Foto 1: Santinha com sua guampa com bebida em meio a japoneses. Foto 2: Raimundo Toniolo com japonesa da universidade que tocava samba em Tóquio. Fotos 3 e 4: japoneses torcendo pelo Grêmio. Foto 5: a grande decisão
Hoje, aos 66 anos, ele é Mateus Biriato de Azevedo. Mas, ao recolocar nos cabelos já alvos o chapéu de três décadas atrás, volta a ser apenas Santinha. Apenas? Um Santinha já foi o bastante para colocar Tóquio, arredores e o Estádio Nacional de cabeça para baixo. O simpático engenheiro não deixa escapar nada. Relembra com minúcias essa viagem inesquecível, 'a maior' delas, ao outro lado do mundo. Mundo esse que o seu Grêmio iria conquistar, em 11 de dezembro de 1983. E do seu mundo particular, que tem tour no trem bala, guampa (recipiente feito de chifre do boi) encharcada de uísque e até um talentoso samba experimental dos orientais. A convite do GloboEsporte.com, ele e outros gremistas apaixonados refazem o trajeto Porto Alegre-Tóquio. O combustível é a memória de um tempo inesquecível, que completa o expressivo aniversário de 30 anos na próxima quarta-feira.
Santinha conserva o apelido por ser natural de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul. Nunca havia visto os irmãos Rui e Raimundo Toniolo. Os conheceu na viagem. E só voltaria a reencontrá-los na última quinta-feira, num hotel em Porto Alegre. Lá, abriram o baú, os álbuns, as recordações de uma investida de 17 dias, que não teve só futebol - tanto que o jogo em si é do que menos se recordam. O momento de maior aperto, no entanto, é unânime: o gol de Schroder, que empatou a partidas aos 42 minutos do segundo tempo, forçando a prorrogação, a ser suplantada com novo gol de Renato.
- Ali, todo mundo chorava, porque achávamos que o Grêmio não teria perna para segurar os alemães - conta Raimundo Toniolo, então com 35 anos, um a menos que o irmão mais velho, Rui.
DO ROUXINOL AO VEADO SAGRADO
Metódico e observador, Rui, além de guardar boletos, ingressos e roteiros, bolou um diário da viagem, devidamente documentado em páginas datilografadas e conservado como se tivesse sido feito ontem. Nele, cita uma característica destacada por todos os viajantes: o quão Tóquio era uma capital populosa, porém silenciosa. Educada, claro, e ainda tecnológica.
- Rapaz, eles tinham um som para os deficientes visuais atravessarem a rua. Parecia canto de rouxinol - lembra.
Na verdade, Rui não é tão metódico assim. A ideia de ir ao Japão surgiu de um impulso, talvez o maior da vida desses dois irmãos, hoje empresários no ramo da construção de rodovias. Assim que César deu o título da Libertadores, na noite de 28 de julho de 1983, ele olhou para Raimundo, ainda nas cadeiras ao lado das tribunas do Olímpico, e, aos berros, anunciou:
- A gente vai para Tóquio!
Dito e feito. Já Carlos Fett, neto de um ex-presidente gremista, precisou esperar. E torcer. Foi um dos 80 contemplados pelo Grêmio nos sorteios de ingressos e passagens para o Oriente. Recebeu a notícia que mudaria sua vida em 20 de outubro. Um amigo de seu pai, chamado Francisco Marin, não teve a mesma fortuna. Precisou vender o fusca novo em folha para poder voar, conta Fett, hoje com 55 anos e residente em Joaçaba, Santa Catarina.
Antes do jogo, teve tempo, três dias, para conhecer regiões próximas a Tóquio. Foi a Kyioto, pisou no Monte Fuji e tirou fotografias em Nara, curiosa cidade em que os veados são sagrados. Santinha também cumpriu esse itinerário e, sem saber do costume alheio, arriscou uma piada mal-sucedida:
- Ué, quando vamos assar um desses veados e fazer um churrasco, tchê?
