
Longe das coisas que mais gosta, Renato Portaluppi não viveu das melhores semanas desde que voltou ao Grêmio. Viu seu camisa 10 e jogador diferenciado se lesionar e sofreu um mar de críticas por não acompanhar o time em Brasília, na derrota para o Flamengo, na Primeira Liga. Inquieto, parece ter a necessidade de aproveitar cada minuto para conseguir resolver todos os problemas que aparecem a sua frente.
Cada passo no clube tem o conhecimento do treinador. Mas Renato, ídolo da torcida, rechaça o rótulo de "superpoderoso" e cita até mesmo "perseguição" pela repercussão dada a suas declarações e atitudes.
– O Renato tem superpoderes... Isso não existe. O Renato é empregado do clube. Tem um chefe, que é o vice-presidente Odorico Roman, e o presidente. Eles me escutam, eu procuro falar o que é preciso, o que é necessário. Mas a decisão cabe a ele
Em 20 minutos de conversa, Renato falou sobre a lesão de Douglas, seu provável substituto, a necessidade de contratar mais um meia, a indicação de um diretor executivo para a diretoria e suas preferências táticas e futebolísticas. Em uma sala próxima do vestiário, chegou apressado – afinal, tinha uma reunião com a diretoria dali alguns instantes. E saiu da mesma maneira, sempre cordial e a sua própria maneira de ser.
Renato tem convicção no trabalho feito. Não nega que o clube precisa contratar para a Libertadores. Mas acredita no dia a dia em Porto Alegre. Abre mão do prazer pessoal para elevar o Grêmio novamente ao posto de campeão, dessa vez, do continente.
> Confira a entrevista:
Você gostou do que viu dos reservas contra o Flamengo? Deu para tirar algo?
Deu para tirar bastante coisa. Eu gosto de botar uma outra equipe para jogar sempre que possível exatamente para analisar meu grupo. Que daqui a pouco vou precisar de um ou outro jogador. E sei com quem posso contar. Acima de tudo, botar eles para competir e ganhar ritmo de jogo. Isso é fundamental em um time grande que disputa vários campeonatos.
Sua ausência em Brasília prejudicou? Como você viu as críticas por não ter ido?
As críticas não me interessam. O que me interessa é o que decido aqui com a diretoria e o presidente. As críticas vieram, eu acho engraçado... Por que não criticaram com o título da Copa do Brasil? No ano passado, o Alexandre Mendes ou o James Freitas iam em um jogo, e o Grêmio foi campeão. Ou será que as pessoas já esqueceram isso? Um clube grande, que disputa várias competições, não pode jogar sempre com o mesmo time e com o mesmo treinador em certos lugares. Estava definido aqui dentro do Grêmio. O que vale é o que é decidido no Grêmio, não o que um ou outro jornalista acha lá fora.
Na quarta também houve a lesão do Douglas. Como foi a sua reação?
Muito triste mesmo. Até porque fui falar com ele quando estava no chão. Foi um lance bem infantil. E infelizmente aconteceu uma lesão muito grave. Nem eu achava na hora que poderia ser tão grave assim. Achei que poderia ter sido apenas o choque. Desse choque, ocasionou a lesão grave. O médico me ligou falando da situação, liguei para o Douglas, falei com ele. Todo mundo ficou triste, não só ele, porque é uma peça fundamental do time.
O Bolaños é a primeira opção para a vaga?
(Renato faz menção de entregar seu apito ao repórter) Eu tenho algumas opções. Quem vai me dar resposta são os jogadores. Vamos ver.
Você falou que o Bolaños voltou diferente. Especificamente no quê? Está com mais vontade?
É exatamente isso o que cobrava no ano passado: no momento que tivesse sem a bola, tinha que brigar mais, não jogar somente com a bola nos pés. Ele tem feito isso. Está merecendo oportunidade. É com ele.
Sobre a lesão do Douglas e a lacuna que fica, o Grêmio precisa ir ao mercado para esta função?
Sim. Precisa. Havia dito a vocês. Isso caberia à diretoria, em termos do dinheiro, da parte financeira. O Grêmio, sem dúvida alguma, precisava de meia esquerda, antes mesmo da lesão do Douglas, e de um atacante de área, que fizesse gols. As duas posições que tem que contratar para ficar bem fortalecido. Mas sempre falei: depende da diretoria, do presidente e do dinheiro.
