
Edinho é só sorrisos na volta ao Grêmio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O ano de 2015 ainda não reservou taças e conquistas para Edinho. Mas o volante já se considera um vencedor pelo que passou nos últimos tempos. O que o leva, inclusive, a marejar os olhos e se emocionar, em entrevista ao GloboEsporte.com, ao lembrar o afastamento de seis meses imposto por Felipão e conseguir a redenção justamente contra o clube pelo qual conquistara títulos relevantes, como o Mundial. Foi um dos que mais vibraram com o histórico 5 a 0 no Gre-Nal do último domingo, em que fora titular com a suspensão de Walace. Terminou o clássico em alta, dono de bela atuação.
- Falar do Gre-Nal, foi histórico para mim. Sem dúvida, foi o jogo mais importante da minha carreira. Trocaria tudo por este jogo, todos os títulos que tenho. Pela situação que vivi aqui, pelo que passei, pensei que nunca mais fosse jogar com a camisa do Grêmio, ou talvez até em um grande clube. A situação ficou difícil que o Felipão me colocou. Não lembro de ter feito nada para ele. Se estivesse treinando ou jogando mal, poderia falar. Mas não deu argumento, me tirou para um canto. O que o Felipão fez comigo foi triste. Não precisava. Poderia falar: “procura um clube”. Imagina, a grandeza do Felipão. É um direito dele. Mas a situação que se gerou foi muito pesada. Não tenho raiva nem rancor, tenho que curtir o momento feliz. Com a minha filha, que me abraçava e me beijava depois do jogo, gritava Grêmio. É um momento mágico - afirmou, em conversa no CT Luiz Carvalho, na quarta-feira.
Sem entender a decisão de Felipão, agradece ao chamado de Roger. Lembrou uma mensagem do auxiliar de campo gremista Antônio Carlos Machado, apelidado de Jaspion, com apoio para o jogo e que a rotina de entrevistas começaria na segunda-feira. Errou apenas o dia. Sempre alegre, Edinho passou um semestre flertando com a depressão.
A pouca felicidade que conseguia ter encontrou com a família, os amigos pescadores e o amigo Kleber, que rompeu o seu vínculo com o Grêmio em acordo e hoje se recupera de lesão no Coritiba. No litoral do Rio Grande do Sul, na plataforma de Atlântida, balneário gaúcho, esperava ansiosamente que sua linha tivesse um puxão, como também ansiava pelo puxão que o recolocaria no vestiário gremista. Uma ligação do superintendente de futebol Antônio Carlos Verardi mudou tudo.
- Quando o seu Verardi ligou, pensei que era uma luz no fim do túnel. Depois que eu saí da reunião, estava tremendo. Que coisa boa, só dependeria de mim - lembrou Edinho.
No Gre-Nal, quando a partida estava 0 a 0, Edinho voou em carrinho para salvar o Tricolor. Até hoje lembra a sensação estranha de, por alguns momentos, não saber se viraria vilão. Conseguiu colocar a bola pela linha de fundo. Ao final do jogo, o resultado histórico de 5 a 0, que seria trocado por todos os títulos que o volante acumula na carreira.
> Confira a entrevista:
GloboEsporte.com: Como está se sentindo, jogando regularmente, sendo titular?
Edinho: Brinco que estou me sentindo um garoto de 18 anos que teve a primeira oportunidade no profissional. O momento anterior foi muito difícil, de treinar afastado, de treinar muito pouco, essa é a grande verdade. Esse é um momento mágico. Tenho curtido cada treino, cada jogo, cada concentração, que reclamava um pouquinho. Agora tem sido momentos de felicidade.
E com esse clima pós Gre-Nal, com o resultado histórico?
