
STJD, palco de polêmicas no futebol brasileiros (Foto: Sofia Miranda/GloboEsporte.com)
O avanço da tecnologia tem levado conforto a quem assiste de sua casa aos jogos de futebol. São inúmeras câmeras espalhadas pelos estádios e que não deixam o torcedor perder nenhum lance. E são essas mesmas imagens que se tornam polêmicas longe dos gramados, mais precisamente no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Centro do Rio de Janeiro. É ali que um embate entre Procuradoria e advogados de clubes e atletas se formou, e cada um puxa para o seu lado. A pergunta é: há um exagero nas denúncias por vídeo?
- Com o avanço cada vez maior da tecnologia e a proliferação de câmeras pelas redes de TV, é natural que mais fatos sejam captados e o árbitro é um só - destacou Caio César Rocha, presidente do STJD.
- O problema maior é a questão do critério: vão conseguir fazer isso em todos os jogos do futebol brasileiro? Ou vão fazer somente com jogadas que tiveram grande repercussão na mídia? Porque hoje o que a gente vê é isso - disse Leonardo Gaciba, comentarista de arbitragem.
- Em alguns casos, a Procuradoria vem sim exagerando nas provas de vídeo para discutir lances em que a arbitragem esteve presente, e o árbitro é a autoridade máxima dentro de campo - frisou o advogado do Cruzeiro, Teotônio Chermont de Britto.
De um lado da história, o procurador-geral do STJD ressalta que o uso das imagens é um direito que cabe ao órgão no momento da denúncia, e que continuará a usá-lo sempre que entender que cabe.
- São três as provas utilizadas pela Procuradoria: imagens, súmulas e notícias de infração. Um notório equívoco na aplicação da regra ou a não visualização é o que autoriza a Procuradoria à utilização de imagens para ofertar denúncias e, principalmente, para fins de condenação.
Enquanto isso, o advogado do Corinthians, João Zanforlim, se diz preocupa com o relacionamento entre as equipes, já que o uso de imagens para denunciar atletas rivais também tem ocorrido.
Schmitt lembra que advogados se beneficiam do uso de imagens também (Reprodução SporTV)
- Já estou vendo os árbitros indecisos, inseguros e agora vejo também clubes querendo arrancar, desculpe até o verbo, a punição de outro jogador, de jogador adversário através de imagem. Se banalizarmos esse fato de julgarmos por imagem, eu acho que a coisa vai ficar ruim - ressalta.
Por fim, a polêmica: o STJD entra ou não em campo para interferir nas decisões tomadas pela arbitragem?
- Daqui a pouco vai começar a chover denúncias, várias denúncias dentro da mesma partida, onde, talvez, pretendam alterar as interpretações do árbitro, e é isso exatamente o que não pode - diz Teotônio Chermont. Enquanto isso, Paulo Schmitt mantém-se firme na defesa do uso da imagem.
- Cartão amarelo não é cheque em branco para infração. O que o árbitro não viu ou o que o árbitro viu de forma equivocada não influencia na decisão da Procuradoria na captura de provas, imagens para oferecimento de denúncias e vai continuar sendo assim.
- É um critério diferente em relação ao que a Fifa toma, que é o cuidado de sempre fazer essas citações quando o árbitro não enxerga a jogada e algum jogador acaba pisando na bola, fazendo esse tipo de ação deliberada - destaca Gaciba.
De uma forma geral, os advogados defendem esse critério: se o árbitro viu o lance, a decisão dele é soberana. Foi o que aconteceu na Copa do Mundo na joelhada do colombiano Zúñiga em Neymar quando nem a falta foi marcada. O brasileiro deixou o campo com uma fratura na vértebra, ficou fora do mundial e a CBF apelou para uma punição. A Fifa negou o pedido. A entidade fez o oposto no caso de Luiz Suárez, que deu uma mordida no italiano Chiellini. O juiz não viu a agressão durante a partida, apesar da reclamação do zagueiro. Mas com base nas imagens do repórter cinematográfico Natan Moreira, do SporTV, o atacante uruguaio foi suspenso por nove jogos e afastado do futebol por quatro meses.
