Os atributos de Douglas, típicos de um camisa 10 de ofício, levaram Felipão a formalizar a contratação do atleta como sua única exigência à diretoria do clube para 2015. E os dirigentes logo o atenderam. Nesta quarta, foi apresentado na Arena para sua segunda passagem. Antes, atuou entre 2010 e 2012. A trajetória anterior levanta uma dúvida: o reforço que se apresenta será o meia talentoso que encantou Renato Gaúcho e Celso Roth ou a peça por vezes apática, que se tornou alvo de críticas da torcida e que acabou saindo de forma conturbada, rumo ao Corinthians?
Ao menos na sua apresentação na Arena, Douglas deu a entender que não mudará em nada. Seguirá com seu estilo mais clássico e menos intenso em campo. E um tanto polêmico fora dele:
- Cada um analisa do jeito que entende. Para mim, ficar correndo, dando carrinho e enganando o torcedor... isso não serve, não adianta para nada. Não sou jogador marqueteiro, que engana os outros para dizer que tem raça e determinação. Não vou ficar dando carrinho para mostrar que tenho vontade, não é a minha característica. Se for para ajudar, eu ajudo. É o que penso.
A aposta da diretoria é em um Douglas "motivado" para assumir a responsabilidade de regir o meio-campo do Grêmio em 2015. Mas com ressalvas. O contrato, redigido de acordo com o momento financeiro vivido pelo clube, prevê um salário mais baixo, mas que pode se tornar recheado, mediante o cumprimento de metas. A cautela adotada pelo Tricolor tem como objetivo assegurar o rendimento do meia, destaque da campanha do Vasco na Série B em 2014, mas também apresenta respingos do passado de altos e baixos do camisa 10 pelo Tricolor.
O atleta de 32 anos foi contratado do Al Wasl, dos Emirados Árabes, em 2010, para ser o principal homem de criação após se destacar anos antes pelo Corinthians tanto na Série B, em 2008, quanto na Copa do Brasil, em 2009. Titular desde a chegada, Douglas foi peça importante na equipe que deu o último título conquistado pelo clube, o Gauchão de 2010, sob o comando de Silas. Mas foi apenas com Renato Gaúcho, contratado em agosto de 2010, que viria a deslanchar com a camisa do Grêmio.
O treinador, ídolo do Mundial de 1983, não escondia a admiração por Douglas. Uma de suas primeiras medidas, ao assumir o time, foi construir um esquema tático para que o meia tivesse plena liberdade para se preocupar apenas com a criação. O comandante costumava dizer que, com ele, "craque não marca". Em sua primeira temporada, o camisa 10 anotou 10 gols pelo Tricolor - em especial, um golaço marcado diante do ex-time, Corinthians. Foi tão bem, que chegou a ser chamado por Mano Menezes para a seleção brasileira em 2010, mas decepcionou ao perder a bola para o gol de Messi na derrota por 1 a 0 para a Argentina, em amistoso.
Os números melhoraram em 2011, e Douglas assumiu papel ainda mais importante para a equipe. As responsabilidades, porém, vieram acompanhadas das cobranças. A falta de mobilidade e de vibração do meia em campo eram alvos constantes das críticas da torcida. O camisa 10 chegou a ouvir manifestações de torcedores em um treinamento, quando respondeu de forma agressiva.
Douglas seguiu como protagonista mesmo após a saída de Renato Gaúcho, em agosto de 2011. Celso Roth assumiu o comando do clube e seguiu dando liberdade plena ao meia, armando um esquema que girasse em torno do jogador que chegou a despontar como artilheiro da equipe durante o Brasileirão, mas acabou perdendo a disputa por pouco para André Lima: 9 a 8 para o centroavante. O atleta encerrou a temporada com 56 jogos, 12 assistências, 16 tentos e a alcunha de "inegociável" junto à diretoria gremista.
O status não impediu, porém, um desacerto entre dirigentes e meia, diante do assédio de Palmeiras, Flamengo e Corinthians. Com vínculo por se encerrar em dezembro de 2012, Douglas teve sua permanência atrelada à renovação de contrato. Deu-se início a uma negociação que desgastou os laços entre o então vice de futebol Paulo Pelaipe e o empresário do atleta, Bruno Paiva.
De um lado, o dirigente gremista afirmava ter feito propostas por salários bem superiores aos antigos vencimentos de Douglas. Do outro, o agente criticava a diretoria do clube por exercer "pressão" sobre o camisa 10 para a renovação.
