
Foto: Facebook/Cerro Porteño
Dois cachorros dormem tranquilamente sobre a calçada enquanto senhoras deixam o supermercado de esquina com sacolas à mão. A feira livre reúne vendedores de roupas e ervas, o comitê eleitoral se agita na preparação de um churrasco. A movimentação pacata nas ruas lembra uma cidadezinha de interior, mas a vizinhança está encravada na região Oeste de Assunção, capital do Paraguai. A poucos metros dali, na terça-feira, o Grêmio enfrenta o Cerro Porteño na busca pela liderança do Grupo 1 da Libertadores.
O relato acima é uma fotografia do bairro Obrero, que abriga o Estádio General Pablo Rojas, ou apenas "La Olla", pertencente ao clube azulgrana. Na tradução ao português, os moradores explicam que trata-se historicamente de um local onde vivem trabalhadores em sua essência: seguranças, pedreiros, ambulantes, taxistas… Porém, o que une os cerca de 20 mil habitantes é o sentimento de pertencimento ao Cerro.
Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
Obviamente, nem todos as pessoas do Obrero torcem para o Ciclón - até porque o Nacional paraguaio possui sua sede muito próxima a La Olla. Não há dúvida, entretanto, que são maioria. A cada esquina é possível avistar uma pessoa com a camisa azul e grená. A exemplo do segurança Carlos Gamarra, de 21 anos.
- Como todo "obrero", sou mais um dos tantos trabalhadores. O bairro é tranquilo. Costumo dizer que é uma cidade onde há tudo! Estamos esperando muito o Grêmio, somos fanáticos. É uma grande equipe, mas também temos muitos bons jogadores, como nosso goleador Diego Churín - sorri o jovem, que vende erva para o tradicional tererê aos finais de semana.
Foto:Beto Azambuja / GloboEsporte.com
O sorriso, aliás, é recorrente no rosto dos "obreros". Como todo paraguaio, é bom que se diga, recepcionam os forasteiros com hospitalidade ímpar. Em uma das largas ruas do bairro, uma pequena feira livre reúne homens e mulheres no canteiro central. Vendem roupas para adultos e crianças, além de sanduíches e erva para o tererê - o famoso chimarrão bebido com água fria. Ainda fresco, o chá é moído em um pilão no ato da compra. A garrafa térmica chama atenção, menor e mais rechonchuda que as encontradas no Rio Grande do Sul. A "cuia", feita de alumínio, parece mais um copo.
Eleições e o sócio há 50 anos
Enquanto inúmeras motocicletas passam roncando o motor com grupos de até quatro pessoas, todas sem capacete, dão o tom do perigo no trânsito, um grupo se reúne no comitê eleitoral do outro lado da rua. O Paraguai está em ebulição política com a proximidade das eleições para presidente que ocorrem no próximo fim de semana. Os jornais estampam que o pleito custará US$ 20 milhões, uma indecência comparado aos valores praticados no Brasil.
Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
Mas a preocupação do momento dos militantes é o "assado" na beira da calçada, com sete churrasqueiras de lata repletas de carne de porco, frango e gado, devidamente observadas de perto por dois cachorros que fingem dormir. Ao fundo, músicas paraguaias tocam no rádio. Mas na verdade todas parecem uma só, pois dificilmente o ritmo muda. Do meio do grupo ali reunido, salta Juan Bautista, há 50 anos sócio do Cerro Porteño. Perguntado sobre a relação do bairro com o clube, resume:
- É um sentimento que vem do coração. Uma paixão que envolve o futebol e as pessoas que moram aqui.
(Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
O exemplo mais evidente da paixão que envolve clube e torcida é traduzido na força-tarefa de centenas de moradores que colocaram a mão na massa para reformar o estádio La Olla. Alguns chegaram a realizar curso de pedreiro no intuito de ajudar o Ciclón diretamente de alguma maneira. Atrás de uma das metas da casa azulgrana, todos os participantes da obra deixaram seus nomes registrados, uma espécie de agradecimento da entidade a seu povo.