Falar do Gre-Nal, foi histórico para mim. Sem dúvida, foi o jogo mais importante da minha carreira. Trocaria tudo por este jogo, todos os títulos que tenho. Pela situação que vivi aqui, pelo que passei, pensei que nunca mais fosse jogar com a camisa do Grêmio, ou talvez até em um grande clube. A situação ficou difícil que o Felipão me colocou. Não lembro de ter feito nada para ele. Se estivesse treinando ou jogando mal, poderia falar. Mas não deu argumento, me tirou para um canto. Não tenho raiva nem rancor, tenho que curtir o momento feliz. Com a minha filha, que me abraçava e me beijava depois do jogo, gritava Grêmio. É um momento mágico.
Você temeu que pudesse ter acabado o futebol para você?
Acabado, não. Mas que teria que dar uns três ou quatro passos para trás para tentar voltar a um time grande. Escutei muito minha mãe e meu pai para ter paciência. Que eu era vitorioso e que as coisas iam mudar. Não adiantava chutar o balde e falar uma porção besteira. Um cara que é fantástico é o Kleber, tenho que falar o nome dele. Hoje é aniversário dele, inclusive, queria mandar um abraço. Nos momentos difíceis, vinha cabisbaixo, e ele me dava força "vamos lá, você é um baita vitorioso, foca, a gente tem que estar bem, que vai vir a oportunidade". Vou carregar para o resto da minha vida. É um grande amigo meu que esteve do meu lado nos momentos difíceis.
O Kleber, então, foi um incentivador?
Ajudou muito, a esposa conversava bastante com a gente também. Para que a gente não ficasse desmotivado. Eu ajuda, ele me ajudava. Tinha dias que ele vinha cabisbaixo. É um cara fantástico, tomara que seja muito feliz.

Edinho ao lado de Jaspion, auxiliar de campo Grêmio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O Edinho sempre foi alto astral. Como você se manteve neste período afastado?
Vinha treinar, sempre alegre, brincando. Tinham mais 10 garotos, não podia passar isso. Eu, 32 anos, teoricamente estar mal, chegar cabisbaixo, não seria uma resposta boa para os garotos. O Kleber sabia como eu estava mal. Sempre fui um cara alegre, divertido. Continuo sendo, mas uma coisa que levo para o resto da vida, os momentos de treinar, concentrar, estar jogando, estou vivendo muito isso. Realmente, faz muito falta. Fez muito falta. Tomara Deus que possa prolongar mais no futebol para ter mais estes momentos.
Todo mundo sabe que você é querido pelo elenco. Esta união também é importante para conseguir resultados como o 5 a 0.
Sem dúvidas. A rapaziada é muito gente boa, cara. Já trabalhei em grupos bons, em grupos mais ou menos, mas igual este aqui... É fantástico. Todo mundo se dá super bem, brinca muito, se ajuda bastante. Me lembro que, no início da minha carreira, tinha que sentar no vestiário e esperar o cara vir me cumprimentar. Ficava naquela expectativa: "será que ele vai me cumprimentar hoje?" Ele passava reto e tu ficava: "p... que pariu nem bom dia ele me deu". Aqui não, todo mundo chega brincando e sacaneando, é uma marca deste grupo.
A gente sabe que você usou a pescaria como terapia. Como você conheceu o pessoal?
Tinha um grande amigo do Pará, que era o Leo. Mora em Canoas. Falou uma vez, “vamos fazer uma coisa diferente, vamos passar um dia, um fim de semana”. Até porque a gente treinava de segunda a sexta. Um belo dia fui para lá. Os amigos dele gostam de pescar. Fomos pescar, eles jogavam a linha a primeira vez para mim. Comecei a pegar uns peixinhos e a gostar. Voltei para Porto Alegre e fui à loja de acessórios de pesca, falei que queria ter minhas coisas, comprar meu material, minha vara, minha carretilha, minha mala, meus anzóis. Comecei a me identificar. Às vezes, treinava um período, pela manhã, chegava meio-dia e ia para a praia. Ficava até a meia-noite pescando, fritava uns peixinhos, e eu vinha embora. Quando não tinha treino, saía daqui 4h30, 5h da manhã, e a gente ia para beira da praia. Era minha rotina. São pessoas simples, mas que vou carregar para o resto da minha vida. Nesses momentos difíceis, estiveram do meu lado. Eu sou alegre, mas às vezes ficava triste, e eles me colocavam para cima, dando risada. No interior, o povo te acolhe diferente. No restaurante, o pessoal falava: "Pô, Edinho tem que dar a volta por cima, sacanagem o que o Felipão está fazendo contigo". O torcedor colorado, também. Todo mundo na rua: "por mais que tenha mudado de clube, virou a casaca, tu é um cara do bem". Foram momentos legais que fui tirando forças para sair desta situação.
