Vice do Grêmio diz que Aranha deixou 'chaga aberta' e não quis homenagem

Nestor Hein, integrante do Conselho de Administração, considera vaias naturais e diz que goleiro seria recebido no gramado por Fábio Koff e mudaria 'clima do jogo'


Fonte: Lance Net!

Vice do Grêmio diz que Aranha deixou chaga aberta e não quis homenagem
Aranha foi alvo de vaias maciças na Arena do Grêmio (Foto: Ricardo Rímoli/LANCE!Press)

A realidade do jogo desta quinta-feira poderia ter sido outra. Pelo menos é o que garante um dos vice-presidentes do Grêmio, Nestor Hein, que afirmou que o clube gaúcho queria fazer uma homenagem ao goleiro Aranha, algo rechaçado pelo santista, que quis "manter a chaga aberta" para o reencontro com a Arena, onde sofreu injúrias raciais no último dia 28.

Segundo Hein, ele acompanhou o jogo da Arquibancada Norte, setor de onde saíram as ofensas. E de lá não ouviu nenhuma injúria racial. Relatou somente os xingamentos e vaias dos torcedores, que entende como normais, algo de estádio de futebol.

- Se em um estádio não podemos mais vaiar... Eu que sou vice-presidente, não posso mais ir de bermuda e chinelo. Já não pode beber e fumar. Imagina se a gente só poder bater palma ou gritar "bobo". É a vaia que receberão os jogadores da Chapecoense, que o Grêmio recebeu no Maracanã e no Independência. Jogadores do Grêmio nunca deixaram o gramado por serem chamados de "viado", filho da...". É do jogo - defendeu Hein.

Segundo o dirigente, o Grêmio entrou em contato com o jogador para tentar uma entrada em campo especial para o camisa 1 do Peixe. Ele encontraria o presidente Fábio Koff no centro do gramado, para um abraço. Hein havia comprado um livro de Nelson Mandela, a quem tem respeito pela capacidade de respeito. Mas esta situação foi rechaçada pelo jogador.

- Tentamos contatar com ele para fazermos uma homenagem ou privada, ou pública. Tinha comprado um livro do Nelson Mandela. Mas é uma coisa pessoal. Ele foi injuriado racialmente, procuramos ele, ele disse que não queria conversa, que não consegue perdoar a menina ou o Grêmio. Ele faz questão de manter a chaga aberta, que é um direito dele. Ele foi discriminado racialmente, o Grêmio localizou as pessoas, para serem punidas.

Está se fazendo um esforço enorme para penalizar o Grêmio, de alguns setores da imprensa, e ele mantém isso aberto - relatou Hein, para completar:

- Se ele diz que queria por uma pá de cal, ele entra em campo, o presidente o abraça. Mas ele faz questão de manter aberto. De ter uma beligerância. Está no direito dele. Mas o clima do jogo seria outro.

'TRIBUNAL RACISTA'

Fábio Koff, presidente do Grêmio, à esquerda durante julgamento (Foto: Luiz Signor/LANCE!Press)

Conforme o dirigente, cinegrafistas foram contratados para aumentar o controle à torcida gremista. O Tricolor também tomou medidas de segurança e limitou a venda de ingressos no setor.

Além disso, Hein também disse que não acredita que a situação influencie no julgamento do recurso do clube, no próximo dia 26, no Pleno do STJD. E ainda criticou o auditor Ricardo Graiche, que fez postagens com cunho racista nas redes sociais.

- Se pesar em uma eventual punição, tem que mudar o conceito em todo o Brasil. Senão o grito de "gaúcho, viado" que ouvimos no Maracanã também não pode. Se pesar, temos que revisar tudo. Fazer teatros, mudar radicialmente. E nós seremos a cobaia. Não posso imaginar isso - disse.

- Em qualquer tribunal razoável, o julgamento seria anulado.

Havia um auditor racista. É um racista convicto, não faz no calor do jogo, e sim em casa, sentado, fazendo as postagens. E ninguém na imprensa sabe quem é o homem, qual o time, como trabalha. Fico impressionado que tenham eleito o Grêmio para cristo. Racista julgador é fato inédito. Declaradamente - completou.

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17/10/2024