
Koff se levanta para ouvir auditor no julgamento
(Foto: Lucas Rizzatti)
O julgamento no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que eliminou o Grêmio da Copa do Brasil nesta sexta-feira pode até ter sido mais "técnico" que o primeiro encontro da 3ª comissão disciplinar, que havia excluído o clube por injúrias raciais. Mesmo assim, reservou seus momentos de tensão, ironias e falhas.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, chegou ao prédio localizado na Rua da Ajuda, no Rio de Janeiro, de bom humor e sorridente. Aos poucos, no entanto, começou a se mostrar mais contrariado. Sentou ao lado do vice-presidente Nestor Hein, que não poupou críticas e risadas quando ouvia alguma declaração fora de seu agrado.
Assim o foi quando o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, defendia a tese da exclusão do Grêmio, pedindo ainda aumento da multa e perda de mando de campo. Nestor Hein não se conteve e chamou Schmitt de "piadista". Um pouco depois, riu quando Flavio Zveiter dissera que iria dormir tranquilo com seu voto.
A maioria das conversas se dava ao pé do ouvido. Na medida em que o julgamento transcorria, a dupla de dirigentes tricolores se inquietava mais. A ponto de se levantar para visualizar melhor a explanação do auditor Decio Neuhaus.
- Pelo menos desta vez, eles não falaram olhando para as câmera - disse, após a sessão, o advogado gremista Thiago Brunetto.
Ainda no início do julgamento, quem precisou se levantar foram todos os auditores. Isso porque o aparelho de DVD deu problema e parou de funcionar. Precisaram se dirigir ao computador do relator Paulo César Salomão Filho para assistir às imagens do circuito interno da Arena, a pedido de Paulo Schmitt.
O Grêmio chegou a se animar neste momento. Fábio Koff lembrou a Nestor Hein que as imagens poderiam ajudar o clube, uma vez, segundo o presidente, elas evidenciariam que as injúrias raciais foram ato isolado de uma minoria. Outro momento de exaltação da cúpula gremista foi a atuação dos advogados, sobretudo Michel Asseff Filho, que discursou em tom bastante veemente.
Koff cumprimenta auditor, observado por presidente do STJD (Foto: Lucas Rizzatti)
Asseff acabou sendo alvo de risadas dos auditores. Mas por culpa de um deles. Ronaldo Botelho Piacente pediu desculpas por tê-lo chamado de Yousseff, que se trata de outro advogado. A confusão só rendeu sorrisos mesmo entre os homens do STJD. Não que o Grêmio evitasse a descontração. Koff chegou a questionar o relator sobre seu pedido de 30 segundos. Recebeu uma resposta também bem-humorada.
- Foi a meia dúzia de café que tomei.
Nestor Hein em conversa ao pé do ouvido com advogado (Foto: Lucas Rizzatti)
Que também se "estranharam". Perto do fim da sessão, houve muitas discordâncias em relação às punições dos árbitros e se era possível o tribunal decidir se haveria segundo jogo sem a exclusão - ou se isso só poderia ficar a cargo da CBF. Tanto que o presidente Caio Rocha repreendeu o relator por conversar paralelamente com José Arruda Silveira Filho.
- Estamos querendo definir isso - pediu Rocha.
Koff também repreendeu, ao pé do ouvido, claro, a manifestação de um dos auditores, que afirmou não conhecer medidas punitivas do clube contra torcedores. O presidente balançou a cabeça e virou-se para Hein, bravo, lembrando que a direção havia suspenso dois sócios identificados na imagens ofendendo Aranha.
Um protesto quase silencioso e em vão. Ao final do julgamento, Koff cumprimentou todos os auditores e atrasou a concorrida entrevista coletiva para conversar mais demoradamente com o presidente do STJD. Houve ainda um encontro em sala reservada entre os representantes do Grêmio para afinar a estratégia perante a imprensa.
Koff em sua concorrida entrevista coletiva após o julgamento (Foto: Lucas Rizzatti)
Relembre o caso