Apesar de ter se diversificado ao longo do tempo, o Obrero mantém sua característica de bairro popular. Os moradores contam que não conseguem fugir da violência, mais evidente à noite. Mas não tiram o sorriso do rosto. E o Cerro do coração.
Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
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O relato acima é uma fotografia do bairro Obrero, que abriga o Estádio General Pablo Rojas, ou apenas "La Olla", pertencente ao clube azulgrana. Na tradução ao português, os moradores explicam que trata-se historicamente de um local onde vivem trabalhadores em sua essência: seguranças, pedreiros, ambulantes, taxistas… Porém, o que une os cerca de 20 mil habitantes é o sentimento de pertencimento ao Cerro.
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Obviamente, nem todos as pessoas do Obrero torcem para o Ciclón - até porque o Nacional paraguaio possui sua sede muito próxima a La Olla. Não há dúvida, entretanto, que são maioria. A cada esquina é possível avistar uma pessoa com a camisa azul e grená. A exemplo do segurança Carlos Gamarra, de 21 anos.
- Como todo "obrero", sou mais um dos tantos trabalhadores. O bairro é tranquilo. Costumo dizer que é uma cidade onde há tudo! Estamos esperando muito o Grêmio, somos fanáticos. É uma grande equipe, mas também temos muitos bons jogadores, como nosso goleador Diego Churín - sorri o jovem, que vende erva para o tradicional tererê aos finais de semana.
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O sorriso, aliás, é recorrente no rosto dos "obreros". Como todo paraguaio, é bom que se diga, recepcionam os forasteiros com hospitalidade ímpar. Em uma das largas ruas do bairro, uma pequena feira livre reúne homens e mulheres no canteiro central. Vendem roupas para adultos e crianças, além de sanduíches e erva para o tererê - o famoso chimarrão bebido com água fria. Ainda fresco, o chá é moído em um pilão no ato da compra. A garrafa térmica chama atenção, menor e mais rechonchuda que as encontradas no Rio Grande do Sul. A "cuia", feita de alumínio, parece mais um copo.
Eleições e o sócio há 50 anos
Enquanto inúmeras motocicletas passam roncando o motor com grupos de até quatro pessoas, todas sem capacete, dão o tom do perigo no trânsito, um grupo se reúne no comitê eleitoral do outro lado da rua. O Paraguai está em ebulição política com a proximidade das eleições para presidente que ocorrem no próximo fim de semana. Os jornais estampam que o pleito custará US$ 20 milhões, uma indecência comparado aos valores praticados no Brasil.
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Mas a preocupação do momento dos militantes é o "assado" na beira da calçada, com sete churrasqueiras de lata repletas de carne de porco, frango e gado, devidamente observadas de perto por dois cachorros que fingem dormir. Ao fundo, músicas paraguaias tocam no rádio. Mas na verdade todas parecem uma só, pois dificilmente o ritmo muda. Do meio do grupo ali reunido, salta Juan Bautista, há 50 anos sócio do Cerro Porteño. Perguntado sobre a relação do bairro com o clube, resume:
- É um sentimento que vem do coração. Uma paixão que envolve o futebol e as pessoas que moram aqui.
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O exemplo mais evidente da paixão que envolve clube e torcida é traduzido na força-tarefa de centenas de moradores que colocaram a mão na massa para reformar o estádio La Olla. Alguns chegaram a realizar curso de pedreiro no intuito de ajudar o Ciclón diretamente de alguma maneira. Atrás de uma das metas da casa azulgrana, todos os participantes da obra deixaram seus nomes registrados, uma espécie de agradecimento da entidade a seu povo.
Apesar de ter se diversificado ao longo do tempo, o Obrero mantém sua característica de bairro popular. Os moradores contam que não conseguem fugir da violência, mais evidente à noite. Mas não tiram o sorriso do rosto. E o Cerro do coração.
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