
Tenho o privilégio de lembrar exatamente do dia em que decidi ser gremista. Como meu pai torcia para o Palmeiras, mas minha família gaúcha exilada em São Paulo influenciava a terceira geração que ia nascendo, eu e meus primos nos distribuíamos entre Grêmio e Internacional. Era um tanto aleatório, sem muita pressão. Em 1977, quando assistia ao Fantástico, vi aquele gol do André Catimba e decidi ali: quero isso para mim! Aquele voo do Catimba nunca me saiu da cabeça, e o Grêmio me acompanha desde então com um certo exagero.
Meu filho Gianluca não teve tanta liberdade. Saiu da maternidade com a camisa do Grêmio e foi trabalhado para manter a tradição. No bom sentido, antes que me condenem pelo fanatismo. Levei a todos os jogos que pude, expliquei a História, mostrei jogos do Renato e as glórias de 1983. Vimos juntos o DVD da Batalha dos Aflitos muito mais de uma vez. Era o que eu tinha à mão para alimentar a ligação apaixonada pelo clube. Aos 15 anos, ele ainda não pôde viver o que vivi na minha adolescência e juventude. Meu papel como pai tem sido dizer: espera.
Ele tem esperado. Neste domingo de verão em pleno inverno, ele aceitou imediatamente meu convite para assistir ao Gre-Nal da Arena no Dia dos Pais. Há 13 anos, ele mora em Santa Catarina. Eu e ele sabemos o que tivemos de fazer para nos sentirmos próximos apesar destes 300 quilômetros, percorridos tantas vezes. Ele chegou no sábado pela manhã com um discurso confiante, até ingênuo para quem assistiu à não mais do que uma dezena de partidas até hoje:
— Nunca vi o Grêmio perder.
E não viu. À medida que o jogo transcorria, comentávamos a certeza do que estava para acontecer. Víamos o escore predestinado se desenhar a cada jogada. A diferença se materializava na multiplicação dos movimentos ofensivos do tricolor, tão nítida que o menino de 15 anos sentado ao meu lado antecipava, dizia, sonhava com um placar para a História. Nos abraçamos e pulamos, alentamos juntos, ele repetindo meus gestos até o quarto gol. Fiquei com a sensação de que copiava minhas atitudes como se dissesse: "Pai, olha como sou gremista como tu!".
Do que é feito o amor entre pai e filho? De inúmeras substâncias, inclusive desta que se forma e sedimenta ao sabor do futebol. Éramos uma dupla, entre tantas naquelas cadeiras. Nossa sintonia na tarde-noite só se quebrou no quinto gol. Quando a bola entrou, espirrada, abracei-o eufórica mas brevemente. Sentei. Perdi o controle e chorei, escondido dele. Olhava a Arena ensandecida, o brilho do time, a vertigem momentânea de um clube machucado. Sentia a vibração genuína do meu menino, mas não quis expor minha fragilidade. Foi inevitável lembrar de 1997 e do 2 a 5 com um sentimento leve de vingança (eu estava no Olímpico naquela tarde!).
Não ganhamos nada no dia 9 de agosto de 2015. Cravamos um fato na História. Recuperamos uma parte do orgulho maltratado. Onde vamos chegar? Não sei. Nem quero saber agora. Sei onde cheguei: se meu filho não pode dizer que decidiu livremente ser gremista, porque o pai não lhe deu alternativa, agora ele pelo menos ganhou uma data para dizer de onde veio sua certeza. Tudo tão perfeito que recorro a um adversário para resumir meu sentimento: por favor, não me acordem.
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Meu filho Gianluca não teve tanta liberdade. Saiu da maternidade com a camisa do Grêmio e foi trabalhado para manter a tradição. No bom sentido, antes que me condenem pelo fanatismo. Levei a todos os jogos que pude, expliquei a História, mostrei jogos do Renato e as glórias de 1983. Vimos juntos o DVD da Batalha dos Aflitos muito mais de uma vez. Era o que eu tinha à mão para alimentar a ligação apaixonada pelo clube. Aos 15 anos, ele ainda não pôde viver o que vivi na minha adolescência e juventude. Meu papel como pai tem sido dizer: espera.
Ele tem esperado. Neste domingo de verão em pleno inverno, ele aceitou imediatamente meu convite para assistir ao Gre-Nal da Arena no Dia dos Pais. Há 13 anos, ele mora em Santa Catarina. Eu e ele sabemos o que tivemos de fazer para nos sentirmos próximos apesar destes 300 quilômetros, percorridos tantas vezes. Ele chegou no sábado pela manhã com um discurso confiante, até ingênuo para quem assistiu à não mais do que uma dezena de partidas até hoje:
— Nunca vi o Grêmio perder.
E não viu. À medida que o jogo transcorria, comentávamos a certeza do que estava para acontecer. Víamos o escore predestinado se desenhar a cada jogada. A diferença se materializava na multiplicação dos movimentos ofensivos do tricolor, tão nítida que o menino de 15 anos sentado ao meu lado antecipava, dizia, sonhava com um placar para a História. Nos abraçamos e pulamos, alentamos juntos, ele repetindo meus gestos até o quarto gol. Fiquei com a sensação de que copiava minhas atitudes como se dissesse: "Pai, olha como sou gremista como tu!".
Do que é feito o amor entre pai e filho? De inúmeras substâncias, inclusive desta que se forma e sedimenta ao sabor do futebol. Éramos uma dupla, entre tantas naquelas cadeiras. Nossa sintonia na tarde-noite só se quebrou no quinto gol. Quando a bola entrou, espirrada, abracei-o eufórica mas brevemente. Sentei. Perdi o controle e chorei, escondido dele. Olhava a Arena ensandecida, o brilho do time, a vertigem momentânea de um clube machucado. Sentia a vibração genuína do meu menino, mas não quis expor minha fragilidade. Foi inevitável lembrar de 1997 e do 2 a 5 com um sentimento leve de vingança (eu estava no Olímpico naquela tarde!).
Não ganhamos nada no dia 9 de agosto de 2015. Cravamos um fato na História. Recuperamos uma parte do orgulho maltratado. Onde vamos chegar? Não sei. Nem quero saber agora. Sei onde cheguei: se meu filho não pode dizer que decidiu livremente ser gremista, porque o pai não lhe deu alternativa, agora ele pelo menos ganhou uma data para dizer de onde veio sua certeza. Tudo tão perfeito que recorro a um adversário para resumir meu sentimento: por favor, não me acordem.
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