
Fred não se incomoda por viver longe dos holofotes, que miram Geromel, a estrela da zaga do Grêmio. Não que falte ambição ao zagueiro de 1m88cm, trazido em janeiro do Goiás e convertido em titular depois das dificuldades enfrentadas por Kadu. Ocorre que é difícil superar Geromel em prestígio.
Se Roger Machado não hesita em apontar o camisa 3 como um dos melhores zagueiros que viu em ação, ao lado de Mauro Galvão e Thiago Silva, Fred é ainda mais direto:
— É o melhor com quem já joguei.
O fato é que a dupla começa a mostrar sinais de afinação, dentro e fora de campo. A defesa, há pouco tempo apontada como o setor mais frágil da equipe, já não deixa a torcida inquieta. Mais à vontade, Fred se sente seguro para pedir a bola e colocar em prática as cobranças de falta, sua característica mais marcante.
Fez um gol assim contra o San Lorenzo-ARG, na Arena, e acertou a trave frente ao Passo Fundo. Trata-se de um dom, que teve o pai como incentivador, e aprimorado durante a passagem pelo Inter, onde atuou entre 2004 e 2006. Os segredos de um bom chute de bola parada são revelados nesta entrevista a ZH.
Aos 30 anos, Fred espera se firmar no Grêmio e estabilizar uma carreira que já o levou ao futebol belga, com apenas 19 anos, e o fez perambular pelo interior gaúcho e paulista e atuar, no mesmo ano, em Figueirense e Avaí, históricos rivais catarinenses.
Veja trechos da entrevista concedida pelo zagueiro Fred a Zero Hora:
Como você aprendeu a bater faltas?
O meu pai me ensinou bastante. Se eu batia errado, ele corrigia os movimentos. Quando comecei na base do Inter, em 2004, tinha o Projeto Aprimorar, em que o Ortiz e o Chico Fraga nos orientavam. Aí eu fazia os trabalhos específicos para zagueiro, como cabeceio, tempo de bola e cruzamentos. Na época, o Alexandre Pato e o Luiz Adriano treinavam comigo, realizavam trabalhos de finalização e eu pedia para fazer junto. Nos outros clubes em que passei, procurei aprimorar.
Qual é seu segredo na batida da bola?
Eu tenho muita força na parte interna do adutor, acho que isso é o diferencial. Então, a bola próxima da grande área é mais difícil, não dá tempo de ela subir e descer. Prefiro mais afastada. No gol contra o San Lorenzo, era perto, mas cobrei por fora. O goleiro armou a barreira esperando o Douglas cobrar. Geralmente, ele tira o segundo homem para fora da trave. E ele deixou a referência, a base da barreira, reto na trave. Então, o Douglas me disse que, se a bola fosse por fora, a chance de gol era grande.
Como é fazer um gol com a Arena lotada?
É bom demais. Quando cheguei aqui, muita gente me pedia um gol de falta. Fazia tempo que o Grêmio não tinha um especialista. O Luan e o Giuliano treinam também. Lembro que o Anderson Lima e o Arce batiam muito bem na bola. Sempre gostei do Juninho Pernambucano, é um cara que até hoje não descobri se batia com o peito do pé ou com a parte interna. O Ronaldinho também é uma referência. O meu jeito de bater é com a parte interna, para a bola fazer a curva. A maioria dos meus gols são de falta.
E sua experiência no futebol da Bélgica?
Cheguei com 19 para 20 anos lá, senti muito a diferença. Fiquei dois anos e meio no Standard de Liège e um ano no Dender, uma equipe menor, mas onde eu tive sequência de jogos. Lá, joguei só de volante e aprendi bastante. No Standard, atuei com o Dante, zagueiro que está no Wolfsburg. Viramos amigos, aprendemos a língua deles. Fui para lá com dois colegas do Inter, a equipe tinha outros dois brasileiros e o técnico era o Michel Preud´Homme (ex-goleiro da seleção belga), que falava um português perfeito.
Foi no Novo Hamburgo que você teve projeção.
Eu estava no Operário de Ponta Grossa no ano passado. Tinha ido com o Itamar Schulle (que seria campeão paranaense em 2015). Mas tive um estresse lá e não quis ficar. Aí o Novo Hamburgo me ligou falando do interesse em me contratar. Estavam em dúvida entre trazer o Roger ou o Ben-Hur Pereira para técnico. Eu tinha me preparado muito para o Gauchão, fazendo academia. Cheguei pronto, era só pegar ritmo de jogo. E, felizmente, tive um campeonato muito bom. Fiz quatro gols, inclusive um de falta contra o Grêmio na Arena.
Aquele jogo foi seu cartão de visitas?
Foi, sim. Já tinha uma especulação de que eu poderia vir ao Grêmio após o Gauchão. No dia seguinte ao jogo, tocou meu telefone e era o Luizinho (Luiz Valentim), meu empresário, falando da proposta do Goiás por dois anos. Não poderia esperar se ia dar certo aqui. O técnico do Goiás, na época, era o Hélio dos Anjos, que já tinha trabalhado comigo no Figueirense.
