Felipão em treino do Grêmio (Foto: Diego Guichard)
Felipão sabe que terá de concentrar todas as energias se quiser concretizar a meta de levar o Grêmio à Libertadores de 2015. Sexto colocado, com 60 pontos, o Tricolor não depende de forças próprias para chegar ao G-4 ao término do Brasileirão e precisa vencer Bahia, na Fonte Nova, e Flamengo, na Arena, além de torcer contra Corinthians, Inter e Atlético-MG, rivais diretos pela vaga. Mas ao mesmo tempo em que foca no trabalho com seus atletas para assegurar os triunfos, procura desviar as atenções do desempenho dentro de campo para mergulhar em farpas e polêmicas com a arbitragem e com a CBF nas derrotas.
As manifestações em tom de revolta de Scolari após os dois últimos tropeços da equipe evidenciam a tônica recorrente no discurso do comandante. Diante do Cruzeiro, o comandante fez duras críticas ao quarto árbitro da partida, Márcio Coruja. Depois, chegou a reunir a imprensa no Estádio Olímpico para exemplificar as reclamações. No revés para o Timão, no último domingo, o treinador chegou a insinuar que um complô foi formado para definir os integrantes do G-4 ao reclamar com Wilson Luiz Seneme, delegado especial da partida.
É bem verdade, porém, que as derrotas são raras desde que assumiu a equipe, em 10 de agosto. Ocorreram sete vezes - foram outras 12 vitórias e cinco empates. Mas o histórico consolida outro fato negativo. Felipão fora expulso em dois dos três tropeços dentro da Arena - contra São Paulo e Santos.
O GloboEsporte.com lista algumas das frases e manifestações polêmicas de Felipão no comando do Grêmio. Confira:
1ª EXPULSÃO
Se foi evasivo diante das injúrias raciais proferidas contra o goleiro Aranha, na Arena, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, Felipão não deixou de manifestar seu descontentamento com o trio de arbitragem durante a derrota por 2 a 0. O motivo da revolta? O domínio irregular, com a mão, de Lucas Lima no segundo gol do Peixe. Acabou expulso pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio no túnel que dá acesso aos vestiários, por reclamação durante o intervalo.
- Não fiz reclamação nenhuma. A televisão grava. Eu disse a ele: "Olhe na televisão o lance do segundo gol, por favor". Com educação. Só acho que em determinados momentos, o juiz é tão soberano, que nós que somos prejudicados poderemos pensar em acionar na Justiça. Em ver um valor monetário de indenização, porque fomos prejudicados - se explicou na entrevista coletiva após a partida.
A atuação da arbitragem não escapou de alfinetadas mesmo na análise de Scolari sobre o desempenho das duas equipes na partida.
- Dá para dizer que nós tivemos um primeiro tempo muito bom. Foi o melhor primeiro tempo que tivemos nos cinco jogos em que trabalhamos no Grêmio. Criamos cinco oportunidades claras de gol, mas não conseguimos fazer. O Santos teve mais qualidade tanto para fazer o primeiro gol, quanto para dominar a bola com a mão, levar para frente e fazer o segundo - ressaltou.
ESPARRELA
Felipão até tentou se privar de comentários sobre as injúrias raciais proferidas contra o goleiro Aranha. Remanesceu calado por três semanas, mas não conseguiu evitar a polêmica, às vésperas de um reencontro com o Santos pelo Brasileirão, dentro de casa, após a eliminação prematura do Grêmio na Copa do Brasil. A manifestação veio em apenas uma frase, proferida em um dos treinamentos que antecederam a partida, no Estádio Olímpico.
Scolari aguardava o superintendente de futebol do clube, Antônio Carlos Verardi, quando se aproximou do assessor de imprensa do departamento de futebol, João Paulo Fontoura, para conversar reservadamente. Ao se afastar, o treinador falou, em volume audível para os jornalistas que cobriam a atividade:
- JP (João Paulo Fontoura), vamos ver se eles vão cair na esparrela de Aranha de novo - afirmou Scolari, supostamente se dirigindo à imprensa, informação não confirmada pelo clube.
