Recuado, avançado ou com esquema diferente: as opções de Renato para escalar Arthur

Entre as reclamações contra a arbitragem que pontuaram a entrevista de Renato Portaluppi após a derrota para o Iquique, o técnico deu pistas de como deseja utilizar um dos mais promissores jovens do grupo gremista.

Arthur, destaque dos últimos jogos a ponto de merecer o clamor de imprensa e torcida por sua titularidade, é meia na visão do treinador. Renato não quer escalá-lo mais atrás. O técnico foi além: disse que, para Arthur entrar, o Grêmio teria de mudar sua forma de jogar, uma transformação que o técnico não está disposto a fazer, ao menos por enquanto.

ZH recupera, abaixo, onde Arthur atuou até aqui e aponta cenários em que possa ser inserido no time titular.

Um caminho de trás para frente

Renato parece ter se convencido, aos poucos, de que o lugar de Arthur era mais à frente no campo.

Nos cinco primeiros jogos em que esteve em campo, foi posicionado como volante. A partir do empate em 1 a 1 com o Guaraní-PAR, pela Libertadores, houve a mudança. Incluindo aquele jogo, foram quatro atuações do jovem em funções mais adiantadas — seja como meia central ou aberto pela direita.

A trajetória foi, portanto, de trás para frente. Arthur passou da proteção à defesa a funções de articulação. Um caminho que soa familiar a Felipe Endres, técnico do time de transição que trabalhou com o jovem no ano passado.

— Fico muito feliz de ouvir que o Renato pensa assim. Eu concordo com o Renato. O Arthur atuava mais atrás no começo. Eu dizia pra ele: "Filho, ninguém rouba a bola de ti e tu acha passe difícil. Se tu acha passe difícil, tem de jogar lá na frente que tu vai 'pifar' os caras" — lembra.

Arthur no 4-2-3-1

A trajetória de 2017 mostra que Arthur pode atuar em diferentes funções no 4-2-3-1, sistema preferencial do Grêmio. A questão é em que posição, já que Renato descartou utilizá-lo mais atrás.

A experiência no jogo da Arena contra o Guaraní, em que atuou aberto, abriria uma oportunidade, desde que Maicon (quando voltar de lesão) e Ramiro sejam os volantes. O técnico, porém, parece preferi-lo na região central.

— Ele se sente confortável jogando por dentro. Mesmo nesse jogo contra o Guaraní, a gente via que ele procurava o meio — analisa Endres.

Há, porém, quem conteste a análise de que só há lugar para Arthur mais à frente. É o caso de Gustavo Fogaça, analista de desempenho e comentarista da Rádio Gaúcha:

— As qualidades que ele tem são excelentes para um volante moderno, com bom passe.

Mudança de esquema?

Haveria, ainda, a possibilidade uma mudança de sistema, algo que, aparentemente, Renato não quer agora. Em um 4-1-4-1, por exemplo, Arthur poderia ficar na segunda linha de quatro jogadores, à frente do primeiro volante. O jovem atuou, também, em um losango sob a batuta de Endres. Nessa formação, já foi o jogador mais adiantado do meio-campo, como um típico camisa 10, e também atuou um pouco mais recuado, formando o tripé de volantes pelo lado direito.

Quem sai?

— Ramiro e Maicon vão ter de cair muito de rendimento para sair do time. Luan e Bolaños são referências técnicas. O Pedro Rocha cumpre um papel importante. Quem vai sair para o Arthur entrar? — questiona Fogaça sobre a possível titularidade do jovem.

O comentarista aponta o respeito de Renato à "hierarquia do vestiário" como um fator importante para que Arthur não seja titular, ao menos por enquanto. Fogaça ainda pondera se é justo o clamor pela entrada do jogador:

— Temos de ir com calma. Por conta de algumas boas atuações, vejo as pessoas pedindo o Arthur como solução para os problemas do Grêmio.

Foto: Diagramação / ZH

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