
Pessalli em ação pelo Grêmio na temporada de 2011, pelo Campeonato Gaúcho
Hoje se fala em Lincoln, mas há alguns anos o prodígio da base do Grêmio era outro. A torcida, em meados de 2010, perguntava apenas sobre um nome: Pessalli. O jovem armador chegou a ser eleito por Douglas, camisa 10 do principal, seu sucessor. Mas passou pelo clube sem ter a possibilidade de uma boa sequência no time principal.
Foram apenas seis partidas, um total de 306 minutos em campo vestindo azul branco e preto. Pouco para quem foi goleador e conquistou uma longa lista de títulos nas categorias de base.
Depois de um curto período no Grêmio Barueri, a solução foi buscar carreira no exterior. E a França o recebeu. Desde 2012 por lá, primeiro no Angers e atualmente no Luçon, Pessalli tenta reinventar sua carreira e estuda muito. Quando assinou por três anos, depois de um empréstimo, teve elogiado o comportamento. Aprendeu rapidamente o francês e até pode se naturalizar.
Vivendo entre a rotina de leitura - está lendo seu nono livro neste ano -, dar atenção aos três filhos, sendo um francês, e na busca pelo crescimento profissional, ele não esconde uma certa tristeza ao lembrar da falta de chances em Porto Alegre. E os reflexos disso talvez impeçam uma volta ao futebol brasileiro, mesmo que isso não esteja totalmente descartado. Confira entrevista exclusiva do meia ao UOL Esporte.
Você sempre foi eleito destaque da base do Grêmio, por que acha recebeu poucas oportunidades no principal?
Recebi poucas oportunidades e, nessas poucas oportunidades, eu acredito que consegui aproveitar bem. Lógico que hoje, com mais experiência, com 25 anos, eu iria aproveitar muito melhor, mas naquele momento, pelo que eu fiz na base, artilheiro do Campeonato Brasileiro, uma série de títulos na base, acho que merecia mais oportunidades no profissional, merecia um tratamento diferente. Mas, enfim, é passado.
Acha que poderia estar jogando no principal do Grêmio até hoje?
Acredito que sim. Estou num momento muito bom, mais experiente, mais rodado. Mas tenho consciência que a procura é por um jogador de nome.
Algum dia te justificaram a falta de chances?
Nunca sentei com a direção, nunca me deixaram claro. Eu me perguntei por muito tempo o porquê de não ter recebido chances, mas isso já faz parte do passado. Minha vida segue. Eu sigo com meus planos.
Hoje você ainda tem contato com alguém do clube? Que sentimento você traz em relação ao Grêmio?
Deixei muitos amigos, com quem tenho contato até hoje. Dos roupeiros ao treinador, porque tive a felicidade de trabalhar com o Roger quando ele ainda era auxiliar. Minha relação com o Grêmio é muito boa. Tenho o sentimento pelo clube que me formou, me deu oportunidade. Passei dez anos lá dentro. Falar do Grêmio sempre é especial.
Divulgação/Site Oficial do Angers
Primeiro clube de Jonas Pessalli na França foi o Angers, que o emprestou neste ano
Douglas chegou a comentar em coletiva que você era o futuro da criação do time, que tinha características parecidas com as dele... Você lembra?
Lembro sim. Me deu essa moral aí (risos). Lembro que quando eu tinha subido, com 18, 19 anos, eu pedia muito conselho para ele, para o Jonas, que está em Portugal, para o Gilberto Silva, para o Adílson (volante), para o Marcelo Grohe. Eu sempre busquei pedir conselhos para jogadores que estavam há muito tempo no Grêmio e para aqueles que pudessem me ajudar. Eu sou muito grato a isso.
Como foi a ida para França, primeiro por empréstimo e depois em definitivo?
No primeiro ano eu vim por empréstimo, acabei me machucando. Depois voltei, joguei bem e eles se interessaram na minha permanência. Faltavam seis meses para acabar meu contrato com o Grêmio, então chegamos a uma rescisão amigável e assinei com o Angers por três anos.
Você subiu de divisão com o Angers, agora tenta novo sucesso em outro clube, já se considera cidadão francês?
Meus melhores momentos como profissional aconteceram aqui na França, no Angers, onde conseguimos o acesso. Quando fui contratado, o clube me disse que o objetivo era o acesso. Os projetos foram acontecendo, a restruturação do clube foi evoluindo e no terceiro ano de contrato a gente conseguiu subir para a elite. Nesse quarto ano, mudaram muitos jogadores e acabei emprestado para ganhar ritmo de jogo e tocar minha carreira.
