União de Inter e Grêmio pela Reconstrução do Futebol Gaúcho.


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União de Inter e Grêmio pela Reconstrução do Futebol Gaúcho.

A temporada que praticamente não existiu. É bem provável que em dezembro assim seja definido o ano de 2024 para Inter, Grêmio e Juventude (e os demais clubes gaúchos que disputam divisões nacionais). Tudo indica que o desempenho dos clubes será brutalmente comprometido pela tragédia que afeta o Rio Grande do Sul e, por incrível que pareça para os olhos distantes, o futebol continua sendo a última preocupação na lista de enormes e concretas preocupações dos gaúchos. A insensibilidade atroz da CBF fez questão de colocar uma compressa de ervas sobre ferida aberta ao adotar a paralisação de módicas duas rodadas do campeonato (que será retomado no começo de junho) medida tardia, cínica e ineficaz. O equilíbrio esportivo já fora arruinado, e a partir de agora, precisando deixar Porto Alegre, também o sentimento de pertencimento dos clubes e suas comunidades resultou afetado. A tristeza e o desamparo, que há semanas são objetivos na vida real, também haviam se tornado simbólicos no espectro do simbolismo popular maior que é o futebol, com a dupla Gre-Nal sendo obrigada a deixar a capital gaúcha para para peregrinar por estádios onde jamais serão locais.

Footer blog Meia Encarnada Douglas Ceconello — Foto: Arte
Crédito da imagem: Arte

No entanto, desde o início das enchentes, Grêmio e Inter (e os clubes de regiões atingidas) adotaram uma postura consciente e ativa para auxiliar as pessoas atingidas. Seguindo esse compromisso, na terça-feira os gigantes de Porto Alegre deixaram claro que por enquanto vão se afastar, mas sem jamais sair de fato do Rio Grande do Sul, e lançaram uma campanha conjunta pela reconstrução do Estado a maior e mais estridente rivalidade do país também é capaz de impulsionar um senso de comunidade que promove uma espécie de unificação gaúcha de Torres até o Chuí o Tratado pelo Levante das Águas , assim contarão nas aulas de História. Porque Inter e Grêmio nunca saem de fato do Estado eles são, ao contrário, os maiores consulados do Rio Grande do Sul. Sobre as águas, existe outra realidade, que no momento não importa, mas nos mostra que alguns torcedores, necessitados de retomar a relação diária com os clubes, até como forma de escapar do terror diário das últimas semanas, adotam uma crença ao mesmo tempo genuína e lunática de que Inter e Grêmio vão ressurgir como quero-queros travestidos de fênix, com força parida sabe-se lá de onde, para alcançar façanhas hoje inimagináveis no restante da temporada. Essa esperança diz mais sobre quem espera do que sobre o futuro possível.

O que é seguro afirmar é que a dupla Gre-Nal, quando voltar a jogar em Porto Alegre, vai contar com um apoio massivo, comovido e urgente, motivado pela lembrança dos que sofreram e pela certeza da terra que permanece. Esses vão ser os momentos mais marcantes, com ares de história sendo escrita, da temporada futebolística gaúcha: a evidência de que Inter e Grêmio às vezes até se afastam demais do Mampituba, mas jamais vão estar desterrados.



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