
Romildo com Scolari, o técnico cascudo que aguenta pressões como a saída de Barcos | Crédito: Site oficial do Grêmio
Talvez não vejamos até o fim do ano cena tão inusitada. Faltavam 4 minutos para terminar o jogo do Grêmio contra o Veranópolis na Arena tricolor. Era a segunda derrota consecutiva em seu estádio para equipes modestas do interior gaúcho. Felipão simplesmente abandonou o banco de reservas e foi para o vestiário. Mais tarde, explicou o ato: “Eu me expulsei. Mais vergonha do que isso é impossível passar. A equipe não apresenta nada daquilo que fazemos no treinamento. Não adianta enganar a torcida. Não tinha mais o que fazer, vim embora para o vestiário. Acabou o assunto. Os adversários vêm aqui e tomam conta. Do que adiantava fcar ali gritando? Melhor que termine o jogo”.
O desabafo tinha algo de teatral, claro. Felipão não dá ponto sem nó. Não podia ter sido mais duro com seu grupo de jogadores. Mas poupou a diretoria do clube. Não reclamou aí dos jogadores que perdeu nem dos reforços que não vieram. Do time titular do ano passado, saíram Pará, Zé Roberto, Riveros, Dudu e Barcos. Foram embora ainda Bressan, Werley, Alan Ruiz e até Marcelo Moreno, que seria o substituto de Barcos. A maior contratação gremista na temporada foi...Bem, é difícil dizer quem seria o maior destaque entre Marcelo Oliveira, Rafael Galhardo, Erazo ou Douglas.
Felipão, no fundo, sabe que sua missão é ingrata e está tentando tirar o máximo do grupo de que dispõe. O técnico é personagem de uma situação raríssima no futebol brasileiro. Uma diretoria assumiu um novo mandato com uma prioridade ainda mais rara. Antes das vitórias, antes das taças, os novos dirigentes querem arrumar as contas. E de verdade, sem demagogia, não apenas da boca para fora. Os números são realmente horrendos. São 276 milhões de reais de dívidas, um orçamento declinante de 223 milhões, pendências com a construtora do estádio, a má notícia de 15 milhões que sumiram pela não classifcação para a Libertadores e uma folha de pagamento nas alturas. Barcos e Marcelo Moreno representavam mais de 1 milhão mensal em salários e encargos. Kleber Gladiador, rescaldo de delírios passados, custa 740.000 reais mensais para não jogar.
Barcos deixou o clube no começo do ano | Crédito: Site oficial do Grêmio
O homem que resolveu botar o dedo na ferida para estancar a sangria é, paradoxalmente, um político. Romildo Bolzan Jr. foi três vezes prefeito de uma cidade onde todo mundo passa e ninguém para. Osório é o caminho para a praia, o gaúcho não costuma dar muita atenção ao município. Na política do clube, Bolzan também nunca foi um nome de destaque. Foi eleito como o poste de Fábio Koff. Mas logo que assumiu resolveu fazer a diferença. Não do jeito convencional, anunciando contratações bombásticas, se endividando mais, indo para o tudo ou nada. Romildo optou pelo caminho mais difícil, o da administração austera que só colhe antipatias na imprensa e na torcida. Encolher não dá ibope. E a bola costuma punir, sobretudo na fase inicial de adaptação do time.
Mas Bolzan não poderia ter escolhido um momento mais indicado para medidas antipáticas. O primeiro semestre gremista está morto. Sem Libertadores, o clube disputa apenas o Gauchão e as primeiras fáceis partidas da Copa do Brasil. É evidente que o gremista quer títulos, mas também não é o título estadual que colocará o torcedor no nirvana. E com um time modesto e jovem é até possível levantar a taça, porque o rival Internacional se ocupa com Libertadores.
Se havia uma hora para montar e testar um time de garotos era agora. Se havia um treinador certo para conduzir esse processo, seu nome é Luiz Felipe Scolari. Cascudo, ele aguenta qualquer pressão, é o único avalista possível num processo como esse. Claro que há um risco, o Grêmio não pode dar vexame no Brasileirão que começa em 9 de maio. O ideal para um ano de arrumação de contas seria conseguir uma vaga para a Libertadores 2016. Ou ficando entre os quatro do Brasileiro, ou pela via da Copa do Brasil. Se isso acontecer, Bolzan deixará uma marca. O homem que abdicou da vaidade de ser o campeão da hora para arrumar o futuro do clube que ama.
