"Vamos chamar Aranha de Branquinho do Santos", diz gremista

Vinte e um dias após o episódio de injúria racial da torcida contra o goleiro santista Aranha, em partida com o Grêmio em Porto Alegre, as duas equipe voltam a se encontrar nesta quinta-feira, mas para disputar um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Os tricolores se mostram confiantes com um placar de até 3 a 0, mas parecem ainda não ter aceitado a punição. Por esse motivo esperam uma resposta dentro do campo, apesar de alguns mais exaltados dizerem que o atleta santista, desta vez, será chamado de “branquinho do Santos”, como afirma Luiz Fernando Souza.

“Vai ser 3 a 0, com o primeiro gol do Barcos. Mas desta vez, a torcida vai chamar o Aranha de Branquinho do Santos ou Orelha de Elefante, porque ele tem umas orelhas gigantes", afirma o torcedor já tomando uma cerveja a poucas horas do início da partida.

Para a maioria, a esperança é de a mágoa seja resolvida dentro de campo, “para mostrar para a imprensa brasileira e para a imprensa vermelha que a torcida do Grêmio é civilizada”, ironiza Luiz Antônio. Segundo ele, a punição foi excessiva pelo episódio de injúria contra Aranha, porque não se tratava de um clube “do centro do País”. “Isso já aconteceu em 1995, quando diziam que o futebol daqui era muito violento”.

Entretanto, mesmo depois de tudo que aconteceu, alguns torcedores ainda se mostram temerosos com torcedores exaltados que possam colocar tudo a perder. “Mas acho que a torcida vai fiscalizar, eu mesmo, se vir alguma coisa vou avisar para o fiscal”, diz Adriana Silveira, que faz aniversário nesta quinta-feira.

“Acredito que a maioria vai ser comportar, mas sempre tem um abobado que toma umas ou outras”, diz Dejair Silveira, irmão da aniversariante, com medo de que o clube possa ser punido no Brasileirão, caso outra confusão volte a ocorrer.

Para coibir novos excessos, a segurança da Arena do Grêmio colocou fiscais à paisana entre a torcida. A Polícia Civil reforçou o efetivo que atuará dentro do estádio, caso ocorram novas confusões. Mas a expectativa da maioria daqueles que conversaram com o Terra, o jogo será tranquilo.

Talvez, em virtude do que aconteceu com o clube, aliado com a suspensão da torcida organizada Geral do Grêmio, o movimento ainda era fraco no entorno do estádio. Barulho mesmo só era ouvido em carros de som de candidatos que buscavam aproveitar o amor da torcida pelo clube que criaram uma “plantação” de cavaletes e distribuíam santinhos para quem chegava.

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