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Edinho lidera festa do Grêmio após o Gre-Nal histórico de domingo (Foto: Diego Guichard)
Continua pescando?
Semana passada, fomos pescar. Me chamaram ontem, mas estava muito cansado e não fui. Ficam me mandando foto no Whatsapp, e o cara fica se coçando para ir. Vou sempre. Agora na próxima folga, não olhei a programação, mas estou querendo ir para lá de novo.
Comprou tudo do bom e do melhor?
Falei que ia comprar a melhor, uma carretilha boa. Se for jogar a carretilha, tem que ter uma manha, se não dá flash, a linha embola. Comprei uma boa, que evita os nós. Meus acessórios são de primeira. Gastei um dinheirinho, mas o acessório era de primeira (risos).
E a importância do Roger, pessoal, para você?
O Roger… Quando o seu Verardi (Antônio Carlos Verardi, superintendente) me deu o recado, falou que o Roger queria falar comigo, para eu chegar antes do treino uma hora, que ele queria conversar. Falei com ele, ele disse que queria entender a situação. Falei que nem eu sabia. Ele falou que já tinha passado por isso, de treinar afastado, e disse: “será que tudo o que você fez foi para o espaço, deu tudo errado? Quero te dar essa oportunidade de voltar ao grupo. Não sei se tu vais jogar, concentrar, vai depender de ti, mas queria saber se tu estás afim”. Falei que, na situação que eu estava, não tinha condição de cobrar nada, nunca cobrei nada, não seria nesse momento. “Estou feliz e farei meu melhor. Se vai me usar, é contigo”. "Vou te reintegrar". É um cara fantástico, toda hora te dá apoio. É estudioso. Entende muito da coisa. Tem um cuidado grande de como vai passar as coisas. Sabemos que jogador é uma raça difícil de lidar, é meio complicado para entender algumas coisas. Mas por ter vivido e ser grande jogador, vitorioso, sabe passar para a gente. Falei que não adianta ser treinador bom, mas só deixar 11 motivados. Porque vai machucar. O Roger tem isso, ele deixa os 30 bonecos motivados, loucos. Você pode ver o treinamento. É intenso. É uma grande virtude dele, não só dele, do Rogerinho (Rogério Dias, preparador físico) também, que o time está voando em campo. Tem muito mérito. São pessoas que acrescentam. O próprio Rogerião (preparador de goleiros), que batalhou que eu voltasse. Poderia falar de tanta gente aqui cara, o próprio Jaspion, auxiliar de campo. Mandou mensagem antes do jogo: “irmão, nós vamos ganhar o Gre-Nal, tu vais ser o melhor jogador em campo. Segunda-feira vai estar todo mundo te entrevistando”. Ele errou que foi na terça. Foi verdade. São pessoas que todo mundo está conspirando para coisas boas.
Surpreendeu a você o pedido do Roger de volta e quando lhe comunicaram que você estaria fora, no ano passado?
