Olímpico terá último treino, e Grêmio teme

Direção pretende desativar estádio de 60 anos a partir de segunda para começar ano completamente instalado na Arena; imbróglio com empreiteira deixa implosão incerta


Fonte: Globoesporte.com

Olímpico terá último treino, e Grêmio teme
O adeus ao Olímpico se tornou mais longo do que o previsto. Era para ter sido originalmente no Gre-Nal de dezembro de 2012. Chegou a haver demolições significativas, estagnadas logo depois. Nesta sexta-feira está programado, enfim, o último treino no estádio, que completou em setembro 60 anos. A nova era que se inaugura a partir de 2015, no entanto, não termina com as dúvidas e temores em relação ao Velho Casarão.

O Grêmio tem mais um compromisso neste ano. Enfrenta o Flamengo, no domingo, pela 38ª rodada do Brasileirão. Tem um treino marcado para a Arena no sábado. Por isso, o trabalho das 16h desta sexta surge como a despedida do Olímpico. É o ápice da migração à nova casa, que começou em novembro com a transferência dos departamentos de marketing, comunicação, quadro social, consulados e atendimento para a área administrativa. Uma das duas novas lojas Grêmio Mania também já foi instalada no novo estádio. Nesta semana, os aparelhos de musculação do vestiário foram levados.

- Após o jogo com o Flamengo, tudo será desativado no Olímpico, é uma ordem presidencial. Os funcionários todos serão remanejados para a Arena. Muitos já estão operando lá - explica o vice-presidente Marcos Hermann.

- A partir de segunda nós encerramos atividades e não entra mais ninguém no Olímpico - reforça o diretor executivo de futebol Rui Costa.

05/12/2014 07h05 - Atualizado em 05/12/2014 07h05
Olímpico terá último treino, e Grêmio teme "degradação" com longo entrave
Direção pretende desativar estádio de 60 anos a partir de segunda para começar ano completamente instalado na Arena; imbróglio com empreiteira deixa implosão incerta
Por Diego Guichard e Lucas Rizzatti
Porto Alegre
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O adeus ao Olímpico se tornou mais longo do que o previsto. Era para ter sido originalmente no Gre-Nal de dezembro de 2012. Chegou a haver demolições significativas, estagnadas logo depois. Nesta sexta-feira está programado, enfim, o último treino no estádio, que completou em setembro 60 anos. A nova era que se inaugura a partir de 2015, no entanto, não termina com as dúvidas e temores em relação ao Velho Casarão.
Estádio Olímpico, do Grêmio (Foto: Diego Guichard)
Estádio Olímpico deve ser desativado a partir de segunda-feira após treino final desta sexta (Foto: Diego Guichard)

O Grêmio tem mais um compromisso neste ano. Enfrenta o Flamengo, no domingo, pela 38ª rodada do Brasileirão. Tem um treino marcado para a Arena no sábado. Por isso, o trabalho das 16h desta sexta surge como a despedida do Olímpico. É o ápice da migração à nova casa, que começou em novembro com a transferência dos departamentos de marketing, comunicação, quadro social, consulados e atendimento para a área administrativa. Uma das duas novas lojas Grêmio Mania também já foi instalada no novo estádio. Nesta semana, os aparelhos de musculação do vestiário foram levados.
- Após o jogo com o Flamengo, tudo será desativado no Olímpico, é uma ordem presidencial. Os funcionários todos serão remanejados para a Arena. Muitos já estão operando lá - explica o vice-presidente Marcos Hermann.
- A partir de segunda nós encerramos atividades e não entra mais ninguém no Olímpico - reforça o diretor executivo de futebol Rui Costa.

A partir de 8 de janeiro de 2015, os treinos deverão ocorrer diariamente no CT Luiz Carvalho, obra que sofreu com diversos atrasos até ser inaugurada oficialmente em setembro. Atraso foi a marca do processo de migração entre Olímpico e Arena. Que ainda não terminou. Tudo começou quando o atual presidente Fábio Koff sucedeu Paulo Odone e resolveu renegociar a parceria.

A oficialização da assinatura do aditivo que modificou o acordo só saiu em junho deste ano, após longas negociações e crises de relacionamento entre as duas partes. Esses fatores, além de atrasarem as obras do novo CT, levaram à interrupção da demolição mecânica do Olímpico, estagnada em 60% - é o processo que antecede a implosão, prevista inicialmente para março de 2013 e que, hoje, tornou-se um dos grandes mistérios gremistas.

O presidente eleito para o próximo biênio, Romildo Bolzan Júnior, será o primeiro mandatário a despachar da Arena. O que não diminui a sua preocupação com o futuro do Velho Casarão, até ter sua data de implosão redefinida.

- Na medida em que as negociações para a conclusão da compra do estádio avancem, o Olímpico poderá ter seu destino mais rapidamente definido. Faz parte do negócio. Tomara que o tenha. Será muito triste ficar vendo o Olímpico degradar, ver o patrimônio definhar, por conta de ausência de iniciativas. O Grêmio está cumprindo sua parte contratual - alega Romildo.

Como reza no último aditivo, o Grêmio ainda espera receber da OAS uma Arena liberada da alienação aos bancos que liberaram o empréstimo de R$ 275 milhões para a sua construção. Sem a Arena desonerada, o Olímpico pode ainda se manter em pé por mais tempo, mesmo vazio e exposto a intempéries.

A última cartada de Koff nessa relação complicada com a construtora foi de adquirir o direito de o Grêmio administrar a Arena, sem a parceira. A compra da nova casa chegou a ser anunciada com festa numa entrevista coletiva antes da eleição presidencial, mas também acabou travada. A OAS acabou envolvida na investigação da Polícia Federal na Operação Lava Jato.

adeus oficial do Olímpico se deu em 2 de dezembro de 2012, no Gre-Nal empatado sem gols pela última rodada do Brasileiro. Havia a expectativa de implosão do estádio já em março do ano seguinte. Mas o palco receberia mais quatro partidas oficiais do Gauchão e até hoje sediava a maioria dos treinos da equipe principal.

Ainda foi reformado para receber treinos da Copa, o que acabou não ocorrendo - os gastos chegaram a R$ 250 mil. O último jogo oficial ficou para a história como a vitória tricolor de 1 a 0 sobre o Veranópolis, um duelo de pouca importância pelo estadual, em 17 de fevereiro de 2013, com gol do zagueiro Werley.

O assunto da implosão ainda é tratado com ressalvas. O Grêmio não se manifesta oficialmente e a empresa responsável pela implosão, a Ramos Andrade, afirma não ter autorização para comentar o processo. Está prevista a construção de um condomínio residencial no local.

O próprio 60º aniversário do Olímpico foi celebrado de maneira discreta. Com isso, procura-se valorizar o presente, ou seja, a Arena. A ação mais vistosa para a data foi feita pelo departamento de marketing, que colocará à venda pedaços da grama do estádio aos torcedores. Antes que o tempo, impiedoso, o faça à força.



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