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Talvez não vejamos até o fim do ano cena tão inusitada. Faltavam 4 minutos para terminar o jogo do Grêmio contra o Veranópolis na Arena tricolor. Era a segunda derrota consecutiva em seu estádio para equipes modestas do interior gaúcho. Felipão simplesmente abandonou o banco de reservas e foi para o vestiário. Mais tarde, explicou o ato: “Eu me expulsei. Mais vergonha do que isso é impossível passar. A equipe não apresenta nada daquilo que fazemos no treinamento. Não adianta enganar a torcida. Não tinha mais o que fazer, vim embora para o vestiário. Acabou o assunto. Os adversários vêm aqui e tomam conta. Do que adiantava fcar ali gritando? Melhor que termine o jogo”.
O desabafo tinha algo de teatral, claro. Felipão não dá ponto sem nó. Não podia ter sido mais duro com seu grupo de jogadores. Mas poupou a diretoria do clube. Não reclamou aí dos jogadores que perdeu nem dos reforços que não vieram. Do time titular do ano passado, saíram Pará, Zé Roberto, Riveros, Dudu e Barcos. Foram embora ainda Bressan, Werley, Alan Ruiz e até Marcelo Moreno, que seria o substituto de Barcos. A maior contratação gremista na temporada foi...Bem, é difícil dizer quem seria o maior destaque entre Marcelo Oliveira, Rafael Galhardo, Erazo ou Douglas.
Felipão, no fundo, sabe que sua missão é ingrata e está tentando tirar o máximo do grupo de que dispõe. O técnico é personagem de uma situação raríssima no futebol brasileiro. Uma diretoria assumiu um novo mandato com uma prioridade ainda mais rara. Antes das vitórias, antes das taças, os novos dirigentes querem arrumar as contas. E de verdade, sem demagogia, não apenas da boca para fora. Os números são realmente horrendos. São 276 milhões de reais de dívidas, um orçamento declinante de 223 milhões, pendências com a construtora do estádio, a má notícia de 15 milhões que sumiram pela não classifcação para a Libertadores e uma folha de pagamento nas alturas. Barcos e Marcelo Moreno representavam mais de 1 milhão mensal em salários e encargos. Kleber Gladiador, rescaldo de delírios passados, custa 740.000 reais mensais para não jogar.

O homem que resolveu botar o dedo na ferida para estancar a sangria é, paradoxalmente, um político. Romildo Bolzan Jr. foi três vezes prefeito de uma cidade onde todo mundo passa e ninguém para. Osório é o caminho para a praia, o gaúcho não costuma dar muita atenção ao município. Na política do clube, Bolzan também nunca foi um nome de destaque. Foi eleito como o poste de Fábio Koff. Mas logo que assumiu resolveu fazer a diferença. Não do jeito convencional, anunciando contratações bombásticas, se endividando mais, indo para o tudo ou nada. Romildo optou pelo caminho mais difícil, o da administração austera que só colhe antipatias na imprensa e na torcida. Encolher não dá ibope. E a bola costuma punir, sobretudo na fase inicial de adaptação do time.
Mas Bolzan não poderia ter escolhido um momento mais indicado para medidas antipáticas. O primeiro semestre gremista está morto. Sem Libertadores, o clube disputa apenas o Gauchão e as primeiras fáceis partidas da Copa do Brasil. É evidente que o gremista quer títulos, mas também não é o título estadual que colocará o torcedor no nirvana. E com um time modesto e jovem é até possível levantar a taça, porque o rival Internacional se ocupa com Libertadores.
Se havia uma hora para montar e testar um time de garotos era agora. Se havia um treinador certo para conduzir esse processo, seu nome é Luiz Felipe Scolari. Cascudo, ele aguenta qualquer pressão, é o único avalista possível num processo como esse. Claro que há um risco, o Grêmio não pode dar vexame no Brasileirão que começa em 9 de maio. O ideal para um ano de arrumação de contas seria conseguir uma vaga para a Libertadores 2016. Ou ficando entre os quatro do Brasileiro, ou pela via da Copa do Brasil. Se isso acontecer, Bolzan deixará uma marca. O homem que abdicou da vaidade de ser o campeão da hora para arrumar o futuro do clube que ama.
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