Foto: Indian Super League / Divulgação
Aos 33 anos de idade, Elano deixou o Brasil e tornou-se artilheiro no futebol indiano. Com a camisa 7 do Chennaiyin FC, o ex-gremista marcou cinco gols em quatro jogos e virou o goleador da Indian Super League – campeonato amparado nos milhões de euros injetados por empresas locais.
No mais emergente mercado da bola, o meia divide os gramados indianos com estrelas como Del Piero, Trezeguet e Anelka. No Chennaiyin, Elano é treinado pelo italiano Marco Materazzi – protagonista na final da Copa 2006 pela cabeçada que Zidane lhe desferiu -,que acumula as funções de técnico e zagueiro na equipe.
Direto de um luxuoso hotel que serve de moradia para os jogadores do clube, na escaldante cidade de Chennai, sul da Índia, a 2 mil quilômetros da capital Nova Déli, Elano atendeu o blog Passaporte Gre-Nal e falou de sua nova fase na carreira. Também revelou detalhes de sua saída do Grêmio e comentou o retorno de Dunga à Seleção.
Como você explica este ótimo momento na Índia?
Estou fazendo o que gosto, que é jogar futebol. O esporte está crescendo aqui na Índia. A cada jogo, os estádios têm mais gente. No jogo de ontem (terça-feira, na goleada por 5 a 1 sobre o Mumbai City FC, em que Elano fez dois gols), o público era de 20 mil pessoas. Dificilmente dá menos que 10 mil. É uma liga muito organizada. Uma oportunidade especial para dar alegria a este povo que está começando a conhecer o futebol.
Como é ter Materazzi como técnico e colega dentro de campo?
É gente boa, tem um ótimo relacionamento com o grupo. Ele iniciou o jogo ontem, depois saiu e ficou na beira do campo como treinador. Temos total liberdade para discutir como vamos jogar.
Aos 41 anos, ele ainda consegue jogar em alto nível?
A última partida dele tinha sido em 2011. Ontem (terça-feira), ao final do jogo, brinquei que ele não conseguia nem falar direito.
Foi ele que te convidou para jogar no Chennaiyin?
O convite veio através de dois amigos que jogaram na Índia, o Marcelo Sander, ex-Fluminense, e o Beto Silva, que já está aqui há 10 anos. Eles colocaram a possibilidade da minha vinda para cá e conversaram com o Materazzi. Ele achou meu nome bacana e aí acertamos a negociação.
Já conhecia o Materazzi?
Estive com ele no Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo. Conheci ele em alguns eventos durante o Mundial, antes de eu vir para cá.
Você sofre com a alta temperatura aí?
É muito quente. Aqui é 18h35min e está quase 30ºC. No trânsito, a rua é uma loucura, muito movimentado. Todos os jogadores moram em um hotel, a gente convive diariamente. É uma experiência muito especial fazer parte do desenvolvimento do futebol aqui.
Seu contrato encerra ao final do ano? Vai renovar?
Sim. A final da liga é em 20 de dezembro. São oito times que disputam o título. Estou tendo a minha primeira oportunidade. Tem possibilidade de continuar, mas ainda não tem nada decidido.
Como funciona a estrutura da Indian Super League?
Apesar de ter só três meses, a liga é muito organizada. Os patrocinadores estão investindo muito para que o crescimento do futebol aqui. E muitos jogadores querem vir para cá. A qualidade dos jogos está boa, com muitos gols e boas jogadas. É disso que o torcedor gosta.
Estilo de jogo aí é muito diferente em relação ao Brasil?
É tudo diferente. Clima, o jeito de jogar. Os atletas ainda estão se adaptando uns ao outros. Meu time tem jogadores experientes como o Silvestre (zagueiro e lateral francês) e o Materazzi. A gente conversa com os meninos para acertar o posicionamento em campo.
Como você tomou a decisão de rescindir com o Flamengo e o Grêmio?
Eu não queria, mas não estava satisfeito com o que estava acontecendo. Tomei a decisão com tranquilidade. Fui feliz no Grêmio e no Flamengo. Agradeço aos clubes a oportunidade que me deram. Mas a minha vontade era de voltar a jogar fora do Brasil. Então, tomei a decisão de me retirar um pouco. Preferi sair pela porta da frente, com honestidade e sinceridade.
