Anderson entrou no segundo tempo e ainda marcou gol em seu primeiro Gre-Nal (Foto: Ricardo Duarte/Agência RBS)
Eles surgiram como promessas de craques, foram vendidos a peso de ouro para a Europa e retornaram ao Brasil justamente para defender o maior rival. As trajetórias que aproximam Giuliano e Anderson podem se encontrar de vez no gramado do Beira-Rio, no próximo domingo, pelo Gre-Nal do Gauchão. Os meias devem ser atrações de Felipão e Aguirre para, quem sabe, deslanchar de vez na história dos clássicos. Até agora, cada um tem um gol marcado, mas que pouco ajudaram os times em seus objetivos nas respectivas partidas. O GloboEsporte.com lembra essas jornadas na série "Gre-Nal em pílulas".
Dotado de contornos mágicos e com tendência ao imponderável, o Gre-Nal é capaz de até mesmo apontar um caminho de luz quando só se vê breu. Pressionado por um rebaixamento praticamente inevitável, o Grêmio foi vítima fácil para o Inter no último Gre-Nal de 2004. Levou 3 a 1, poderia ter levado até mais. Mas via nascer, em meio a tantos problemas, o que seria sua salvação no ano seguinte. Agora, ela virou algoz para o clássico do próximo domingo, pelo Gauchão. Anderson trocou de lado para voltar ao duelo que o projetara há mais de 10 anos.
Não foi apenas o primeiro e único Gre-Nal de Anderson naquela tarde chuvosa de 23 de outubro de 2004. O garoto de 16 anos sequer havia atuado alguma outra vez pelo profissional do Grêmio. Do banco do Olímpico, acompanhava um time envolvido pelo maior rival, que construiu um tranquilo 3 a 0 no segundo tempo, com Diego, Fernandão e Rodrigo Paulista. Atrás da trave que testemunhou os gols vermelhos, irrompeu uma grande confusão entre torcedores do Grêmio e seguranças do clube. Até um carrinho de pipoca sofreu e foi jogado em direção ao fosso que separava as arquibancadas do gramado. No meio de tamanha tensão, Anderson entrou e ainda conseguiu diminuir, nos acréscimos, em cobrança de falta.
Anderson foi o único motivo de sorrisos no vestiário tricolor. O brilho do garoto agradou tanto que ele recebeu um conjunto para chimarrão oferecido por uma rádio de Palmeira das Missões, do interior do estado. O experiente centroavante Christian aprovou a estreia, afirmando que o "guri tem futuro". O aturdido treinador Cuca também se rendeu ao talento precoce:
- Precisava ter mais de um Anderson para fazer o time jogar.
Pouco mais de um ano depois, Anderson virou Andershow e marcou o gol que definiu o acesso do Grêmio à Série A, diante do Náutico, na mítica Batalha dos Aflitos. Em 2015, veste vermelho.
Com Giuliano, a história tem inversão de cores. O meia explodiu no Inter, após ser revelado pelo Paraná. Não demorou muito para ganhar espaço no time, no segundo semestre de 2009. Em Gre-Nais, o retrospecto é bom. Foram sete de vermelho, com três vitórias, dois empates e duas derrotas. Pelo Grêmio, foram dois, um triunfo e um revés.
A estreia de Giuliano em clássicos foi saindo do banco, na derrota no Gre-Nal que marcou o centenário do embate, em 2009. Iria às redes no seu quinto duelo, justamente na final do Gauchão de 2010. O gol foi bonito, em chute certeiro de fora da área, em 2 de maio, no Olímpico.
Assim como o tento de Anderson, a façanha do hoje ex-gremista de nada adiantou. O Inter havia perdido o jogo da ida por 2 a 0 no Beira-Rio e terminou com o vice-campeonato estadual, o último título gremista até então. Mesmo assim, o meia viu o lado bom de sua vitória pessoal. Era a chance de ganhar confiança para a sequência da Libertadores.
- Sem dúvida que esta vitória nos dá mais moral e confiança. Mostramos que temos um grupo qualificado e forte - falou, à época.
Palavras premonitórias. Depois desse gol, viriam outros. E bem mais decisivos. Como o da neblina em La Plata, nas quartas de final, até ver o Inter conquistar a América. Agora, tudo mudou. Giuliano é azul, Anderson é vermelho. E ambos esperam fazer gols e, enfim, poder, com eles, comemorar no final do clássico das 18h30 deste domingo.