Douglas acabou repatriado pelo Corinthians e chegou ao Timão negando as acusações de "mercenário" e alegando ainda atraso de três meses no pagamento de direitos de imagem. Pelaipe, por sua vez, acusou o meia de "covarde". O dirigente não faz parte da atual gestão.
Homem de confiança de Renato Gaúcho e respaldado por Celso Roth, Douglas chega pelas mãos de Felipão para tentar se destacar pelo Grêmio até o fim de 2015, quando se encerra o vínculo com o clube.
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A aposta da diretoria é em um Douglas "motivado" para assumir a responsabilidade de regir o meio-campo do Grêmio em 2015. Mas com ressalvas. O contrato, redigido de acordo com o momento financeiro vivido pelo clube, prevê um salário mais baixo, mas que pode se tornar recheado, mediante o cumprimento de metas. A cautela adotada pelo Tricolor tem como objetivo assegurar o rendimento do meia, destaque da campanha do Vasco na Série B em 2014, mas também apresenta respingos do passado de altos e baixos do camisa 10 pelo Tricolor.
O atleta de 32 anos foi contratado do Al Wasl, dos Emirados Árabes, em 2010, para ser o principal homem de criação após se destacar anos antes pelo Corinthians tanto na Série B, em 2008, quanto na Copa do Brasil, em 2009. Titular desde a chegada, Douglas foi peça importante na equipe que deu o último título conquistado pelo clube, o Gauchão de 2010, sob o comando de Silas. Mas foi apenas com Renato Gaúcho, contratado em agosto de 2010, que viria a deslanchar com a camisa do Grêmio.
O treinador, ídolo do Mundial de 1983, não escondia a admiração por Douglas. Uma de suas primeiras medidas, ao assumir o time, foi construir um esquema tático para que o meia tivesse plena liberdade para se preocupar apenas com a criação. O comandante costumava dizer que, com ele, "craque não marca". Em sua primeira temporada, o camisa 10 anotou 10 gols pelo Tricolor - em especial, um golaço marcado diante do ex-time, Corinthians. Foi tão bem, que chegou a ser chamado por Mano Menezes para a seleção brasileira em 2010, mas decepcionou ao perder a bola para o gol de Messi na derrota por 1 a 0 para a Argentina, em amistoso.
Os números melhoraram em 2011, e Douglas assumiu papel ainda mais importante para a equipe. As responsabilidades, porém, vieram acompanhadas das cobranças. A falta de mobilidade e de vibração do meia em campo eram alvos constantes das críticas da torcida. O camisa 10 chegou a ouvir manifestações de torcedores em um treinamento, quando respondeu de forma agressiva.
Douglas seguiu como protagonista mesmo após a saída de Renato Gaúcho, em agosto de 2011. Celso Roth assumiu o comando do clube e seguiu dando liberdade plena ao meia, armando um esquema que girasse em torno do jogador que chegou a despontar como artilheiro da equipe durante o Brasileirão, mas acabou perdendo a disputa por pouco para André Lima: 9 a 8 para o centroavante. O atleta encerrou a temporada com 56 jogos, 12 assistências, 16 tentos e a alcunha de "inegociável" junto à diretoria gremista.
O status não impediu, porém, um desacerto entre dirigentes e meia, diante do assédio de Palmeiras, Flamengo e Corinthians. Com vínculo por se encerrar em dezembro de 2012, Douglas teve sua permanência atrelada à renovação de contrato. Deu-se início a uma negociação que desgastou os laços entre o então vice de futebol Paulo Pelaipe e o empresário do atleta, Bruno Paiva.
De um lado, o dirigente gremista afirmava ter feito propostas por salários bem superiores aos antigos vencimentos de Douglas. Do outro, o agente criticava a diretoria do clube por exercer "pressão" sobre o camisa 10 para a renovação.
Douglas acabou repatriado pelo Corinthians e chegou ao Timão negando as acusações de "mercenário" e alegando ainda atraso de três meses no pagamento de direitos de imagem. Pelaipe, por sua vez, acusou o meia de "covarde". O dirigente não faz parte da atual gestão.
Homem de confiança de Renato Gaúcho e respaldado por Celso Roth, Douglas chega pelas mãos de Felipão para tentar se destacar pelo Grêmio até o fim de 2015, quando se encerra o vínculo com o clube.
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