
Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
A dura infância transformou o meia Giuliano em uma pessoa forte. Ele não reclama de nada. Apenas relata, sem nenhuma vergonha, as dificuldades divididas com sete irmãos na pequena casa em Curitiba.
— Um dia era pequeno, tinha uns 10 anos, estava com muita fome, chorando. Disse: "Mãe, quero comer." Ela olhou, sabia que não tinha nada para me dar, e devolveu: "Toma água e dorme."
Giuliano hoje está com 24 anos e aquela conversa com a mãe, Tarsília, ainda está viva em sua cabeça.
— Meu passado estará sempre comigo. Tudo o que passei ajudou bastante — diz o jogador.
Giuliano Victor de Paula amadureceu rápido. Precisou pular etapas. Na adolescência, conta, nada de festas e curtições. Não havia dinheiro. A situação ficou ainda mais delicada com a separação dos pais, quando ele tinha 14 anos. A mãe sempre foi dona de casa. O pai saltava de emprego em emprego. Não parava em quase nenhum. Tinha afeição a bares, gostava de jogar. Qualquer jogo. Quando ganhava, havia comida. Quando perdia, a situação apertava. Hoje, o meia sorri ao se lembrar que comprou um bar para o pai, Édison, 61 anos, gerenciar em Curitiba. As apostas em jogos ficaram no passado. Hoje, sorri Giuliano, seu Édison "está sensacional".
— Sempre fui um pilar para a minha família. Continuo ajudando, imagina, sete irmãos é muita gente — explica.
Foto: MATHEUS BRUXEL
Giuliano também quer se tornar um pilar para o Grêmio. Longe das dores pubianas, que restringiam seus movimentos no ano passado, o meia recomeça seu caminho na Arena. A cirurgia veio como a cura de um momento turbulento. A dor aguda impedia um avanço rápido, um passe longo. Cobrar um escanteio era um martírio. Vaias e desconfiança já eram percebidas pelo jogador que despontou com brilho no rival Inter, foi eleito craque da Libertadores 2010 e acabou negociado com o Dnipro, da Ucrânia. Mas isso ficou lá atrás. Comenta que hoje é tratado com respeito e carinho pelo torcedor tricolor.
Retribuir a confiança da torcida é quase obsessão. Os três anos e meio na Ucrânia podem ajudar na tarefa. Na congelante Dnipro, onde enfrentou -25ºC, Giuliano cresceu como jogador. Nos aspectos físicos e táticos. Ao chegar ao novo clube, viu que teria de ganhar massa muscular para enfrentar os fortes marcadores. Contratou um personal trainer e foi à luta. Ficou mais forte. Como é hiperativo, ainda praticava boxe para trabalhar a musculatura dos braços, aprendeu a tocar violão (contratou um professor local e desistiu) e falar russo ("nossa, muito difícil").
— Caía no chão e o juiz mandava o jogo seguir, nunca era falta. Daí pensei que tinha de fazer algo. Mudei meu corpo.
Foto: LUCAS UEBEL/GRÊMIO, DIVULGAÇÃO
Não só o corpo. Giuliano mudou a cabeça. Sob o comando do técnico espanhol Juande Ramos, de passagem por Real Madrid, Sevilla e Tottenham, evoluiu no aspecto tático. Ramos cobrava posicionamento e marcação. O aprendizado foi rápido, pois a intensa movimentação sempre foi marca do meia desde os tempos de Inter. Giuliano ressalta que ainda há uma distância considerável do Brasil em relação aos clubes da Europa. Para exemplificar, cita dois nomes de jogadores de alto nível que não se furtam do trabalho de marcação, mesmo sendo craques:
— O Ribèry e o Robben são modelos a ser seguidos. São excepcionais tecnicamente e ainda voltam para recompor o meio. Outro: o Cristiano Ronaldo. Notem, ele marca, desarma, incrível.
Tática é um assunto que encanta Giuliano. Por isso, sempre está de olho em jogos na TV. Para desespero da mulher, Andressa, com quem está casado desde os 19 anos e tem a filha Gabriela, de um ano e quatro meses. Na quinta-feira, como não conseguiu ver o confronto entre Barcelona x Manchester City (1 a 0 Barça), gravou o jogo para assistir à noite.
— Adoro futebol, minha mulher fica louca — brinca.
Bom observador, Giuliano se arrisca a fazer uma avaliação sobre os jovens jogadores gremistas. Destaca que, se fosse um investidor, não teria dúvida de colocar um bom dinheiro para comprar o meia Lincoln, o atacante Everton e volante Arthur. O primeiro tem "técnica e qualidade do último passe", o segundo, " velocidade incrível" e o terceiro, " qualidade de passe impressionante, o chamamos de Iniesta".
A mescla de jovens e experientes arquitetada pelo Grêmio entusiasma. A chegada de nomes como Braian e Cristian encorpam a equipe de Felipão, tirando o peso de responsabilidade dos guris. É a fórmula, segundo ele, para dias melhores na Arena. Em 2015, Giuliano quer seguir sendo o pilar de sua família. E também da família tricolor. Agora, novo em folha.
