
Bem ao fundo, o cão Chavo late, e o celular capta o desconforto do pequeno animal de estimação.
– É o efeito dos preparativos do churrasco. Ele está nervoso (risos).
Quem fala do outro lado é o uruguaio Gerardo Pelusso, 62 anos, técnico campeão da Copa Sul-Americana de 2015 pelo colombiano Independiente Santa Fe e que não levou adiante uma conversa com dirigentes equatorianos que o queriam na liderança da LDU, adversário do Grêmio no próximo dia 13, uma quarta-feira, às 21h45min. Ele me concedeu 30 minutos. É amigo de Diego Simeone, do Atlético de Madrid, da Espanha, e de Manuel Pellegrini, do Manchester City, da Inglaterra. Falam sempre. Quando está desempregado, como agora, costuma ser convidado para palestras e seminários. Os amigos o chamado de "professor". Estão certos.
Ele fala.
– Quando deixei Bogotá (teve problemas com o veterano Omar Pérez, que desejava jogar só no nome) fui claro. Queria descansar um período. Disputei uma Sul-Americana no ano passado. Entrei direito na Libertadores e no campeonato colombiano neste começo de temporada. Preciso de um tempo para estudar, ver futebol na TV e, claro, saborear um churrasco e beber um vinho. Sabe o que fazemos antes, durante e depois dos assados?
– Não?
– Conversamos sobre futebol (risos).
Pelusso fala do centro do Uruguai. Descansa com a família na sua propriedade rural em Florida, a 75 quilômetros da capital Montevidéu. Ele é um especialista em Copa Libertadores da América. Vive o torneio desde 1970. Como jogador e treinador, trabalhou no seu país, no Equador, no Chile, na Colômbia, no Peru e no Paraguai, onde dirigiu a seleção nacional.
– É uma competição que me apaixona, pois une o futebol da região que nem sempre merece a atenção devida. Hoje, entre os brasileiros, vejo o Atlético-MG e Corinthians fortes. Acho que o Grêmio vai se classificar, mas não acredito em Palmeiras e São Paulo. A fase de classificação é preparatória. Dá força, confiança e competitividade aos times.
Pelusso acompanhou Grêmio e LDU (4 a 0), na Arena, pela TV:
– Gostei muito. Joga sempre assim?
– Não, foi a partida do ano – respondo.
Ele continua:
– A LDU é um clube organizado, mas vive um período de transição. Utiliza veteranos, negociou atletas e não fez boa reposição. Eu me preocuparia mais com a altitude.
– O senhor conhece bem os efeitos dos 2,8 mil metros da capital Quito?
– Sim, muito, joguei cinco anos no Equador, inclusive na LDU, antes de treinar duas equipes locais. Senti na pele os problemas. O jogador faz o esforço físico, mas não se recupera logo. A bola fica mais leve, às vezes incontrolável. O zagueiro pula 10 centímetros, mas a bola passa a 15 centímetros. A gente perde o sentido de distância às vezes.
– O que se faz para combater os efeitos?
– Passar 30 dias em Quito. Especialistas dizem que uma adaptação leva um mês inteiro. São 100 metros por dia. Mas o futebol não permite esse tempo todo.
– O Grêmio ficará uns seis dias na cidade.
– É um erro. O melhor seria chegar na véspera. Os jogadores jantam, dormem, acordam tarde e já é quase hora da partida. Não recomendo chegar no dia do jogo. É um risco grande.
Pelusso conta o que os equatorianos usam para fazer da altitude o 12º jogador:
– Correr, se movimentar, não parar nunca. Cansar o adversário, botar grande pressão nos últimos 30 minutos, quando o visitante está extenuado. Até na reposição de bola eles têm seus segredos. O gandula repassa a bola assim que ela sai. Não deixa o adversário respirar.
– O quer fazer?
– Contar com um bom goleiro e saber rezar, especialmente nos últimos 15 minutos.
Sério?
– Não, é uma piada entre os técnicos locais Sério agora, não existe receita pronta, é raro ganhar lá. As estratégicas táticas quase sempre esbarram nos efeitos da altitude.
Por último, o tempo da entrevista se foi, ele cita um jogador equatoriano que admira:
– Miller Bolaños é extraordinário. O acompanho desde quando ele era muito jovem. Não é um atacante puro, só de área. Gosta de atuar pelas bordas de campo, especialmente pelo lado esquerdo. Pode entrar em diagonal e chutar. Faz gols. É técnico, veloz e tem o drible. É um dos melhores da América. Será de grande utilidade ao Grêmio na altitude.