Giuliano chuta para marcar o gol que não livrou Inter do vice em 2010 (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)
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Eles surgiram como promessas de craques, foram vendidos a peso de ouro para a Europa e retornaram ao Brasil justamente para defender o maior rival. As trajetórias que aproximam Giuliano e Anderson podem se encontrar de vez no gramado do Beira-Rio, no próximo domingo, pelo Gre-Nal do Gauchão. Os meias devem ser atrações de Felipão e Aguirre para, quem sabe, deslanchar de vez na história dos clássicos. Até agora, cada um tem um gol marcado, mas que pouco ajudaram os times em seus objetivos nas respectivas partidas. O GloboEsporte.com lembra essas jornadas na série "Gre-Nal em pílulas".
Dotado de contornos mágicos e com tendência ao imponderável, o Gre-Nal é capaz de até mesmo apontar um caminho de luz quando só se vê breu. Pressionado por um rebaixamento praticamente inevitável, o Grêmio foi vítima fácil para o Inter no último Gre-Nal de 2004. Levou 3 a 1, poderia ter levado até mais. Mas via nascer, em meio a tantos problemas, o que seria sua salvação no ano seguinte. Agora, ela virou algoz para o clássico do próximo domingo, pelo Gauchão. Anderson trocou de lado para voltar ao duelo que o projetara há mais de 10 anos.
Não foi apenas o primeiro e único Gre-Nal de Anderson naquela tarde chuvosa de 23 de outubro de 2004. O garoto de 16 anos sequer havia atuado alguma outra vez pelo profissional do Grêmio. Do banco do Olímpico, acompanhava um time envolvido pelo maior rival, que construiu um tranquilo 3 a 0 no segundo tempo, com Diego, Fernandão e Rodrigo Paulista. Atrás da trave que testemunhou os gols vermelhos, irrompeu uma grande confusão entre torcedores do Grêmio e seguranças do clube. Até um carrinho de pipoca sofreu e foi jogado em direção ao fosso que separava as arquibancadas do gramado. No meio de tamanha tensão, Anderson entrou e ainda conseguiu diminuir, nos acréscimos, em cobrança de falta.
Anderson foi o único motivo de sorrisos no vestiário tricolor. O brilho do garoto agradou tanto que ele recebeu um conjunto para chimarrão oferecido por uma rádio de Palmeira das Missões, do interior do estado. O experiente centroavante Christian aprovou a estreia, afirmando que o "guri tem futuro". O aturdido treinador Cuca também se rendeu ao talento precoce:
- Precisava ter mais de um Anderson para fazer o time jogar.
Pouco mais de um ano depois, Anderson virou Andershow e marcou o gol que definiu o acesso do Grêmio à Série A, diante do Náutico, na mítica Batalha dos Aflitos. Em 2015, veste vermelho.
Com Giuliano, a história tem inversão de cores. O meia explodiu no Inter, após ser revelado pelo Paraná. Não demorou muito para ganhar espaço no time, no segundo semestre de 2009. Em Gre-Nais, o retrospecto é bom. Foram sete de vermelho, com três vitórias, dois empates e duas derrotas. Pelo Grêmio, foram dois, um triunfo e um revés.
A estreia de Giuliano em clássicos foi saindo do banco, na derrota no Gre-Nal que marcou o centenário do embate, em 2009. Iria às redes no seu quinto duelo, justamente na final do Gauchão de 2010. O gol foi bonito, em chute certeiro de fora da área, em 2 de maio, no Olímpico.
Assim como o tento de Anderson, a façanha do hoje ex-gremista de nada adiantou. O Inter havia perdido o jogo da ida por 2 a 0 no Beira-Rio e terminou com o vice-campeonato estadual, o último título gremista até então. Mesmo assim, o meia viu o lado bom de sua vitória pessoal. Era a chance de ganhar confiança para a sequência da Libertadores.
- Sem dúvida que esta vitória nos dá mais moral e confiança. Mostramos que temos um grupo qualificado e forte - falou, à época.
Palavras premonitórias. Depois desse gol, viriam outros. E bem mais decisivos. Como o da neblina em La Plata, nas quartas de final, até ver o Inter conquistar a América. Agora, tudo mudou. Giuliano é azul, Anderson é vermelho. E ambos esperam fazer gols e, enfim, poder, com eles, comemorar no final do clássico das 18h30 deste domingo.
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