Foto: OLI SCARFF/AFP / AFP
As últimas notícias de Anderson deste lado do Atlântico são do seu interesse em deixar o Manchester United e voltar ao Grêmio ou ir para o Flamengo, que teria feito proposta. As últimas do outro lado do oceano são constrangedoras. O zagueiro Wes Brown declarou que Anderson é o menos inteligente dos jogadores com quem conviveu.
O brasileiro minimizou a saia justa, considerou brincadeira do inglês, que era o seu melhor amigo no Manchester, antes de ir jogar no Sunderland. Melhor amigo, vejam só. Mesmo que Anderson mal fale inglês em sete anos na terra da Rainha, o amigão não precisava esculachar.
Mas jornais e sites levaram tudo a sério e relacionaram a fanfarrice de Wes Brown à má fase do brasileiro, que, afinal, já não interessa aos ingleses.
A imprensa britânica se diz perplexa com a falta de perseverança de Anderson, o que não cai bem a um atleta de 26 anos. Era hora de ele colher a experiência de sete anos em Old Trafford e empregar a maturidade em campo.
Em vez disso, Anderson aparece em evento da Unicef vestido à rigor e transparecendo quilos a mais dentro do blazer.
Desde setembro o brasileiro não é relacionado no Manchester, que decidiu passá-lo adiante para cortar custos, na lógica de clube inglês. Pagará ao jogador cerca de 1,4 milhão de libras (R$ 5,6 milhões) e facilitará a saída.
Correspondente da BBC no Rio de Janeiro, o jornalista inglês Tim Vickery considera o seu futebol de hoje mais sofisticado do que o do tempo do Grêmio. A Europa o lapidou e tudo seria perfeito não fosse a apatia.
— A ambição não é a mesma. Ele dá ideia de estar conformado com o dinheiro que ganhou nos últimos anos — observa Vickery, que conclui: não se sabe que caminho tomará.
De fato: ele ganha cerca de 4 milhões de libras anuais (cerca de R$ 16 milhões), ou 70 mil libras por semana — com contrato até 2015. Sua decisão de vida agora é perseguir os dólares da China, da Índia ou dos Estados Unidos ou encarar o futebol brasileiro.
Aqui a investida começou mal. Quando disse a Zero Hora que havia falado com "um tal de Rui", referindo-se ao executivo Rui Costa, quase lacrou as portas que já estavam fechadas no Grêmio.
Em Liverpool, o volante Lucas Leiva, 27 anos, companheiro de Anderson no Grêmio, há um ano apenas o acompanha pelas redes sociais, mas opina: não há razão para a fase difícil. Ele, Lucas, também não jogou em 2011 devido a lesões no joelho e na coxa e nem por isso se abateu.
— Lembro dele (Anderson) batendo pênalti na final da conquista da Champions em 2008, ele tem pouca idade, nada é desculpa para desistir — comenta Lucas, que chegou à Inglaterra à mesma época e fala inglês fluente.
Sobre provável retorno ao Porto, de Portugal, o jornalista local Norberto Lopes diz que o brasileiro não tem mais o cartaz de quando chegou a ser comparado a Ronaldinho.
— Há muito pouca relação com o Porto. Nesse tempo, voltou apenas uma ou duas vezes — conta.
Herói da Batalha dos Aflitos, Anderson trocou o Grêmio pelo Porto em 2006, foi bicampeão português em meio a lesões e a um acidente de trânsito. O Manchester o contratou em 2007, aos 19 anos, e o tratou como sucessor de Scholes.
O início foi bom, apesar da lesão no tornozelo que o tirou seis meses de campo.
— Eu o vi com a seleção no Sul-Americano sub-20 do Peru e ele dava arranques supervelozes, de 50 metros. Com o tempo, perdeu a velocidade nos 30 metros finais do campo e a função de volante lhe caiu bem — conta Vickery.
Os britânicos lembram de quando, em 2008, Anderson ganhou o Golden Boy, título concedido ao melhor jogador sub-21 da Europa, antes conferido a Agüero, Messi, Fàbregas e Rooney.