STJD utiliza imagens para denunciar jogadores em lances que arbitragem viu e não viu (Sérgio Pepeu)
- Nós avaliamos sempre a jogada, tentamos ver repetidamente os lances para verificar se aquele lance estava ao alcance do árbitro ou se a visão dele estava bloqueada ou mesmo se aconteceu fora da jogada - disse Caio Rocha, presidente do Tribunal.
O que o árbitro vê, o que ele vê mal e também o que deixa de ver é um caso ainda sem solução. Paulo Schmitt lembra que, os mesmos advogados que pedem a redução do uso de denúncias por imagens, a utilizam em grande número para desqualificar as súmulas informadas incorretamente.
- Os advogados que se contrapõem ao uso de imagens esquecem que quem mais utiliza imagem para desconstruir ou desmerecer o que o árbitro coloca em súmula são os próprios clubes e as próprias defesas - concluiu, num debate que parece não ter fim.
VEJA TAMBÉM
- MUDANÇA NO FUTEBOL? Modelo de gestão do Tricolor Gaúcho entra no radar para 2026
- MARATONA DE JOGOS? Grêmio se prepara para jogos difíceis
- Quanto o Grêmio ganharia ao se desfazer de jogadores caros e ineficientes? + Willian é o melhor 10 do Sul do país com 37 anos
O avanço da tecnologia tem levado conforto a quem assiste de sua casa aos jogos de futebol. São inúmeras câmeras espalhadas pelos estádios e que não deixam o torcedor perder nenhum lance. E são essas mesmas imagens que se tornam polêmicas longe dos gramados, mais precisamente no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Centro do Rio de Janeiro. É ali que um embate entre Procuradoria e advogados de clubes e atletas se formou, e cada um puxa para o seu lado. A pergunta é: há um exagero nas denúncias por vídeo?
- Com o avanço cada vez maior da tecnologia e a proliferação de câmeras pelas redes de TV, é natural que mais fatos sejam captados e o árbitro é um só - destacou Caio César Rocha, presidente do STJD.
- O problema maior é a questão do critério: vão conseguir fazer isso em todos os jogos do futebol brasileiro? Ou vão fazer somente com jogadas que tiveram grande repercussão na mídia? Porque hoje o que a gente vê é isso - disse Leonardo Gaciba, comentarista de arbitragem.
- Em alguns casos, a Procuradoria vem sim exagerando nas provas de vídeo para discutir lances em que a arbitragem esteve presente, e o árbitro é a autoridade máxima dentro de campo - frisou o advogado do Cruzeiro, Teotônio Chermont de Britto.
De um lado da história, o procurador-geral do STJD ressalta que o uso das imagens é um direito que cabe ao órgão no momento da denúncia, e que continuará a usá-lo sempre que entender que cabe.
- São três as provas utilizadas pela Procuradoria: imagens, súmulas e notícias de infração. Um notório equívoco na aplicação da regra ou a não visualização é o que autoriza a Procuradoria à utilização de imagens para ofertar denúncias e, principalmente, para fins de condenação.
Enquanto isso, o advogado do Corinthians, João Zanforlim, se diz preocupa com o relacionamento entre as equipes, já que o uso de imagens para denunciar atletas rivais também tem ocorrido.

- Já estou vendo os árbitros indecisos, inseguros e agora vejo também clubes querendo arrancar, desculpe até o verbo, a punição de outro jogador, de jogador adversário através de imagem. Se banalizarmos esse fato de julgarmos por imagem, eu acho que a coisa vai ficar ruim - ressalta.
Por fim, a polêmica: o STJD entra ou não em campo para interferir nas decisões tomadas pela arbitragem?
- Daqui a pouco vai começar a chover denúncias, várias denúncias dentro da mesma partida, onde, talvez, pretendam alterar as interpretações do árbitro, e é isso exatamente o que não pode - diz Teotônio Chermont. Enquanto isso, Paulo Schmitt mantém-se firme na defesa do uso da imagem.
