De joia a esquecido pelo Fla, Vinícius Pacheco espera ressurgir no Carioca

Aos 29 anos e acertado com o Boavista para o estadual, meia-atacante recorda momentos marcantes vestindo a camisa rubro-negra e lembra passagem pelo Grêmio


Fonte: Globo Esporte

De joia a esquecido pelo Fla, Vinícius Pacheco espera ressurgir no Carioca
"Eu ainda tenho muita lenha para queimar". A afirmação proferida por Vinícius Pacheco após encontrar aconchego no modesto Boavista de Saquarema evidencia a persistência de um jogador de 29 anos que, mesmo com todas as "pedradas" que tomou da vida recentemente, continua lutando por espaço no impiedoso e esmagador mundo do futebol. Revelado pelo Flamengo com status de joia em 2004, o meia-atacante, que está sem atuar desde 2013, acabou se desligando de vez do clube em julho deste ano depois de recorrentes empréstimos. O último deles para o América-RN, aonde, aliás, acabou amargando o banco de reservas com uma sucessiva troca de treinadores e foi dispensado.

Mas eis que por ironia do destino ou não, Pacheco terá a oportunidade de tentar dar a voltar por cima justamente no Campeonato Carioca - onde tudo começou - pouco mais de 10 anos depois dos primeiros passos. Oportunidade que o jogador vê com grandes olhos.

- Estou muito feliz pela oportunidade do Boavista. Espero poder fazer um grande Campeonato Carioca. Eu tenho apenas 29 anos, tenho muito tempo para jogar futebol, para mostrar o meu trabalho. Eu acredito que ainda tenho muita lenha para queimar - afirmou o meia-atacante.

E para continuar buscando forças para seguir em frente e dar continuidade à carreira depois tantas barreiras encontradas no caminho, o jogador se apega aos bons momentos em que viveu dentro das quatro linhas com a camisa do Flamengo e do Grêmio para até mesmo sonhar em repeti-los em 2015 agora vestido com o verde e branco do Boavista.

Vinícius Pacheco é apresentado no Boavista pelo dirigente Rafael Badá (Foto: Gustavo Garcia)

Eu acho que eu tive o grande momento da minha carreira na época de 2006, quando tive uma boa sequência no Flamengo e participei da conquista da Copa do Brasil. Em 2010 também foi bacana, quando fiquei até o fim da Libertadores no clube, mas infelizmente não conquistamos títulos. Minha passagem pelo Grêmio também foi especial, eu tive um jogo marcante na Libertadores de 2011 em que fiz dois gols e ajudei o clube a se classificar. Esses três para mim foram os grandes momentos da minha carreira. Agora, estou trabalhando para voltar a ter esses grandes momentos vestindo a camisa do Boavista no Campeonato Carioca - afirmou.

Além dos 17 jogadores remanescentes e do meia-atacante Vinícius Pacheco, o Boavista anunciou mais sete contratações.

O clube acertou com os zagueiros Edson, Edmário e Anderson Luiz, com volante Jefinho, com o goleiro Paulo Victor, com o meia Tiago Barreiros e com o atacante Anselmo. A diretoria do Verdão ainda espera anunciar mais quatro reforços. A estreia do Boavista no Carioca do ano que vem vai acontecer no dia 1º de fevereiro, contra o Botafogo, fora de casa. O Verdão de Saquarema é o atual campeão da Taça Rio.

Responsabilidade de ser o jogador mais badalado do Boavista

- Eu me sinto preparado. Desafios nunca faltaram na minha carreira. Sempre tive desafios. A responsabilidade todos têm.

Eu sei da minha. Mas acho que ninguém pode assumir a responsabilidade sozinho. Ninguém pode assumir nada sozinho.

Ninguém pode achar que vai ter algum tipo de responsabilidade sozinho, até porque isso é muito difícil no futebol. Então, sei da minha responsabilidade, assim como sei que todo o grupo tem a sua - disse.

Relação com o Flamengo

- Eu sou muito tranquilo para falar de Flamengo. Foi o clube que me projetou para o futebol. Eu cheguei lá muito cedo, fiz grandes jogos, conquistei títulos por lá. Então, eu sou muito grato. Não tenho nenhum tipo de problema com o clube. Pelo contrário. Tenho todo o carinho e respeito. O meu respeito vai sempre existir pelo clube.

Vinícius Pacheco era tratado como joia no Flamengo (Foto: Bruno Miani / VIPCOMM)

Relação com o Grêmio

- O Grêmio é um grande clube. É um clube maravilhoso. Tenho saudade de lá, embora eu tenha ficado apenas sete meses. Mesmo tendo ficado pouco tempo, pois me transferi para o futebol europeu, fui muito feliz por lá. Gostei muito de ter jogado lá. Eles têm uma estrutura fantástica.

Pressão no início da carreira

Vinícius Pacheco comemora gol com a camisa do Grêmio (Foto: Ag. Estado)

Eu acho que quando você está subindo e o time não está em um bom momento, logicamente que dificulta para um jogador que está vindo da base. Nas categorias de base não existem essas pressões. Se a equipe não está bem, atrapalha para o jogador que está surgindo. Mas o jogador não pode escolher a hora de ter oportunidade. Tem que aproveitar na hora que aparecer.

Melhores momentos da carreira

-Eu acho que eu tive o grande momento da minha carreira na época de 2006, quando tive uma boa sequência no Flamengo e participei da conquista da Copa do Brasil. Em 2010 também foi bacana, quando fiquei até o fim da Libertadores no clube, mas infelizmente não conquistamos títulos. Minha passagem pelo Grêmio também foi especial, eu tive um jogo marcante na Libertadores de 2011 em que fiz dois gols e ajudei o clube a se classificar. Esses três para mim foram os grandes momentos da minha carreira. Agora, estou trabalhando para voltar a ter esses grandes momentos vestindo a camisa do Boavista no Campeonato Carioca.

Saída do América-RN

- A campanha do clube não foi boa, houve muitas trocas de treinadores. Contratou-se muito, dispensou-se muito. Às vezes, a equipe está de uma forma, depois chega um treinador e muda o jeito de jogar. Então, acho que essas constantes mudanças atrapalham muito não só a mim como a equipe toda.

Rescisão com o Flamengo

- Ninguém nunca quer sair de um clube como o Flamengo. Ninguém nunca quer rescindir um contrato. A gente quer ficar o maior tempo possível dentro de uma casa. Querer sair a gente nunca quer sair. Mas a gente sabe que isso acontece no futebol. Você pode ter oportunidades, outras vezes nem tanto. Então, isso faz parte do futebol.

Objetivos para 2015

- Eu acho que temos que ir um degrau de cada vez. Você não pode estar em um lugar pensando em outro objetivo. O meu objetivo primeiramente é ajudar o Boavista, ajudar o Boavista a fazer um grande Carioca e ir bem na competição. Sabemos que são 15 jogos. Serão 15 jogos difíceis, e o que tiver que acontecer vai acontecer naturalmente.



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