A insinuação de que o goleiro estivesse apenas encenando uma ofensa acabou surtindo efeito reverso aos gremistas. Aranha foi o destaque da partida em seu retorno à Arena com ao menos duas boas intervenções e segurou o empate sem gols entre as duas equipes.
2ª EXPULSÃO
A segunda derrota do Grêmio diante do torcedor acarretou na segunda expulsão de Felipão no comando da equipe. O treinador não escondeu o descontentamento diante das decisões do árbitro Felipe Gomes da Silva no revés por 1 a 0 para o São Paulo, na Arena. Reclamou e bradou à beira do gramado até receber a penalização
- Ele disse que eu usei as mãos para gesticular e joguei a torcida contra ele. Tudo bem. Mas, depois do jogo, xinguei, sim - disse o treinador, que assistiu à boa parte da etapa final num dos camarotes da Arena, na entrevista coletiva após a partida.
Felipão foi além e chegou a afirmar que o árbitro repreendera um de seus auxiliares, Bruno Boschilia, após impedimento mal assinalado, que impediu Barcos de entrar cara a cara com Rogério Ceni.
- Não é que o árbitro não erra para um ou erra para outro. Erra quando quer. Nós sabemos que ele entrou no vestiário e xingou o bandeira, dizendo que estava prejudicando a atuação com o lance do Barcos. E, depois, fez o segundo tempo que fez. Ganhou o São Paulo, acabou o assunto - resumiu.
O lance que mais gerou reclamação ocorreu aos 22 minutos do primeiro tempo. Barcos foi lançado e entrava livre para finalizar. No entanto, o auxiliar assinalou impedimento. A reclamação do Grêmio se baseia no fato de que quem tocou a bola para trás foi um são-paulino, o que anularia a posição ilegal do centroavante.
O episódio rendeu ao treinador uma denúncia do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Scolari poderia pegar um gancho de até 12 jogos, mas acabou absolvido.
BRONCA COM 4º ÁRBITRO
Felipão não se esquivou da análise das equipes após a derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro. Elogiou a primeira etapa de superioridade do Grêmio e atribuiu o tropeço ao futebol mais efetivo do rival para liquidar o jogo no segundo tempo. Por outro lado, não poupou críticas ao desempenho do trio de arbitragem. Em especial ao quarto árbitro, Márcio Coruja, com quem admitiu uma rusga na entrevista coletiva. Na saída de campo, Scolari e Ivo Wortmann demonstraram irritação com Coruja e chegaram a esbravejar, aos gritos de "Você não pisa mais aqui".
- Ele não é muito adepto do Grêmio. Perguntei a ele se oito, nove faltas no Dudu não seria antijogo, e ele disse que eu estava faltando com ética. Acho que está na hora de a Federação Gaúcha dar uma observada. Não tem só o Corona (Coruja) para ser quarto árbitro. Tem outros. Nosso banco, ninguém mais quer nem olhar para a cara dele - afirmou o comandante na entrevista coletiva após a partida.
O descontentamento tomou proporções maiores após a expulsão do auxiliar Flávio Murtosa, por reclamação. O comandante chegou a pedir que Márcio Coruja não atue mais em partidas do Tricolor.
- Eu acho que está na hora de alguém olhar. São sete, oito jogos dele aqui no Grêmio. Só tem ele para ser quarto árbitro? Nós não gostamos dele, nem ele gosta da gente. Não adianta ficar passando panos quentes... Vai trabalhar em outro jogo. A Federação tem que ter um pouco de bom senso. Hoje foi o Murtosa, amanhã vai ser outro. Provavelmente, a Federação vai entender e não vai colocá-lo mais. Se colocar, também, não importa. Temos só mais um jogo contra o Flamengo. Não vai mudar nada - reclama.
As reclamações de Felipão e de Ivo Wortmann foram relatadas na súmula da partida.
VÍDEO AOS JORNALISTAS
O inconformismo de Luiz Felipe Scolari com a atuação do árbitro Vinicius Furlan na derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, na Arena perdurou até a retomada dos trabalhos, no dia seguinte. Tanto que levou o treinador a promover uma situação inusitada antes do treinamento, no Estádio Olímpico. Felipão reuniu os jornalistas para uma conversa informal e apontou supostos erros de arbitragem que poderiam ter mudado o desfecho da partida.
