"Se estou na Seleção hoje, agradeço ao Grêmio", afirma lateral-esquerdo Wendell

Integrante da sub-21 de Gallo, jogador deixou o Tricolor em junho para intergrar o Bayer Leverkusen


Fonte: Diário Gaúcho

Se estou na Seleção hoje, agradeço ao Grêmio, afirma lateral-esquerdo Wendell
Foto: KSmediaNET / Divulgação

Uma das principais revelações do Grêmio nos últimos anos, o lateral-esquerdo Wendell, aos 21 anos, busca rápida adaptação ao futebol alemão. Comprado pelo Bayer Leverkusen, por 6,5 milhões de euros, o garoto se apresentou no final de junho na Bay Arena e logo passou a treinar com os novos colegas.

Mas antes virou figurinha carimbada na seleção sub-21 que o técnico Gallo prepara para a disputa da Olimpíada em 2016. Foi titular na conquista do Torneio de Toulon, na França, este ano e se destacou nos amistosos realizados no Catar neste mês. Ainda em Doha, onde esperava voo para retornar à Alemanha, Wendell atendeu falou sobre a nova fase na carreira e o sonho de buscar o ouro inédito para o Brasil.

— Se estou na Seleção hoje, agradeço a Deus, minha família e ao Grêmio, que me deu essa projeção — afirmou.

Como foram os primeiros dias em Leverkusen?
Wendell —
Não é a mesma coisa de estar no Brasil, no Grêmio, onde você fala o idioma e entende tudo o que os caras pedem. Quando você chega, a adaptação é um pouco complicada, até pelo jeito de jogar. Mas tudo está andando bem, estou tentando me encaixar o mais rápido possível.

E o idioma, como está se virando? Precisa de tradutor?
O Bayer colocou um tradutor para me ajudar dentro e fora de campo. Isso facilita a minha adaptação, já estou conseguindo entender algumas coisas. O complicado mesmo é falar. Com o tempo, vou pegando o jeito. Em seis ou oito meses, espero estar falando alemão tranquilamente.

Há algum outro brasileiro no clube?
Um dos preparadores físicos é brasileiro, o Daniel Jouvin, que trabalhou no Flamengo e já está aqui a quatro anos. Jogador brasileiro ou latino americano não tem nenhum. Isso, por um lado, é bom, porque tenho de me virar para aprender a língua mais rápido. O importante é dialogar com os companheiros, mesmo falando alguma palavra errada eles sempre me ajudam.

Levou tua família para Leverkusen?
Ainda não vieram, vão chegar em uns 15 dias. Eu trouxe só a minha noiva (Francine). A gente está conseguindo se virar em algumas coisas, o Daniel também nos ajuda bastante.

E os treinos? Mais puxados no Bayer?
São mais dinâmicos, mais fortes. O pessoal chega mais firme. É mais corrido, mas não muda tanta coisa. O futebol brasileiro tem mais técnica, os alemães têm mais vontade.

Está fazendo reforço muscular?
Ainda não. Mas sempre trabalho forte na academia para aguentar o ritmo. No começo, até senti um pouco a diferença. Mas agora estou entrando no ritmo deles.

O que muda do futebol brasileiro, principalmente do RS, para o alemão?
Não tem muita diferença não. No Rio Grande do Sul é um estilo de muita força, de imposição física. O futebol brasileiro tem mais qualidade do que o alemão. Eles se dedicam muito, mas no Brasil tem mais aquela coisa do improviso. A diferença é essa, eles têm mais vontade por não ter a mesma técnica.

Como foi tua estreia pelo Bayer?
Foi boa, pegamos um time da quinta divisão na Copa da Alemanha e conseguimos golear (6 a 0 sobre o Alemannia Waldagesheim). Procurei fazer o básico, não arriscar tanto como eu fazia no Grêmio. Conseguimos o resultado positivo e a classificação, que é o mais importante.

b>O técnico (Roger Schmidt) é alemão. Como te passa as instruções?
Ele fala muito pouco. No dia a dia ele cobra bastante, passa as informações através do tradutor para mim. Mas isso não dificulta porque ele conversa pouco.

