Fábio Koff (de costas) e o advogado Gabriel Vieira em julgamento (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)
Indignada com a pena imposta pelo julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), com a exclusão da Copa do Brasil, a diretoria do Grêmio prometeu mudar a postura no Brasileirão. Quer monitorar outros jogos disputados na competição para ver se casos semelhantes de injúrias não ocorrerão pelo país.
Na avaliação de representantes do clube gaúcho, o STJD falhou na balança do julgamento desta quarta-feira ao avaliar o clube pelo caso de injúria racial envolvendo o goleiro Aranha, em partida válida pela Copa do Brasil.
- Vamos monitorar todos os jogos do Brasileirão. Qualquer episódio de racismo, segregação, vamos estar interessados. Isso gera um desequilíbrio. Nós vamos virar fiscais do que acontece no Brasil. O Grêmio foi injustiçado do ponto de vista técnico, institucional. Estou indignado com o fato. Temos casos do futebol mundial de torcedores mortos em campo e que não houve punição semelhante - pondera o diretor executivo de futebol Rui Costa.
Em quase quatro horas de sessão no Rio de Janeiro, os auditores resolveram, unânimes em 5 a 0, pela punição após denúncia feita pela procuradoria, baseada no artigo 243-G (e seus parágrafos) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O caso ocorrera na última quinta-feira, quando o goleiro do Santos Aranha foi alvo de injúrias raciais por parte de torcedores gremistas, no 2 a 0 do clube paulista, pelo jogo de ida das oitavas.
Um dos principais argumentos da defesa gaúcha apresentados no tribunal foi o incidente envolvendo Paraná x São Bernardo, em março deste ano também pela Copa do Brasil. Na ocasião, um torcedor - identificado por câmeras de segurança - ofendeu o zagueiro Marino, do time paulista de “macaco”. A punição inicial do STJD fora de R$ 30 mil e, posteriormente, caiu pela metade.
Para o advogado Gabriel Vieira, o julgamento do tribunal levou em conta a repercussão maior na mídia. Flagrada pelas imagens do canal ESPN, Patrícia Moreira aparece gritando “macaco” para o goleiro do Santos - o que gerou repercussão nacional.
- Tivemos um caso idêntico e a condenação foi de R$15 mil. A diferença é que o aspecto midiático neste caso é muito maior - avalia Gabriel Vieira.
Decisão pode abrir precedentes
Advogado contratado para defender o Grêmio exclusivamente neste caso, Michel Assef Filho também considerou pesada a decisão. Acha que o julgamento pode “abrir precedentes” para novos incidentes, até mesmo propositais por torcedores mal intencionados.
- Achei pesada a punição em razão de ser uma minoria. Me preocupa muito os precedentes que se abrem com torcedores que podem não ser desse clube. Fanáticos podem tomar atitudes que causem a exclusão de competições - avalia.
Com a decisão do tribunal, o Santos está classificado para as quartas do torneio e pegará o Botafogo, que venceu o Ceará, em Fortaleza. No entanto, o diretoria do Grêmio já comunicou que recorrerá. A chave está suspensa.
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Na avaliação de representantes do clube gaúcho, o STJD falhou na balança do julgamento desta quarta-feira ao avaliar o clube pelo caso de injúria racial envolvendo o goleiro Aranha, em partida válida pela Copa do Brasil.
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