As reclamações tinham como alvo dois lances capitais que deixaram o treinador revoltado. A cada análise dos momentos da partida, Felipão procurava apontar com um “laser” para um telão montado na sala de imprensa. Entre as críticas, chamava atenção para o mau posicionamento de Furlan na partida.
O primeiro motivo de reclamações ocorreu aos 25 minutos do primeiro tempo, em lance no qual Barcos cabeceou na trave. Na mesma jogada, Pedro Geromel fora derrubado pelo zagueiro Léo dentro da área, o que na visão de Felipão foi um pênalti não assinalado pelo árbitro, que mandou o jogo seguir.
O segundo surgiu aos 25 do segundo tempo e envolveu novamente Pedro Geromel. Após cobrança de escanteio para o Grêmio, o zagueiro fora atropelado dentro da área e, mais uma vez, a arbitragem ignorou o lance em que os gremistas viram irregularidade.
COMPLÔ?
Projeções pelo G-4, desempenho dentro de campo, possíveis falhas defensivas… O futebol passou longe do foco de Felipão em entrevista coletiva no último domingo, após a derrota por 1 a 0 para o Corinthians. Ainda na Arena de Itaquera, Scolari construiu quase todo seu discurso, a cada pergunta dos repórteres, sobre o desempenho da arbitragem durante o revés.
Inconformado, não poupou críticas ao critério adotado pelos árbitros e manifestou a revolta do grupo com a situação.
O comandante gremista lamentou basicamente dois casos. Aos 25 minutos do segundo tempo, a bola rebateu em Fábio Santos dentro da área. Na avaliação do treinador, a bola respingou na mão do jogador. Já no gol do Corinthians, Felipão acredita que o lance que originou o tento - cobrança de lateral - era favorável ao time gaúcho.
Ao final da partida, o treinador foi além: se aproximou de Wilson Luiz Seneme, que atuou como delegado da partida, e insinuou uma possível combinação que tenha definido os integrantes do G-4.
- Disse para ele: "já estão escolhidas as equipes que vão à Libertadores". Ele me chamou de prepotente, disse que não tem essa autoridade. Eu sei que não tem, mas faz parte - admitiu.
As duras críticas de Scolari repercutiram longe do Grêmio e podem trazer consequências ao treinador. De acordo com o procurador Paulo Schmitt, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pediu imagens da partida para análise. O técnico Mano Menezes, por sua vez, ironizou as insinuações de um suposto complô pela classificação do Corinthians na entrevista coletiva após a partida.
- Se existe algo, não me avisaram - disse o treinador do Timão.
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- Inter recebe provocações de Renato após derrota do Grêmio no clássico grenal
- EVITOU O PIOR? Torcedor agradece Marquesín após evitar derrota elástica no Gre-Nal.
- Renato elogia desempenho do Grêmio e alfineta o Internacional após Gre-Nal.
Felipão sabe que terá de concentrar todas as energias se quiser concretizar a meta de levar o Grêmio à Libertadores de 2015. Sexto colocado, com 60 pontos, o Tricolor não depende de forças próprias para chegar ao G-4 ao término do Brasileirão e precisa vencer Bahia, na Fonte Nova, e Flamengo, na Arena, além de torcer contra Corinthians, Inter e Atlético-MG, rivais diretos pela vaga. Mas ao mesmo tempo em que foca no trabalho com seus atletas para assegurar os triunfos, procura desviar as atenções do desempenho dentro de campo para mergulhar em farpas e polêmicas com a arbitragem e com a CBF nas derrotas.
As manifestações em tom de revolta de Scolari após os dois últimos tropeços da equipe evidenciam a tônica recorrente no discurso do comandante. Diante do Cruzeiro, o comandante fez duras críticas ao quarto árbitro da partida, Márcio Coruja. Depois, chegou a reunir a imprensa no Estádio Olímpico para exemplificar as reclamações. No revés para o Timão, no último domingo, o treinador chegou a insinuar que um complô foi formado para definir os integrantes do G-4 ao reclamar com Wilson Luiz Seneme, delegado especial da partida.
