Marcelo Grohe, goleiro do Grêmio, consegue igualar tira-teima pessoal em Gre-Nais (Foto: Diego Guichard)
"Alívio, alma lavada ou revanche". Esses são alguns termos que resumem o sentimento de Marcelo Grohe após a vitória por 4 a 1 no clássico Gre-Nal do último domingo, na Arena. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o goleiro protagonista da melhor defesa do Brasileirão, com 19 gols sofridos em 33 rodadas, mostrou plena satisfação não somente pelo resultado e crescimento na tabela, mas pelo nível de atuação encontrado no momento de maior pressão no ano. Acha que o confronto deve ser utilizado como exemplo para as cinco “finais” restantes.
Como poucos, Marcelo Grohe reconhece a satisfação de vencer um clássico. Afinal, é formado no Grêmio. Cresceu como goleiro com as cores azul, preto e brinco. As faltas de vitórias recentes incomodavam o camisa 1. Com a goleada do domingo, conseguiu igualar, em seu retrospecto pessoal, o número de vitórias com o de derrotas (4 a 4, além de mais oito empates, desde 2006). Além, claro do troco ao 4 a 1 sofrido na final do último Gauchão.
- Talvez por eu ser daqui eu sinta mais essa questão da rivalidade. É um sentimento de alívio pela grandeza que tem o clássico. Ao mesmo tempo de confiança para essas cinco rodadas finais que mostram que o time é capaz - projeta.
Ao contrário de outras partidas em que fora insistentemente exigido, Grohe esteve longe de ser protagonista no clássico por um motivo bem simples: o sistema defensivo gremista anulou o ataque colorado. Mesmo assim, foi um gol sofrido, em belo arremate de Rafael Moura. De acordo com levantamento do GloboEsporte, o atleta ainda teve duas intervenções normais e uma difícil - números até modestos para um confronto da dimensão de clássico gaúcho.
Aos 27 anos, Marcelo Grohe vive o melhor momento disparado na carreira. Teve o nome lembrado por Dunga para a Seleção, é titular absoluto e um dos goleiros do Brasileirão. Para somar, ainda será pai no próximo ano já que a esposa (Paula) está grávida.
> Confira como foi a entrevista com o GloboEsporte.com
GloboEsporte.com – O que significou essa vitória no Gre-Nal para o grupo do Grêmio?
Marcelo Grohe – Acho que um sentimento de alívio, tem muita gente falando em alma lavada. Depois em um bom tempo sem vencer o maior rival e conseguir a vitória do jeito que foi, com aniversário do Felipão, último Gre-Nal do presidente Fábio Koff, e ainda foi a primeira do Grêmio em clássico na Arena. Acho que são vários favores que engrandecem a vitória, como a questão da tabela, o fato de termos entrado no G-4 e termos ultrapassado um concorrente direto. Tudo isso valoriza muito o resultado. Foi muito bom ter vencido ontem (domingo).
Como vocês se motivaram antes do jogo para o clássico?
Não teve vídeo, nada assim. Nos preparamos durante a semana. Nós entendíamos que precisávamos da vitória de qualquer maneira. Não podíamos ficar mais um clássico sem vencer. Isso estava incomodando o grupo, o torcedor. Tivemos uma conversa no sábado à noite na qual alguns jogadores opinaram o que estavam sentindo, sobre o que poderíamos fazer para melhorar a equipe. E, antes mesmo do juiz apitar, teve a reunião dentro de campo, um olhando na cara do outro no gramado. Víamos no semblante que não passaria daquele dia.
Teve sentimento de revanche após a derrota por 4 a 1 na decisão do Gauchão?
Olha, não sei se de revanche. Acho que era um acúmulo com nove Gre-Nais sem vitória, dois anos sem derrotar o rival. Muito se fala no Gre-Nal de Caxias, foi muito doído aquele jogo, de certa forma humilhante. O placar é legal porque remete esse sentimento de revanche. Mas nós estávamos preocupados com o resultado, se tivéssemos vencido por 1 a 0, sairíamos felizes de qualquer maneira.
Muito se falou nos bastidores de que o grupo receberia um bicho maior pela vitória. Houve realmente isso?
Eu recebi durante a semana por “Whatsapp” links de matérias falando que receberíamos parte da renda do jogo. Quando iniciou a semana nós nos reunimos e decidimos não falar em bicho. Nosso foco era vencer o Gre-Nal. Não teve isso. Decidimos não falar e entregamos nas mãos do presidente. Caso vencêssemos, o presidente daria o que achasse justo. Mas em nenhum momento nós conversamos sobre premiação.