Como foi a negociação para você vir ao Grêmio?
O clube teve uma troca na diretoria de futebol, saiu o Harlei e entrou o Felipe Ximenes. Conversamos com ele, achei que não ia dar nada e fiquei um pouco para baixo. No dia seis de janeiro, era a reapresentação e não fui, fiquei aqui no Rio Grande do Sul. Parecia que ia dar certo. Aí no outro dia me ligaram para viajar para Goiás e me reapresentei. Fiquei três dias, e o Ximenes falou que tinha acertado tudo com o Grêmio. No final, foi até melhor porque vim em definitivo para o Grêmio. Minha família ficou um pouco agoniada com a indefinição, mas deu tudo certo.
E o primeiro jogo como titular, contra o Toluca?
Fiz minha estreia contra o Veranópolis. Depois, viajei ao México sem saber se ia jogar. Só fui saber no primeiro treino lá. Eu estava preparado, sabia que em alguma hora iria aparecer a oportunidade. E logo numa estreia de Libertadores, uma responsabilidade grande. Mas acho que fiz um bom jogo, embora não fosse o resultado que a gente queria. Estou evoluindo bastante, troco muitas informações com o Geromel. Quando eu estava na Bélgica, olhei jogos dele na Alemanha. Ele já atuava em alto nível, com este perfil europeu que ele tem.
Você concentra no mesmo quarto que o Geromel?
De uns três jogos para cá, passamos a ficar no mesmo quarto. Antes eu dividia com o Giuliano, mas ele ficou fora dos últimos jogos por lesão. E está sendo muito bom, a gente conversa muito. O Geromel estuda muito os adversários, pesquisa e vê como eles jogam. Contra o San Lorenzo aqui, ele sabia as características de todos os atacantes. Ele já jogou Libertadores, tem experiência. Estou aprendendo muito com ele. Ainda mais que estamos jogando um pouco mais alto, como o Roger pede. Compramos bem a ideia, dando este passo a frente, jogando mais adiantado.
Geromel é o melhor zagueiro com quem você jogou?
Com certeza. Jogar ao lado de um cara que te passa segurança e tranquilidade, que vai te cobrir na hora certa, é outra coisa. Eu fiz um bom Brasileirão no ano passado, mas em alguns momentos faltavam algumas coisas. Eu jogava com um menino que era 1994 (Alex Alves). Faltava maturidade, cobertura, até falar um pouco mais. Um dos pontos fracos do Goiás era a falta de comunicação dentro de campo. Acho que o Geromel deveria ser convocado para a Seleção. Ele faz por merecer pelo ótimo trabalho aqui no Grêmio.
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— É o melhor com quem já joguei.
O fato é que a dupla começa a mostrar sinais de afinação, dentro e fora de campo. A defesa, há pouco tempo apontada como o setor mais frágil da equipe, já não deixa a torcida inquieta. Mais à vontade, Fred se sente seguro para pedir a bola e colocar em prática as cobranças de falta, sua característica mais marcante.
Fez um gol assim contra o San Lorenzo-ARG, na Arena, e acertou a trave frente ao Passo Fundo. Trata-se de um dom, que teve o pai como incentivador, e aprimorado durante a passagem pelo Inter, onde atuou entre 2004 e 2006. Os segredos de um bom chute de bola parada são revelados nesta entrevista a ZH.
Aos 30 anos, Fred espera se firmar no Grêmio e estabilizar uma carreira que já o levou ao futebol belga, com apenas 19 anos, e o fez perambular pelo interior gaúcho e paulista e atuar, no mesmo ano, em Figueirense e Avaí, históricos rivais catarinenses.
Veja trechos da entrevista concedida pelo zagueiro Fred a Zero Hora:
Como você aprendeu a bater faltas?
O meu pai me ensinou bastante. Se eu batia errado, ele corrigia os movimentos. Quando comecei na base do Inter, em 2004, tinha o Projeto Aprimorar, em que o Ortiz e o Chico Fraga nos orientavam. Aí eu fazia os trabalhos específicos para zagueiro, como cabeceio, tempo de bola e cruzamentos. Na época, o Alexandre Pato e o Luiz Adriano treinavam comigo, realizavam trabalhos de finalização e eu pedia para fazer junto. Nos outros clubes em que passei, procurei aprimorar.
Qual é seu segredo na batida da bola?
Eu tenho muita força na parte interna do adutor, acho que isso é o diferencial. Então, a bola próxima da grande área é mais difícil, não dá tempo de ela subir e descer. Prefiro mais afastada. No gol contra o San Lorenzo, era perto, mas cobrei por fora. O goleiro armou a barreira esperando o Douglas cobrar. Geralmente, ele tira o segundo homem para fora da trave. E ele deixou a referência, a base da barreira, reto na trave. Então, o Douglas me disse que, se a bola fosse por fora, a chance de gol era grande.