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A dura infância transformou o meia Giuliano em uma pessoa forte. Ele não reclama de nada. Apenas relata, sem nenhuma vergonha, as dificuldades divididas com sete irmãos na pequena casa em Curitiba.
— Um dia era pequeno, tinha uns 10 anos, estava com muita fome, chorando. Disse: "Mãe, quero comer." Ela olhou, sabia que não tinha nada para me dar, e devolveu: "Toma água e dorme."
Giuliano hoje está com 24 anos e aquela conversa com a mãe, Tarsília, ainda está viva em sua cabeça.
— Meu passado estará sempre comigo. Tudo o que passei ajudou bastante — diz o jogador.
Giuliano Victor de Paula amadureceu rápido. Precisou pular etapas. Na adolescência, conta, nada de festas e curtições. Não havia dinheiro. A situação ficou ainda mais delicada com a separação dos pais, quando ele tinha 14 anos. A mãe sempre foi dona de casa. O pai saltava de emprego em emprego. Não parava em quase nenhum. Tinha afeição a bares, gostava de jogar. Qualquer jogo. Quando ganhava, havia comida. Quando perdia, a situação apertava. Hoje, o meia sorri ao se lembrar que comprou um bar para o pai, Édison, 61 anos, gerenciar em Curitiba. As apostas em jogos ficaram no passado. Hoje, sorri Giuliano, seu Édison "está sensacional".
— Sempre fui um pilar para a minha família. Continuo ajudando, imagina, sete irmãos é muita gente — explica.

Giuliano também quer se tornar um pilar para o Grêmio. Longe das dores pubianas, que restringiam seus movimentos no ano passado, o meia recomeça seu caminho na Arena. A cirurgia veio como a cura de um momento turbulento. A dor aguda impedia um avanço rápido, um passe longo. Cobrar um escanteio era um martírio. Vaias e desconfiança já eram percebidas pelo jogador que despontou com brilho no rival Inter, foi eleito craque da Libertadores 2010 e acabou negociado com o Dnipro, da Ucrânia. Mas isso ficou lá atrás. Comenta que hoje é tratado com respeito e carinho pelo torcedor tricolor.
Retribuir a confiança da torcida é quase obsessão. Os três anos e meio na Ucrânia podem ajudar na tarefa. Na congelante Dnipro, onde enfrentou -25ºC, Giuliano cresceu como jogador. Nos aspectos físicos e táticos. Ao chegar ao novo clube, viu que teria de ganhar massa muscular para enfrentar os fortes marcadores. Contratou um personal trainer e foi à luta. Ficou mais forte. Como é hiperativo, ainda praticava boxe para trabalhar a musculatura dos braços, aprendeu a tocar violão (contratou um professor local e desistiu) e falar russo ("nossa, muito difícil").
— Caía no chão e o juiz mandava o jogo seguir, nunca era falta. Daí pensei que tinha de fazer algo. Mudei meu corpo.

Não só o corpo. Giuliano mudou a cabeça. Sob o comando do técnico espanhol Juande Ramos, de passagem por Real Madrid, Sevilla e Tottenham, evoluiu no aspecto tático. Ramos cobrava posicionamento e marcação. O aprendizado foi rápido, pois a intensa movimentação sempre foi marca do meia desde os tempos de Inter. Giuliano ressalta que ainda há uma distância considerável do Brasil em relação aos clubes da Europa. Para exemplificar, cita dois nomes de jogadores de alto nível que não se furtam do trabalho de marcação, mesmo sendo craques:
— O Ribèry e o Robben são modelos a ser seguidos. São excepcionais tecnicamente e ainda voltam para recompor o meio. Outro: o Cristiano Ronaldo. Notem, ele marca, desarma, incrível.
Tática é um assunto que encanta Giuliano. Por isso, sempre está de olho em jogos na TV. Para desespero da mulher, Andressa, com quem está casado desde os 19 anos e tem a filha Gabriela, de um ano e quatro meses. Na quinta-feira, como não conseguiu ver o confronto entre Barcelona x Manchester City (1 a 0 Barça), gravou o jogo para assistir à noite.
— Adoro futebol, minha mulher fica louca — brinca.
Bom observador, Giuliano se arrisca a fazer uma avaliação sobre os jovens jogadores gremistas. Destaca que, se fosse um investidor, não teria dúvida de colocar um bom dinheiro para comprar o meia Lincoln, o atacante Everton e volante Arthur. O primeiro tem "técnica e qualidade do último passe", o segundo, " velocidade incrível" e o terceiro, " qualidade de passe impressionante, o chamamos de Iniesta".
A mescla de jovens e experientes arquitetada pelo Grêmio entusiasma. A chegada de nomes como Braian e Cristian encorpam a equipe de Felipão, tirando o peso de responsabilidade dos guris. É a fórmula, segundo ele, para dias melhores na Arena. Em 2015, Giuliano quer seguir sendo o pilar de sua família. E também da família tricolor. Agora, novo em folha.
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