Qual o peso do Renato nas decisões do Grêmio? Há críticas de que você centralizaria as coisas. Você tem superpoderes no clube?
Não tenho superpoderes. Tenho poder do treinador, tenho o vice-presidente (Odorico Roman), o diretor (Saul Berdichevski) e o presidente (Romildo Bolzan). A gente conversa, mais o Espinosa. Se eu tenho poder sobre as contratações? Eu passo os nomes que gostaria de ter, e a diretoria vê se temos condições. Senão, vamos para o plano B, C. É assim que a coisa funciona. Se puder trazer, ótimo. O que pesa é a parte financeira. O Estadual e a primeira fase (da Libertadores) seria esse grupo aí, basicamente. E a gente tentaria dar esses dois tiros: o cara de área e o meia. Essa coisa que a gente sempre escuta que o Renato tem superpoderes... Isso não existe. O Renato é empregado do clube. Não procuro o meu lado ou o da diretoria. A gente procura ver o que é melhor para o clube.
Mesmo que não receba esses dois "tiros", você entende que o Grêmio está no caminho certo de evitar contratações com dinheiro que não tem para gastar?
É uma pergunta meio difícil. O torcedor não quer saber se está endividado. Quer ver títulos. Eu já falei para a atual diretoria o seguinte: vocês não podem ficar só tapando e consertando alguns erros do passado, em termos de dinheiro. Às vezes, tem que dar um tiro, dois tiros, mesmo que o clube continue endividado. Precisamos de grupo forte. Às vezes tem que se dar um passo um pouco maior que a perna. É a ideia que passo para eles, o que troco de ideias. Mas há um vice e um presidente que estão acima de mim.
O Grêmio busca no mercado um diretor remunerado, profissional. Faz falta? Tem muita diferença para o técnico trabalhar com essa pessoa?
Deste profissional, dei o nome nas férias. Gostaria muito de trabalhar com essa pessoa. A diretoria sabe quem é. Pode ter certeza que é um nome espetacular, mas a decisão não é minha. Eu falo o que acho certo para o clube. Quem toma certas decisões são eles (diretoria). É preciso de uma pessoa desse nível para trabalhar em um clube grande? Sim. É necessário? Sim. Mas não cabe a mim decidir.
O Renato estudou nas férias? Como você encarou aquela repercussão das declarações?
Esse assunto já está cansado. Eu já falei: não tenho nada contra quem vai estudar na Europa. Quem vai para a Europa não tem trazido nada diferente. Eu não preciso ir para a Europa. Eu assisto a muitos jogos. O mais importante para um treinador, estudando ou não, são os resultados. Os meus estão aqui. Ponto.
O que espera aprimorar da equipe que acabou o ano?
Sempre falei que, por méritos, a equipe que iria começar seria a do ano passado, pelo título e pelo que vinham jogando. Não quer dizer que vai ser 100% esse ano. Quem dá a resposta são os jogadores. O futebol é momento, tem gente pedindo passagem. É que nem uma convocação à seleção brasileira. Ninguém é convocado pelo passado. Se tiver que mudar, vou mudar. O grupo é bom, é grande, precisamos de uma ou duas peças, mas ninguém tem cadeira cativa. Por isso que gosto de botar para observar jogadores, que no momento que tiver que botar, sei o que podem me dar. No momento em que se joga só com uma equipe o campeonato todo, vai ter problema de cartão, de lesão, de expulsão. Você não sabe quem botar e vai botar quem não tem ritmo de jogo. Quando a gente toma decisão aqui no Grêmio, é bem pensada. Não podemos agradar pessoas lá fora e desagradar o nosso trabalho aqui dentro. As pessoas gostam de fazer crítica. Não sei porquê. Há três meses, o Grêmio foi campeão tendo o mesmo planejamento. Acho que em algumas pessoas é perseguição. E essas coisas de fora não entram aqui. Quando a crítica é construtiva, eu aprendo. Quando é maldosa, fica do lado de fora do CT.
Tem perseguição ao Renato então?
