
Joseph Blatter anunciou mudanças na sexta-feira (Foto: Sebastien Bozon/ AFP)
A bandeira levantada por Michel Platini há um ano, ganhou adesão da Inglaterra, pressionou a Fifa e, na sexta-feira, a entidade decretou o fim da participação de terceiros nos direitos econômicos de jogadores. O anúncio feito pelo presidente Joseph Blatter, em Zurique (SUI), compactua com os ideais da Uefa, que critica a saída dos recursos do futebol por meio dos investidores. Os clubes terão de três a quatro anos para se adequar à nova realidade.
No próximo mês está previsto um novo encontro na sede da Fifa, na Suíça, para se discutir como a determinação será regulamentada. Assim que for validada, a norma preverá que apenas os clubes sejam os donos dos direitos econômicos dos jogadores.
Um grupo de estudos ligado à Fifa se reuniu duas vezes desde o ano passado para tratar o assunto. Dados preliminares levantados apontaram que 30% a 40% do dinheiro aplicado por parceiros econômicos no futebol não eram reinvestidos.
A medida afeta diretamente o futebol brasileiro, que segue a lógica do mercado sul-americano, na qual os investidores são proprietários de parte dos direitos econômicos de jogadores, principalmente de jovens que despontam na base.
Prática essa que também é comum em Portugal e Espanha. Tendo o empresário português Jorge Mendes como o principal mecenas de vários clubes nesses países, eles foram alvos de críticas dos ingleses. A Premier League criou a própria regulamentação e não permite que os clubes tenham jogadores fatiados com terceiros. Sem ligação direta com investidores, o futebol inglês se vê em desvantagem na disputa no mercado contra portugueses e espanhóis.
Hospedeiros estão na mira da entidade
Praxe comum no mercado sul-americano, os clubes hospedeiros, que servem de ponte para negociações, serão monitorados pela Fifa por meio do Transfer Market System (TMS) – sistema internacional que controla as transferências. O tema, inclusive, esteve em pauta no grupo de estudos que analisa a questão em debate.
Investidores costumam ser proprietários de clubes menores que servem apenas para vincular os jogadores dos quais têm os direitos econômicos. Em março, a entidade puniu quatro clubes argentinos e um uruguaio envolvidos nessa situação.
Cruzeiro tem boa relação com parceiros comerciais
Campeão brasileiro no ano passado e atual líder da competição este ano, o Cruzeiro é um clube que tem relação estreita investidores, e o elenco montado no início de 2013 e mantido para esta temporada foi feito com a ajuda de parceiros.
DIS, Traffic e o grupo Kalunga, ligado ao empresário Fernando Garcia, são os principais responsáveis por algumas contratações feitas pela Raposa. O zagueiro Dedé, o meia Marlone e os atacantes Marquinhos e Neilton são alguns desses reforços.
Patrocinado pelo banco BMG, o Cruzeiro também tem auxílio do banco. No momento, o grupo está envolvido em um imbróglio sobre os direitos econômicos de Ricardo Goulart.
OUTROS EXEMPLOS NO BRASIL
Flamengo
Em uma relação de 18 jogadores que tiveram vínculo firmado com o clube até o fim do ano e permaneceram esta temporada, apenas seis deles têm 100% dos direitos econômicos ligados somente ao Rubro-Negro.
Palmeiras
A falta de dinheiro fez com que, dos 35 jogadores contratados pela gestão Paulo Nobre, apenas seis pertençam de fato ao clube, não necessariamente com 100% dos direitos.
Santos
O Santos, também por questões econômicas, comprou só uma parte dos direitos econômicos de alguns jogadores. O caso mais conhecido é o de Lucas Lima. O clube adquiriu 40% dos direitos que pertenciam ao Internacional.
"Clubes podem se adaptar"
Carlos Eduardo Ambiel
Especialista em direito desportivo
A previsão é genérica e tem de esperar como será regulamentado. O Brasil tem várias formas de permitir a relação comercial entre terceiros e clubes, que terão um bom tempo para se adaptar. A Fifa pode fazer com que a CBF fiscalize esse tipo de relação. Agora, será um quadro um pouco diferente e depende de como será materializado, mas a adaptação proposta me agrada.
