Vitor e Tesourinha, percursores no Grêmio (Foto: Arquivo Memorial Hermínio Bittencourt)
Imagine uma bandeira sem estrela, um clube sem títulos relevantes e uma torcida sem façanhas incríveis para contar. Tudo isso é, ao mesmo tempo, imaginar um Grêmio sem a miscigenação de povos e culturas. O episódio de injúrias raciais de torcedores contra o goleiro Aranha na última quinta passou a preocupar os gremistas sobre um possível retorno do rótulo de uma instituição racista. A história surge como uma válvula de escape amenizadora. O Tricolor deve, e muito, seus feitos aos negros.
A lista é longa. Pode-se começar pelo que há de mais importante no futebol: o gol. Dos quatro maiores artilheiros dos 110 anos de Grêmio, três são negros. Alcindo é o maior deles (231), seguido de Tarciso (226), também negro e que ainda ostenta a marca de jogador que mais atuou com a camiseta do clube (721). Em quarto lugar nos gols, tem Juarez, o Tanque (202). Aliás, Alcindo havia sucedido Juarez na dinastia dos centroavantes gremistas. Ambos negros, e ídolos até hoje.
Antes de Juarez, houve Vitor, um centroavante de menos relevo técnico, porém de contribuição essencial para o Grêmio. Foi dele o primeiro gol do Olímpico. Ou melhor, os dois primeiros, no difícil 2 a 0 diante do Nacional-URU, na inauguração do estádio, em 19 de setembro de 1954. No mesmo time, um outro negro também foi fundamental. Mas não em campo apenas. Tesourinha virou o símbolo da luta do Grêmio contra a discriminação.
Essa má fama de ser um clube avesso aos negros, que muitos temem que retorne, perseguiu o Grêmio fortemente até os anos 1950. Foi quando o presidente Saturnino Vanzelotti resolveu dar um basta. O plano era ousado. Contratar do Vasco da Gama um dos grandes craques daquela época, antigo ídolo do Inter. Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha, já não tinha a potência dos áureos tempos. A sua aquisição era muito mais pela simbologia de se transformar na pedra fundamental do fim do racismo no clube.
O jornalista Marcelo Ferla, autor de livros sobre a história do Grêmio, lembra que, apesar desse ato simbólico, o clube já tinha negros em seus times desde muitos antes. Um dos primeiros foi Adão Lima, em 1925, pouco tempo depois de o Vasco sacudir a aristocracia do futebol carioca com seus negros campeões estaduais. Ferla também ressalta que boa parte dessa marca inglória na biografia do clube vem da rivalidade e suas eternas comparações. E também de um contexto histórico que acabou se perpetuando como se fosse prática recorrente.
- Há um fator importante, que é a rivalidade. O grande adversário é o Inter, que oficialmente teve negros antes do Grêmio, embora também os tenha barrado até determinada época. Então, essa questão se polarizou. E caiu um pouco no folclore, de que o Grêmio é racista e o Inter é o clube do povo, sendo que o Inter foi fundado por integrantes da elite paulista. Há o fato de o Grêmio ser fundado por alemães, ou seja, uma polarização quase icônica. Como é a relação entre brasileiros e argentinos. Com o passar do tempo, o contexto histórico mudou e o assunto começou a ser tratado com mais seriedade, e os clubes foram banindo essas práticas, como o Grêmio o fez oficialmente há mais de 50 anos. Temos outros exemplos, como as referências à sexualidade dos corintianos com os são-paulinos, chamados de Bambi. O Grêmio foi o primeiro clube a ter uma torcida gay (Coligay, nos anos 1970). Ou seja, essa fama, antes de tudo, é estúpida, pois é uma generalização - argumenta o escritor. - Torcedores são racistas, mas não a torcida.
Alcindo, o Bugre, é o maior artilheiro da história do Grêmio (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
O HINO DE LUPI; A ESTRELA DE EVERALDO
Os anos 1950 foram fundamentais. Além de Tesourinha puxar a fila dentro de campo, houve a confecção do hino gremista. Obra-prima de um negro, de Lupicínio Rodrigues. Era o compositor da dor de cotovelo, de fama nacional, mas também um gremista fanático. A ponto de “ganhar no grito” tamanha honra. Isso porque desbancou o hino escolhido oficialmente em concurso de 1949 para o cinquentenário do clube, de Breno Blauth.
Com Everaldo foi diferente. O lateral-esquerdo era tímido, falava pouco. Mas brilhava e ainda brilha muito. É o motivo da estrela costurada na parte superior da bandeira e também da estrela dourada do escudo do clube nas camisetas - ela ainda vale pelo título mundial. As duas honrarias foram iniciativas gremistas em 1970, após a conquista da Copa do Mundo no México.
Everaldo virou estrela na bandeira, na camisa e até pórtico de entrada do Olímpico (Foto: Reprodução)
Everaldo conseguiu um espaço no time de Zagallo que cativou o planeta com o tricampeonato. Por tabela, arrebatou o coração dos gaúchos. Seu desembarque na capital com uma réplica da Jules Rimet foi apoteótica. Ainda ganharia outra homenagem: viraria o Pórtico dos Campeões, uma construção de três arcos em homenagem ao tri. A obra está lá, segue viva e adorna a entrada do Olímpico.
- Foi a única personalidade que, sozinha, fez a cidade parar - atestou o presidente do Grêmio Fábio Koff, em depoimento ao jornalista Marcelo Ferla, no livro Os Dez Mais do Grêmio.
Morto em 1974 num acidente automobilístico, Everaldo saiu de cena com justas homenagens ainda em vida. Faltaram títulos de maior expressão pelo Grêmio, fruto de uma era em que o futebol se baseava nos laços regionais. Taças que outros negros ajudariam a levantar.