Eronita Algemira não era tão expansiva quanto Santinha, mas também fez seu tour por Japão e arredores. Com uma companheira inusitada. Para não ir sozinha, convidou uma amiga… colorada. Ela foi sob a condição de que a viagem “não seria só o Grêmio”. E não foi, é claro.
- O nosso hotel tinha 30 restaurantes - recorda a ginecologista que atende hoje em consultório encravado no centro de Porto Alegre.
BRASILEIROS TIETADOS NO JAPÃO
Enquanto ela, Santinha e os irmãos Toniolo agitavam Tóquio, Carlos Fett foi um dos que mais cedo chegaram ao Estádio Nacional, em 11 de dezembro. Queria guardar lugar aos demais. Aproveitou para visitar cada canto do palco, até as cabines de imprensa. Lembra ter concedido entrevista à Rádio Gaúcha. Sem saber, seu pai o ouvia, direto da madrugada brasileira daquele domingo inesquecível.
Carlos levou uma garbosa bandeira do Grêmio. Mas sem mastro. Antes de entrar no palco, avistou uma cerca montada com taquaras e resolveu “pegar emprestado” uma delas. Assim como quando ganhara a passagem no sorteio, dera sorte. E se um sisudo policial japonês o flagra? De resto, os orientais eram só admiração pelos brasileiros. Queriam pegar, tocar, levar uma recordação dos inusitados visitantes. Raimundo improvisou. Pegou uma fitinha que carregava e a cortou em vários pedaços para não frustrar os entusiasmados anfitriões.
- Era um troféu. O japonês é muito suscetível. Tudo era novidade. Achavam a gente diferente, pediam para bater foto e tudo - sorri.
Por falar em bandeiras, era o que mais havia no estádio. A patrocinador Toyota distribuía peças de Grêmio e Hamburgo. O torcedor escolhia qual bandeira pegar para torcer. Eronita garante ter visto mais panos azuis, embora a maioria do estádio fizesse sua fé pelo time alemão. Isso pode ter sido culpa do Santinha, é claro. Ele mesmo conta a tática para deixar ao menos o seu setor mais brasileiro:
- Os japoneses chegavam com uma bandeira de cada clube. Eu apontava para do Hamburgo, fazia sinal de negativo e eles respondiam as abaixando e empunhado a do Grêmio. Aí, ficou um mar azul na arquibancada. Para eles, era tudo uma grande festa.
ENCONTRO COM CAMPEÕES EM BAR
Põe festa nisso. Se para os brasileiros e alemães imperava a tensão pelo título mundial, os japoneses se divertiam como nunca. Fez sucesso entre a turma gaúcha uma charanga composta exclusivamente de orientais. Eram estudantes da Universidade Sofia, que aprendiam português e cultuavam costumes do Brasil, entre eles a música nacional. Mulatas de um balett norte-americano também agitaram o ambiente. No início, não queriam se aproximar. Mas Santinha as convenceu pela boa quantidade de bebida que depositara na guampa a tiracolo.
Enquanto Eronita guarda com carinho a emoção dos gols de Renato, Carlos se recorda da agonia pelo fim da prorrogação. Ela, enfim, terminou. Com o sentimento de que aquela viagem valera a pena. Santinha levou um susto em meio à comemoração. Não achava a sua bolsa, com sua cuia de chimarrão e outros acessórios. Comemorou assim mesmo. No hotel, a surpresa: todos os seus apetrechos estavam devidamente aninhados sobre a cama do quarto.
Mas surpresa mesmo tiveram os irmãos Toniolo. Encontraram Baidek e Paulo César Magalhães num bar do centro da capital japonesa. Campeões do mundo horas atrás, zagueiro e lateral-esquerdo se misturavam aos torcedores, dividiam a mesa, a cereveja e incomum saquê.
- O Baidek é uma figura ímpar, muito simples. Paulo César também muito amistoso. Estavam radiantes - resgata Raimundo, cheio de orgulho.
