
Baiano e Sarará em frente a Arena do Grêmio
Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Eles moram a metros da Arena, mas não têm a menor chance de assistir ao primeiro clássico decisivo do Gauchão ao vivo, dentro do estádio. O ingresso é caro demais para eles. Tão caro que o guardador de carros Rogério Thomé da Silva, 59 anos, mais conhecido na Vila Farrapos pelo apelido — Sarará —, nunca sequer entrou na Arena, ainda que seja o mais gremista do pedaço, conforme sua própria definição.
Não é diferente com o aposentado e ex-camelô, o popular Baiano. Ou Antônio Rodrigues da Silva, 65, nascido em Salvador mas colorado o suficiente para andar de bicicleta fardado pela vizinhança. Ele nem cogita ir ao Gre-Nal do novo Beira-Rio, no outro domingo. O que não os impedirá de torcer juntos, lado a lado, da mesma maneira que os vips no espaço destinado à torcida mista. Sarará e Baiano se encontrarão no Bar do João, onde o dono libera o seu monitor de TV para o pessoal curtir o clássico entre os seis cachorros vira-latas adotados por ele.
— Nunca deu briga aqui — diz João Batista André, há 20 anos com o ponto na Vila Farrapos.
— Se Deus quiser ainda vou conseguir entrar lá — suspira Rogério, o Sarará, apontando para o imenso letreiro onde está escrito: Arena do Grêmio.
Sarará se sustenta trabalhando duro, fazendo bicos nos mercados da região. Seu contar sua carrocinha de pipoca.
— Põe aí que sou microempresário! — diverte-se o gremista Sarará.
Baiano, o colorado que veio de Salvador há 35 anos e se apaixonou por uma gaúcha, emenda que também é microempresário, rindo que dá gosto. Muito justo: ele tem um ponto alugado no camelódromo. Está aposentado, mas não descarta bicos de serviços gerais nas horas vagas. A torcida mista está dentro de casa. Dos três filhos, dois são gremistas.
— Não entendo estes caras brigando por ser colorado ou gremista. Não entendo. A gente pega no pé, até discute, mas fica nisso. Qual é a graça de amigos como a gente brigar por tão pouco? — ensina Baiano.
Os dois sonham com um espaço, tanto na Arena quanto no Beira-Rio, que se encaixem em sua renda mensal para, quem sabe, assistirem a um joguinho por mês. Não precisa dois, eles dizem. Um só por mês e as lágrimas escorrerão pelo rosto de cada um. Dá para perceber no sorriso da lembrança.
— Lembra da coréia, do Beira-Rio? — pergunta o gremista. — Era bom!
— Claro que lembro! Eu trabalhava de cambista e depois ia para lá — devolve o colorado.
É bom a gente saber que a torcida mista em Gre-Nal sempre existiu entre os mais pobres, e não só em áreas vips. E sem brigas, como nos ensina a turma da Vila Farrapos. Pena que os dirigentes e administradores das novas arenas padrão Fifa não pareçam muito preocupados na inclusão dos Sararás e dos Baianos. Que são maioria por aí, não esqueçamos disso.
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Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Eles moram a metros da Arena, mas não têm a menor chance de assistir ao primeiro clássico decisivo do Gauchão ao vivo, dentro do estádio. O ingresso é caro demais para eles. Tão caro que o guardador de carros Rogério Thomé da Silva, 59 anos, mais conhecido na Vila Farrapos pelo apelido — Sarará —, nunca sequer entrou na Arena, ainda que seja o mais gremista do pedaço, conforme sua própria definição.
Não é diferente com o aposentado e ex-camelô, o popular Baiano. Ou Antônio Rodrigues da Silva, 65, nascido em Salvador mas colorado o suficiente para andar de bicicleta fardado pela vizinhança. Ele nem cogita ir ao Gre-Nal do novo Beira-Rio, no outro domingo. O que não os impedirá de torcer juntos, lado a lado, da mesma maneira que os vips no espaço destinado à torcida mista. Sarará e Baiano se encontrarão no Bar do João, onde o dono libera o seu monitor de TV para o pessoal curtir o clássico entre os seis cachorros vira-latas adotados por ele.
— Nunca deu briga aqui — diz João Batista André, há 20 anos com o ponto na Vila Farrapos.
— Se Deus quiser ainda vou conseguir entrar lá — suspira Rogério, o Sarará, apontando para o imenso letreiro onde está escrito: Arena do Grêmio.
Sarará se sustenta trabalhando duro, fazendo bicos nos mercados da região. Seu contar sua carrocinha de pipoca.
— Põe aí que sou microempresário! — diverte-se o gremista Sarará.
Baiano, o colorado que veio de Salvador há 35 anos e se apaixonou por uma gaúcha, emenda que também é microempresário, rindo que dá gosto. Muito justo: ele tem um ponto alugado no camelódromo. Está aposentado, mas não descarta bicos de serviços gerais nas horas vagas. A torcida mista está dentro de casa. Dos três filhos, dois são gremistas.
— Não entendo estes caras brigando por ser colorado ou gremista. Não entendo. A gente pega no pé, até discute, mas fica nisso. Qual é a graça de amigos como a gente brigar por tão pouco? — ensina Baiano.
Os dois sonham com um espaço, tanto na Arena quanto no Beira-Rio, que se encaixem em sua renda mensal para, quem sabe, assistirem a um joguinho por mês. Não precisa dois, eles dizem. Um só por mês e as lágrimas escorrerão pelo rosto de cada um. Dá para perceber no sorriso da lembrança.
— Lembra da coréia, do Beira-Rio? — pergunta o gremista. — Era bom!
— Claro que lembro! Eu trabalhava de cambista e depois ia para lá — devolve o colorado.
É bom a gente saber que a torcida mista em Gre-Nal sempre existiu entre os mais pobres, e não só em áreas vips. E sem brigas, como nos ensina a turma da Vila Farrapos. Pena que os dirigentes e administradores das novas arenas padrão Fifa não pareçam muito preocupados na inclusão dos Sararás e dos Baianos. Que são maioria por aí, não esqueçamos disso.
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