Valor à camisa e identificação com o Grêmio serão exigências na base

Coordenador que assumiu cargo no fim do ano explica que cada vez mais a vontade de jogar no clube conta para as escolhas, além do desempenho em campo


Fonte: GE

Valor à camisa e identificação com o Grêmio serão exigências na base
Luciano diz que dará atenção ao valor que garotos
dão à camisa (Foto: Rodrigo Fatturi/DivulgaçãoGrêmio)


Uma das questões que sempre conta pontos dentro do Grêmio junto aos novos jogadores é a vontade de jogar no clube. Entra ano, passa ano e os dirigentes e treinadores - principalmente os que têm maior identificação - reafirmam essa máxima. É preciso entender o que representa e querer defender as cores azul, preto e branco. Nas categorias de base essa premissa também ganha ainda mais força. Com a mudança recente na gestão, o novo coordenador, Luciano Dias, que como atleta foi campeão da Libertadores sob o comando de Felipão no Tricolor, coloca esse entre os principais pontos a serem avaliados entre os garotos que são formados no clube - caminhando quase lado a lado com o desempenho dentro de campo.

Com a necessidade de enxugar os grupos das diversas categorias dentro do Grêmio, esse será um dos principais pontos avaliados pelas comissões, coordenação e dirigentes. Cerca de 40 garotos poderão sair do clube nessa reformulação, para que cada divisão da base tenha em torno de 25 atletas cada.

- Os atletas têm que valorizar a camisa, têm que querer muito. Vamos trabalhar muito com essa questão de o atleta viver mais o clube - afirmou Luciano em entrevista ao GloboEsporte.com.

Além de serem avaliados dentro de campo, os garotos são observados por completo. O Grêmio conta com uma estrutura de captação que acompanha os meninos e presta diversos tipos de apoio, como psicológico e educacional. Além dos profissionais indicados para tratar desses assuntos, os próprios dirigentes também têm o caminho aberto para conversar com os atletas e conhecer melhor sobre a vida deles.

Luciano Dias, que assumiu o cargo no começo de dezembro, ainda busca se informar sobre todas as questões que envolve as categorias de base. Mas também quer conversar com os garotos dentro desse processo de reestruturação.

- Isso a gente vai passar para a captação, mas eu vou participar disso também. Agora é uma fase mais de observação. Em fevereiro começamos a traçar o planejamento.

Para Luciano, o início de trabalho é de conhecimento. Ele assume pela primeira vez uma função de coordenação de categorias de base. Após encerrar a carreira como jogador, passou a trabalhar como treinador e agora vive esse novo momento. Com passagem pelo Grêmio, sabe bem o que significa atuar no clube. E agora trabalha diretamente com dois profissionais que também conhecem muito bem o Grêmio: João Antonio, assistente da coordenação técnica, e Francesco Garcia Barletta, coordenador técnico.

Também tem uma boa relação com Felipão, um dos ídolos dos gremistas.

- Trabalhei com ele durante três anos, temos uma proximidade. Conversamos algumas coisas, sei que o (grupo) profissional está com pré-temporada, assuntos de reforços, tivemos algumas conversas mais diretas em relação a assuntos importantes, e na volta da pré-temporada vamos ter mais tempo para reunir com o profissional e ver as diretrizes.

Durante a pré-temporada, Luciano irá para Gramado acompanhar alguns treinamentos. Vai observar os meninos nas competições de janeiro, e aprofundar sua avaliação. Em fevereiro começa o processo de reformulação e, em seis meses, ele entende que estará totalmente ambientado à nova função.

Quem é Luciano Dias

Formado nas categorias de base do Grêmio, desde as escolinhas, o zagueiro Luciano Dias começou nos profissionais em 1990 e teve passagem marcante no Tricolor. Em sete anos foi pentacampeão gaúcho, bicampeão da Copa do Brasil, campeão brasileiro, campeão da Libertadores e da Recopa Sul-Americana. Após passagem pela Bélgica, ainda conquistou novamente o Brasileirão quando defendeu o Corinthians. Teve passagem pelo Fluminense antes de encerrar a carreira em 2002, quando defendeu o Mamoré, de Minas Gerais.

Depois, virou treinador. Em 2008, no comando do Botafogo-SP, conseguiu o acesso para a Série A2 do Paulistão. O acesso veio novamente em 2010, quando levou o Noroeste-SP para a Série A1 do Paulista. No ano de 2012, levou o São Bernardo-SP para a primeira divisão. A última conquista veio no primeiro semestre de 2014, quando sagrou-se campeão estadual no comando do Cuiabá-MT.

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