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O Grêmio, assim como os outros times da Série A, deu férias coletivas para seus jogadores até o dia 20 de abril. Isolado, o goleiro Paulo Victor falou em exclusividade à ESPN Brasil e contou como está sua nova rotina.
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O jogador ainda abriu o jogo sobre como se sente desde a chegada do goleiro Vanderlei, que assumiu a titularidade do gol tricolor, contou as impressões do histórico confronto na Copa Libertadores contra o Internacional e também sobre a ferida da goleada que classificou o Flamengo para a final da competição em 2019.
Aos 33 anos, Paulo Victor, tem também aproveitado a mudança forçada de rotina para ficar mais próximo da família, acompanha o dia-a-dia da esposa e da filha de 4 anos. Além disso, nesse momento de 'respiro' do futebol, o goleiro vem se dedicando a novos conhecimentos sobre economia e mercado financeiro.
Confira a entrevista na íntegra:
Como está a sua rotina com essa parada do futebol pela pandemia?
É um momento difícil, mas a gente tem que sair dele fortalecido. A gente sabe como a nossa vida é corrida, acaba passando um, dois dias dormindo na nossa casa, em meio a tantas coisas negativas com a pandemia... Eu estou tirando proveito justamente dessa convivência com a minha família, momentos que eu não tinha com a minha esposa, com a minha filha, momentos que passam despercebidos. O Grêmio está cuidando dos atletas em todos os quesitos, pude manter a rotina também com uma mini academia montada aqui para seguir em forma. É diferente, mas estou tentando fazer o máximo possível, não estou levando como férias. Os atletas do Grêmio pensam assim também.
O que você tem feito além desse preparo focado na performance? Que atividades você procura fazer no tempo mais livre?
Mesmo jogando, eu sou muito ligado em economia, eu adoro ver coisas relacionadas ao mercado financeiro. Então estou procurando informações para me aprimorar, aprender... Sou muito leigo, sou aprendiz ainda. Quero saber um pouco de cada área, como nossa cabeça é muito ocupada, às vezes não permite isso. A gente vai aprendendo, é o momento de tirar um pouco de lição para que a gente possa estar crescendo, até porque estou com 33 anos, penso em jogar mais uns cinco anos, tenho mais três anos de contrato com o Grêmio, depois vou ter que ter uma vida após futebol, quem sabe não seja em alguma dessas áreas?
Paulo, como tem sido esse seu tempo de Grêmio? Já são quatro temporadas...
Minha vida é sempre um aprendizado. Vivi 13 anos no Flamengo, 12 no profissional, tive uma experiência na Turquia... Quando eu optei por estar no Grêmio, eu sabia que tinha o Grohe - eu tinha uma oportunidade maravilhosa lá fora, mas quis vir para cá, mesmo sabendo que ia ficar no banco, queria agregar meu valor. Tenho só que agradecer, pude ganhar uma Libertadores, a Recopa, já três estaduais... Sobre altos e baixos, entendo que qualquer jogador que tenha altos e baixos são aqueles que estejam jogando. Acredito que tive momentos positivos, como pegando três pênaltis na final do estadual. Faz parte, a gente tem que saber sobreviver. Eu quero ter essa pressão, essa cobrança. Quero sempre estar em grandes clubes. Essa cobrança é normal.
Você foi bem sincero numa entrevista no início da temporada sobre sua situação no Grêmio, lembrando que jogou 56 partidas ano passado e dizendo que se tiver um jogador que não cometeu falhas nesse número de jogos, podiam trazê-lo que você ficava no banco dele por três anos. Você acha que isso gerou algum tipo de desconforto?