Luxemburgo tentou te manter no Flamengo?
Eu já tinha definido a minha saída antes de ele chegar. Então, não voltaria atrás. Já tinha conversado com os diretores do Flamengo. Não falei com o Vanderlei sobre esse assunto. Só o Deivid (auxiliar técnico) que me perguntou se eu não ficaria. Mas disse que a decisão estava tomada.
O que motivou sua saída do Grêmio para o Flamengo?
Foi uma boa oportunidade que surgiu. No Grêmio, tinha um certo desgaste já que não ganhamos a Libertadores e o Gauchão ano passado. Preferi seguir minha vida em outro lugar, até para dar oportunidade aos meninos mais novos que estavam surgindo. Senti que naquele momento havia uma reformulação. Eu fiz um bom trabalho no Grêmio, fui feliz e ajudei até onde eu pude.
O Grêmio demonstrou interesse em teu retorno?
Não falei com ninguém, mas eu já estava decidido a sair do país. Tanto que tive convites de clubes da Série A e não aceitei.
O Grêmio poderia ter se esforçado mais para te manter?
Eu saí por minha vontade. Mas diretor só vai fazer força quando convém ao clube. Futebol é assim, não é algo que existe só no Grêmio. A direção só vai fazer força para que tu fique quando está tudo bem. Quando está mais ou menos, não se preocupam que você saia.
Ainda pretende voltar ao futebol brasileiro?
O único time que ainda tenho vontade de jogar, se retornar ao Brasil, é o Santos. Pela história, pelo que eu fiz dentro do Santos. Não depende só de mim, mas espero que isso possa acontecer algum dia. Tenho vontade de encerrar minha carreira no Santos.
O que achou da volta do Dunga à Seleção?
Fiquei feliz, o Dunga é um cara bacana, honesto. Torço muito para que dê certo. É um cara que trabalha com sinceridade. Ele é merecedor, da mesma forma que os jogadores que ele chamou.
Você tem esperanças de ser convocado?
Estou fazendo o meu trabalho. Toda a vez que fui convocado, foi por consequência disso. Tenho consciência que neste momento é um pouco mais difícil, até pela minha idade e a renovação que a Seleção passa.
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Aos 33 anos de idade, Elano deixou o Brasil e tornou-se artilheiro no futebol indiano. Com a camisa 7 do Chennaiyin FC, o ex-gremista marcou cinco gols em quatro jogos e virou o goleador da Indian Super League – campeonato amparado nos milhões de euros injetados por empresas locais.
No mais emergente mercado da bola, o meia divide os gramados indianos com estrelas como Del Piero, Trezeguet e Anelka. No Chennaiyin, Elano é treinado pelo italiano Marco Materazzi – protagonista na final da Copa 2006 pela cabeçada que Zidane lhe desferiu -,que acumula as funções de técnico e zagueiro na equipe.
Direto de um luxuoso hotel que serve de moradia para os jogadores do clube, na escaldante cidade de Chennai, sul da Índia, a 2 mil quilômetros da capital Nova Déli, Elano atendeu o blog Passaporte Gre-Nal e falou de sua nova fase na carreira. Também revelou detalhes de sua saída do Grêmio e comentou o retorno de Dunga à Seleção.
Como você explica este ótimo momento na Índia?
Estou fazendo o que gosto, que é jogar futebol. O esporte está crescendo aqui na Índia. A cada jogo, os estádios têm mais gente. No jogo de ontem (terça-feira, na goleada por 5 a 1 sobre o Mumbai City FC, em que Elano fez dois gols), o público era de 20 mil pessoas. Dificilmente dá menos que 10 mil. É uma liga muito organizada. Uma oportunidade especial para dar alegria a este povo que está começando a conhecer o futebol.
Como é ter Materazzi como técnico e colega dentro de campo?
É gente boa, tem um ótimo relacionamento com o grupo. Ele iniciou o jogo ontem, depois saiu e ficou na beira do campo como treinador. Temos total liberdade para discutir como vamos jogar.
Aos 41 anos, ele ainda consegue jogar em alto nível?
A última partida dele tinha sido em 2011. Ontem (terça-feira), ao final do jogo, brinquei que ele não conseguia nem falar direito.
Foi ele que te convidou para jogar no Chennaiyin?
