Romildo Bolzan Jr., o presidente que desejar mudar o futebol brasileiro

Eleito mandatário do Grêmio, clube do qual é sócio quando tinha três anos, para o biênio 2015/2016, ele tenta garantir mais capacidade de arrecadação para o Tricolor e os demais


Fonte: Lancenet!

Romildo Bolzan Jr., o presidente que desejar mudar o futebol brasileiro
Bolzan Jr. quer mais arrecadação para os clubes (Foto: Jackson Ciceri | Divulgação/TXT Assessoria)

Eleito presidente do Grêmio para o biênio 2015/2016, Romildo Bolzan Jr. tem desafios de sobra à frente do clube do qual é sócio desde 1963, quando tinha apenas três anos de idade.

Com a experiência ter sido vereador, vice-prefeito e três vezes prefeito de Osório, sua cidade natal, distante cerca de 100 Km de Porto Alegre, o mandatário tricolor, de 54 anos e advogado de formação, não tem se preocupado apenas com o que diz respeito ao clube que agora preside.

Com a missão de não se deixar levar pela paixão pelo Grêmio, herdada do pai, o já falecido Romildo Bolzan, no momento de pensar o hoje e o amanhã do clube do coração, Romildo Bolzan Jr., casado e pai de um casal de filhos, tem tomado a iniciativa também na hora de projetar mudanças para o futebol brasileiro como um todo. E desejando a união dos clubes para atingir as ideias propostas.

Mudanças como, por exemplo, a possibilidade de o Brasileirão voltar a ser disputado no sistema de mata-mata, algo que teve aceitação entre alguns clubes e que será detalhado por ele na próxima segunda-feira, quando se reunirá com Marco Polo Del Nero, o futuro presidente da CBF, a pedido do mesmo e na sede da entidade, no Rio de Janeiro.

Ao LANCE!Net, em conversa por telefone, o presidente gremista explicou os motivos de entender o mata-mata como o formato ideal para a disputa do Brasileirão, analisou a renegociação da dívida dos clubes e ainda comentou sobre as ideias que tenta implantar no Grêmio, clube que preside desde o dia 10 de dezembro, quando tomou posse, sucedendo Fábio Koff, fundamental para a sua eleição.

O assunto trabalhado por Romildo Bolzan Jr. que tem chamado mais atenção é, sem dúvida, a ideia proposta pelo dirigente que diz respeito ao retorno do mata-mata com como sistema para Campeonato Brasileiro. Abolido para a edição de 2003 e, desde então, nunca mais utilizado, o modelo é tratado pelo presidente como o ideal. Em um primeiro momento, ele buscou apoio de outros clubes e encontrou. Internacional, Fluminense, Santos e Vasco compartilharam de tal desejo.

Formado o "Grupo de trabalho", como Bolzan Jr. fala sobre os clubes com os quais tem discutido mudanças para o futebol brasileiro, foi encontrada a fórmula ideal, que garantiria quatro times para o playoff decisivo. Tai ideia, bem trabalhada e detalhada, será, agora, discutida com o futuro presidente da CBF. Ele destacou como surgiu a ideia pela volta do mata-mata.

– Houve um debate interno aqui no Grêmio. Os campeonatos têm ficado muito depreciativo nas finais, campeonatos que já ficam prontos, não têm emoção. Não tem possibilidade de gerar um reequilíbrio técnico no campeonato. Tem times que começam bem e terminam mal, tem times que começam mal e terminam bem.

Tem janelas no meio do ano que propiciam a vinda de jogadores para times com melhor condição financeira. Tem times que também perdem jogadores. Esse contexto tem que vir também aglutinado com a diminuição dos campeonatos regionais e também tem que vir dentro de um contexto dos recursos da televisão, do financiamento do futebol brasileiro – destacou Romildo Bolzan Jr., antes de completar o seu raciocínio.

– Estamos propondo que, no final desses campeonatos, os clubes possam ter um reequilíbrio técnico, reequilíbrio técnico rigorosamente é o playoff. Só com quatro ou oito isso é uma questão para se discutir futuramente. Se é vencedor do turno com o vencedor do returno, mais dois times para fazer quatro é outra forma para se discutir. Isso não é o mais importante.

O mais importante é que se proporcione a condição de disputa para times que, dentro desse contexto que falei, possam fazer uma disputa, confirmarem aquilo que são ou até mesmo não. Isso daria muito mais renda, muito mais audiência, muito mais condição de enfrentamento, muito mais participação da torcida, muito mais renda para os clubes. Esse contexto é suficiente para justificar os playoffs no campeonato.

As críticas vieram. E foram fortes. Apesar de respeitar quem discorda de que o mata-mata é o melhor modelo para o Brasileirão, Romildo volta a destacar as vantagens oferecidas pelo sistema com playoffs na reta final:

– É normal cada um ter um ponto de vista sobre o tema. A nossa visão pensa em um reequilíbrio técnico e em um maior envolvimento do torcedor. Ofertar ao público um produto, um espetáculo mais emocionante, mais participativo, de maior comprometimento emocional. Nossa pauta é muito clara nesse sentido. Se alguém tem outros contrapontos sobre isso, faz parte do debate. Neste momento, o meu convencimento é esse. Eu simplesmente me rendo se tiverem argumentos melhores.

Confira, ao longo desta sexta-feira, matérias sobre os assuntos abordados pelo mandatário tricolor.

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