O ÚNICO CANHOTO DE INGRESSO
A viagem da turma seguiria, com passagem inclusive pelos Estados Unidos, no Havaí e em São Francisco. Voltariam no dia 22, felizes, sentimento de missão cumprida e cheio de histórias para contar. Mas quem ficou em Porto Alegre também tem os seus causos. Gianfranco Spolaore é um deles. Chegou a comprar o ingresso para o jogo de Tóquio e, quando começava a ajustar os trâmites e escolher um pacote de turismo, acabou tendo que abortar a missão. Motivo? Embora tivesse combinado com seu patrão, um imprevisto no trabalho o forçou a ficar. Hoje, aos 50 anos, não guarda o episódio com tristeza. Pelo contrário. Vê o que comemorar:
- Acho que sou o único a ainda ter o canhoto do ingresso.
Gianfranco pode não ter ido a Tóquio, mas é difícil achar alguém com tantos objetos daquela partida. Desde 1977, ano da ‘retomada’ tricolor com o título gaúcho, o gremistão se dispôs a reunir um acervo invejável. São mais de 3 mil itens, entre camisetas, réplicas de troféus e jornais históricos. De 1983, além do ingresso, tem uma camiseta de um dos treinos autografada pelo capitão Hugo De León uma jaqueta azul-marinho usada pela comissão técnica, revistas japonesas e o DVD oficial do torneio, lançado em japonês pela Toyota. Tudo obtido na base do esforço, da lábia, da troca, da paixão.
DONA EMA DE CAMAROTE
No entanto, quando o assunto é relíquia, não há fonte melhor que Ema Coelho. Afinal, desde junho de 1983 trabalha na preservação da memória tricolor. Idealizou a primeira sala de troféus, o Memorial Hermínio Bittencourt e prepara a transição dos bens mais valiosos do clube para o novo museu, a ser inaugurado na Arena em 2014. Dona Ema também não foi a Tóquio. Pela tensão, não conseguiu assistir ao jogo. Mas viu de camarote outro momento fundamental daquela conquista: a chegada dos campeões ao Olímpico.
VEJA TAMBÉM
- Ex-Grêmio se aproxima de comprar clube paulista
- Pepê pode deixar o Grêmio em 2025
- Grêmio dispensa auxiliar técnico de Renato Gaúcho
Hoje, aos 66 anos, ele é Mateus Biriato de Azevedo. Mas, ao recolocar nos cabelos já alvos o chapéu de três décadas atrás, volta a ser apenas Santinha. Apenas? Um Santinha já foi o bastante para colocar Tóquio, arredores e o Estádio Nacional de cabeça para baixo. O simpático engenheiro não deixa escapar nada. Relembra com minúcias essa viagem inesquecível, 'a maior' delas, ao outro lado do mundo. Mundo esse que o seu Grêmio iria conquistar, em 11 de dezembro de 1983. E do seu mundo particular, que tem tour no trem bala, guampa (recipiente feito de chifre do boi) encharcada de uísque e até um talentoso samba experimental dos orientais. A convite do GloboEsporte.com, ele e outros gremistas apaixonados refazem o trajeto Porto Alegre-Tóquio. O combustível é a memória de um tempo inesquecível, que completa o expressivo aniversário de 30 anos na próxima quarta-feira.
Santinha conserva o apelido por ser natural de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul. Nunca havia visto os irmãos Rui e Raimundo Toniolo. Os conheceu na viagem. E só voltaria a reencontrá-los na última quinta-feira, num hotel em Porto Alegre. Lá, abriram o baú, os álbuns, as recordações de uma investida de 17 dias, que não teve só futebol - tanto que o jogo em si é do que menos se recordam. O momento de maior aperto, no entanto, é unânime: o gol de Schroder, que empatou a partidas aos 42 minutos do segundo tempo, forçando a prorrogação, a ser suplantada com novo gol de Renato.
- Ali, todo mundo chorava, porque achávamos que o Grêmio não teria perna para segurar os alemães - conta Raimundo Toniolo, então com 35 anos, um a menos que o irmão mais velho, Rui.
