Dinheiro da Sul-Minas-Rio põe em risco 'sobrevivência' de estaduais


Fonte: ESPN

Dinheiro da Sul-Minas-Rio põe em risco sobrevivência de estaduais
Os estaduais podem perdem seus contratos de TV

Agora com aval da CBF, o CEO da Liga Sul-Minas-Rio, Alexandre Kalil, irá ao mercado intensificar ainda mais as conversas para fechamento de contratos, sobretudo, de direitos de transmissão. O anúncio de apoio de Marco Polo Del Nero, na última sexta-feira, tira o sono das federações: elas deverão ser as principais afetadas com os acordos perseguidos por Kalil.

Na prática, os seus campeonatos serão desvalorizados com a escalação de times alternativos pelos clubes.

O surgimento da Liga Primeira, como foi batizada a nova competição, não poderia vir em pior hora para eles. Os atuais contratos de TV estão todos próximos do fim ou em aberto.

O Paranaense, por exemplo, se encontra sem qualquer acordo no momento.

"Tivemos uma conversa preliminar com a Globo 15 dias atrás, mas ficou nisso. Vamos ver o que acontece", afirma o presidente da federação local, Hélio Cury, ao ESPN.com.br.

Até o início da tarde desta sexta-feira, ele dizia não ter sido comunicado pela CBF sobre nenhum detalhe a respeito da Liga Sul-Minas-Rio. Em reunião ao longo da semana, a entidade havia repassado a versão que ainda estudava o que seria feito.

No caso especial do Paraná, a insatisfação do Atlético-PR com o atual contrato de televisão foi um dos motivos que levou seu mandatário, Mario Celso Petraglia, primeiramente a utilizar o campeonato como peneira para o restante da temporada e depois a articular a volta dos regionais.

Em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os acordos de transmissão do estadual se encerram em 2016.

Entre os dirigentes, não é segredo que uma fatia do dinheiro que banca hoje seus torneios acabará sendo retirada pela Globo para impulsionar uma melhor proposta para Liga Primeira, nesse momento de concorrência.

"Não tenho dúvida de que terminará acontecendo isso. O dinheiro é um só. A TV sabe que temos 19 datas e vai querer um produto para 19 datas. No mínimo, vai dividir (com a Liga Sul-Minas-Rio) e eu não tenho apenas a dupla Gre-Nal, tenho também as Séries A e B que se alimentam do Gaúcho. Preciso defender tudo isso", explica o presidente da federação gaúcha, Francisco Novelletto.

"Eu não tenho nada contra a Sul-Minas-Rio. Até acho que merecia um pouco mais de respeito, ter sido incluído nas discussões. Meu problema é 2016, não sou contra o campeonato e, sim, em 2016. Não gosto de fazer as coisas atropeladas, como se o mundo fosse acabar amanhã. Podíamos conversar sobre 2017, ter um projeto mais elaborado e não isso de ter um jogo para dois campeonatos (proposta feita para o clássico Gre-Nal)", prossegue.

Novelletto diz manter contato com Cury e Castellar Neto, da federação mineira, mas descarta um movimento contra Kalil e seu regional.

"Um movimento ninguém vai fazer. Apenas quero que cumpram o que assinaram antes. Já que se pegou dinheiro do campeonato, 80% foi adiantado, em alguns casos, até 100%", conclui.

A princípio, o objetivo é que a CBF repita o que acontece no Nordestão e fique a cargo na Liga Primeira do lado técnico da competição, com datas, regulamento e arbitragem.

A entidade é formada atualmente por América-MG, Avaí, Atlético-MG, Atlético-PR, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Fluminense, Flamengo, Internacional, Joinville, Grêmio e Paraná.

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