Em um mês, Yuri encarna "Mamutelli" no Grêmio e vira sombra para reforço

Há pouco menos de dois anos, Yuri Mamute voltava da seleção brasileira sub-20 com pinta de promessa prestes a estourar e apelidado de Mamutelli, em referência ao atacante italiano Mario Balotelli. Desde então, o jovem de 19 anos pouco jogou no Grêmio, foi emprestado ao Botafogo e viveu como se fosse mais um daqueles jogadores que não confirmam no profissional a expectativa da categoria de base. Em 2015, porém, Felipão entrou na vida do atacante para mudar o rumo. Com boas atuações nas últimas duas partidas do Tricolor, o pai de primeira viagem virou centro das atenções no clube, passou a ser elogiado por todos e já é sombra para o uruguaio Braian Rodríguez, contratado com status de titular. Em um mês, deixou o ostracismo para se tornar 12º jogador.

Os últimos dois jogos de Mamute têm em comum a atuação destacada. No domingo, contra o São Paulo-RS, iniciou como titular. Foi caçado em campo e teve boa atuação. Nesta quarta, na vitória por 2 a 1 sobre o Campinense, entrou no intervalo e incendiou o Grêmio, com movimentação e vitórias pessoais, o que inclusive resultou no primeiro gol gremista na partida, de Luan. Vem, desde o Gre-Nal do dia 1º de março, no Beira-Rio, recebendo seguidas chances com Felipão. Jogou na sequência contra Inter, Caxias, Ypiranga, Lajeadense, Novo Hamburgo, São Paulo-RS e Campinense, após ter voltado novamente de uma boa passagem pela seleção, desta no Sul-Americano Sub-20

- Brinquei com o Mamute. Esse Mamute da Seleção, me serve. Incomodou muito, é forte, é rápido, tem qualidade. Ele foi feliz nesta noite. Foi decisivo para a gente - avaliou o goleiro Marcelo Grohe, que veste a camisa da Seleção com Dunga.

O bom rendimento já cria um início de pressão sobre Braian Rodríguez. O uruguaio, que tem convivido com dores no ombro esquerdo, perdeu gol cara a cara com Gledson na estreia na Copa do Brasil e foi sacado no intervalo. Tem um tento marcado com a camisa gremista em seis partidas.

Yuri Mamute também tem um gol feito, mas em sete jogos no ano. Deu assistência para Luan, em Campina Grande - Braian também já tem um passe para gol. Entretanto, a principal mudança ocorre por conta da característica. O jovem muda a forma de o Tricolor atacar, por se mexer mais que o camisa 9. E pode virar uma opção até para o lugar do gringo em uma eventual parada para tratar mais profundamente as dores no ombro.


Yuri Mamute entrou e desequilibrou para o Tricolor
(Foto: Reprodução/RBS TV)

- Ele contribuiu porque é um jogador que a bola para na frente com ele. É um cara de força e movimentação. Tem que enaltecer esses jogadores, não temos só um time, temos um grupo, e esses jogadores tem mantido o nível. Isso tem uma participação dos mais experientes, dá uma tranquilidade maior. Que não acontecia antes, era muita responsabilidade para os meninos. Eles tem o amparo dos experientes - analisou Ivo Wortmann.

Vivendo fase diferente também fora de campo, já que é pai de Joaquim, de pouco mais de um mês, Yuri pouco se importa se inicia ou entra durante o andamento da partida. Sobretudo agora que corre para garantir o leite do filho, quer mesmo é ajudar. Aos poucos, vai deixando o rótulo de promessa no passado e ganhando espaço no clube.

Além da atenção de Felipão, "Mamutelli" também revela orientações do auxiliar Ivo Wortmann, que comandou o time nesta quarta. Principalmente para ganhar no confronto do corpo dos adversários, algo valorizado pelo comandante.

- Como eu disse, independente de ser titular ou ser banco, eu quero ajudar o time do Grêmio, que me deu a segunda oportunidade de ser feliz. Não tem segredo nenhum, eles (adversários) vêm no meu corpo, mas eu sou um jogador forte. Com esse treinamento do professor Ivo, estou conseguindo ser feliz nos jogos - revelou o jovem.

Desde os 16 anos no elenco principal, Yuri Mamute sempre chamou atenção na base gremista, por sua força física. Foi alçado ao time profissional por Renato Gaúcho. Mas viveu momentos de instabilidade nos últimos anos, com retornos para a base e novas incursões no grupo. Depois de ser devolvido do Botafogo, onde esteve no ano passado - e ficou quatro meses sem receber -, ganhou chance com Felipão no Gre-Nal. Passou a figurar seguidamente as escalações gremistas e aumentou seu espaço no elenco. Resta, agora, finalmente romper a barreira de promessa e virar realidade.

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