Me pegaram. O primeiro, muito. Acabou o último jogo. Não fui relacionado. Falaram para ir para as férias, que ia receber alguma ligação. Treinei nas férias, ninguém falou comigo, achei que estava nos planos. Ia voltar ao grupo e ver o que ia acontecer. Cheguei em uma segunda, recebi a ligação que não era para me apresentar na terça, só na quinta. Falaram: “Felipão não quer mais você”. Não esperava. Felipão, fazer o que, não tem argumentos. Defendo o Rui Coisa, que foi muito honesto comigo. Disse que nunca dei trabalho, foi importante no meu retorno. O presidente foi muito legal. Mas o Felipão, o que fez comigo, meu Deus do céu. Foi triste. Não precisava disso. Ou falava antes. Poderia falar: “procura um clube”. Imagina, a grandeza do Felipão, poderia falar. É um direito dele. Mas a situação que se gerou foi muito pesada. Não tenho raiva, passou. Tenho que aproveitar um momento bom demais.
Quer ficar para o próximo ano?
Meu contrato acaba em dezembro e estou louco para ficar. Minha filha brincou: "não vamos nos mudar de novo, não, né, papai?". Minha filha é gaúcha, tem as primas delas aqui. Mas não depende só de mim.
E o chamado de volta ao elenco?
Pegou. Muitas pessoas entraram em contato com o Roger. Magrão, Tinga, caras especiais que me ajudaram e falaram também comigo.
E se comprometeram também com o Roger…
Quando o seu Verardi ligou, pensei que era uma luz no fim do túnel. Depois que eu saí, estava tremendo. Que coisa boa, só dependeria de mim. Precisa de um tempo, mas foi um momento muito bom.
Queria que você contasse como foi o lance dentro da área, com o Lisandro, no Gre-Nal.
A bola foi indo para a direita do campo do Inter. Senti um vulto dando um pique e falei: “vou chegar atrasado”. E abri a passada. Dei sorte que a bola ficou um pouquinho lenta e deu tempo de eu chegar. Mas foi super difícil. Peguei a bola de frente para o gol. Pensei: “o que vou fazer agora? Vou fazer o gol contra”. Tive que me jogar na bola, passou um filme. Pensei que iria virar o vilão. Mas fui feliz, consegui dar um toquinho para tirar, foi difícil. Depois fiquei branco, tirou um peso. Se faço aquele gol contra, nego me mata. Ela pegou por cima.
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O ano de 2015 ainda não reservou taças e conquistas para Edinho. Mas o volante já se considera um vencedor pelo que passou nos últimos tempos. O que o leva, inclusive, a marejar os olhos e se emocionar, em entrevista ao GloboEsporte.com, ao lembrar o afastamento de seis meses imposto por Felipão e conseguir a redenção justamente contra o clube pelo qual conquistara títulos relevantes, como o Mundial. Foi um dos que mais vibraram com o histórico 5 a 0 no Gre-Nal do último domingo, em que fora titular com a suspensão de Walace. Terminou o clássico em alta, dono de bela atuação.
- Falar do Gre-Nal, foi histórico para mim. Sem dúvida, foi o jogo mais importante da minha carreira. Trocaria tudo por este jogo, todos os títulos que tenho. Pela situação que vivi aqui, pelo que passei, pensei que nunca mais fosse jogar com a camisa do Grêmio, ou talvez até em um grande clube. A situação ficou difícil que o Felipão me colocou. Não lembro de ter feito nada para ele. Se estivesse treinando ou jogando mal, poderia falar. Mas não deu argumento, me tirou para um canto. O que o Felipão fez comigo foi triste. Não precisava. Poderia falar: “procura um clube”. Imagina, a grandeza do Felipão. É um direito dele. Mas a situação que se gerou foi muito pesada. Não tenho raiva nem rancor, tenho que curtir o momento feliz. Com a minha filha, que me abraçava e me beijava depois do jogo, gritava Grêmio. É um momento mágico - afirmou, em conversa no CT Luiz Carvalho, na quarta-feira.
Sem entender a decisão de Felipão, agradece ao chamado de Roger. Lembrou uma mensagem do auxiliar de campo gremista Antônio Carlos Machado, apelidado de Jaspion, com apoio para o jogo e que a rotina de entrevistas começaria na segunda-feira. Errou apenas o dia. Sempre alegre, Edinho passou um semestre flertando com a depressão.
