
A volta do futebol continua incerta. Não deve e não pode ser precipitada, queiram ou não o presidente da República, os dirigentes de alguns clubes, os cartolas das federações e a cúpula da CBF. Quem tem de dar as ordens são as autoridades de saúde de estados e municípios tendo em conta as particularidades de cada um. Essa é a determinação do STF e quanto a isso não há espaço para haver qualquer discussão.
Quando a pandemia chegou ao Brasil, pós-carnaval, o futebol demorou a reagir. Foi um dos últimos, se não o último dos esportes a tomar providências concretas. Jogadores protestaram entrando em campo de máscaras, clássicos estaduais aconteceram em várias capitais com os portões fechados. Esse colunista não gostou. Nem da demora, nem da solução improvisada. Cheguei a escrever neste espaço que não faria sentido ter jogos sem público. Pois o público, o torcedor, afinal, é a própria razão de ser do espetáculo.
Dois meses depois, permitam-me, mudei de opinião.
Quando o futebol voltar, não importa se este mês, em junho ou em julho, quando os protocolos científicos determinarem ser possível, certamente terá de ser sem público, ainda que por um tempo, nos primeiros jogos. Não haverá outra forma - essa é hoje uma das poucas unanimidades em um país política e ideologicamente mais dividido do que Maracanã em dia de Fla x Flu. Vai ser ruim, frustrante, mas será o preço a pagar. E é um preço bem menor do que ter campeonatos encerrados fora do campo como aconteceu na França, na Holanda e na vizinha Argentina.
O assunto é polêmico. Para uns o futebol precisa voltar, já. Pesa a questão econômica. Com a bola rolando, mesmo com as arquibancadas vazias, recupera-se duas das quatro principais fontes de renda dos clubes - o direito de TV para a transmissão dos jogos e a exibição das marcas pelos patrocinadores. As outras duas receitas são a bilheteria - o que no caso dos grandes clubes tem um valor cada vez mais relevante - e a venda de jogadores. A volta dos jogos não taparia o buraco aberto pelo coronavírus, é certo, mas permitiria uma aliviada nas contas.
Já para o outro lado, pensar em jogar futebol em uma situação de calamidade pública não passa de uma imbecilidade. Um desrespeito à vida. E uma ameaça à segurança dos jogadores, expostos, por mais que protocolos de conduta sejam estabelecidos, ao contato físico, a deslocamentos que em ônibus ou avião que se chocam com as recomendações do isolamento social, imprescindíveis para conter a doença. Mas, é importante lembrar, não há unanimidade entre jogadores, treinadores e dirigentes. Há, sim, os que querem voltar aos treinos, especialmente nos times pequenos, temerosos, como de resto boa parte dos trabalhadores brasileiros, com o futuro de seus empregos.
Certamente por isso, e não por convicção ou ideologia, estão dispostos a correr riscos. Como os que fazem parte, diga-se, da rotina de outras tantas atividades, os lixeiros e os atendentes de supermercados e farmácias; os entregadores de delivery e os frentistas; os caminhoneiros e os operários da indústria e da construção civil, sem falar em profissionais de saúde na linha de frente do socorro às vítimas. Mas seriam os boleiros tão essenciais como eles?
Como tudo nesses tempos de pandemia, o futuro do futebol, o rumo dos estaduais, do Brasileirão, da Libertadores, têm de ser tratado dia a dia. Sem pressão de ninguém, da CBF ou de Bolsonaro. O que parece viável hoje - como a volta aos treinos de Grêmio e Internacional, por exemplo - pode não ser mais amanhã. Previsões otimistas, de retorno dos jogos ainda este mês, podem dissolver-se como espuma. Assim como os cenários catastróficos que pintam por aí podem ser amenizados pelos fatos. E pela ciência.
Definitivamente, não se trata de uma questão esportiva. É bem mais do que isso. Impossível negar que clubes podem até desaparecer - como tantos pequenos negócios pelo mundo. Mas impossível não concordar também que a preservação da vida deve estar sempre em primeiro lugar.
Grêmio, Futebol, Voltar, Pressão
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Dois meses depois, permitam-me, mudei de opinião.
Quando o futebol voltar, não importa se este mês, em junho ou em julho, quando os protocolos científicos determinarem ser possível, certamente terá de ser sem público, ainda que por um tempo, nos primeiros jogos. Não haverá outra forma - essa é hoje uma das poucas unanimidades em um país política e ideologicamente mais dividido do que Maracanã em dia de Fla x Flu. Vai ser ruim, frustrante, mas será o preço a pagar. E é um preço bem menor do que ter campeonatos encerrados fora do campo como aconteceu na França, na Holanda e na vizinha Argentina.
O assunto é polêmico. Para uns o futebol precisa voltar, já. Pesa a questão econômica. Com a bola rolando, mesmo com as arquibancadas vazias, recupera-se duas das quatro principais fontes de renda dos clubes - o direito de TV para a transmissão dos jogos e a exibição das marcas pelos patrocinadores. As outras duas receitas são a bilheteria - o que no caso dos grandes clubes tem um valor cada vez mais relevante - e a venda de jogadores. A volta dos jogos não taparia o buraco aberto pelo coronavírus, é certo, mas permitiria uma aliviada nas contas.
Já para o outro lado, pensar em jogar futebol em uma situação de calamidade pública não passa de uma imbecilidade. Um desrespeito à vida. E uma ameaça à segurança dos jogadores, expostos, por mais que protocolos de conduta sejam estabelecidos, ao contato físico, a deslocamentos que em ônibus ou avião que se chocam com as recomendações do isolamento social, imprescindíveis para conter a doença. Mas, é importante lembrar, não há unanimidade entre jogadores, treinadores e dirigentes. Há, sim, os que querem voltar aos treinos, especialmente nos times pequenos, temerosos, como de resto boa parte dos trabalhadores brasileiros, com o futuro de seus empregos.
Certamente por isso, e não por convicção ou ideologia, estão dispostos a correr riscos. Como os que fazem parte, diga-se, da rotina de outras tantas atividades, os lixeiros e os atendentes de supermercados e farmácias; os entregadores de delivery e os frentistas; os caminhoneiros e os operários da indústria e da construção civil, sem falar em profissionais de saúde na linha de frente do socorro às vítimas. Mas seriam os boleiros tão essenciais como eles?
Como tudo nesses tempos de pandemia, o futuro do futebol, o rumo dos estaduais, do Brasileirão, da Libertadores, têm de ser tratado dia a dia. Sem pressão de ninguém, da CBF ou de Bolsonaro. O que parece viável hoje - como a volta aos treinos de Grêmio e Internacional, por exemplo - pode não ser mais amanhã. Previsões otimistas, de retorno dos jogos ainda este mês, podem dissolver-se como espuma. Assim como os cenários catastróficos que pintam por aí podem ser amenizados pelos fatos. E pela ciência.
Definitivamente, não se trata de uma questão esportiva. É bem mais do que isso. Impossível negar que clubes podem até desaparecer - como tantos pequenos negócios pelo mundo. Mas impossível não concordar também que a preservação da vida deve estar sempre em primeiro lugar.
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