
Visto desde a sala de 120 metros quadrados da presidência da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), o perfil oval do Estádio Beira-Rio lembra um cartão-postal de Porto Alegre. Logo à direita da nova sede de R$ 18 milhões, rente ao Guaíba, corre a Avenida Edvaldo Pereira Paiva. Atrás da longa mesa, grossas pastas de papel dispostas ao lado, e com a mão direita perto de um telefone que toca a cada dois minutos – fora a repetitiva música dos apps do celular –, Francisco Novelletto olha firme para a Nikon do fotógrafo Fernando Gomes.
– Crise? Que crise?
Minha pergunta, a primeira durante uma longa conversa regada a chá de frutas – uma garrafa térmica serve copos descartáveis de papel – envolvia o relacionamento de Novelletto, número 1 da FGF há 11 anos e conselheiro do Inter, e Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio desde dezembro de 2014. Ele tira os olhos da câmera e me responde.
– Não qualifico como crise. Não existe retaliação. Há diálogo ainda. Caracterizo crise quando não existe mais uma mínima conversa. Em mais de uma década nunca tive problemas com a instituição Grêmio.
Novelletto se mexe na confortável cadeira giratória. Enumera os presidentes tricolores que acompanharam as suas gestões:
– Flávio Obino, Paulo Odone, Duda Kroeff, meu amigo, meu irmão, Fábio Koff, a quem admiro muito, e agora o Romildo. Minha relação com a instituição está preservada. Posso ter atritos eventuais com dirigentes, mas sou um homem de diálogo. Um bom papo supera tudo. É preciso lembrar que eu não sou presidente da dupla Gre-Nal. A federação tem cerca de 120 clubes filiados, 60 na ativa, profissionais e amadores.
Colorado ele é, o que nunca nega. Uma paixão que, óbvio, não identifica como problema para liderar a federação. No centro da discussão está, como sempre, a grenalização que, às vezes, surge como um fantasma das novelas góticas de Edgar Allan Poe – assustador. A sensação do Grêmio é que a força está do lado vermelho. Novelletto sacode a cabeça:
– Meu vice, Luciano Hocsman, é conselheiro gremista. Ele passa horas todos os dias na federação. Eu não venho diariamente. As decisões não passam apenas pela cadeira da presidência. São divididas. Não há o que reclamar. Não sei do que reclamam.
– Gremistas acusam pressão sobre as arbitragens em momentos decisivos do Gauchão. Nas semifinais, tudo será tenso – eu falo.
– Pressão? O nosso quadro é o melhor do Brasil. Tem fila de presidentes, colegas meus, querendo que eles apitem decisões em outros Estados. Temos dois homens Fifa, e um deles foi escolhido o melhor do Brasil no ano passado. Será que eles são pressionados, e suas atuações são afetadas pelas críticas de dirigentes e torcedores? Não, são experientes. O que eles podem é errar.
– Você pode explicar?
– O futebol é feito de erros. O centroavante não perde gols? O goleiro não falha? Queriam pisar na bola na frente de milhares de pessoas? Não, claro que não. Ele segue. Está aceso.
– Sabe o que eu fiz para melhorar ainda mais a qualidade do espetáculo? Preservei o Anderson Daronco e o Leandro Vuaden para os dois jogos finais. Os dois melhores estarão no comando das decisões, nas partidas que valem a taça de 2016.
Queira ou não o presidente, longe da esquina das avenidas Ipiranga com Edvaldo Pereira Paiva, endereço do prédio que leva a assinatura do modernista Oscar Niemeyer, do outro lado da Capital, o Grêmio espera o momento certo para pedir, exigir por escrito, talvez, o trabalho de árbitros de outros Estados – claro, se chegar às finais.
– Não existe a mínima possibilidade. Imagina: tenho um time. Na hora do grande jogo, chamo um jogador estrangeiro para ser titular. O grupo não vai gostar. Enquanto eu estiver na FGF, jamais vou escalar atravessar a fronteira em busca de árbitros.
Novelletto deixa a espaçosa sala. Desce uma escada, um andar. Chega à cafeteria. O café é ótimo, um clássico cortado. A TV exibe um jogo do Barcelona. A tela é um ímã para quem curte futebol.