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A bandeira levantada por Michel Platini há um ano, ganhou adesão da Inglaterra, pressionou a Fifa e, na sexta-feira, a entidade decretou o fim da participação de terceiros nos direitos econômicos de jogadores. O anúncio feito pelo presidente Joseph Blatter, em Zurique (SUI), compactua com os ideais da Uefa, que critica a saída dos recursos do futebol por meio dos investidores. Os clubes terão de três a quatro anos para se adequar à nova realidade.
No próximo mês está previsto um novo encontro na sede da Fifa, na Suíça, para se discutir como a determinação será regulamentada. Assim que for validada, a norma preverá que apenas os clubes sejam os donos dos direitos econômicos dos jogadores.
Um grupo de estudos ligado à Fifa se reuniu duas vezes desde o ano passado para tratar o assunto. Dados preliminares levantados apontaram que 30% a 40% do dinheiro aplicado por parceiros econômicos no futebol não eram reinvestidos.
A medida afeta diretamente o futebol brasileiro, que segue a lógica do mercado sul-americano, na qual os investidores são proprietários de parte dos direitos econômicos de jogadores, principalmente de jovens que despontam na base.
Prática essa que também é comum em Portugal e Espanha. Tendo o empresário português Jorge Mendes como o principal mecenas de vários clubes nesses países, eles foram alvos de críticas dos ingleses. A Premier League criou a própria regulamentação e não permite que os clubes tenham jogadores fatiados com terceiros. Sem ligação direta com investidores, o futebol inglês se vê em desvantagem na disputa no mercado contra portugueses e espanhóis.
Hospedeiros estão na mira da entidade
Praxe comum no mercado sul-americano, os clubes hospedeiros, que servem de ponte para negociações, serão monitorados pela Fifa por meio do Transfer Market System (TMS) – sistema internacional que controla as transferências. O tema, inclusive, esteve em pauta no grupo de estudos que analisa a questão em debate.
Investidores costumam ser proprietários de clubes menores que servem apenas para vincular os jogadores dos quais têm os direitos econômicos. Em março, a entidade puniu quatro clubes argentinos e um uruguaio envolvidos nessa situação.
Cruzeiro tem boa relação com parceiros comerciais
Campeão brasileiro no ano passado e atual líder da competição este ano, o Cruzeiro é um clube que tem relação estreita investidores, e o elenco montado no início de 2013 e mantido para esta temporada foi feito com a ajuda de parceiros.
DIS, Traffic e o grupo Kalunga, ligado ao empresário Fernando Garcia, são os principais responsáveis por algumas contratações feitas pela Raposa. O zagueiro Dedé, o meia Marlone e os atacantes Marquinhos e Neilton são alguns desses reforços.
Patrocinado pelo banco BMG, o Cruzeiro também tem auxílio do banco. No momento, o grupo está envolvido em um imbróglio sobre os direitos econômicos de Ricardo Goulart.
OUTROS EXEMPLOS NO BRASIL
Flamengo
Em uma relação de 18 jogadores que tiveram vínculo firmado com o clube até o fim do ano e permaneceram esta temporada, apenas seis deles têm 100% dos direitos econômicos ligados somente ao Rubro-Negro.
Palmeiras
A falta de dinheiro fez com que, dos 35 jogadores contratados pela gestão Paulo Nobre, apenas seis pertençam de fato ao clube, não necessariamente com 100% dos direitos.
Santos
O Santos, também por questões econômicas, comprou só uma parte dos direitos econômicos de alguns jogadores. O caso mais conhecido é o de Lucas Lima. O clube adquiriu 40% dos direitos que pertenciam ao Internacional.
"Clubes podem se adaptar"
Carlos Eduardo Ambiel
Especialista em direito desportivo
A previsão é genérica e tem de esperar como será regulamentado. O Brasil tem várias formas de permitir a relação comercial entre terceiros e clubes, que terão um bom tempo para se adaptar. A Fifa pode fazer com que a CBF fiscalize esse tipo de relação. Agora, será um quadro um pouco diferente e depende de como será materializado, mas a adaptação proposta me agrada.
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