O convite veio através de dois amigos que jogaram na Índia, o Marcelo Sander, ex-Fluminense, e o Beto Silva, que já está aqui há 10 anos. Eles colocaram a possibilidade da minha vinda para cá e conversaram com o Materazzi. Ele achou meu nome bacana e aí acertamos a negociação.
Já conhecia o Materazzi?
Estive com ele no Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo. Conheci ele em alguns eventos durante o Mundial, antes de eu vir para cá.
Você sofre com a alta temperatura aí?
É muito quente. Aqui é 18h35min e está quase 30ºC. No trânsito, a rua é uma loucura, muito movimentado. Todos os jogadores moram em um hotel, a gente convive diariamente. É uma experiência muito especial fazer parte do desenvolvimento do futebol aqui.
Seu contrato encerra ao final do ano? Vai renovar?
Sim. A final da liga é em 20 de dezembro. São oito times que disputam o título. Estou tendo a minha primeira oportunidade. Tem possibilidade de continuar, mas ainda não tem nada decidido.
Como funciona a estrutura da Indian Super League?
Apesar de ter só três meses, a liga é muito organizada. Os patrocinadores estão investindo muito para que o crescimento do futebol aqui. E muitos jogadores querem vir para cá. A qualidade dos jogos está boa, com muitos gols e boas jogadas. É disso que o torcedor gosta.
Estilo de jogo aí é muito diferente em relação ao Brasil?
É tudo diferente. Clima, o jeito de jogar. Os atletas ainda estão se adaptando uns ao outros. Meu time tem jogadores experientes como o Silvestre (zagueiro e lateral francês) e o Materazzi. A gente conversa com os meninos para acertar o posicionamento em campo.
Como você tomou a decisão de rescindir com o Flamengo e o Grêmio?
Eu não queria, mas não estava satisfeito com o que estava acontecendo. Tomei a decisão com tranquilidade. Fui feliz no Grêmio e no Flamengo. Agradeço aos clubes a oportunidade que me deram. Mas a minha vontade era de voltar a jogar fora do Brasil. Então, tomei a decisão de me retirar um pouco. Preferi sair pela porta da frente, com honestidade e sinceridade.
Luxemburgo tentou te manter no Flamengo?
Eu já tinha definido a minha saída antes de ele chegar. Então, não voltaria atrás. Já tinha conversado com os diretores do Flamengo. Não falei com o Vanderlei sobre esse assunto. Só o Deivid (auxiliar técnico) que me perguntou se eu não ficaria. Mas disse que a decisão estava tomada.
O que motivou sua saída do Grêmio para o Flamengo?
Foi uma boa oportunidade que surgiu. No Grêmio, tinha um certo desgaste já que não ganhamos a Libertadores e o Gauchão ano passado. Preferi seguir minha vida em outro lugar, até para dar oportunidade aos meninos mais novos que estavam surgindo. Senti que naquele momento havia uma reformulação. Eu fiz um bom trabalho no Grêmio, fui feliz e ajudei até onde eu pude.
O Grêmio demonstrou interesse em teu retorno?
Não falei com ninguém, mas eu já estava decidido a sair do país. Tanto que tive convites de clubes da Série A e não aceitei.
O Grêmio poderia ter se esforçado mais para te manter?
Eu saí por minha vontade. Mas diretor só vai fazer força quando convém ao clube. Futebol é assim, não é algo que existe só no Grêmio. A direção só vai fazer força para que tu fique quando está tudo bem. Quando está mais ou menos, não se preocupam que você saia.
Ainda pretende voltar ao futebol brasileiro?
O único time que ainda tenho vontade de jogar, se retornar ao Brasil, é o Santos. Pela história, pelo que eu fiz dentro do Santos. Não depende só de mim, mas espero que isso possa acontecer algum dia. Tenho vontade de encerrar minha carreira no Santos.
O que achou da volta do Dunga à Seleção?
Fiquei feliz, o Dunga é um cara bacana, honesto. Torço muito para que dê certo. É um cara que trabalha com sinceridade. Ele é merecedor, da mesma forma que os jogadores que ele chamou.
Você tem esperanças de ser convocado?
Estou fazendo o meu trabalho. Toda a vez que fui convocado, foi por consequência disso. Tenho consciência que neste momento é um pouco mais difícil, até pela minha idade e a renovação que a Seleção passa.
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