Perseguição ao Renato é o seguinte: quando o Renato fala, é uma chama. Quando alguns falam, é palito de fósforo. Mas eu sei lidar com isso. Estou aberto no momento em que a crítica for construtiva. Quando acho que tem maldade, entra num ouvido e sai no outro.

Qual o futebol que o Renato gosta?
Eu gosto do futebol ofensivo, desde que tenha as peças. Eu gosto de ver o Real Madrid, o Barcelona, o Bayern de Munique, o Manchester City, o Chelsea. Por incrível que pareça, são grandes treinadores. Mas, por incrível que pareça, esses clubes vão lá e, em cada posição, o treinador quer um jogador, eles vão buscar. Aí fica fácil ver o bom futebol. Mas também é uma seleção. Gostaria de ver certos técnicos em clubes médios. Por exemplo, o Guardiola treinando o Valencia. E gostaria de ver os resultados. Quando você fala do futebol bonito, são essas grandes equipes. Mas, se monta uma grande seleção, é obrigada a dar resultado.
O Renato gostaria de treinar o Barcelona?
Quem não gostaria de treinar o Barcelona? Aí tem o seguinte: você tem obrigação de dar resultado. Porque, na minha opinião, o Barcelona é o melhor time do mundo.
Qual o melhor técnico do mundo na sua opinião?
O que ganhe. Independente do nome. O resultado é o melhor. Na Copa de 82, o Brasil tinha a melhor seleção do mundo. Prefere ter o melhor futebol do mundo ou ser campeão. Pois é. Na história, está o time que foi campeão, não o que jogou bonito ou feio. O Brasil de 94 jogou feio e foi campeão. É o que fica na história.
Você já observa os adversários do grupo do Grêmio na Libertadores?
No momento, estamos observando os do Gaúcho. Na próxima semana, vamos mandar o nosso observador para ver o nosso primeiro adversário. Não adianta você ver seu adversário um mês e meio antes, que vai chegar na hora e vai estar todo modificado. Tem que ver o adversário dois jogos antes. Aí você vai ter a noção. A gente faz as coisas sempre buscando o melhor.
O Gauchão tem que peso no ano do Grêmio?
Peso de um título. Quero ser campeão. Não tenho esse título. Já falei para o grupo que o objetivo é ser campeão gaúcho. A princípio, é esse. Estamos trabalhando para conquistar o Gauchão.
Qual a rotina do Renato em Porto Alegre?
Hotel e CT. Eu vivo porque meu coração bate. Hotel, CT, aeroporto e hotel. É essa a minha vida em Porto Alegre.
E te satisfaz?
(Risos) O que eu respondo? Estou em Porto Alegre trabalhando.
Imagino que bate a saudade das coisas que gosta...
Eu trabalho, ganho dinheiro para, nas minhas férias ou no futuro, ter tudo isso. A praia não vai embora, o futevôlei não vai acabar. Tudo tem sua hora. Nas minhas férias, fiquei no Rio de Janeiro, não viajei. Fiquei lá curtindo minhas férias. Estou trabalhando, até porque sou pago para isso. Não tenho tempo. É muito trabalho. Você acha que é brincadeira, é um jogo atrás do outro.
O elenco do Grêmio está no mesmo nível da Libertadores?
Não. O Grêmio precisa de reforços. Vamos ver no Gaúcho, a primeira fase da Libertadores. Esse foi o trato que fiz com diretoria e presidente. Vamos ver onde precisamos buscar para dar um ou dois tiros e buscar os reforços.
Você é o maior técnico da história do Grêmio?
Maior técnico, melhor, para mim não importa. O importante é que toda vez que vim trabalhar no Grêmio, eu dei resultados fantásticos. É o que importa. Não vou me comparar a A, B ou C. É importante fazer meu trabalho como sempre fiz.
Adiou o chope com o Antônio Carlos Zago, técnico do Inter. Vai dar para sair?
Vai dar. Daqui a pouco, dá. O Zago está começando, torço bastante por ele. É colega. Trabalha no nosso maior rival, mas somos inimigos no Gre-Nal, no bom sentido. Fora disso, somos seres humanos e amigos.
O Renato tem algum esquema preferido de jogo?