– O Gauchão está cada vez melhor. O problema é não termos padrão Fifa de uma Copa. Não vivemos na Europa. Precisamos seguir a nossa realidade. O que ninguém precisa é imaginar que a FGF protege alguém, um clube.
– E as pressões?
– Gauchão vive de polêmicas.
– E os árbitros?
– Deixa eles. São os melhores. O Brasil inteiro sabe.
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– Crise? Que crise?
Minha pergunta, a primeira durante uma longa conversa regada a chá de frutas – uma garrafa térmica serve copos descartáveis de papel – envolvia o relacionamento de Novelletto, número 1 da FGF há 11 anos e conselheiro do Inter, e Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio desde dezembro de 2014. Ele tira os olhos da câmera e me responde.
– Não qualifico como crise. Não existe retaliação. Há diálogo ainda. Caracterizo crise quando não existe mais uma mínima conversa. Em mais de uma década nunca tive problemas com a instituição Grêmio.
Novelletto se mexe na confortável cadeira giratória. Enumera os presidentes tricolores que acompanharam as suas gestões:
– Flávio Obino, Paulo Odone, Duda Kroeff, meu amigo, meu irmão, Fábio Koff, a quem admiro muito, e agora o Romildo. Minha relação com a instituição está preservada. Posso ter atritos eventuais com dirigentes, mas sou um homem de diálogo. Um bom papo supera tudo. É preciso lembrar que eu não sou presidente da dupla Gre-Nal. A federação tem cerca de 120 clubes filiados, 60 na ativa, profissionais e amadores.
Colorado ele é, o que nunca nega. Uma paixão que, óbvio, não identifica como problema para liderar a federação. No centro da discussão está, como sempre, a grenalização que, às vezes, surge como um fantasma das novelas góticas de Edgar Allan Poe – assustador. A sensação do Grêmio é que a força está do lado vermelho. Novelletto sacode a cabeça:
– Meu vice, Luciano Hocsman, é conselheiro gremista. Ele passa horas todos os dias na federação. Eu não venho diariamente. As decisões não passam apenas pela cadeira da presidência. São divididas. Não há o que reclamar. Não sei do que reclamam.
– Gremistas acusam pressão sobre as arbitragens em momentos decisivos do Gauchão. Nas semifinais, tudo será tenso – eu falo.
– Pressão? O nosso quadro é o melhor do Brasil. Tem fila de presidentes, colegas meus, querendo que eles apitem decisões em outros Estados. Temos dois homens Fifa, e um deles foi escolhido o melhor do Brasil no ano passado. Será que eles são pressionados, e suas atuações são afetadas pelas críticas de dirigentes e torcedores? Não, são experientes. O que eles podem é errar.
– Você pode explicar?
– O futebol é feito de erros. O centroavante não perde gols? O goleiro não falha? Queriam pisar na bola na frente de milhares de pessoas? Não, claro que não. Ele segue. Está aceso.
– Sabe o que eu fiz para melhorar ainda mais a qualidade do espetáculo? Preservei o Anderson Daronco e o Leandro Vuaden para os dois jogos finais. Os dois melhores estarão no comando das decisões, nas partidas que valem a taça de 2016.
Queira ou não o presidente, longe da esquina das avenidas Ipiranga com Edvaldo Pereira Paiva, endereço do prédio que leva a assinatura do modernista Oscar Niemeyer, do outro lado da Capital, o Grêmio espera o momento certo para pedir, exigir por escrito, talvez, o trabalho de árbitros de outros Estados – claro, se chegar às finais.
– Não existe a mínima possibilidade. Imagina: tenho um time. Na hora do grande jogo, chamo um jogador estrangeiro para ser titular. O grupo não vai gostar. Enquanto eu estiver na FGF, jamais vou escalar atravessar a fronteira em busca de árbitros.
Novelletto deixa a espaçosa sala. Desce uma escada, um andar. Chega à cafeteria. O café é ótimo, um clássico cortado. A TV exibe um jogo do Barcelona. A tela é um ímã para quem curte futebol.
– O Gauchão está cada vez melhor. O problema é não termos padrão Fifa de uma Copa. Não vivemos na Europa. Precisamos seguir a nossa realidade. O que ninguém precisa é imaginar que a FGF protege alguém, um clube.
– E as pressões?
– Gauchão vive de polêmicas.
– E os árbitros?
– Deixa eles. São os melhores. O Brasil inteiro sabe.
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