Sem "pressão por todo lado", Bastos volta ao Rio em alta e vê futuro aberto

Na cidade para enfrentar Fluminense e Botafogo, volante festeja boa fase e reafirma que pretende ficar no Grêmio por mais tempo. Mas não descarta retorno ao Vasco


Fonte: Globo Esporte

Sem pressão por todo lado, Bastos volta ao Rio em alta e vê futuro aberto
Emprestado ao Grêmio, onde vive boa fase, Fellipe Bastos vivia às turras com a torcida do Vasco (Foto: Editoria de Arte)

Quem vê Fellipe Bastos se destacando com a camisa do Grêmio no Campeonato Brasileiro até se esquece que o volante foi um dos jogadores mais perseguidos pela torcida do Vasco no primeiro semestre de 2014. Homem de confiança do técnico Felipão no meio-campo tricolor, o volante volta ao Rio de Janeiro em alta para enfrentar dois antigos rivais: Fluminense, nesta quarta-feira, e Botafogo, no próximo domingo. Além de reconduzir o clube gaúcho ao G-4, o camisa 6 quer continuar mostrando dentro das quatro linhas que pode se destacar num ambiente favorável.

Foi isso que Fellipe Bastos encontrou em Porto Alegre. Era isso que não tinha em São Januário. Constantemente vaiado pelos vascaínos, o volante parecia não ter o direito de errar. Por mais de uma vez se disse perseguido pelos torcedores. "Sem pressão por todos os lados", como ele mesmo define, a confiança retorna e as jogadas saem naturalmente. Prova disso é que as melhores fases recentes do jogador foram justamente as que esteve longe do Vasco: atualmente no Grêmio e com a camisa da Ponte Preta em 2013, quando o time de Campinas chegou à decisão da Copa Sul-Americana.

– A perseguição da torcida do Vasco não me atrapalhou, porque sempre fui perseguido por lá. Mesmo assim joguei mais de 150 partidas pelo clube. Mas a mudança de ambiente foi fundamental. A confiança voltou. Agora eu tento mais, arrisco mais e tenho acertado bastante justamente por isso. Tenho feito coisas que não fazia antes. Me sinto à vontade no Grêmio, já estou em casa. O Felipão tem me dado muita confiança para jogar e desempenhar meu futebol. É gratificante conseguir fazer o que sei, mas que no Vasco não conseguia por sofrer pressão de todos os lados – afirmou Bastos em entrevista ao GloboEsporte.com.



Não faltam elogios a Felipão. Sem chances com Enderson Moreira, Fellipe estreou justamente na primeira partida do novo treinador. Logo diante do rival Internacional, no Beira-Rio. Desde então o volante virou peça-chave do meio-campo gremista. O apoio recebido e as boas atuações já fazem o camisa 6 sonhar com a permanência no Grêmio. O contrato atual de empréstimo vai até dezembro (a negociação envolveu ainda a ida do atacante Kleber para São Januário). Apesar do histórico da difícil relação com a torcida cruz-maltina, Bastos não descarta também um retorno para o Vasco no futuro. Tem contrato até 2017.

– Em Porto Alegre eu tenho me concentrado mais no trabalho do que na vida pessoal. Mais do que no Rio. Aqui não estou na minha cidade, onde fui criado, com meus amigos. E isso está sendo importante para aumentar minha concentração, minha dedicação a treinos e jogos. Isso faz a diferença. Concentrado você produz mais. Estou feliz no Sul. Também fui feliz no Vasco, onde conquistei títulos. Tenho que aproveitar o bom momento, a oportunidade que me foi dada. Estou agarrando com unhas e dentes. Por isso digo que quero ficar no Grêmio por mais tempo. Mas tenho que lembrar que tenho contrato com o Vasco até 2017. Foi o clube grande que me abriu as portas, me deu a chance de mostrar meu futebol. Nunca vou descartar um retorno, até porque ainda tenho contrato – disse.

Vitória sobre o Fla: "Gostinho especial"

Com os pés no chão, Bastos acredita que vai ser difícil levar o Grêmio ao título. A distância para o líder Cruzeiro é de 10 pontos. Então, o foco é conquistar a vaga na Libertadores. Para isso, o clube espera levar pontos importantes desta passagem pelo Rio de Janeiro. O objetivo é repetir a boa atuação na vitória sobre o Flamengo – por 1 a 0 – no Maracanã. Triunfo, aliás, que teve um gostinho especial para o volante.

– Fizemos um jogo belíssimo taticamente. E teve um gosto especial para mim, sim. Foi um clássico que joguei várias vezes pelo Vasco. Na final do Carioca de 2014, nos tiraram o título com um gol ilegal. Dessa vez consegui vencer diante de 60 mil pessoas no Maracanã. Apesar do nosso bom momento, ainda acho o título difícil. Não é impossível, mas é melhor ir atrás da Libertadores. Temos que entrar logo no G-4, por isso queremos manter a sequência de jogos sem sofrer gol. Contra o Fluminense vai ser um jogo de seis pontos. É um time que briga diretamente conosco. Já o Botafogo também vai ser um rival complicado, pois não está em situação confortável.

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25/11/2024