Diogo Olivier: Alán Ruiz e D'Alessandro são iguais

Alán Ruiz fez a festa dos gremistas no Instagram. Seguiu tocando flauta no Inter pelo quatrilho. Numa das postagens, mostrou D’Alessandro e ele cara a cara. Tudo o que entrava sobre o tema explodia a audiência.

Os gremistas foram à loucura. A nova direção terá de arrumar os US$ 4 milhões para contratá-lo junto ao San Lorenzo de qualquer maneira, se não quiser ouvir bronca logo de cara. A titularidade virou questão de ordem, suponho.

Curiosamente, a corneta de Alán Ruiz em D’Alessandro reforça o protagonismo do líder colorado. O destempero do capitão foi tão festejado pela torcida tricolor como a própria goleada. O camisa 10 estava engasgado, pelo sofrimento que vinha causando em clássicos. Os gremistas não estão vidrados em Alán Ruiz só pelos dois gols no Gre-Nal. A paixão, em larga medida, é porque ele mostrou que se importa.

Alán Ruiz não digeriu o 4 a 1 do Gauchão. Levou este sentimento para a Arena. Vale o mesmo para D’Alessandro. O acesso de fúria ao constatar a provocação do conterrâneo é de quem está ferido.

De quem se importa.

Nestes tempos em que sobram notícias de jogadores que reagem da mesma maneira em caso de vitória ou derrota, enquanto o torcedor sofre a cada revés, a ideia de que dentro do campo há solidariedade na dor é reconfortante.

O torcedor Gre-Nal percebeu, nos argentinos, que eles sofrem juntos, jogador e torcedor, para além de altos salários, carrões e roupas de grife. Erraram? Podiam ter sido menos acintosos, mas também não dá para eliminar a adrenalina do futebol.

Eles se importam.

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