DO ROUXINOL AO VEADO SAGRADO
Metódico e observador, Rui, além de guardar boletos, ingressos e roteiros, bolou um diário da viagem, devidamente documentado em páginas datilografadas e conservado como se tivesse sido feito ontem. Nele, cita uma característica destacada por todos os viajantes: o quão Tóquio era uma capital populosa, porém silenciosa. Educada, claro, e ainda tecnológica.
- Rapaz, eles tinham um som para os deficientes visuais atravessarem a rua. Parecia canto de rouxinol - lembra.
Na verdade, Rui não é tão metódico assim. A ideia de ir ao Japão surgiu de um impulso, talvez o maior da vida desses dois irmãos, hoje empresários no ramo da construção de rodovias. Assim que César deu o título da Libertadores, na noite de 28 de julho de 1983, ele olhou para Raimundo, ainda nas cadeiras ao lado das tribunas do Olímpico, e, aos berros, anunciou:
- A gente vai para Tóquio!
Dito e feito. Já Carlos Fett, neto de um ex-presidente gremista, precisou esperar. E torcer. Foi um dos 80 contemplados pelo Grêmio nos sorteios de ingressos e passagens para o Oriente. Recebeu a notícia que mudaria sua vida em 20 de outubro. Um amigo de seu pai, chamado Francisco Marin, não teve a mesma fortuna. Precisou vender o fusca novo em folha para poder voar, conta Fett, hoje com 55 anos e residente em Joaçaba, Santa Catarina.
Antes do jogo, teve tempo, três dias, para conhecer regiões próximas a Tóquio. Foi a Kyioto, pisou no Monte Fuji e tirou fotografias em Nara, curiosa cidade em que os veados são sagrados. Santinha também cumpriu esse itinerário e, sem saber do costume alheio, arriscou uma piada mal-sucedida:
- Ué, quando vamos assar um desses veados e fazer um churrasco, tchê?
Eronita Algemira não era tão expansiva quanto Santinha, mas também fez seu tour por Japão e arredores. Com uma companheira inusitada. Para não ir sozinha, convidou uma amiga… colorada. Ela foi sob a condição de que a viagem “não seria só o Grêmio”. E não foi, é claro.
- O nosso hotel tinha 30 restaurantes - recorda a ginecologista que atende hoje em consultório encravado no centro de Porto Alegre.
BRASILEIROS TIETADOS NO JAPÃO
Enquanto ela, Santinha e os irmãos Toniolo agitavam Tóquio, Carlos Fett foi um dos que mais cedo chegaram ao Estádio Nacional, em 11 de dezembro. Queria guardar lugar aos demais. Aproveitou para visitar cada canto do palco, até as cabines de imprensa. Lembra ter concedido entrevista à Rádio Gaúcha. Sem saber, seu pai o ouvia, direto da madrugada brasileira daquele domingo inesquecível.
Carlos levou uma garbosa bandeira do Grêmio. Mas sem mastro. Antes de entrar no palco, avistou uma cerca montada com taquaras e resolveu “pegar emprestado” uma delas. Assim como quando ganhara a passagem no sorteio, dera sorte. E se um sisudo policial japonês o flagra? De resto, os orientais eram só admiração pelos brasileiros. Queriam pegar, tocar, levar uma recordação dos inusitados visitantes. Raimundo improvisou. Pegou uma fitinha que carregava e a cortou em vários pedaços para não frustrar os entusiasmados anfitriões.
- Era um troféu. O japonês é muito suscetível. Tudo era novidade. Achavam a gente diferente, pediam para bater foto e tudo - sorri.
Por falar em bandeiras, era o que mais havia no estádio. A patrocinador Toyota distribuía peças de Grêmio e Hamburgo. O torcedor escolhia qual bandeira pegar para torcer. Eronita garante ter visto mais panos azuis, embora a maioria do estádio fizesse sua fé pelo time alemão. Isso pode ter sido culpa do Santinha, é claro. Ele mesmo conta a tática para deixar ao menos o seu setor mais brasileiro:
- Os japoneses chegavam com uma bandeira de cada clube. Eu apontava para do Hamburgo, fazia sinal de negativo e eles respondiam as abaixando e empunhado a do Grêmio. Aí, ficou um mar azul na arquibancada. Para eles, era tudo uma grande festa.
