Zé Roberto descarta aposentadoria e fala sobre Gre-Nal: "Não vemos a hora de chegar"

Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS

Zé Roberto já definiu seu futuro. Melhor lateral-esquerdo do Brasileirão na Bola de Prata da revista Placar e no prêmio Armando Nogueira, levantamentos que escolhem os melhores da competição, o jogador de 40 anos irá seguir atuando em 2015. A sua dúvida é se seguirá no Grêmio ou em outro clube. Pelo menos até dezembro, quando decidirá seu futuro com a família, Zé garante que o foco é a conquista de uma vaga para a próxima Libertadores com Felipão e cia.

— Quero continuar jogando. Se for parar em dezembro, vou parar frustrado. Me sinto muito bem, feliz em fazer o que mais gosto. Quero jogar mais um ano. Vivo longe da família, o que torna meu desgaste ainda maior. A primeira coisa que vou fazer é levar eles para as férias. Não posso pensar no amanhã enquanto vivo o hoje, tenho que buscar essa vaga na Libertadores, focar no Grêmio. Depois vou ter tempo para pensar no que será feito – comenta.

Com a promessa de definir o seu futuro nos próximos dias, Zé garante que não é só a torcida que espera ansiosamente o clássico Gre-Nal 403, marcado para às 17h deste domingo na Arena. Para o lateral-esquerdo Zé Roberto, o jogo contra o maior rival é a chance de quebrar a sequência de resultados negativos, além de ser uma partida importante contra um dos adversários por uma das vagas à Libertadores.

– A pressão sempre existe em um clássico, mas temos de saber que podemos reverter uma situação que sofremos nos últimos jogos. Não vemos a hora de chegar o Gre-Nal para mudarmos esse quadro e entrarmos no G-4, que é o nosso objetivo – afirma.

Única diferença é o tempo de recuperação: agora, precisa de dois dias

Quem vê Zé Roberto puxar a fila nos treinos, não acredita que o jogador já tenha chegado aos 40 anos. O próprio Zé chega a duvidar de que esteja jogando em um nível tão consistente.

— Isso é um sonho, uma conquista valorizada na minha carreira. Ainda mais no Brasil, um país que tem a mentalidade e preconceito com jogador que passa dos 30 anos, que para muitos não servem mais. Para mim, 40 é só um número. Eu não me sinto com 40 anos. Eu sempre faço alguma coisa a mais depois dos treinos. Depois fico me questionado, será que tenho essa idade mesmo? — se diverte.

Com um bom desempenho na parte física na lateral, uma posição que exige mais pelas constantes idas ao ataque e retorno para a defesa, Zé Roberto acredita que a única diferença com o passar do anos é no período de recuperação depois dos jogos.

— Quando era mais novo, precisava de um dia. Hoje, já são dois para me recuperar. Sinto essa diferença. Quando estou jogando, não sinto nenhuma dificuldade. Depois que passei dos 30 anos, percebi que demorava um pouco mais para me recuperar.

Após aprender com os exemplos de Capitão, Bentinho e Tico na Portuguesa, Zé Roberto tenta repetir o papel com a gurizada no Grêmio, mesmo que as épocas apresentem realidades bem diferentes da sua época.

— Para conseguir patrocínio de chuteira na minha época era um sacrífico. Hoje um menino sobe para treinar no profissional e já consegue uma chuteira. Muitos meninos no Grêmio me pedem conselhos, o Matheus Biteco é como se fosse um filho. Muitas coisas que fiz quando iniciei, que acho erradas, passo para que eles não repitam. Coisas sobre treinamento e alimentação. Tem alguns que têm menos idade do que eu tenho de tempo de carreira (21 anos). É importante para os jovens ter um cara com o histórico que eu alcancei.



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