Pelusso se despede. É quase hora do assado. Chavo não late mais.
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– É o efeito dos preparativos do churrasco. Ele está nervoso (risos).
Quem fala do outro lado é o uruguaio Gerardo Pelusso, 62 anos, técnico campeão da Copa Sul-Americana de 2015 pelo colombiano Independiente Santa Fe e que não levou adiante uma conversa com dirigentes equatorianos que o queriam na liderança da LDU, adversário do Grêmio no próximo dia 13, uma quarta-feira, às 21h45min. Ele me concedeu 30 minutos. É amigo de Diego Simeone, do Atlético de Madrid, da Espanha, e de Manuel Pellegrini, do Manchester City, da Inglaterra. Falam sempre. Quando está desempregado, como agora, costuma ser convidado para palestras e seminários. Os amigos o chamado de "professor". Estão certos.
Ele fala.
– Quando deixei Bogotá (teve problemas com o veterano Omar Pérez, que desejava jogar só no nome) fui claro. Queria descansar um período. Disputei uma Sul-Americana no ano passado. Entrei direito na Libertadores e no campeonato colombiano neste começo de temporada. Preciso de um tempo para estudar, ver futebol na TV e, claro, saborear um churrasco e beber um vinho. Sabe o que fazemos antes, durante e depois dos assados?
– Não?
– Conversamos sobre futebol (risos).
Pelusso fala do centro do Uruguai. Descansa com a família na sua propriedade rural em Florida, a 75 quilômetros da capital Montevidéu. Ele é um especialista em Copa Libertadores da América. Vive o torneio desde 1970. Como jogador e treinador, trabalhou no seu país, no Equador, no Chile, na Colômbia, no Peru e no Paraguai, onde dirigiu a seleção nacional.
– É uma competição que me apaixona, pois une o futebol da região que nem sempre merece a atenção devida. Hoje, entre os brasileiros, vejo o Atlético-MG e Corinthians fortes. Acho que o Grêmio vai se classificar, mas não acredito em Palmeiras e São Paulo. A fase de classificação é preparatória. Dá força, confiança e competitividade aos times.
Pelusso acompanhou Grêmio e LDU (4 a 0), na Arena, pela TV:
– Gostei muito. Joga sempre assim?
– Não, foi a partida do ano – respondo.
Ele continua:
– A LDU é um clube organizado, mas vive um período de transição. Utiliza veteranos, negociou atletas e não fez boa reposição. Eu me preocuparia mais com a altitude.
– O senhor conhece bem os efeitos dos 2,8 mil metros da capital Quito?
– Sim, muito, joguei cinco anos no Equador, inclusive na LDU, antes de treinar duas equipes locais. Senti na pele os problemas. O jogador faz o esforço físico, mas não se recupera logo. A bola fica mais leve, às vezes incontrolável. O zagueiro pula 10 centímetros, mas a bola passa a 15 centímetros. A gente perde o sentido de distância às vezes.
– O que se faz para combater os efeitos?
– Passar 30 dias em Quito. Especialistas dizem que uma adaptação leva um mês inteiro. São 100 metros por dia. Mas o futebol não permite esse tempo todo.
– O Grêmio ficará uns seis dias na cidade.
– É um erro. O melhor seria chegar na véspera. Os jogadores jantam, dormem, acordam tarde e já é quase hora da partida. Não recomendo chegar no dia do jogo. É um risco grande.
Pelusso conta o que os equatorianos usam para fazer da altitude o 12º jogador:
– Correr, se movimentar, não parar nunca. Cansar o adversário, botar grande pressão nos últimos 30 minutos, quando o visitante está extenuado. Até na reposição de bola eles têm seus segredos. O gandula repassa a bola assim que ela sai. Não deixa o adversário respirar.
– O quer fazer?
– Contar com um bom goleiro e saber rezar, especialmente nos últimos 15 minutos.
Sério?
– Não, é uma piada entre os técnicos locais Sério agora, não existe receita pronta, é raro ganhar lá. As estratégicas táticas quase sempre esbarram nos efeitos da altitude.
Por último, o tempo da entrevista se foi, ele cita um jogador equatoriano que admira:
– Miller Bolaños é extraordinário. O acompanho desde quando ele era muito jovem. Não é um atacante puro, só de área. Gosta de atuar pelas bordas de campo, especialmente pelo lado esquerdo. Pode entrar em diagonal e chutar. Faz gols. É técnico, veloz e tem o drible. É um dos melhores da América. Será de grande utilidade ao Grêmio na altitude.
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