ENCONTRO COM CAMPEÕES EM BAR
Põe festa nisso. Se para os brasileiros e alemães imperava a tensão pelo título mundial, os japoneses se divertiam como nunca. Fez sucesso entre a turma gaúcha uma charanga composta exclusivamente de orientais. Eram estudantes da Universidade Sofia, que aprendiam português e cultuavam costumes do Brasil, entre eles a música nacional. Mulatas de um balett norte-americano também agitaram o ambiente. No início, não queriam se aproximar. Mas Santinha as convenceu pela boa quantidade de bebida que depositara na guampa a tiracolo.
Enquanto Eronita guarda com carinho a emoção dos gols de Renato, Carlos se recorda da agonia pelo fim da prorrogação. Ela, enfim, terminou. Com o sentimento de que aquela viagem valera a pena. Santinha levou um susto em meio à comemoração. Não achava a sua bolsa, com sua cuia de chimarrão e outros acessórios. Comemorou assim mesmo. No hotel, a surpresa: todos os seus apetrechos estavam devidamente aninhados sobre a cama do quarto.
Mas surpresa mesmo tiveram os irmãos Toniolo. Encontraram Baidek e Paulo César Magalhães num bar do centro da capital japonesa. Campeões do mundo horas atrás, zagueiro e lateral-esquerdo se misturavam aos torcedores, dividiam a mesa, a cereveja e incomum saquê.
- O Baidek é uma figura ímpar, muito simples. Paulo César também muito amistoso. Estavam radiantes - resgata Raimundo, cheio de orgulho.
O ÚNICO CANHOTO DE INGRESSO
A viagem da turma seguiria, com passagem inclusive pelos Estados Unidos, no Havaí e em São Francisco. Voltariam no dia 22, felizes, sentimento de missão cumprida e cheio de histórias para contar. Mas quem ficou em Porto Alegre também tem os seus causos. Gianfranco Spolaore é um deles. Chegou a comprar o ingresso para o jogo de Tóquio e, quando começava a ajustar os trâmites e escolher um pacote de turismo, acabou tendo que abortar a missão. Motivo? Embora tivesse combinado com seu patrão, um imprevisto no trabalho o forçou a ficar. Hoje, aos 50 anos, não guarda o episódio com tristeza. Pelo contrário. Vê o que comemorar:
- Acho que sou o único a ainda ter o canhoto do ingresso.
Gianfranco pode não ter ido a Tóquio, mas é difícil achar alguém com tantos objetos daquela partida. Desde 1977, ano da ‘retomada’ tricolor com o título gaúcho, o gremistão se dispôs a reunir um acervo invejável. São mais de 3 mil itens, entre camisetas, réplicas de troféus e jornais históricos. De 1983, além do ingresso, tem uma camiseta de um dos treinos autografada pelo capitão Hugo De León uma jaqueta azul-marinho usada pela comissão técnica, revistas japonesas e o DVD oficial do torneio, lançado em japonês pela Toyota. Tudo obtido na base do esforço, da lábia, da troca, da paixão.
DONA EMA DE CAMAROTE
No entanto, quando o assunto é relíquia, não há fonte melhor que Ema Coelho. Afinal, desde junho de 1983 trabalha na preservação da memória tricolor. Idealizou a primeira sala de troféus, o Memorial Hermínio Bittencourt e prepara a transição dos bens mais valiosos do clube para o novo museu, a ser inaugurado na Arena em 2014. Dona Ema também não foi a Tóquio. Pela tensão, não conseguiu assistir ao jogo. Mas viu de camarote outro momento fundamental daquela conquista: a chegada dos campeões ao Olímpico.
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