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Foto: Reprodução/RBS TV
O jogo escorre em seus minutos finais no enlameado gramado da Boca do Lobo, com um empate em 1 a 1 para lá de valioso aos gremistas diante do Pelotas. À beira do campo, o vice de futebol Luiz Carlos Martins, o Cacalo, brada em desespero ao árbitro José Mocellin, em uma cena típica , das tantas que brotam de seu temperamento explosivo:
– Mocellin, termina esse jogo. O Grêmio já é campeão.
A súplica do ex-dirigente não tarda a se concretizar na festa gremista em meio a um verdadeiro lamaçal em Pelotas, naquele 14 de julho de 1993, uma noite gélida e úmida, típica do inverno gaúcho. Uma festa de título do Campeonato Gaúcho, conquistado com duas rodadas de antecedência no octagonal final. E que perdura, 25 anos mais tarde, como a última taça do Gauchão erguida pelo Grêmio nas entranhas do interior do estado.
Ao menos até este domingo. A partir das 16h, a equipe de Renato Portaluppi entra em campo na mesma Pelotas, mas do outro lado da rivalidade, no Bento Freitas, para encarar o Brasil de Pelotas no duelo da volta da final do Gauchão. E com uma vantagem colossal, após vencer o embate de ida por 4 a 0, na Arena, para alcançar mais uma marca, das tantas que desbravou com as taças recentes.
A era de glórias atual, com o penta da Copa do Brasil, o tri da Libetadores e o bi da Recopa frescos na memória, aliás, contrasta com o momento vivido pelo clube no já distante 1993. À época, o histórico presidente Fábio Koff recém iniciava o primeiro de seus dois mandatos que guinaram o clube a uma reconstrução até voltar a viver anos de vitórias, sob o comando de Felipão entre 1994 e 1996.
– A gente mostrou essa superioridade. Para a reestruturação, isso dá moral. Time que sobe começa desacreditado. Foi uma conquista muito especial, por estar voltando da Série B. É normal. Todo o clube começa desacreditado. É aquela desconfiança que paira sobre o time. Foi um momento legal. Querendo ou não, o time tinha o Caio, o Gilson Cabeção, o Fabinho Banguela. Tinha eu e o Jamir subindo, o Winck. Era um time experiente, eu o Jamir e o Dener, os meninos. O Dener era estilo Neymar. Fora de série. Foi uma mescla legal – recorda Carlos Miguel, então um jovem recém-subido da base para atuar na lateral esquerda.
Bem antes de Scolari, o Tricolor penava no início da década de 90, obrigado a se reerguer do rebaixamento em 1991, com um retorno assegurado já em 1992. O elenco comandado por Cassiá Carpes abriu 1993 com uma equipe mesclada entre atletas experientes e garotos recém egressos das categorias de base e com Dener, craque que teve sua carreira e sua vida abreviadas por um acidente de carro, no ano seguinte, em 1994.
Em uma temporada de reconstrução, os gremistas até chegaram à final da Copa do Brasil, com derrota para o Cruzeiro na final. E viveram seu momento de euforia no certame gaúcho. Naquele ano, o estadual iniciou com 22 times do interior, que se enfrentaram em um turno para avançar à segunda fase, com o ingresso da dupla Gre-Nal para formar quatro grupos com quatro times cada.
Goleiro reserva Ademir Maria teve de atuar após lesão do titular Eduardo (Foto: Reprodução/RBS TV)
Os dois melhores de cada chave avançaram ao octagonal final, disputado em turno e returno, com soberania do Grêmio desde o início, sacramentada com duas rodadas de antecedência, naquela noite memorável em Pelotas. Mas não sem sustos. Ainda no primeiro tempo, o goleiro Eduardo sentiu um problema muscular e teve de ser substituído por Ademir Maria.
Nada que freasse o ímpeto gremista. Aos 38, Carlos Miguel avançou pela esquerda e acionou Dener, que desmanchou a marcação com um de seus dribles clássicos até tocar para Gilson. O atacante deixou Caio em condições para arriscar da entrada da área e ver a bola triscar a trave antes de estufar as redes. O tento do Pelotas veio no segundo tempo, após falha de Ademir na saída de bola, aproveitada por Luís Carlos Gaúcho.
O gol rival logo foi suplantado pela festa de título dos gremistas na arquibancada, ao passo que os jogadores vibravam ali mesmo, na lama. A taça, aliás, serviu de fagulha para os títulos sucessivos nos anos seguintes, com Felipão: os bicampeonatos da Copa do Brasil, em 1994, da Libertadores, em 1995, do Brasileirão em 1996 e do Gauchão, em 1995 e 1996. Em 1997, a equipe de Evaristo de Macedo ainda conquistaria o tri da Copa do Brasil.
– Foi o jogo da lama, um tempo feio pra caramba, chovendo. O Pelotas, um bom time na época, jogo difícil. Nosso time estava bem, time experiente e logicamente tinha o Dener. Único título dele estadual como profissional – ressalta Miguel.