Com Ferguson, Anderson andou bem. Perdeu espaço com David Moyes e foi emprestado à Fiorentina. Quase não jogou por causa de lesões. Na volta aos Red Devils, Van Gaal tinha novos planos.
Repórter do The Telegraph, de Londres, Mark Ogden explicou o motivo da rejeição.
— Gaal queria o brasileiro como um 10. Mas para isso já tem Mata, Rooney, Januzaj — disse Ogden.
O Manchester United pagou R$ 108 milhões ao Porto.
Depois de 179 jogos e apenas nove gols, o clube se contenta em receber R$ 68 milhões.
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O brasileiro minimizou a saia justa, considerou brincadeira do inglês, que era o seu melhor amigo no Manchester, antes de ir jogar no Sunderland. Melhor amigo, vejam só. Mesmo que Anderson mal fale inglês em sete anos na terra da Rainha, o amigão não precisava esculachar.
Mas jornais e sites levaram tudo a sério e relacionaram a fanfarrice de Wes Brown à má fase do brasileiro, que, afinal, já não interessa aos ingleses.
A imprensa britânica se diz perplexa com a falta de perseverança de Anderson, o que não cai bem a um atleta de 26 anos. Era hora de ele colher a experiência de sete anos em Old Trafford e empregar a maturidade em campo.
Em vez disso, Anderson aparece em evento da Unicef vestido à rigor e transparecendo quilos a mais dentro do blazer.
Desde setembro o brasileiro não é relacionado no Manchester, que decidiu passá-lo adiante para cortar custos, na lógica de clube inglês. Pagará ao jogador cerca de 1,4 milhão de libras (R$ 5,6 milhões) e facilitará a saída.
Correspondente da BBC no Rio de Janeiro, o jornalista inglês Tim Vickery considera o seu futebol de hoje mais sofisticado do que o do tempo do Grêmio. A Europa o lapidou e tudo seria perfeito não fosse a apatia.
— A ambição não é a mesma. Ele dá ideia de estar conformado com o dinheiro que ganhou nos últimos anos — observa Vickery, que conclui: não se sabe que caminho tomará.
De fato: ele ganha cerca de 4 milhões de libras anuais (cerca de R$ 16 milhões), ou 70 mil libras por semana — com contrato até 2015. Sua decisão de vida agora é perseguir os dólares da China, da Índia ou dos Estados Unidos ou encarar o futebol brasileiro.
Aqui a investida começou mal. Quando disse a Zero Hora que havia falado com "um tal de Rui", referindo-se ao executivo Rui Costa, quase lacrou as portas que já estavam fechadas no Grêmio.
Em Liverpool, o volante Lucas Leiva, 27 anos, companheiro de Anderson no Grêmio, há um ano apenas o acompanha pelas redes sociais, mas opina: não há razão para a fase difícil. Ele, Lucas, também não jogou em 2011 devido a lesões no joelho e na coxa e nem por isso se abateu.
— Lembro dele (Anderson) batendo pênalti na final da conquista da Champions em 2008, ele tem pouca idade, nada é desculpa para desistir — comenta Lucas, que chegou à Inglaterra à mesma época e fala inglês fluente.
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— Há muito pouca relação com o Porto. Nesse tempo, voltou apenas uma ou duas vezes — conta.
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O início foi bom, apesar da lesão no tornozelo que o tirou seis meses de campo.
— Eu o vi com a seleção no Sul-Americano sub-20 do Peru e ele dava arranques supervelozes, de 50 metros. Com o tempo, perdeu a velocidade nos 30 metros finais do campo e a função de volante lhe caiu bem — conta Vickery.
Os britânicos lembram de quando, em 2008, Anderson ganhou o Golden Boy, título concedido ao melhor jogador sub-21 da Europa, antes conferido a Agüero, Messi, Fàbregas e Rooney.
Com Ferguson, Anderson andou bem. Perdeu espaço com David Moyes e foi emprestado à Fiorentina. Quase não jogou por causa de lesões. Na volta aos Red Devils, Van Gaal tinha novos planos.
Repórter do The Telegraph, de Londres, Mark Ogden explicou o motivo da rejeição.
— Gaal queria o brasileiro como um 10. Mas para isso já tem Mata, Rooney, Januzaj — disse Ogden.
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