A pouca felicidade que conseguia ter encontrou com a família, os amigos pescadores e o amigo Kleber, que rompeu o seu vínculo com o Grêmio em acordo e hoje se recupera de lesão no Coritiba. No litoral do Rio Grande do Sul, na plataforma de Atlântida, balneário gaúcho, esperava ansiosamente que sua linha tivesse um puxão, como também ansiava pelo puxão que o recolocaria no vestiário gremista. Uma ligação do superintendente de futebol Antônio Carlos Verardi mudou tudo.
- Quando o seu Verardi ligou, pensei que era uma luz no fim do túnel. Depois que eu saí da reunião, estava tremendo. Que coisa boa, só dependeria de mim - lembrou Edinho.
No Gre-Nal, quando a partida estava 0 a 0, Edinho voou em carrinho para salvar o Tricolor. Até hoje lembra a sensação estranha de, por alguns momentos, não saber se viraria vilão. Conseguiu colocar a bola pela linha de fundo. Ao final do jogo, o resultado histórico de 5 a 0, que seria trocado por todos os títulos que o volante acumula na carreira.
> Confira a entrevista:
GloboEsporte.com: Como está se sentindo, jogando regularmente, sendo titular?
Edinho: Brinco que estou me sentindo um garoto de 18 anos que teve a primeira oportunidade no profissional. O momento anterior foi muito difícil, de treinar afastado, de treinar muito pouco, essa é a grande verdade. Esse é um momento mágico. Tenho curtido cada treino, cada jogo, cada concentração, que reclamava um pouquinho. Agora tem sido momentos de felicidade.
E com esse clima pós Gre-Nal, com o resultado histórico?
Falar do Gre-Nal, foi histórico para mim. Sem dúvida, foi o jogo mais importante da minha carreira. Trocaria tudo por este jogo, todos os títulos que tenho. Pela situação que vivi aqui, pelo que passei, pensei que nunca mais fosse jogar com a camisa do Grêmio, ou talvez até em um grande clube. A situação ficou difícil que o Felipão me colocou. Não lembro de ter feito nada para ele. Se estivesse treinando ou jogando mal, poderia falar. Mas não deu argumento, me tirou para um canto. Não tenho raiva nem rancor, tenho que curtir o momento feliz. Com a minha filha, que me abraçava e me beijava depois do jogo, gritava Grêmio. É um momento mágico.
Você temeu que pudesse ter acabado o futebol para você?
Acabado, não. Mas que teria que dar uns três ou quatro passos para trás para tentar voltar a um time grande. Escutei muito minha mãe e meu pai para ter paciência. Que eu era vitorioso e que as coisas iam mudar. Não adiantava chutar o balde e falar uma porção besteira. Um cara que é fantástico é o Kleber, tenho que falar o nome dele. Hoje é aniversário dele, inclusive, queria mandar um abraço. Nos momentos difíceis, vinha cabisbaixo, e ele me dava força "vamos lá, você é um baita vitorioso, foca, a gente tem que estar bem, que vai vir a oportunidade". Vou carregar para o resto da minha vida. É um grande amigo meu que esteve do meu lado nos momentos difíceis.
O Kleber, então, foi um incentivador?
Ajudou muito, a esposa conversava bastante com a gente também. Para que a gente não ficasse desmotivado. Eu ajuda, ele me ajudava. Tinha dias que ele vinha cabisbaixo. É um cara fantástico, tomara que seja muito feliz.

Edinho ao lado de Jaspion, auxiliar de campo Grêmio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O Edinho sempre foi alto astral. Como você se manteve neste período afastado?
Vinha treinar, sempre alegre, brincando. Tinham mais 10 garotos, não podia passar isso. Eu, 32 anos, teoricamente estar mal, chegar cabisbaixo, não seria uma resposta boa para os garotos. O Kleber sabia como eu estava mal. Sempre fui um cara alegre, divertido. Continuo sendo, mas uma coisa que levo para o resto da vida, os momentos de treinar, concentrar, estar jogando, estou vivendo muito isso. Realmente, faz muito falta. Fez muito falta. Tomara Deus que possa prolongar mais no futebol para ter mais estes momentos.