É bem verdade, porém, que as derrotas são raras desde que assumiu a equipe, em 10 de agosto. Ocorreram sete vezes - foram outras 12 vitórias e cinco empates. Mas o histórico consolida outro fato negativo. Felipão fora expulso em dois dos três tropeços dentro da Arena - contra São Paulo e Santos.
O GloboEsporte.com lista algumas das frases e manifestações polêmicas de Felipão no comando do Grêmio. Confira:
1ª EXPULSÃO
Se foi evasivo diante das injúrias raciais proferidas contra o goleiro Aranha, na Arena, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, Felipão não deixou de manifestar seu descontentamento com o trio de arbitragem durante a derrota por 2 a 0. O motivo da revolta? O domínio irregular, com a mão, de Lucas Lima no segundo gol do Peixe. Acabou expulso pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio no túnel que dá acesso aos vestiários, por reclamação durante o intervalo.
- Não fiz reclamação nenhuma. A televisão grava. Eu disse a ele: "Olhe na televisão o lance do segundo gol, por favor". Com educação. Só acho que em determinados momentos, o juiz é tão soberano, que nós que somos prejudicados poderemos pensar em acionar na Justiça. Em ver um valor monetário de indenização, porque fomos prejudicados - se explicou na entrevista coletiva após a partida.
A atuação da arbitragem não escapou de alfinetadas mesmo na análise de Scolari sobre o desempenho das duas equipes na partida.
- Dá para dizer que nós tivemos um primeiro tempo muito bom. Foi o melhor primeiro tempo que tivemos nos cinco jogos em que trabalhamos no Grêmio. Criamos cinco oportunidades claras de gol, mas não conseguimos fazer. O Santos teve mais qualidade tanto para fazer o primeiro gol, quanto para dominar a bola com a mão, levar para frente e fazer o segundo - ressaltou.
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Scolari aguardava o superintendente de futebol do clube, Antônio Carlos Verardi, quando se aproximou do assessor de imprensa do departamento de futebol, João Paulo Fontoura, para conversar reservadamente. Ao se afastar, o treinador falou, em volume audível para os jornalistas que cobriam a atividade:
- JP (João Paulo Fontoura), vamos ver se eles vão cair na esparrela de Aranha de novo - afirmou Scolari, supostamente se dirigindo à imprensa, informação não confirmada pelo clube.
A insinuação de que o goleiro estivesse apenas encenando uma ofensa acabou surtindo efeito reverso aos gremistas. Aranha foi o destaque da partida em seu retorno à Arena com ao menos duas boas intervenções e segurou o empate sem gols entre as duas equipes.
2ª EXPULSÃO
A segunda derrota do Grêmio diante do torcedor acarretou na segunda expulsão de Felipão no comando da equipe. O treinador não escondeu o descontentamento diante das decisões do árbitro Felipe Gomes da Silva no revés por 1 a 0 para o São Paulo, na Arena. Reclamou e bradou à beira do gramado até receber a penalização
- Ele disse que eu usei as mãos para gesticular e joguei a torcida contra ele. Tudo bem. Mas, depois do jogo, xinguei, sim - disse o treinador, que assistiu à boa parte da etapa final num dos camarotes da Arena, na entrevista coletiva após a partida.
Felipão foi além e chegou a afirmar que o árbitro repreendera um de seus auxiliares, Bruno Boschilia, após impedimento mal assinalado, que impediu Barcos de entrar cara a cara com Rogério Ceni.
- Não é que o árbitro não erra para um ou erra para outro. Erra quando quer. Nós sabemos que ele entrou no vestiário e xingou o bandeira, dizendo que estava prejudicando a atuação com o lance do Barcos. E, depois, fez o segundo tempo que fez. Ganhou o São Paulo, acabou o assunto - resumiu.
O lance que mais gerou reclamação ocorreu aos 22 minutos do primeiro tempo. Barcos foi lançado e entrava livre para finalizar. No entanto, o auxiliar assinalou impedimento. A reclamação do Grêmio se baseia no fato de que quem tocou a bola para trás foi um são-paulino, o que anularia a posição ilegal do centroavante.