Pelotas 1 x 1 Grêmio - octogonal final do Gauchão de 1993
Data: 14/07/1993
Estádio: Boca do Lobo
Gols: Caio (G) e Luís Carlos (P)
Time do Pelotas: Leonetti; Bruno, Eduardo, André (Zé Cley), Eugênio e Renatinho; Pablo, Luís Carlos e Eldor (Alaor); Sidnei e Alexandre. Técinco: Celso Freitas
Time do Grêmio: Eduardo (Ademir Maria); Winck, Paulão, Luciano e Carlos Miguel; Pingo, Jamir, Dener e Caio; Fabinho e Gilson (Marco Aurélio). Técnico: Cassiá
Arbitragem: José Mocellin, com Adão Soares e Flávio Abreu
Público: 5.812 pagantes
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– Mocellin, termina esse jogo. O Grêmio já é campeão.
A súplica do ex-dirigente não tarda a se concretizar na festa gremista em meio a um verdadeiro lamaçal em Pelotas, naquele 14 de julho de 1993, uma noite gélida e úmida, típica do inverno gaúcho. Uma festa de título do Campeonato Gaúcho, conquistado com duas rodadas de antecedência no octagonal final. E que perdura, 25 anos mais tarde, como a última taça do Gauchão erguida pelo Grêmio nas entranhas do interior do estado.
Ao menos até este domingo. A partir das 16h, a equipe de Renato Portaluppi entra em campo na mesma Pelotas, mas do outro lado da rivalidade, no Bento Freitas, para encarar o Brasil de Pelotas no duelo da volta da final do Gauchão. E com uma vantagem colossal, após vencer o embate de ida por 4 a 0, na Arena, para alcançar mais uma marca, das tantas que desbravou com as taças recentes.
A era de glórias atual, com o penta da Copa do Brasil, o tri da Libetadores e o bi da Recopa frescos na memória, aliás, contrasta com o momento vivido pelo clube no já distante 1993. À época, o histórico presidente Fábio Koff recém iniciava o primeiro de seus dois mandatos que guinaram o clube a uma reconstrução até voltar a viver anos de vitórias, sob o comando de Felipão entre 1994 e 1996.
– A gente mostrou essa superioridade. Para a reestruturação, isso dá moral. Time que sobe começa desacreditado. Foi uma conquista muito especial, por estar voltando da Série B. É normal. Todo o clube começa desacreditado. É aquela desconfiança que paira sobre o time. Foi um momento legal. Querendo ou não, o time tinha o Caio, o Gilson Cabeção, o Fabinho Banguela. Tinha eu e o Jamir subindo, o Winck. Era um time experiente, eu o Jamir e o Dener, os meninos. O Dener era estilo Neymar. Fora de série. Foi uma mescla legal – recorda Carlos Miguel, então um jovem recém-subido da base para atuar na lateral esquerda.
Bem antes de Scolari, o Tricolor penava no início da década de 90, obrigado a se reerguer do rebaixamento em 1991, com um retorno assegurado já em 1992. O elenco comandado por Cassiá Carpes abriu 1993 com uma equipe mesclada entre atletas experientes e garotos recém egressos das categorias de base e com Dener, craque que teve sua carreira e sua vida abreviadas por um acidente de carro, no ano seguinte, em 1994.
Em uma temporada de reconstrução, os gremistas até chegaram à final da Copa do Brasil, com derrota para o Cruzeiro na final. E viveram seu momento de euforia no certame gaúcho. Naquele ano, o estadual iniciou com 22 times do interior, que se enfrentaram em um turno para avançar à segunda fase, com o ingresso da dupla Gre-Nal para formar quatro grupos com quatro times cada.
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2018/04/06/comemora7.jpg)
Os dois melhores de cada chave avançaram ao octagonal final, disputado em turno e returno, com soberania do Grêmio desde o início, sacramentada com duas rodadas de antecedência, naquela noite memorável em Pelotas. Mas não sem sustos. Ainda no primeiro tempo, o goleiro Eduardo sentiu um problema muscular e teve de ser substituído por Ademir Maria.
Nada que freasse o ímpeto gremista. Aos 38, Carlos Miguel avançou pela esquerda e acionou Dener, que desmanchou a marcação com um de seus dribles clássicos até tocar para Gilson. O atacante deixou Caio em condições para arriscar da entrada da área e ver a bola triscar a trave antes de estufar as redes. O tento do Pelotas veio no segundo tempo, após falha de Ademir na saída de bola, aproveitada por Luís Carlos Gaúcho.
O gol rival logo foi suplantado pela festa de título dos gremistas na arquibancada, ao passo que os jogadores vibravam ali mesmo, na lama. A taça, aliás, serviu de fagulha para os títulos sucessivos nos anos seguintes, com Felipão: os bicampeonatos da Copa do Brasil, em 1994, da Libertadores, em 1995, do Brasileirão em 1996 e do Gauchão, em 1995 e 1996. Em 1997, a equipe de Evaristo de Macedo ainda conquistaria o tri da Copa do Brasil.
– Foi o jogo da lama, um tempo feio pra caramba, chovendo. O Pelotas, um bom time na época, jogo difícil. Nosso time estava bem, time experiente e logicamente tinha o Dener. Único título dele estadual como profissional – ressalta Miguel.
Pelotas 1 x 1 Grêmio - octogonal final do Gauchão de 1993
Data: 14/07/1993
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Time do Grêmio: Eduardo (Ademir Maria); Winck, Paulão, Luciano e Carlos Miguel; Pingo, Jamir, Dener e Caio; Fabinho e Gilson (Marco Aurélio). Técnico: Cassiá
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