Eu tenho dois esquemas de jogo. Um é o que jogo, outro que já treinei. O importante é ter peças. Nesses grandes clubes lá fora, que dão show, todo treinador contrata jogadores que vão se encaixar no perfil de estilo de jogo deles. Aí fica fácil. Há clubes que têm que procurar adaptar o grupo, ver o que tem em mãos e montar seu estilo. Aqui, temos nosso modo de jogar, somos campeões da Copa do Brasil e estamos treinando um outro esquema. No momento em que tivermos as peças, vamos montar.
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– O Renato tem superpoderes... Isso não existe. O Renato é empregado do clube. Tem um chefe, que é o vice-presidente Odorico Roman, e o presidente. Eles me escutam, eu procuro falar o que é preciso, o que é necessário. Mas a decisão cabe a ele
Em 20 minutos de conversa, Renato falou sobre a lesão de Douglas, seu provável substituto, a necessidade de contratar mais um meia, a indicação de um diretor executivo para a diretoria e suas preferências táticas e futebolísticas. Em uma sala próxima do vestiário, chegou apressado – afinal, tinha uma reunião com a diretoria dali alguns instantes. E saiu da mesma maneira, sempre cordial e a sua própria maneira de ser.
Renato tem convicção no trabalho feito. Não nega que o clube precisa contratar para a Libertadores. Mas acredita no dia a dia em Porto Alegre. Abre mão do prazer pessoal para elevar o Grêmio novamente ao posto de campeão, dessa vez, do continente.
> Confira a entrevista:
Você gostou do que viu dos reservas contra o Flamengo? Deu para tirar algo?
Deu para tirar bastante coisa. Eu gosto de botar uma outra equipe para jogar sempre que possível exatamente para analisar meu grupo. Que daqui a pouco vou precisar de um ou outro jogador. E sei com quem posso contar. Acima de tudo, botar eles para competir e ganhar ritmo de jogo. Isso é fundamental em um time grande que disputa vários campeonatos.
Sua ausência em Brasília prejudicou? Como você viu as críticas por não ter ido?
As críticas não me interessam. O que me interessa é o que decido aqui com a diretoria e o presidente. As críticas vieram, eu acho engraçado... Por que não criticaram com o título da Copa do Brasil? No ano passado, o Alexandre Mendes ou o James Freitas iam em um jogo, e o Grêmio foi campeão. Ou será que as pessoas já esqueceram isso? Um clube grande, que disputa várias competições, não pode jogar sempre com o mesmo time e com o mesmo treinador em certos lugares. Estava definido aqui dentro do Grêmio. O que vale é o que é decidido no Grêmio, não o que um ou outro jornalista acha lá fora.
Na quarta também houve a lesão do Douglas. Como foi a sua reação?
Muito triste mesmo. Até porque fui falar com ele quando estava no chão. Foi um lance bem infantil. E infelizmente aconteceu uma lesão muito grave. Nem eu achava na hora que poderia ser tão grave assim. Achei que poderia ter sido apenas o choque. Desse choque, ocasionou a lesão grave. O médico me ligou falando da situação, liguei para o Douglas, falei com ele. Todo mundo ficou triste, não só ele, porque é uma peça fundamental do time.
O Bolaños é a primeira opção para a vaga?
(Renato faz menção de entregar seu apito ao repórter) Eu tenho algumas opções. Quem vai me dar resposta são os jogadores. Vamos ver.
Você falou que o Bolaños voltou diferente. Especificamente no quê? Está com mais vontade?
É exatamente isso o que cobrava no ano passado: no momento que tivesse sem a bola, tinha que brigar mais, não jogar somente com a bola nos pés. Ele tem feito isso. Está merecendo oportunidade. É com ele.
Sobre a lesão do Douglas e a lacuna que fica, o Grêmio precisa ir ao mercado para esta função?
Sim. Precisa. Havia dito a vocês. Isso caberia à diretoria, em termos do dinheiro, da parte financeira. O Grêmio, sem dúvida alguma, precisava de meia esquerda, antes mesmo da lesão do Douglas, e de um atacante de área, que fizesse gols. As duas posições que tem que contratar para ficar bem fortalecido. Mas sempre falei: depende da diretoria, do presidente e do dinheiro.
Qual o peso do Renato nas decisões do Grêmio? Há críticas de que você centralizaria as coisas. Você tem superpoderes no clube?