Em Gre-Nais antigos, você se mostrou como um dos jogadores que mais se abala em derrotas. O que significou para você, pessoalmente, essa vitória?
Talvez por eu ser daqui eu sinta mais essa questão da rivalidade. É um sentimento de alívio pela grandeza que tem o clássico. Ao mesmo tempo de confiança para essas cinco rodadas finais que mostram que o time é capaz. Não podemos nos contentar com menos do que apresentamos ontem. Se mantivermos esse nível com certeza conseguiremos essa vaga para a Libertadores.
Como fazer para manter esse mesmo nível de atuação para seguir na zona da Libertadores até o final da competição?
O Gre-Nal foi importante pela questão anímica, pela moral e euforia. Nós comemoramos hoje, mas já focaremos no Criciúma a partir de terça. Precisamos nos manter focados. De nada adiantará essa recuperação depois da chegada do Felipão, se não concretizarmos vaga.
O quanto Felipão tem de importante para o crescimento do grupo?
Tem uma grande parcela, ele chegou em momento delicado do time. Estávamos no meio de tabela. Não subíamos e nem caíamos de posição. O Felipão ajeitou o time da forma com que ele achava necessário. Pegou o time em 11º e estamos em terceiro. Mostra como o grupo entendeu a filosofia de trabalho. Esperamos fechar com chave de ouro para que, com a vaga, tenhamos a possibilidade de projetar um ano bom em 2015.
Passando um longo período com dificuldades para marcar, essa goleada pode servir de exemplo para o time fazer mais gols?
Vencer por resultado mínimo estava sendo uma característica da nossa equipe. Conquistamos várias vitórias por 1 a 0. Mesmo assim, não podemos menosprezar, já que são os mesmo três pontos. Quando se faz dois ou mais gols se cria tranquilidade dentro de jogo. O mais importante são as vitórias. A atuação que tivemos no Gre-Nal mostra do que somos capazes.
Convocação para a Seleção, vitória em Gre-Nal afirmação no time do Grêmio. É possível dizer que foi um grande ano para o Marcelo Grohe, não?
É um ano especial, maravilhoso para mim. Infelizmente, não está sendo com títulos. São 10 pontos para serem tirados tirar em 15 possíveis. O Brasileirão é muito difícil. Enquanto há vida, há esperança. Vamos continuar lutando. O objetivo é fechar com chave de ouro. No futebol é preciso provar a cada dia.
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"Alívio, alma lavada ou revanche". Esses são alguns termos que resumem o sentimento de Marcelo Grohe após a vitória por 4 a 1 no clássico Gre-Nal do último domingo, na Arena. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o goleiro protagonista da melhor defesa do Brasileirão, com 19 gols sofridos em 33 rodadas, mostrou plena satisfação não somente pelo resultado e crescimento na tabela, mas pelo nível de atuação encontrado no momento de maior pressão no ano. Acha que o confronto deve ser utilizado como exemplo para as cinco “finais” restantes.
Como poucos, Marcelo Grohe reconhece a satisfação de vencer um clássico. Afinal, é formado no Grêmio. Cresceu como goleiro com as cores azul, preto e brinco. As faltas de vitórias recentes incomodavam o camisa 1. Com a goleada do domingo, conseguiu igualar, em seu retrospecto pessoal, o número de vitórias com o de derrotas (4 a 4, além de mais oito empates, desde 2006). Além, claro do troco ao 4 a 1 sofrido na final do último Gauchão.
- Talvez por eu ser daqui eu sinta mais essa questão da rivalidade. É um sentimento de alívio pela grandeza que tem o clássico. Ao mesmo tempo de confiança para essas cinco rodadas finais que mostram que o time é capaz - projeta.
Ao contrário de outras partidas em que fora insistentemente exigido, Grohe esteve longe de ser protagonista no clássico por um motivo bem simples: o sistema defensivo gremista anulou o ataque colorado. Mesmo assim, foi um gol sofrido, em belo arremate de Rafael Moura. De acordo com levantamento do GloboEsporte, o atleta ainda teve duas intervenções normais e uma difícil - números até modestos para um confronto da dimensão de clássico gaúcho.
Aos 27 anos, Marcelo Grohe vive o melhor momento disparado na carreira. Teve o nome lembrado por Dunga para a Seleção, é titular absoluto e um dos goleiros do Brasileirão. Para somar, ainda será pai no próximo ano já que a esposa (Paula) está grávida.
> Confira como foi a entrevista com o GloboEsporte.com
GloboEsporte.com – O que significou essa vitória no Gre-Nal para o grupo do Grêmio?