Você segue como lateral ou joga mais avançado?
Estou na lateral ainda, na linha de quatro defensores mais atrás. Se precisar jogar na frente, já atuei no Grêmio assim. Espero ajudar o máximo possível.

O Zé Roberto se firmou no Bayer como meia. Você te inspira nele?
Sempre foi uma grande inspiração. Tive o prazer de conviver com ele no Grêmio. Aprendi muito jogando ao lado dele, escutando conselhos. Hoje é um amigo, estamos sempre conversando. Ele me fala das coisas da Alemanha, um país que é novo para mim. Continuo tendo contato com ele, espero ter por muito tempo.

O que você aprendeu com o Zé Roberto?
Principalmente, comportamento. Questão de horários, profissionalismo. Observava tudo o que fazia, não só ele, como outros jogadores no grupo. Mas pelo fato de ser o Zé Roberto, que vestiu a camisa da Seleção numa Copa do Mundo, ficava mais de olho nele. Aprendi bastante.

Que achou de ele herdar sua vaga na lateral?
Ele tem muita velocidade, muita força ainda. A idade não quer dizer nada, ele sabe pegar os atalhos e correr dentro de campo. Fico feliz por ele estar jogando, mas triste pelo fato de que o Breno, que podia continuar o trabalho que iniciou ano passado com o Alex Telles e comigo ainda não se firmou. Mas é continuar trabalhando, aprender com o Zé, para ter mais chances.

Você acompanha os jogos do Grêmio?
Assisto a todos os jogos pela internet. Estou sempre na torcida, foi um clube que me recebeu muito bem, abriu as portas para mim. Se estou na Seleção hoje, agradeço a Deus, minha família e ao Grêmio, que me deu essa projeção. Espero continuar assim, quem sabe voltar ao Grêmio um dia.

O que achou da chegada do Felipão?
É um treinador vitorioso, identificado com o Grêmio. Era o melhor para assumir o time no momento em que vinha passando. Está dando resultado, espero que ele seja feliz no Grêmio, conquiste títulos. Que ele ajude os meninos, meus amigos que estão lá. O que aconteceu na Copa foi uma fatalidade, ninguém esperava que aquilo (7 a 1 para a Alemanha).

E sua trajetória na Seleção do Gallo?
Está sendo ótima a experiência, é um sonho jogar na Seleção, não importa a categoria. O importante é representar seu país com o maior amor do mundo. Quando você veste a camisa da Seleção é uma sensação única. Você tem de dar o seu máximo.

Você é titular no time dele, espera jogar a Olimpíada em 2016?
Estou trabalhando para isso. Se estarei na Olimpíada, não sei. Pode aparecer muita gente boa ainda. Mas o importante é estar nos planos do professor Gallo. É um cara muito correto e atento a tudo. Estou gostando de trabalhar com ele. Espero estar nos planos para 2016 e conquistar esta medalha de ouro, que é o único título que falta para o nosso país.

E na Copa 2018, acha que o Dunga pode te dar uma chance?
Espero estar dentro. Mas para isso eu preciso mostrar meu trabalho na Alemanha. Pretendo chegar à Seleção principal o mais rápido possível, é meu objetivo. Acho que as portas estão abertas. É mostrar o meu valor para receber a oportunidade, me firmar e não sair mais.




VEJA TAMBÉM
- Santos Dá Chapéu no Grêmio e Mira Soteldo para Brilhar na Série A!
- Clima de decisão! Grêmio treina com força máxima para o Gre-Nal do ano!
- Grêmio, pare de insistir em medalhões ou em jogadores despejados por outros clubes






Comentários



Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.

Leia também

17/10/2024