Sob gritos de racista, torcedora deixa delegacia em Porto Alegre
Crédito: Ricardo Giust
Durou pouco mais de 30 minutos o depoimento da principal suspeita de cometer injúria racial contra o goleiro Aranha, Patrícia Moreira. Na 4ª Delegacia de Polícia, na zona Norte de Porto Alegre, a torcedora admitiu ao delegado regional Cleber Ferreira que proferiu a palavra "macaco" no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena. Ela salientou, no entanto, que se manifestou no "embalo da torcida" e que não teve a intenção de ofender o jogador santista. "A Patrícia disse para nós que o grito é usual na torcida do clube e afirmou que apenas repetiu aquilo que outros torcedores estavam falando", relatou Ferreira em conversa com a imprensa.
Patrícia, que chegou chorando à delegacia, se acalmou no momento do depoimento e disse que não sabia que a palavra "macaco" tinha conotação racista. A torcedora afirmou ainda que foi sozinha ao estádio do Grêmio e relatou que foi ameaçada depois do episódio, além de ter a casa apedrejada. Patrícia garantiu que não tem relação com torcidas organizadas do clube.
Conforme Ferreira, Patrícia revelou que só tinha ido à Arena três vezes. A última oportunidade foi no duelo válido pela Copa do Brasil. "Conversamos com ela e temos provas robustas do ocorrido. Ainda não podemos afirmar se vamos chamar mais pessoas baseado no depoimento dela", disse.
Xingamentos na saída
Patrícia deixou a 4ª Delegacia de Polícia sob os gritos de racista, proferidos por um grupo que a esperou na saída da unidade. "A gente luta contra o racismo há 100 anos. Vem falar comigo que eu sou macaco", gritou um dos manifestantes. Uma faixa com os dizeres "Rebele-se contra o Racismo" foi estendida em frente à unidade pela União de Negros pela Igualdade.
Patrícia foi a quinta pessoa a prestar depoimento sobre o episódio de injúria racial, ocorrido na partida válida pela Copa do Brasil. Nessa quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) excluiu o clube do torneio como punição. A torcedora chegou à delegacia amparada por advogados e por policiais responsáveis por fazer a segurança da jovem. Ela estava de cabeça baixa, chorando e evitou contato com a imprensa.
O Grupamento de Operações Especiais destacou duas viaturas para realizar a segurança da torcedora, que na semana passada teve a casa apedrejada em Porto Alegre. Um carro da equipe volante da Polícia Civil foi usado para circular pelas redondezas para verificar qualquer movimentação estranha.
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Patrícia, que chegou chorando à delegacia, se acalmou no momento do depoimento e disse que não sabia que a palavra "macaco" tinha conotação racista. A torcedora afirmou ainda que foi sozinha ao estádio do Grêmio e relatou que foi ameaçada depois do episódio, além de ter a casa apedrejada. Patrícia garantiu que não tem relação com torcidas organizadas do clube.
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