Barcos desabafa e detona eliminação por racismo: "absurdo"

Faz quase três meses: no dia 26 de setembro, o Grêmio recebeu do STJD a decisão de que estava eliminado da Copa do Brasil de 2014 nas oitavas de final. O motivo? As ofensas racistas de parte de seus torcedores ao goleiro Aranha, do Santos. O jogo em Porto Alegre foi vencido pelo time alvinegro por 2 a 0, e a partida de volta, em São Paulo, sequer teve de ser disputada. Capitão do Grêmio naquela ocasião, o argentino Hernán Barcos pouco havia falado sobre o tema até então. Nesta terça-feira, durante a entrega do Trofeu Mesa Redonda, da TV Gazeta, porém, o atacante se posicionou. E detonou a decisão da entidade de eliminar a equipe gaúcha do torneio.

Barcos não se intimidou e classificou como “absurdo” o fato de o Grêmio ter sido desqualificado da Copa do Brasil por causa da atitude de “pessoas e não de torcedores”, como ele disse. De acordo com o maior artilheiro estrangeiro da história do clube tricolor, a decisão do STJD abre a possibilidade de que, daqui para frente, torcedores “se camuflem” de fãs rivais apenas para causar eliminações adversárias.

“Nós não pudemos fazer nada. Uma guria e outras seis pessoas, que eu não chamo de torcedores, usaram termos racistas com outro colega, e um clube fica fora da competição... Isso é um absurdo. Porque, assim, qualquer um grita macaco e o rival é eliminado de um torneio. Não é nada contra o Aranha, até porque nós estamos do lado dele. Mas sim contra a punição. Que culpa teve o Grêmio por uma guria ter gritado algo? Me parece muito injusto um grupo de jogadores ter sido proibido de trabalhar por causa disto. Não estamos contra ninguém e sim defendendo a nós mesmos”, afirmou Barcos.

A eliminação teoricamente precoce na Copa do Brasil tirou do Grêmio a possibilidade de seguir trilhando o chamado "caminho mais fácil para a Copa Libertadores da América". Ao time gaúcho, restou lutar por uma vaga ao torneio continental via Campeonato Brasileiro - algo que não foi atingido, já que os comandados de Luiz Felipe Scolari ficaram na sétima posição na competição nacional. A ausência na Libertadores diminuirá a receita do Grêmio no ano que vem e poderá, inclusive, forçar a saída de Barcos do clube.

O raciocínio é simples: o argentino tem um dos maiores salários do elenco, e, sem vaga na Libertadores, o Grêmio não dificultaria uma possível transferência do atacante. O Tigres, do México, pretende contratar Barcos. Ele, porém, negou que tenha recebido propostas para deixar o clube brasileiro ao fim da temporada. “Estão falando muitas coisas. Já demonstrei interesse em ficar no Grêmio. Eu tenho contrato e vou permanecer. Realmente não sei de nada disto que estão especulando. Não chegou nada a mim e nem ao meu empresário”, finalizou.

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