Eu acho que em algumas situações você tem que ver as coisas com razão e não com a emoção. Eu procuro sempre não magoar. Quando você é sincero, você tem um pouco de ar arrogante, um pouco de que está querendo ser superior ou que está só se defendendo. Nós, seres humanos, temos a mania de nos defender em momentos que erramos, né? Mas eu assumi meu erro quando não estive à altura do que esperavam. Mas por outro lado, também fiz coisas que foram importantes para o clube. Ganhamos um estadual, no qual eu fui muito importante, depois fui o goleiro menos vazado da Série A. Eu sabia da procura quando chegou o Vanderlei. Entendo que o futebol é assim, amanhã pode chegar um outro goleiro, ano que vem um jogador de linha, e a gente tem que ter a maturidade de estar se reinventando. Passei isso no Flamengo também. Eu acho que a gente não tem que criar essa rivalidade. A gente tem que tirar um pouco a vaidade de lado e apoiar o companheiro.
Sobre o clássico gaúcho na Libertadores. Tirando a parte feia, da briga, das expulsões de oito atletas, vimos um Grenal muito equilibrado. Completamente aberto para as duas equipes gaúchas. Essa foi também a sua sensação?
Três anos quase aqui no Grêmio, eu vejo o Renato fazendo muito pelo Grêmio. O tempo vai passando, seguimos ganhando títulos, buscando estar nas decisões, mesmo quando não se vence. A gente sabe que no Brasil pode não ser valorizado isso, mas é contabilizado internamente e dá muita força para o clube. E eu vejo o Inter reformulado com a chegada do Coudet. Com intensidade, propondo o jogo. Um time que ainda está em formação, não está no seu ideal. Independente da briga, com certeza o Grenal foi um espetáculo! Um jogo em que o Grêmio criou, o Inter buscou, o placar não foi o que a equipe esperava, mas foi um jogo bonito, com duas equipes buscando o gol, equipes equilibradas.
Aquela derrota por 5 a 0 contra o Flamengo, quais lições ficaram daquele jogo? Você acha que além da questão do futebol, talvez faltou um emocional também?
Tem coisas na vida que a gente não encontra razões, a gente tem que ter maturidade de digerir isso e saber que só o trabalho pode mudar. São momentos que, às vezes, marcam no ano, porque você teve uma derrota. Mas foi numa semifinal de Libertadores, em que chegamos no terceiro ano consecutivo, sendo que a gente tinha vencido uma. Então foi 5 a 0. Magoa? Sim, magoa a todos nós, jogadores, torcedores... A gente procura entender o porquê que aconteceu aquilo, mas a gente vê as razões também. As razões de quando a gente venceu a Libertadores em 2017, como a gente chegou a essas outras semifinais. A gente sabe que no futebol acontecem coisas que a gente não sabe explicar, ali infelizmente aconteceu. A gente vinha treinando, vinha trabalhando para vencer o Flamengo, que tinha um excelente equipe.
Sobre os gols, é difícil dizer, a gente está ali no campo, acontecem momentos que você ou seus companheiros cometem erros e a gente não pode culpar A ou B. Chegamos ali com a parceria de todos. Perdemos para o time que foi campeão merecido por ter feito a melhor campanha da Libertadores. A gente tem que saber perder também, se recolher, ter humildade de saber reconhecer que o nosso companheiro melhor. A gente fica muito chateado, eu principalmente como goleiro de tomar cinco gols, mas não posso me lamentar, ficar chorando... Tenho que buscar me reinventar, trabalhar para buscar uma semifinal novamente, quem sabe, uma final de Libertadores.
Para gente encerrar, você pensa em terminar sua carreira no Flamengo por ter passado praticamente metade da sua vida no clube? E você pensa em ser dirigente quando parar de jogar?
O futebol pode mudar sempre, eu não tenho um planejamento futuro assim, tento me dedicar ao momento e deixar nas mãos de Deus. Antes de vir para o Grêmio, eu estava com o contrato acertado para ir para a Turquia e mudou tudo. Eu não sei o que vai acontecer, disse em jogar mais cinco anos, mas pode ser três, como pode ser oito. Sobre dirigente ou trabalhar nos bastidores, a gente não pode falar "não" nunca para nada, mas não é meu objetivo. Se você me perguntar hoje de 1 a 10, é 0, não vou nem falar um, porque eu não tenho interesse. Não tenho essa vontade. Eu não sei se eu tenho esse perfil, a maneira de como lidar. Mas se aparecer essa oportunidade, se for algo que eu possa fazer e contribuir para quem estiver ao lado, com certeza posso pensar nisso no futuro.
