ao comportamento dos jogadores e à realidade financeira do clube. Foi um trabalho difícil. É um peso que carrego comigo até hoje.

OBINO: “ALGUÉM TINHA QUE SER SACRIFICADO, FUI EU”
Sobrinho de um dos construtores do Olímpico, dirigente desde os anos 1960 e até hoje presente no Conselho Deliberativo, Flávio Obino sabe que ficará marcado como o presidente do segundo rebaixamento gremista, a ponto de nunca mais ter ocupado um carga na direção do clube. Seu primeiro mandato, entre 1969 e 1971, já havia sido ruim: pegou um time heptacampeão estadual e o entregou sem título algum. Acusado de pé-frio pelos tricolores, Obino, aos 78 anos, fala do assunto com tranquilidade. Não se arrepende de ter assumido o clube, embora pondere que o desfecho apenas confirmara a crônica de uma morte anunciada. Segundo ele, faltava dinheiro para tudo, do papel higiênico à luz elétrica.

Confira trechos da entrevista:
GloboEsporte.com - O senhor se arrepende de ter assumido o Grêmio em 2003?
Flávio Obino - Encarei como uma distinção. Houve uma reunião do conselho consultivo. O Grêmio estava muito dividido. O único que poderia fazer essa união era eu, me diziam, e fui aclamado. Nem sei se deveria ter aceito. Mas era o ano do centenário, não poderia recusar. Alguém tinha que ser sacrificado, fui eu.
Qual foi a grande dificuldade?
Nós não tínhamos dinheiro nem para comprar papel higiênico. Teve jogo de noite em que a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) iria cortar a luz. Precisamos entrar com mandado de segurança. Era um horror. O Grêmio devia para todos os clubes, os jogadores colocavam o Grêmio na Justiça (como Tinga, que rompeu seu contrato judicialmente entre 2003 e 2004). Pegamos um momento financeiro muito difícil, com a quebradeira da ISL, com quem tínhamos um belo contrato, mas que não deu certo. Tudo estourou naquele ano.
E os jogadores? Onde foi o erro?
Eu procurei não endividar ainda mais o clube. O único jogador de qualidade que o Grêmio conseguiu trazer foi o Christian. O salário dele era o mais alto, de R$ 80 mil. Deixei uma folha de menos de R$ 400 mil e reduzimos os contratos longos.
Os salários atrasavam muito?
Sempre honramos salário. Nunca se atrasou o salário. Eu não posso dizer que o gabarito da equipe fosse bom. Mas tínhamos que entrar em campo. Depois, deu certo no ano seguinte. Lançamos jovens como o Anderson, com 16 anos. No final de 2005 (com presidente Paulo Odone), ele ajudou o time a subir, foi vendido e aliviou as finanças.
E aquele jogo em Erechim?
Lembro que a torcida do Grêmio abraçou o time todo o jogo. É inesquecível e doloroso até hoje.
O senhor se arrepende de algumas declarações que entraram para o folclore, como elogios ao ônibus e ao site durante crise?
Não tinha o que falar, o quadro estava mal, a equipe mal. E eu precisava administrar tudo isso. Acontece com quem vai para a segunda divisão. Eu assumi sempre sozinho todo esse ônus. Foi terrível, o ano mais difícil da história do Grêmio.
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