Marcelo Grohe – Acho que um sentimento de alívio, tem muita gente falando em alma lavada. Depois em um bom tempo sem vencer o maior rival e conseguir a vitória do jeito que foi, com aniversário do Felipão, último Gre-Nal do presidente Fábio Koff, e ainda foi a primeira do Grêmio em clássico na Arena. Acho que são vários favores que engrandecem a vitória, como a questão da tabela, o fato de termos entrado no G-4 e termos ultrapassado um concorrente direto. Tudo isso valoriza muito o resultado. Foi muito bom ter vencido ontem (domingo).
Como vocês se motivaram antes do jogo para o clássico?
Não teve vídeo, nada assim. Nos preparamos durante a semana. Nós entendíamos que precisávamos da vitória de qualquer maneira. Não podíamos ficar mais um clássico sem vencer. Isso estava incomodando o grupo, o torcedor. Tivemos uma conversa no sábado à noite na qual alguns jogadores opinaram o que estavam sentindo, sobre o que poderíamos fazer para melhorar a equipe. E, antes mesmo do juiz apitar, teve a reunião dentro de campo, um olhando na cara do outro no gramado. Víamos no semblante que não passaria daquele dia.
Teve sentimento de revanche após a derrota por 4 a 1 na decisão do Gauchão?
Olha, não sei se de revanche. Acho que era um acúmulo com nove Gre-Nais sem vitória, dois anos sem derrotar o rival. Muito se fala no Gre-Nal de Caxias, foi muito doído aquele jogo, de certa forma humilhante. O placar é legal porque remete esse sentimento de revanche. Mas nós estávamos preocupados com o resultado, se tivéssemos vencido por 1 a 0, sairíamos felizes de qualquer maneira.
Muito se falou nos bastidores de que o grupo receberia um bicho maior pela vitória. Houve realmente isso?
Eu recebi durante a semana por “Whatsapp” links de matérias falando que receberíamos parte da renda do jogo. Quando iniciou a semana nós nos reunimos e decidimos não falar em bicho. Nosso foco era vencer o Gre-Nal. Não teve isso. Decidimos não falar e entregamos nas mãos do presidente. Caso vencêssemos, o presidente daria o que achasse justo. Mas em nenhum momento nós conversamos sobre premiação.
Em Gre-Nais antigos, você se mostrou como um dos jogadores que mais se abala em derrotas. O que significou para você, pessoalmente, essa vitória?
Talvez por eu ser daqui eu sinta mais essa questão da rivalidade. É um sentimento de alívio pela grandeza que tem o clássico. Ao mesmo tempo de confiança para essas cinco rodadas finais que mostram que o time é capaz. Não podemos nos contentar com menos do que apresentamos ontem. Se mantivermos esse nível com certeza conseguiremos essa vaga para a Libertadores.
Como fazer para manter esse mesmo nível de atuação para seguir na zona da Libertadores até o final da competição?
O Gre-Nal foi importante pela questão anímica, pela moral e euforia. Nós comemoramos hoje, mas já focaremos no Criciúma a partir de terça. Precisamos nos manter focados. De nada adiantará essa recuperação depois da chegada do Felipão, se não concretizarmos vaga.
O quanto Felipão tem de importante para o crescimento do grupo?
Tem uma grande parcela, ele chegou em momento delicado do time. Estávamos no meio de tabela. Não subíamos e nem caíamos de posição. O Felipão ajeitou o time da forma com que ele achava necessário. Pegou o time em 11º e estamos em terceiro. Mostra como o grupo entendeu a filosofia de trabalho. Esperamos fechar com chave de ouro para que, com a vaga, tenhamos a possibilidade de projetar um ano bom em 2015.
Passando um longo período com dificuldades para marcar, essa goleada pode servir de exemplo para o time fazer mais gols?
Vencer por resultado mínimo estava sendo uma característica da nossa equipe. Conquistamos várias vitórias por 1 a 0. Mesmo assim, não podemos menosprezar, já que são os mesmo três pontos. Quando se faz dois ou mais gols se cria tranquilidade dentro de jogo. O mais importante são as vitórias. A atuação que tivemos no Gre-Nal mostra do que somos capazes.
Convocação para a Seleção, vitória em Gre-Nal afirmação no time do Grêmio. É possível dizer que foi um grande ano para o Marcelo Grohe, não?
É um ano especial, maravilhoso para mim. Infelizmente, não está sendo com títulos. São 10 pontos para serem tirados tirar em 15 possíveis. O Brasileirão é muito difícil. Enquanto há vida, há esperança. Vamos continuar lutando. O objetivo é fechar com chave de ouro. No futebol é preciso provar a cada dia.
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