Você estava na França quando ocorreram os atentados do ano passado? Como foi?
Estávamos aqui nos atentados. Houve um na Bélgica semana passada. O país vive uma situação muito difícil, mas o discurso do governo é para cada um sair de casa para trabalhar com sorriso no rosto e que ninguém pode se privar de viver, se esconder por causa dos atentados, porque é isso que os terroristas querem: botar medo na população. Estou de acordo com essa posição do governo.
Qual a situação do país em relação a Euro? Estão preparando esquema especial por conta da ameaça de terrorismo? Qual repercussão teve o ocorrido em Bruxelas?
A situação para a Euro é essa, o país tem medo dos atentados ainda, segue um clima tenso, mas a preparação é com muito policiamento, com discurso passando confiança, mas a gente sente que tem um clima pesado.
Divulgação/Luçon
Jonas Pessalli, ex-Grêmio, comemora com colegas do Luçon, da França
Como é sua rotina na França? Há pressão como grandes clubes? Pretende se naturalizar para tentar vaga em alguma seleção?
Tirando esses atentados, é claro, a rotina aqui é muito tranquila, muito diferente do Brasil. É um país que tem muita segurança, muita disciplina, não tem sujeiras nas ruas. Um sistema bem simples com um povo educado. Se eu permanecer mais um ano na França, tenho direito de conseguir o passaporte europeu para mim e para a minha família. Meu último filho (são três), o Paulo José, ele tem dois anos e nasceu aqui.
Entre seus projetos está retornar ao futebol brasileiro algum dia?
Já pensei em voltar para o futebol brasileiro, mas eu vivo um outro momento e agora a minha cabeça está voltada para o projeto que eu tenho aqui com o clube. Faltam nove partidas para acabar a temporada aqui e espero que dê tudo certo. Depois, por que não voltar para o Brasil? No final da temporada, no mercado, eu posso pensar nisso, mas agora estou focado nos objetivos e nas metas do clube.
Acha que aqui os jogadores tem o mesmo reconhecimento?
Não sei se no Brasil tem mais reconhecimento, pode ser que sim, porque o Brasil é o país do futebol, mas eu não vejo isso como um ponto positivo. Acredito que no Brasil não devia ser só o jogador, mas o médico, o professor. Cada um na sua área tendo o seu reconhecimento. É uma visão diferente e eu acredito que todo o brasileiro vá pensar assim.
É mais fácil atuar no Brasil ou na Europa? Quais as principais diferenças?
Sobre atuar no Brasil ou na Europa, é difícil dizer. Acho que muitos jogadores falam sobre isso. A Europa é muita força física, o jogador tem que ser muito profissional, se alimentar muito bem, trabalhar muito bem a cabeça, são vários aspectos, não é só entrar em campo e jogar. Mas eu acredito que no Brasil isso também está caminhando para esse lado, cada vez mais o jogador começa a entender que ele não está no clube só para jogar futebol, ele tem que ser profissional, tem que dormir bem, se alimentar bem, trabalhar forte.
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Vivendo entre a rotina de leitura - está lendo seu nono livro neste ano -, dar atenção aos três filhos, sendo um francês, e na busca pelo crescimento profissional, ele não esconde uma certa tristeza ao lembrar da falta de chances em Porto Alegre. E os reflexos disso talvez impeçam uma volta ao futebol brasileiro, mesmo que isso não esteja totalmente descartado. Confira entrevista exclusiva do meia ao UOL Esporte.
Você sempre foi eleito destaque da base do Grêmio, por que acha recebeu poucas oportunidades no principal?
Recebi poucas oportunidades e, nessas poucas oportunidades, eu acredito que consegui aproveitar bem. Lógico que hoje, com mais experiência, com 25 anos, eu iria aproveitar muito melhor, mas naquele momento, pelo que eu fiz na base, artilheiro do Campeonato Brasileiro, uma série de títulos na base, acho que merecia mais oportunidades no profissional, merecia um tratamento diferente. Mas, enfim, é passado.
Acha que poderia estar jogando no principal do Grêmio até hoje?
Acredito que sim. Estou num momento muito bom, mais experiente, mais rodado. Mas tenho consciência que a procura é por um jogador de nome.
Algum dia te justificaram a falta de chances?
Nunca sentei com a direção, nunca me deixaram claro. Eu me perguntei por muito tempo o porquê de não ter recebido chances, mas isso já faz parte do passado. Minha vida segue. Eu sigo com meus planos.