Não tenho superpoderes. Tenho poder do treinador, tenho o vice-presidente (Odorico Roman), o diretor (Saul Berdichevski) e o presidente (Romildo Bolzan). A gente conversa, mais o Espinosa. Se eu tenho poder sobre as contratações? Eu passo os nomes que gostaria de ter, e a diretoria vê se temos condições. Senão, vamos para o plano B, C. É assim que a coisa funciona. Se puder trazer, ótimo. O que pesa é a parte financeira. O Estadual e a primeira fase (da Libertadores) seria esse grupo aí, basicamente. E a gente tentaria dar esses dois tiros: o cara de área e o meia. Essa coisa que a gente sempre escuta que o Renato tem superpoderes... Isso não existe. O Renato é empregado do clube. Não procuro o meu lado ou o da diretoria. A gente procura ver o que é melhor para o clube.
Mesmo que não receba esses dois "tiros", você entende que o Grêmio está no caminho certo de evitar contratações com dinheiro que não tem para gastar?
É uma pergunta meio difícil. O torcedor não quer saber se está endividado. Quer ver títulos. Eu já falei para a atual diretoria o seguinte: vocês não podem ficar só tapando e consertando alguns erros do passado, em termos de dinheiro. Às vezes, tem que dar um tiro, dois tiros, mesmo que o clube continue endividado. Precisamos de grupo forte. Às vezes tem que se dar um passo um pouco maior que a perna. É a ideia que passo para eles, o que troco de ideias. Mas há um vice e um presidente que estão acima de mim.
O Grêmio busca no mercado um diretor remunerado, profissional. Faz falta? Tem muita diferença para o técnico trabalhar com essa pessoa?
Deste profissional, dei o nome nas férias. Gostaria muito de trabalhar com essa pessoa. A diretoria sabe quem é. Pode ter certeza que é um nome espetacular, mas a decisão não é minha. Eu falo o que acho certo para o clube. Quem toma certas decisões são eles (diretoria). É preciso de uma pessoa desse nível para trabalhar em um clube grande? Sim. É necessário? Sim. Mas não cabe a mim decidir.
O Renato estudou nas férias? Como você encarou aquela repercussão das declarações?
Esse assunto já está cansado. Eu já falei: não tenho nada contra quem vai estudar na Europa. Quem vai para a Europa não tem trazido nada diferente. Eu não preciso ir para a Europa. Eu assisto a muitos jogos. O mais importante para um treinador, estudando ou não, são os resultados. Os meus estão aqui. Ponto.
O que espera aprimorar da equipe que acabou o ano?
Sempre falei que, por méritos, a equipe que iria começar seria a do ano passado, pelo título e pelo que vinham jogando. Não quer dizer que vai ser 100% esse ano. Quem dá a resposta são os jogadores. O futebol é momento, tem gente pedindo passagem. É que nem uma convocação à seleção brasileira. Ninguém é convocado pelo passado. Se tiver que mudar, vou mudar. O grupo é bom, é grande, precisamos de uma ou duas peças, mas ninguém tem cadeira cativa. Por isso que gosto de botar para observar jogadores, que no momento que tiver que botar, sei o que podem me dar. No momento em que se joga só com uma equipe o campeonato todo, vai ter problema de cartão, de lesão, de expulsão. Você não sabe quem botar e vai botar quem não tem ritmo de jogo. Quando a gente toma decisão aqui no Grêmio, é bem pensada. Não podemos agradar pessoas lá fora e desagradar o nosso trabalho aqui dentro. As pessoas gostam de fazer crítica. Não sei porquê. Há três meses, o Grêmio foi campeão tendo o mesmo planejamento. Acho que em algumas pessoas é perseguição. E essas coisas de fora não entram aqui. Quando a crítica é construtiva, eu aprendo. Quando é maldosa, fica do lado de fora do CT.
Tem perseguição ao Renato então?
Perseguição ao Renato é o seguinte: quando o Renato fala, é uma chama. Quando alguns falam, é palito de fósforo. Mas eu sei lidar com isso. Estou aberto no momento em que a crítica for construtiva. Quando acho que tem maldade, entra num ouvido e sai no outro.

Qual o futebol que o Renato gosta?