- Cartão amarelo não é cheque em branco para infração. O que o árbitro não viu ou o que o árbitro viu de forma equivocada não influencia na decisão da Procuradoria na captura de provas, imagens para oferecimento de denúncias e vai continuar sendo assim.
- É um critério diferente em relação ao que a Fifa toma, que é o cuidado de sempre fazer essas citações quando o árbitro não enxerga a jogada e algum jogador acaba pisando na bola, fazendo esse tipo de ação deliberada - destaca Gaciba.
De uma forma geral, os advogados defendem esse critério: se o árbitro viu o lance, a decisão dele é soberana. Foi o que aconteceu na Copa do Mundo na joelhada do colombiano Zúñiga em Neymar quando nem a falta foi marcada. O brasileiro deixou o campo com uma fratura na vértebra, ficou fora do mundial e a CBF apelou para uma punição. A Fifa negou o pedido. A entidade fez o oposto no caso de Luiz Suárez, que deu uma mordida no italiano Chiellini. O juiz não viu a agressão durante a partida, apesar da reclamação do zagueiro. Mas com base nas imagens do repórter cinematográfico Natan Moreira, do SporTV, o atacante uruguaio foi suspenso por nove jogos e afastado do futebol por quatro meses.

- Nós avaliamos sempre a jogada, tentamos ver repetidamente os lances para verificar se aquele lance estava ao alcance do árbitro ou se a visão dele estava bloqueada ou mesmo se aconteceu fora da jogada - disse Caio Rocha, presidente do Tribunal.
O que o árbitro vê, o que ele vê mal e também o que deixa de ver é um caso ainda sem solução. Paulo Schmitt lembra que, os mesmos advogados que pedem a redução do uso de denúncias por imagens, a utilizam em grande número para desqualificar as súmulas informadas incorretamente.
- Os advogados que se contrapõem ao uso de imagens esquecem que quem mais utiliza imagem para desconstruir ou desmerecer o que o árbitro coloca em súmula são os próprios clubes e as próprias defesas - concluiu, num debate que parece não ter fim.
VEJA TAMBÉM
- MUDANÇA NO FUTEBOL? Modelo de gestão do Tricolor Gaúcho entra no radar para 2026
- MARATONA DE JOGOS? Grêmio se prepara para jogos difíceis
- Quanto o Grêmio ganharia ao se desfazer de jogadores caros e ineficientes? + Willian é o melhor 10 do Sul do país com 37 anos
Comentários
Enviar Comentário
Aplicativo Gremio Avalanche
Leia também
Grêmio Opta Por Saída do CEO: Bastidores Revelam Decisão Estratégica
Início das Finais do Gauchão Sub-20 com Mosqueteiras Alcança Alto Nível
MUDANÇA NO FUTEBOL? Modelo de gestão do Tricolor Gaúcho entra no radar para 2026
Retorno do Trio Selecionável Impacta Treino do Grêmio
Atacante giovaninha prorroga contrato com Grêmio até 2026.
Grohe, goleiro do Grêmio, acerta transferência para novo clube.
Willian esclarece retorno ao Brasil e motivo da saída do Corinthians.
Melhorias necessárias no futebol brasileiro, segundo Willian do Grêmio
Promessa de Ressarcimento a Torcedores Após Ação Frustrada da Patrocinadora do Grêmio
MARATONA DE JOGOS? Grêmio se prepara para jogos difíceis
Treino coletivo com Mano Menezes no CT Luiz Carvalho nesta terça-feira.
Parimatch Baixar no Brasil: Guia Completo para Apostar com Segurança no Celular
Excursão da Equipe Sub-15 Brasileira ao Uruguai
Quanto o Grêmio ganharia ao se desfazer de jogadores caros e ineficientes? + Willian é o melhor 10 do Sul do país com 37 anos
Grêmio realizará todos os jogos de setembro em Porto Alegre; confira calendário