Como é fazer um gol com a Arena lotada?
É bom demais. Quando cheguei aqui, muita gente me pedia um gol de falta. Fazia tempo que o Grêmio não tinha um especialista. O Luan e o Giuliano treinam também. Lembro que o Anderson Lima e o Arce batiam muito bem na bola. Sempre gostei do Juninho Pernambucano, é um cara que até hoje não descobri se batia com o peito do pé ou com a parte interna. O Ronaldinho também é uma referência. O meu jeito de bater é com a parte interna, para a bola fazer a curva. A maioria dos meus gols são de falta.
E sua experiência no futebol da Bélgica?
Cheguei com 19 para 20 anos lá, senti muito a diferença. Fiquei dois anos e meio no Standard de Liège e um ano no Dender, uma equipe menor, mas onde eu tive sequência de jogos. Lá, joguei só de volante e aprendi bastante. No Standard, atuei com o Dante, zagueiro que está no Wolfsburg. Viramos amigos, aprendemos a língua deles. Fui para lá com dois colegas do Inter, a equipe tinha outros dois brasileiros e o técnico era o Michel Preud´Homme (ex-goleiro da seleção belga), que falava um português perfeito.
Foi no Novo Hamburgo que você teve projeção.
Eu estava no Operário de Ponta Grossa no ano passado. Tinha ido com o Itamar Schulle (que seria campeão paranaense em 2015). Mas tive um estresse lá e não quis ficar. Aí o Novo Hamburgo me ligou falando do interesse em me contratar. Estavam em dúvida entre trazer o Roger ou o Ben-Hur Pereira para técnico. Eu tinha me preparado muito para o Gauchão, fazendo academia. Cheguei pronto, era só pegar ritmo de jogo. E, felizmente, tive um campeonato muito bom. Fiz quatro gols, inclusive um de falta contra o Grêmio na Arena.
Aquele jogo foi seu cartão de visitas?
Foi, sim. Já tinha uma especulação de que eu poderia vir ao Grêmio após o Gauchão. No dia seguinte ao jogo, tocou meu telefone e era o Luizinho (Luiz Valentim), meu empresário, falando da proposta do Goiás por dois anos. Não poderia esperar se ia dar certo aqui. O técnico do Goiás, na época, era o Hélio dos Anjos, que já tinha trabalhado comigo no Figueirense.
Como foi a negociação para você vir ao Grêmio?
O clube teve uma troca na diretoria de futebol, saiu o Harlei e entrou o Felipe Ximenes. Conversamos com ele, achei que não ia dar nada e fiquei um pouco para baixo. No dia seis de janeiro, era a reapresentação e não fui, fiquei aqui no Rio Grande do Sul. Parecia que ia dar certo. Aí no outro dia me ligaram para viajar para Goiás e me reapresentei. Fiquei três dias, e o Ximenes falou que tinha acertado tudo com o Grêmio. No final, foi até melhor porque vim em definitivo para o Grêmio. Minha família ficou um pouco agoniada com a indefinição, mas deu tudo certo.
E o primeiro jogo como titular, contra o Toluca?
Fiz minha estreia contra o Veranópolis. Depois, viajei ao México sem saber se ia jogar. Só fui saber no primeiro treino lá. Eu estava preparado, sabia que em alguma hora iria aparecer a oportunidade. E logo numa estreia de Libertadores, uma responsabilidade grande. Mas acho que fiz um bom jogo, embora não fosse o resultado que a gente queria. Estou evoluindo bastante, troco muitas informações com o Geromel. Quando eu estava na Bélgica, olhei jogos dele na Alemanha. Ele já atuava em alto nível, com este perfil europeu que ele tem.
Você concentra no mesmo quarto que o Geromel?
De uns três jogos para cá, passamos a ficar no mesmo quarto. Antes eu dividia com o Giuliano, mas ele ficou fora dos últimos jogos por lesão. E está sendo muito bom, a gente conversa muito. O Geromel estuda muito os adversários, pesquisa e vê como eles jogam. Contra o San Lorenzo aqui, ele sabia as características de todos os atacantes. Ele já jogou Libertadores, tem experiência. Estou aprendendo muito com ele. Ainda mais que estamos jogando um pouco mais alto, como o Roger pede. Compramos bem a ideia, dando este passo a frente, jogando mais adiantado.
Geromel é o melhor zagueiro com quem você jogou?
Com certeza. Jogar ao lado de um cara que te passa segurança e tranquilidade, que vai te cobrir na hora certa, é outra coisa. Eu fiz um bom Brasileirão no ano passado, mas em alguns momentos faltavam algumas coisas. Eu jogava com um menino que era 1994 (Alex Alves). Faltava maturidade, cobertura, até falar um pouco mais. Um dos pontos fracos do Goiás era a falta de comunicação dentro de campo. Acho que o Geromel deveria ser convocado para a Seleção. Ele faz por merecer pelo ótimo trabalho aqui no Grêmio.
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