O episódio rendeu ao treinador uma denúncia do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Scolari poderia pegar um gancho de até 12 jogos, mas acabou absolvido.
BRONCA COM 4º ÁRBITRO
Felipão não se esquivou da análise das equipes após a derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro. Elogiou a primeira etapa de superioridade do Grêmio e atribuiu o tropeço ao futebol mais efetivo do rival para liquidar o jogo no segundo tempo. Por outro lado, não poupou críticas ao desempenho do trio de arbitragem. Em especial ao quarto árbitro, Márcio Coruja, com quem admitiu uma rusga na entrevista coletiva. Na saída de campo, Scolari e Ivo Wortmann demonstraram irritação com Coruja e chegaram a esbravejar, aos gritos de "Você não pisa mais aqui".
- Ele não é muito adepto do Grêmio. Perguntei a ele se oito, nove faltas no Dudu não seria antijogo, e ele disse que eu estava faltando com ética. Acho que está na hora de a Federação Gaúcha dar uma observada. Não tem só o Corona (Coruja) para ser quarto árbitro. Tem outros. Nosso banco, ninguém mais quer nem olhar para a cara dele - afirmou o comandante na entrevista coletiva após a partida.
O descontentamento tomou proporções maiores após a expulsão do auxiliar Flávio Murtosa, por reclamação. O comandante chegou a pedir que Márcio Coruja não atue mais em partidas do Tricolor.
- Eu acho que está na hora de alguém olhar. São sete, oito jogos dele aqui no Grêmio. Só tem ele para ser quarto árbitro? Nós não gostamos dele, nem ele gosta da gente. Não adianta ficar passando panos quentes... Vai trabalhar em outro jogo. A Federação tem que ter um pouco de bom senso. Hoje foi o Murtosa, amanhã vai ser outro. Provavelmente, a Federação vai entender e não vai colocá-lo mais. Se colocar, também, não importa. Temos só mais um jogo contra o Flamengo. Não vai mudar nada - reclama.
As reclamações de Felipão e de Ivo Wortmann foram relatadas na súmula da partida.
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As reclamações tinham como alvo dois lances capitais que deixaram o treinador revoltado. A cada análise dos momentos da partida, Felipão procurava apontar com um “laser” para um telão montado na sala de imprensa. Entre as críticas, chamava atenção para o mau posicionamento de Furlan na partida.
O primeiro motivo de reclamações ocorreu aos 25 minutos do primeiro tempo, em lance no qual Barcos cabeceou na trave. Na mesma jogada, Pedro Geromel fora derrubado pelo zagueiro Léo dentro da área, o que na visão de Felipão foi um pênalti não assinalado pelo árbitro, que mandou o jogo seguir.
O segundo surgiu aos 25 do segundo tempo e envolveu novamente Pedro Geromel. Após cobrança de escanteio para o Grêmio, o zagueiro fora atropelado dentro da área e, mais uma vez, a arbitragem ignorou o lance em que os gremistas viram irregularidade.
COMPLÔ?
Projeções pelo G-4, desempenho dentro de campo, possíveis falhas defensivas… O futebol passou longe do foco de Felipão em entrevista coletiva no último domingo, após a derrota por 1 a 0 para o Corinthians. Ainda na Arena de Itaquera, Scolari construiu quase todo seu discurso, a cada pergunta dos repórteres, sobre o desempenho da arbitragem durante o revés.
Inconformado, não poupou críticas ao critério adotado pelos árbitros e manifestou a revolta do grupo com a situação.
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Ao final da partida, o treinador foi além: se aproximou de Wilson Luiz Seneme, que atuou como delegado da partida, e insinuou uma possível combinação que tenha definido os integrantes do G-4.
- Disse para ele: "já estão escolhidas as equipes que vão à Libertadores". Ele me chamou de prepotente, disse que não tem essa autoridade. Eu sei que não tem, mas faz parte - admitiu.
As duras críticas de Scolari repercutiram longe do Grêmio e podem trazer consequências ao treinador. De acordo com o procurador Paulo Schmitt, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pediu imagens da partida para análise. O técnico Mano Menezes, por sua vez, ironizou as insinuações de um suposto complô pela classificação do Corinthians na entrevista coletiva após a partida.
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