Grêmio traça perfil de negócio e mira gasto zero e vitrine para emprestados

Se a meta é enxugar os gastos com futebol em 2015, o Grêmio encontra no empréstimo de seus jogadores uma das fórmulas para desonerar a folha salarial em 30% ao longo da temporada. Mas não como fizera no ano passado, pagando parte ou até integralmente os vencimentos dos nomes negociados.

O Tricolor tem traçadas algumas premissas para concretizar o repasse de seus jogadores e busca transferir os atletas a clubes que possam servir como vitrines e com custo zero, ou seja, com os salários pagos pela nova equipe. E, quem sabe, conseguir valorização para criar receitas futuras.

Maxi Rodríguez serve como exemplo mais fiel e recente desse modelo de negócio. Emprestado pelo Grêmio a Universidad de Chile, em negócio confirmado pelo próprio atleta à imprensa chilena, ganhará vitrine com a disputa da Libertadores. Antes, fora repassado ao Vasco em 2014, para a Série B. Marcou três gols em 18 jogos.

Molde semelhante foi construído para emprestar Bressan ao Flamengo. O clube carioca ficará responsável por pagar os salários do zagueiro, que tem parte dos direitos vinculados a um fundo de investidores, durante toda a temporada. Pesou na negociação a oportunidade de o defensor ganhar mais visibilidade no Rubro-Negro, já que mira disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Nesta segunda-feira, o atleta estenderá vínculo com o Grêmio até 2017 e se apresentará no Ninho do Urubu.

Outro caso é o de Fernandinho, que tem sua saída encaminhada ao Verona, da Itália, em repasse válido até o final do ano, com os salários quitados pelo clube italiano. Dessa forma, alivia a folha salarial e não reforça um rival direto no futebol brasileiro. O atacante foi contratado por 2 milhões de euros (valor elevado para o momento atual do clube) do Al-Jazira, dos Emirados Árabes, mas não conseguiu se firmar como peça-chave da equipe em cinco meses de clube.

- É preciso realocar jogadores que podem ser úteis do ponto de vista técnico e financeiro no futuro e que precisam de vitrine no futebol. O Grêmio terá custo zero. É uma premissa agora - confirma o diretor executivo Rui Costa, à Rádio Guaíba.

A única exceção entre os emprestados é Pará. O lateral-direito será repassado ao Flamengo para sanar o débito pela compra do ex-atacante Rodrigo Mendes, em 2000, a fim de evitar complicações na Justiça, como uma possível penhora nas receitas adquiridas. O Tricolor quitará os rendimentos ao longo da temporada. Como o vínculo do Grêmio com o atleta se encerra ao final do ano, junto com o empréstimo, ele ficará livre para seguir no Flamengo.

Grêmio pagou para emprestar Kleber e Moreno em 2014
Essa nova modalidade torna alguns negócios mais complicados de ser fechados. É o caso de Kleber, que já custou aos cofres do Grêmio R$ 27 milhões em três anos, de acordo com levantamento do GloboEsporte.com. O empréstimo para o Vasco, no ano passado, foi efetuado com o Tricolor pagando os salários. Mesmo cenário com Marcelo Moreno, repassado ao Flamengo, em 2013, e ao Cruzeiro, em 2014.

Sem clubes que preencham os requisitos como interessados, o Grêmio encaminhou uma proposta ao agente Gioseppe Dioguardi para chegar a um acordo benéfico a clube e Kleber em uma rescisão contratual. O jogador não faz parte dos planos de Felipão para 2015. O boliviano se apresentará normalmente, embora a direção prefira encontrar uma saída no mercado, provavelmente no exterior, uma vez que já conta com Barcos para o ataque.

O Tricolor se reapresenta em 8 de janeiro para dar início ao trabalho com Luiz Felipe Scolari. A pré-temporada gremista será realizada entre os dias 10 e 20 de janeiro em Gramado.



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