Todo mundo sabe que você é querido pelo elenco. Esta união também é importante para conseguir resultados como o 5 a 0.
Sem dúvidas. A rapaziada é muito gente boa, cara. Já trabalhei em grupos bons, em grupos mais ou menos, mas igual este aqui... É fantástico. Todo mundo se dá super bem, brinca muito, se ajuda bastante. Me lembro que, no início da minha carreira, tinha que sentar no vestiário e esperar o cara vir me cumprimentar. Ficava naquela expectativa: "será que ele vai me cumprimentar hoje?" Ele passava reto e tu ficava: "p... que pariu nem bom dia ele me deu". Aqui não, todo mundo chega brincando e sacaneando, é uma marca deste grupo.
A gente sabe que você usou a pescaria como terapia. Como você conheceu o pessoal?
Tinha um grande amigo do Pará, que era o Leo. Mora em Canoas. Falou uma vez, “vamos fazer uma coisa diferente, vamos passar um dia, um fim de semana”. Até porque a gente treinava de segunda a sexta. Um belo dia fui para lá. Os amigos dele gostam de pescar. Fomos pescar, eles jogavam a linha a primeira vez para mim. Comecei a pegar uns peixinhos e a gostar. Voltei para Porto Alegre e fui à loja de acessórios de pesca, falei que queria ter minhas coisas, comprar meu material, minha vara, minha carretilha, minha mala, meus anzóis. Comecei a me identificar. Às vezes, treinava um período, pela manhã, chegava meio-dia e ia para a praia. Ficava até a meia-noite pescando, fritava uns peixinhos, e eu vinha embora. Quando não tinha treino, saía daqui 4h30, 5h da manhã, e a gente ia para beira da praia. Era minha rotina. São pessoas simples, mas que vou carregar para o resto da minha vida. Nesses momentos difíceis, estiveram do meu lado. Eu sou alegre, mas às vezes ficava triste, e eles me colocavam para cima, dando risada. No interior, o povo te acolhe diferente. No restaurante, o pessoal falava: "Pô, Edinho tem que dar a volta por cima, sacanagem o que o Felipão está fazendo contigo". O torcedor colorado, também. Todo mundo na rua: "por mais que tenha mudado de clube, virou a casaca, tu é um cara do bem". Foram momentos legais que fui tirando forças para sair desta situação.
Edinho lidera festa do Grêmio após o Gre-Nal histórico de domingo (Foto: Diego Guichard)
Continua pescando?
Semana passada, fomos pescar. Me chamaram ontem, mas estava muito cansado e não fui. Ficam me mandando foto no Whatsapp, e o cara fica se coçando para ir. Vou sempre. Agora na próxima folga, não olhei a programação, mas estou querendo ir para lá de novo.
Comprou tudo do bom e do melhor?
Falei que ia comprar a melhor, uma carretilha boa. Se for jogar a carretilha, tem que ter uma manha, se não dá flash, a linha embola. Comprei uma boa, que evita os nós. Meus acessórios são de primeira. Gastei um dinheirinho, mas o acessório era de primeira (risos).
E a importância do Roger, pessoal, para você?