O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, em 28 de agosto, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O goleiro registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta.
A maior repercussão recaiu sobre uma jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN.Patrícia Moreira, 23 anos, foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Em 4 de setembro, prestou depoimento à polícia e, um dia depois, pronunciou-se à imprensa, pedindo desculpas a Aranha e ao Grêmio, sob forte comoção. Ao menos dez pessoas já foram ouvidas pela polícia, que ainda não concluiu o inquérito.
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(Foto: Lucas Rizzatti)
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O presidente do Grêmio, Fábio Koff, chegou ao prédio localizado na Rua da Ajuda, no Rio de Janeiro, de bom humor e sorridente. Aos poucos, no entanto, começou a se mostrar mais contrariado. Sentou ao lado do vice-presidente Nestor Hein, que não poupou críticas e risadas quando ouvia alguma declaração fora de seu agrado.
Assim o foi quando o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, defendia a tese da exclusão do Grêmio, pedindo ainda aumento da multa e perda de mando de campo. Nestor Hein não se conteve e chamou Schmitt de "piadista". Um pouco depois, riu quando Flavio Zveiter dissera que iria dormir tranquilo com seu voto.
A maioria das conversas se dava ao pé do ouvido. Na medida em que o julgamento transcorria, a dupla de dirigentes tricolores se inquietava mais. A ponto de se levantar para visualizar melhor a explanação do auditor Decio Neuhaus.
- Pelo menos desta vez, eles não falaram olhando para as câmera - disse, após a sessão, o advogado gremista Thiago Brunetto.
Ainda no início do julgamento, quem precisou se levantar foram todos os auditores. Isso porque o aparelho de DVD deu problema e parou de funcionar. Precisaram se dirigir ao computador do relator Paulo César Salomão Filho para assistir às imagens do circuito interno da Arena, a pedido de Paulo Schmitt.
O Grêmio chegou a se animar neste momento. Fábio Koff lembrou a Nestor Hein que as imagens poderiam ajudar o clube, uma vez, segundo o presidente, elas evidenciariam que as injúrias raciais foram ato isolado de uma minoria. Outro momento de exaltação da cúpula gremista foi a atuação dos advogados, sobretudo Michel Asseff Filho, que discursou em tom bastante veemente.

Asseff acabou sendo alvo de risadas dos auditores. Mas por culpa de um deles. Ronaldo Botelho Piacente pediu desculpas por tê-lo chamado de Yousseff, que se trata de outro advogado. A confusão só rendeu sorrisos mesmo entre os homens do STJD. Não que o Grêmio evitasse a descontração. Koff chegou a questionar o relator sobre seu pedido de 30 segundos. Recebeu uma resposta também bem-humorada.
- Foi a meia dúzia de café que tomei.

Que também se "estranharam". Perto do fim da sessão, houve muitas discordâncias em relação às punições dos árbitros e se era possível o tribunal decidir se haveria segundo jogo sem a exclusão - ou se isso só poderia ficar a cargo da CBF. Tanto que o presidente Caio Rocha repreendeu o relator por conversar paralelamente com José Arruda Silveira Filho.
- Estamos querendo definir isso - pediu Rocha.
Koff também repreendeu, ao pé do ouvido, claro, a manifestação de um dos auditores, que afirmou não conhecer medidas punitivas do clube contra torcedores. O presidente balançou a cabeça e virou-se para Hein, bravo, lembrando que a direção havia suspenso dois sócios identificados na imagens ofendendo Aranha.
Um protesto quase silencioso e em vão. Ao final do julgamento, Koff cumprimentou todos os auditores e atrasou a concorrida entrevista coletiva para conversar mais demoradamente com o presidente do STJD. Houve ainda um encontro em sala reservada entre os representantes do Grêmio para afinar a estratégia perante a imprensa.

Relembre o caso

O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, em 28 de agosto, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O goleiro registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta.
A maior repercussão recaiu sobre uma jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN.Patrícia Moreira, 23 anos, foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Em 4 de setembro, prestou depoimento à polícia e, um dia depois, pronunciou-se à imprensa, pedindo desculpas a Aranha e ao Grêmio, sob forte comoção. Ao menos dez pessoas já foram ouvidas pela polícia, que ainda não concluiu o inquérito.
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