Grêmio, Paulo Victor, Entrevista, Gre-Nal, Flamengo, Libertadores, Elenco, Imortal
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Aos 33 anos, Paulo Victor, tem também aproveitado a mudança forçada de rotina para ficar mais próximo da família, acompanha o dia-a-dia da esposa e da filha de 4 anos. Além disso, nesse momento de 'respiro' do futebol, o goleiro vem se dedicando a novos conhecimentos sobre economia e mercado financeiro.
Confira a entrevista na íntegra:
Como está a sua rotina com essa parada do futebol pela pandemia?
É um momento difícil, mas a gente tem que sair dele fortalecido. A gente sabe como a nossa vida é corrida, acaba passando um, dois dias dormindo na nossa casa, em meio a tantas coisas negativas com a pandemia... Eu estou tirando proveito justamente dessa convivência com a minha família, momentos que eu não tinha com a minha esposa, com a minha filha, momentos que passam despercebidos. O Grêmio está cuidando dos atletas em todos os quesitos, pude manter a rotina também com uma mini academia montada aqui para seguir em forma. É diferente, mas estou tentando fazer o máximo possível, não estou levando como férias. Os atletas do Grêmio pensam assim também.
O que você tem feito além desse preparo focado na performance? Que atividades você procura fazer no tempo mais livre?
Mesmo jogando, eu sou muito ligado em economia, eu adoro ver coisas relacionadas ao mercado financeiro. Então estou procurando informações para me aprimorar, aprender... Sou muito leigo, sou aprendiz ainda. Quero saber um pouco de cada área, como nossa cabeça é muito ocupada, às vezes não permite isso. A gente vai aprendendo, é o momento de tirar um pouco de lição para que a gente possa estar crescendo, até porque estou com 33 anos, penso em jogar mais uns cinco anos, tenho mais três anos de contrato com o Grêmio, depois vou ter que ter uma vida após futebol, quem sabe não seja em alguma dessas áreas?
Paulo, como tem sido esse seu tempo de Grêmio? Já são quatro temporadas...
Minha vida é sempre um aprendizado. Vivi 13 anos no Flamengo, 12 no profissional, tive uma experiência na Turquia... Quando eu optei por estar no Grêmio, eu sabia que tinha o Grohe - eu tinha uma oportunidade maravilhosa lá fora, mas quis vir para cá, mesmo sabendo que ia ficar no banco, queria agregar meu valor. Tenho só que agradecer, pude ganhar uma Libertadores, a Recopa, já três estaduais... Sobre altos e baixos, entendo que qualquer jogador que tenha altos e baixos são aqueles que estejam jogando. Acredito que tive momentos positivos, como pegando três pênaltis na final do estadual. Faz parte, a gente tem que saber sobreviver. Eu quero ter essa pressão, essa cobrança. Quero sempre estar em grandes clubes. Essa cobrança é normal.
Você foi bem sincero numa entrevista no início da temporada sobre sua situação no Grêmio, lembrando que jogou 56 partidas ano passado e dizendo que se tiver um jogador que não cometeu falhas nesse número de jogos, podiam trazê-lo que você ficava no banco dele por três anos. Você acha que isso gerou algum tipo de desconforto?
Eu acho que em algumas situações você tem que ver as coisas com razão e não com a emoção. Eu procuro sempre não magoar. Quando você é sincero, você tem um pouco de ar arrogante, um pouco de que está querendo ser superior ou que está só se defendendo. Nós, seres humanos, temos a mania de nos defender em momentos que erramos, né? Mas eu assumi meu erro quando não estive à altura do que esperavam. Mas por outro lado, também fiz coisas que foram importantes para o clube. Ganhamos um estadual, no qual eu fui muito importante, depois fui o goleiro menos vazado da Série A. Eu sabia da procura quando chegou o Vanderlei. Entendo que o futebol é assim, amanhã pode chegar um outro goleiro, ano que vem um jogador de linha, e a gente tem que ter a maturidade de estar se reinventando. Passei isso no Flamengo também. Eu acho que a gente não tem que criar essa rivalidade. A gente tem que tirar um pouco a vaidade de lado e apoiar o companheiro.