O Roger… Quando o seu Verardi (Antônio Carlos Verardi, superintendente) me deu o recado, falou que o Roger queria falar comigo, para eu chegar antes do treino uma hora, que ele queria conversar. Falei com ele, ele disse que queria entender a situação. Falei que nem eu sabia. Ele falou que já tinha passado por isso, de treinar afastado, e disse: “será que tudo o que você fez foi para o espaço, deu tudo errado? Quero te dar essa oportunidade de voltar ao grupo. Não sei se tu vais jogar, concentrar, vai depender de ti, mas queria saber se tu estás afim”. Falei que, na situação que eu estava, não tinha condição de cobrar nada, nunca cobrei nada, não seria nesse momento. “Estou feliz e farei meu melhor. Se vai me usar, é contigo”. "Vou te reintegrar". É um cara fantástico, toda hora te dá apoio. É estudioso. Entende muito da coisa. Tem um cuidado grande de como vai passar as coisas. Sabemos que jogador é uma raça difícil de lidar, é meio complicado para entender algumas coisas. Mas por ter vivido e ser grande jogador, vitorioso, sabe passar para a gente. Falei que não adianta ser treinador bom, mas só deixar 11 motivados. Porque vai machucar. O Roger tem isso, ele deixa os 30 bonecos motivados, loucos. Você pode ver o treinamento. É intenso. É uma grande virtude dele, não só dele, do Rogerinho (Rogério Dias, preparador físico) também, que o time está voando em campo. Tem muito mérito. São pessoas que acrescentam. O próprio Rogerião (preparador de goleiros), que batalhou que eu voltasse. Poderia falar de tanta gente aqui cara, o próprio Jaspion, auxiliar de campo. Mandou mensagem antes do jogo: “irmão, nós vamos ganhar o Gre-Nal, tu vais ser o melhor jogador em campo. Segunda-feira vai estar todo mundo te entrevistando”. Ele errou que foi na terça. Foi verdade. São pessoas que todo mundo está conspirando para coisas boas.
Surpreendeu a você o pedido do Roger de volta e quando lhe comunicaram que você estaria fora, no ano passado?
Me pegaram. O primeiro, muito. Acabou o último jogo. Não fui relacionado. Falaram para ir para as férias, que ia receber alguma ligação. Treinei nas férias, ninguém falou comigo, achei que estava nos planos. Ia voltar ao grupo e ver o que ia acontecer. Cheguei em uma segunda, recebi a ligação que não era para me apresentar na terça, só na quinta. Falaram: “Felipão não quer mais você”. Não esperava. Felipão, fazer o que, não tem argumentos. Defendo o Rui Coisa, que foi muito honesto comigo. Disse que nunca dei trabalho, foi importante no meu retorno. O presidente foi muito legal. Mas o Felipão, o que fez comigo, meu Deus do céu. Foi triste. Não precisava disso. Ou falava antes. Poderia falar: “procura um clube”. Imagina, a grandeza do Felipão, poderia falar. É um direito dele. Mas a situação que se gerou foi muito pesada. Não tenho raiva, passou. Tenho que aproveitar um momento bom demais.
Quer ficar para o próximo ano?
Meu contrato acaba em dezembro e estou louco para ficar. Minha filha brincou: "não vamos nos mudar de novo, não, né, papai?". Minha filha é gaúcha, tem as primas delas aqui. Mas não depende só de mim.
E o chamado de volta ao elenco?
Pegou. Muitas pessoas entraram em contato com o Roger. Magrão, Tinga, caras especiais que me ajudaram e falaram também comigo.
E se comprometeram também com o Roger…
Quando o seu Verardi ligou, pensei que era uma luz no fim do túnel. Depois que eu saí, estava tremendo. Que coisa boa, só dependeria de mim. Precisa de um tempo, mas foi um momento muito bom.
Queria que você contasse como foi o lance dentro da área, com o Lisandro, no Gre-Nal.
A bola foi indo para a direita do campo do Inter. Senti um vulto dando um pique e falei: “vou chegar atrasado”. E abri a passada. Dei sorte que a bola ficou um pouquinho lenta e deu tempo de eu chegar. Mas foi super difícil. Peguei a bola de frente para o gol. Pensei: “o que vou fazer agora? Vou fazer o gol contra”. Tive que me jogar na bola, passou um filme. Pensei que iria virar o vilão. Mas fui feliz, consegui dar um toquinho para tirar, foi difícil. Depois fiquei branco, tirou um peso. Se faço aquele gol contra, nego me mata. Ela pegou por cima.

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EDIMOOOOOOOOOOIS !!!!
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