Eu gosto do futebol ofensivo, desde que tenha as peças. Eu gosto de ver o Real Madrid, o Barcelona, o Bayern de Munique, o Manchester City, o Chelsea. Por incrível que pareça, são grandes treinadores. Mas, por incrível que pareça, esses clubes vão lá e, em cada posição, o treinador quer um jogador, eles vão buscar. Aí fica fácil ver o bom futebol. Mas também é uma seleção. Gostaria de ver certos técnicos em clubes médios. Por exemplo, o Guardiola treinando o Valencia. E gostaria de ver os resultados. Quando você fala do futebol bonito, são essas grandes equipes. Mas, se monta uma grande seleção, é obrigada a dar resultado.
O Renato gostaria de treinar o Barcelona?
Quem não gostaria de treinar o Barcelona? Aí tem o seguinte: você tem obrigação de dar resultado. Porque, na minha opinião, o Barcelona é o melhor time do mundo.
Qual o melhor técnico do mundo na sua opinião?
O que ganhe. Independente do nome. O resultado é o melhor. Na Copa de 82, o Brasil tinha a melhor seleção do mundo. Prefere ter o melhor futebol do mundo ou ser campeão. Pois é. Na história, está o time que foi campeão, não o que jogou bonito ou feio. O Brasil de 94 jogou feio e foi campeão. É o que fica na história.
Você já observa os adversários do grupo do Grêmio na Libertadores?
No momento, estamos observando os do Gaúcho. Na próxima semana, vamos mandar o nosso observador para ver o nosso primeiro adversário. Não adianta você ver seu adversário um mês e meio antes, que vai chegar na hora e vai estar todo modificado. Tem que ver o adversário dois jogos antes. Aí você vai ter a noção. A gente faz as coisas sempre buscando o melhor.
O Gauchão tem que peso no ano do Grêmio?
Peso de um título. Quero ser campeão. Não tenho esse título. Já falei para o grupo que o objetivo é ser campeão gaúcho. A princípio, é esse. Estamos trabalhando para conquistar o Gauchão.
Qual a rotina do Renato em Porto Alegre?
Hotel e CT. Eu vivo porque meu coração bate. Hotel, CT, aeroporto e hotel. É essa a minha vida em Porto Alegre.
E te satisfaz?
(Risos) O que eu respondo? Estou em Porto Alegre trabalhando.
Imagino que bate a saudade das coisas que gosta...
Eu trabalho, ganho dinheiro para, nas minhas férias ou no futuro, ter tudo isso. A praia não vai embora, o futevôlei não vai acabar. Tudo tem sua hora. Nas minhas férias, fiquei no Rio de Janeiro, não viajei. Fiquei lá curtindo minhas férias. Estou trabalhando, até porque sou pago para isso. Não tenho tempo. É muito trabalho. Você acha que é brincadeira, é um jogo atrás do outro.
O elenco do Grêmio está no mesmo nível da Libertadores?
Não. O Grêmio precisa de reforços. Vamos ver no Gaúcho, a primeira fase da Libertadores. Esse foi o trato que fiz com diretoria e presidente. Vamos ver onde precisamos buscar para dar um ou dois tiros e buscar os reforços.
Você é o maior técnico da história do Grêmio?
Maior técnico, melhor, para mim não importa. O importante é que toda vez que vim trabalhar no Grêmio, eu dei resultados fantásticos. É o que importa. Não vou me comparar a A, B ou C. É importante fazer meu trabalho como sempre fiz.
Adiou o chope com o Antônio Carlos Zago, técnico do Inter. Vai dar para sair?
Vai dar. Daqui a pouco, dá. O Zago está começando, torço bastante por ele. É colega. Trabalha no nosso maior rival, mas somos inimigos no Gre-Nal, no bom sentido. Fora disso, somos seres humanos e amigos.
O Renato tem algum esquema preferido de jogo?
Eu tenho dois esquemas de jogo. Um é o que jogo, outro que já treinei. O importante é ter peças. Nesses grandes clubes lá fora, que dão show, todo treinador contrata jogadores que vão se encaixar no perfil de estilo de jogo deles. Aí fica fácil. Há clubes que têm que procurar adaptar o grupo, ver o que tem em mãos e montar seu estilo. Aqui, temos nosso modo de jogar, somos campeões da Copa do Brasil e estamos treinando um outro esquema. No momento em que tivermos as peças, vamos montar.
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