Hoje você ainda tem contato com alguém do clube? Que sentimento você traz em relação ao Grêmio?
Deixei muitos amigos, com quem tenho contato até hoje. Dos roupeiros ao treinador, porque tive a felicidade de trabalhar com o Roger quando ele ainda era auxiliar. Minha relação com o Grêmio é muito boa. Tenho o sentimento pelo clube que me formou, me deu oportunidade. Passei dez anos lá dentro. Falar do Grêmio sempre é especial.
Divulgação/Site Oficial do Angers
Primeiro clube de Jonas Pessalli na França foi o Angers, que o emprestou neste ano
Douglas chegou a comentar em coletiva que você era o futuro da criação do time, que tinha características parecidas com as dele... Você lembra?
Lembro sim. Me deu essa moral aí (risos). Lembro que quando eu tinha subido, com 18, 19 anos, eu pedia muito conselho para ele, para o Jonas, que está em Portugal, para o Gilberto Silva, para o Adílson (volante), para o Marcelo Grohe. Eu sempre busquei pedir conselhos para jogadores que estavam há muito tempo no Grêmio e para aqueles que pudessem me ajudar. Eu sou muito grato a isso.
Como foi a ida para França, primeiro por empréstimo e depois em definitivo?
No primeiro ano eu vim por empréstimo, acabei me machucando. Depois voltei, joguei bem e eles se interessaram na minha permanência. Faltavam seis meses para acabar meu contrato com o Grêmio, então chegamos a uma rescisão amigável e assinei com o Angers por três anos.
Você subiu de divisão com o Angers, agora tenta novo sucesso em outro clube, já se considera cidadão francês?
Meus melhores momentos como profissional aconteceram aqui na França, no Angers, onde conseguimos o acesso. Quando fui contratado, o clube me disse que o objetivo era o acesso. Os projetos foram acontecendo, a restruturação do clube foi evoluindo e no terceiro ano de contrato a gente conseguiu subir para a elite. Nesse quarto ano, mudaram muitos jogadores e acabei emprestado para ganhar ritmo de jogo e tocar minha carreira.
Você estava na França quando ocorreram os atentados do ano passado? Como foi?
Estávamos aqui nos atentados. Houve um na Bélgica semana passada. O país vive uma situação muito difícil, mas o discurso do governo é para cada um sair de casa para trabalhar com sorriso no rosto e que ninguém pode se privar de viver, se esconder por causa dos atentados, porque é isso que os terroristas querem: botar medo na população. Estou de acordo com essa posição do governo.
Qual a situação do país em relação a Euro? Estão preparando esquema especial por conta da ameaça de terrorismo? Qual repercussão teve o ocorrido em Bruxelas?
A situação para a Euro é essa, o país tem medo dos atentados ainda, segue um clima tenso, mas a preparação é com muito policiamento, com discurso passando confiança, mas a gente sente que tem um clima pesado.
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Entre seus projetos está retornar ao futebol brasileiro algum dia?
Já pensei em voltar para o futebol brasileiro, mas eu vivo um outro momento e agora a minha cabeça está voltada para o projeto que eu tenho aqui com o clube. Faltam nove partidas para acabar a temporada aqui e espero que dê tudo certo. Depois, por que não voltar para o Brasil? No final da temporada, no mercado, eu posso pensar nisso, mas agora estou focado nos objetivos e nas metas do clube.
Acha que aqui os jogadores tem o mesmo reconhecimento?
Não sei se no Brasil tem mais reconhecimento, pode ser que sim, porque o Brasil é o país do futebol, mas eu não vejo isso como um ponto positivo. Acredito que no Brasil não devia ser só o jogador, mas o médico, o professor. Cada um na sua área tendo o seu reconhecimento. É uma visão diferente e eu acredito que todo o brasileiro vá pensar assim.
É mais fácil atuar no Brasil ou na Europa? Quais as principais diferenças?
Sobre atuar no Brasil ou na Europa, é difícil dizer. Acho que muitos jogadores falam sobre isso. A Europa é muita força física, o jogador tem que ser muito profissional, se alimentar muito bem, trabalhar muito bem a cabeça, são vários aspectos, não é só entrar em campo e jogar. Mas eu acredito que no Brasil isso também está caminhando para esse lado, cada vez mais o jogador começa a entender que ele não está no clube só para jogar futebol, ele tem que ser profissional, tem que dormir bem, se alimentar bem, trabalhar forte.
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