Ecos do Gauchão: Grêmio afirma zaga e Giuliano, mas reforços decepcionam

Luan, Giuliano e Rhodolfo foram bem tecnicamente no Gauchão (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)

Obsessão para o primeiro semestre, o Gauchão não acabou da maneira que o Grêmio gostaria. Mas deixou, ainda assim, lições para o restante da temporada do Tricolor, que disputará o Brasileirão e a Copa do Brasil.

Houve exemplos de situações positivas para 2015, como um jovem de 16 anos marcando seu primeiro gol como profissional e o renascimento de Yuri Mamute, que aos 19 anos, conseguiu se aproximar do papel que tinha nas categorias de base. E também algumas apostas que não deram o resultado esperado. Os reforços, por exemplo, deixaram a desejar.

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DEU CERTO

O RETORNO DO MAMUTE

Com 19 anos e desde os 16 anos no profissional, o jovem estava no ostracismo. Emprestado ao Botafogo no ano passado, retornou e ganhou status de reforço para Felipão. Logo que estava legalmente apto a jogar, foi colocado em campo por Felipão, no Gre-Nal do dia 1º de março, no Beira-Rio.

Desde então, o atacante virou peça ofensiva de destaque no elenco gremista. Até por conta das parcas opções de Felipão. Mas, entrando no decorrer dos jogos, acabou ajudando em vitórias, como por exemplo sobre o Campinense, pela Copa do Brasil. Marcou um gol, contra o Caxias, na Arena. Uma lesão na semifinal atrapalhou seu rendimento nas decisões.

GIULIANO SEM DORES

A temporada de 2014 praticamente inexistiu para o meia Giuliano no Grêmio. Contratado em junho, o jogador pouco rendeu por conta de dores no púbis. Precisou se submeter a uma cirurgia, no início de dezembro, para sanar o problema. Passou em recuperação a pré-temporada e voltou a jogar no final de fevereiro.

Demorou, mas rapidamente ele mostrou futebol. Definiu jogos com passes, como para Braian Rodríguez, na vitória sobre o Cruzeiro-RS, e com gols - foram cinco no total no Gauchão. Se tornou facilmente a maior referência técnica do time e também uma das lideranças do elenco, que sofreu diversas mudanças e saídas de nomes importantes, como Barcos, Riveros, Zé Roberto e Pará, entre outros.

DEFESA E GEROMEL FIRMES

Se há uma certeza no Grêmio de Felipão, é a qualidade defensiva. Rhodolfo e Pedro Geromel formaram a melhor defesa do Brasileirão do ano passado, feito repetido no Gauchão de 2015. A única dúvida era como retornaria Geromel, que passou por cirurgia no ombro direito no final de 2014 e, assim como Giuliano, perdeu a pré-temporada. Parece que o defensor retornou melhor.

Rhodolfo e Marcelo Grohe, principalmente, não deixaram por menos. O primeiro passou a ostentar a faixa de capitão após a saída de Barcos para a China. O segundo foi convocado para a Seleção e disputará a Copa América com o Brasil. O equatoriano Erazo, apesar da desconfiança inicial, também acabou agradando nos momentos que foi chamado, antes de Geromel retornar de lesão.

LINCOLN PROMETE

O meia de 16 anos, que já encantara Felipão com 15, em 2014, teve suas primeiras chances com a camisa gremista. Chamou a atenção logo de cara na pré-temporada. Na primeira partida do ano, contra o União Frederiquense, na Arena, entrou como titular, já que Douglas estava fora, sem condições legais de atuar. Mostrou qualidade no pé esquerdo e foi constantemente utilizado por Felipão. Marcou, inclusive, um gol, mas na Copa do Brasil.


Lincoln foi bem quando chamado por Felipão (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)

DEU ERRADO

GRUPO CARENTE

Faltaram opções para Felipão durante o Gauchão. Scolari não tinha como fazer grandes mudanças no time titular, já que contou em poucas rodadas com um elenco mais numeroso. Já com a competição em andamento, precisou buscar reforços, como o volante Maicon, o meia Cristian Rodríguez, que pouco jogou, e o centroavante Braian Rodríguez.

Com as 14 saídas depois da temporada passada, as opções contratadas se mostraram diminutas. Antes do trio, o Grêmio ainda buscou o zagueiro Erazo, o zagueiro e volante Marcelo Oliveira, o meia Douglas e o lateral-direito Galhardo. Do total de sete reforços, é difícil definir se algum está aprovado 100%. Braian, Cebolla e Galhardo, todavia, devem bastante.

BASE NÃO RESOLVEU

A política gremista desde a posse do presidente Romildo Bolzan Júnior era de ter os jovens como opções importantes no elenco. Mas, durante o Gauchão, foi visto que, quando os jogadores menos experimentados estiveram em campo, os resultados foram piores. A partir do uso de um time mais cascudo, o Tricolor melhorou.

O que deixa claro que os garotos são uma válvula de escape pontual, mas que ainda não podem carregar sozinhos o peso de vestir a camisa gremista e serem soluções dos problemas de Felipão.


Destaque da pré-temporada, jovem volante Araújo mal jogou no Gauchão (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

CENTROAVANTE SEM GOLS

Braian foi contratado para ser o substituto de Barcos, mas não emplacou. Com apenas um gol no Gauchão, tem menos gols que o Pirata, que jogou só uma vez, contra 12 do uruguaio. A confiança de Felipão está inabalável com o gringo. Mas a diretoria já vasculha o mercado e busca um nome para o setor ofensivo.

O uruguaio atuou em 12 partidas, mas muitas vezes foi sacado pelo técnico Felipão no intervalo. Nas primeiras partidas, marcou gol, sofreu dois pênaltis, desperdiçados pelos companheiros Douglas e Luan, e ainda anotou gols que acabaram anulado. Mas sucumbiu logo em seguida.

DECEPÇÃO CEBOLLA

A passagem de Cristian Rodríguez pelo Grêmio, pelo menos nesta primeira parte, é decepcionante. O uruguaio tem 84 minutos jogados com a camisa gremista, em duas partidas no Gauchão, uma punição de quatro jogos em competições nacionais e duas lesões musculares.

A própria diretoria gremista admite a frustração com o camisa 7, que chegou para ser o grande nome principalmente nas fases decisivas do Estadual, o que não ocorreu. A diretoria gremista trabalha para mantê-lo por mais seis meses pelo menos.

Cristian Rodríguez se tornou problema no Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

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