Sobre o clássico gaúcho na Libertadores. Tirando a parte feia, da briga, das expulsões de oito atletas, vimos um Grenal muito equilibrado. Completamente aberto para as duas equipes gaúchas. Essa foi também a sua sensação?
Três anos quase aqui no Grêmio, eu vejo o Renato fazendo muito pelo Grêmio. O tempo vai passando, seguimos ganhando títulos, buscando estar nas decisões, mesmo quando não se vence. A gente sabe que no Brasil pode não ser valorizado isso, mas é contabilizado internamente e dá muita força para o clube. E eu vejo o Inter reformulado com a chegada do Coudet. Com intensidade, propondo o jogo. Um time que ainda está em formação, não está no seu ideal. Independente da briga, com certeza o Grenal foi um espetáculo! Um jogo em que o Grêmio criou, o Inter buscou, o placar não foi o que a equipe esperava, mas foi um jogo bonito, com duas equipes buscando o gol, equipes equilibradas.
Aquela derrota por 5 a 0 contra o Flamengo, quais lições ficaram daquele jogo? Você acha que além da questão do futebol, talvez faltou um emocional também?
Tem coisas na vida que a gente não encontra razões, a gente tem que ter maturidade de digerir isso e saber que só o trabalho pode mudar. São momentos que, às vezes, marcam no ano, porque você teve uma derrota. Mas foi numa semifinal de Libertadores, em que chegamos no terceiro ano consecutivo, sendo que a gente tinha vencido uma. Então foi 5 a 0. Magoa? Sim, magoa a todos nós, jogadores, torcedores... A gente procura entender o porquê que aconteceu aquilo, mas a gente vê as razões também. As razões de quando a gente venceu a Libertadores em 2017, como a gente chegou a essas outras semifinais. A gente sabe que no futebol acontecem coisas que a gente não sabe explicar, ali infelizmente aconteceu. A gente vinha treinando, vinha trabalhando para vencer o Flamengo, que tinha um excelente equipe.
Sobre os gols, é difícil dizer, a gente está ali no campo, acontecem momentos que você ou seus companheiros cometem erros e a gente não pode culpar A ou B. Chegamos ali com a parceria de todos. Perdemos para o time que foi campeão merecido por ter feito a melhor campanha da Libertadores. A gente tem que saber perder também, se recolher, ter humildade de saber reconhecer que o nosso companheiro melhor. A gente fica muito chateado, eu principalmente como goleiro de tomar cinco gols, mas não posso me lamentar, ficar chorando... Tenho que buscar me reinventar, trabalhar para buscar uma semifinal novamente, quem sabe, uma final de Libertadores.
Para gente encerrar, você pensa em terminar sua carreira no Flamengo por ter passado praticamente metade da sua vida no clube? E você pensa em ser dirigente quando parar de jogar?
O futebol pode mudar sempre, eu não tenho um planejamento futuro assim, tento me dedicar ao momento e deixar nas mãos de Deus. Antes de vir para o Grêmio, eu estava com o contrato acertado para ir para a Turquia e mudou tudo. Eu não sei o que vai acontecer, disse em jogar mais cinco anos, mas pode ser três, como pode ser oito. Sobre dirigente ou trabalhar nos bastidores, a gente não pode falar "não" nunca para nada, mas não é meu objetivo. Se você me perguntar hoje de 1 a 10, é 0, não vou nem falar um, porque eu não tenho interesse. Não tenho essa vontade. Eu não sei se eu tenho esse perfil, a maneira de como lidar. Mas se aparecer essa oportunidade, se for algo que eu possa fazer e contribuir para quem estiver ao lado, com certeza posso pensar nisso no futuro.
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