GOLS PARA SEMPRE
Antes de tudo, houve 1977. O Tricolor precisava evitar o nono título estadual seguido do rival Inter. O gol da conquista que afastou o mau agouro e alçou o clube às façanhas nacionais dos anos 1980 e continentais teve a genialidade de André Catimba. Um maluco-beleza vocacionado para as redes. Mais um negro fazendo história. Também ao comemorar. Além do gol em si, ficou famosa a celebração, num salto moral errado, que atingiu seus "países baixos".
Veio o Brasileiro de 1981. Veio Paulo Isidoro. Se não fossem seus dois gols no primeiro jogo da decisão contra o São Paulo, que viraram em 2 a 1 um embate difícil, não haveria espaço para Baltazar brilhar no Morumbi, no famoso chute do 1 a 0. Os times campeões da Libertadores e do mundo em 1893 também tinham negros. Como o já citado Tarciso, de sugestivo apelido “Flecha Negra”. Em Tóquio, jogaria ainda Paulo César Caju, já em fim de carreira, mas desde muito engajado em movimentos contra a discriminação.
André Catimba (no alto) faz gol histórico em 1977 na final do Gauchão (Foto: Armênio Abascal Meireles/Agência RBS)
Em entrevistas recentes, Caju se disse “assustado” com os exemplos de racismo no futebol atual. Embora tenha presenciado e vivido algumas ocorrências no passado, vê o panorama de hoje mais alarmante. Alcindo tem opinião semelhante. O Bugre, como também é chamado, lembra que, nos anos 1960, o racismo se fazia mais vivo quando havia confrontos internacionais.
- O preconceito no Sul sempre existiu e sempre vai existir. Mas, antes, era menos com jogador de futebol. A gente sentia mais contra os argentinos, que nos chamavam de "macaquitos". Foi uma imbecilidade o que esses torcedores fizeram. Não tem nada a ver com o Grêmio. Tanto que há vários jogadores negros no time - aponta o maior artilheiro da história do clube.
As décadas passam, e os exemplos não param. O Grêmio foi, por alguns meses, casa do talento de Dener, joia do futebol brasileiro morto prematuramente em acidente de carro em 1994. Depois, surgiria Roger, lateral-esquerdo ícone de longevidade no clube, atuando em alto nível de 1993 a 2003. Foi nos corredores do Olímpico que cresceu Tinga, vítima de injúrias raciais no ano passado, já pelo Cruzeiro, em jogo da Libertadores.
ZÉ ROBERTO MANTÉM ESCRITA
Ronaldinho tem espaço na história tricolor (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
Impossível deixar de lado a família Assis. Primeiro, o mais velho, meio-campo habilidoso campeão da primeira Copa do Brasil em 1989. O sobrinho não conseguiu tantos títulos e virou desafeto, mas é inegável que Ronaldinho foi o maior talento oriundo das categorias de base do clube. Da habilidade de outro garoto nascido na Azenha, saiu o gol que alçou a partida contra o Náutico em 2005 a status de façanha memorável. Foi de Anderson o arremate salvador na Batalha dos Aflitos, pela Série B.
A história segue, firme e forte. Titular com Felipão, Zé Roberto já passou dos 100 jogos pelo clube e puxa a fila da atual representatividade dos negros no futebol gremista.
- É lamentável. No século 21, passar por isso, independente de quem seja, só tenho a lamentar. Aconteceu com um torcedor da nossa equipe contra um adversário. Se foi claro, e há imagem, tem que haver punição. Vivemos em um país racista. O Brasil é um país que infelizmente tem muito disso. Nunca passei por isso nem espero passar. Não quero falar muito porque fico indignado - afirmou o jogador nesta semana.
Sob risco de punições no STJD, como a exclusão na Copa do Brasil, o Grêmio tenta usar esse histórico a seu favor. Na sexta, publicou um vídeo na internet, em que rende homenagem a esses e outros ídolos negros do passado. Tudo para apagar o alarmante presente.
Zé Roberto falou nesta semana sobre as questões que envolveram o clube com injúrias (Foto: Diego Guichard)
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Imagine uma bandeira sem estrela, um clube sem títulos relevantes e uma torcida sem façanhas incríveis para contar. Tudo isso é, ao mesmo tempo, imaginar um Grêmio sem a miscigenação de povos e culturas. O episódio de injúrias raciais de torcedores contra o goleiro Aranha na última quinta passou a preocupar os gremistas sobre um possível retorno do rótulo de uma instituição racista. A história surge como uma válvula de escape amenizadora. O Tricolor deve, e muito, seus feitos aos negros.
A lista é longa. Pode-se começar pelo que há de mais importante no futebol: o gol. Dos quatro maiores artilheiros dos 110 anos de Grêmio, três são negros. Alcindo é o maior deles (231), seguido de Tarciso (226), também negro e que ainda ostenta a marca de jogador que mais atuou com a camiseta do clube (721). Em quarto lugar nos gols, tem Juarez, o Tanque (202). Aliás, Alcindo havia sucedido Juarez na dinastia dos centroavantes gremistas. Ambos negros, e ídolos até hoje.
Antes de Juarez, houve Vitor, um centroavante de menos relevo técnico, porém de contribuição essencial para o Grêmio. Foi dele o primeiro gol do Olímpico. Ou melhor, os dois primeiros, no difícil 2 a 0 diante do Nacional-URU, na inauguração do estádio, em 19 de setembro de 1954. No mesmo time, um outro negro também foi fundamental. Mas não em campo apenas. Tesourinha virou o símbolo da luta do Grêmio contra a discriminação.
Essa má fama de ser um clube avesso aos negros, que muitos temem que retorne, perseguiu o Grêmio fortemente até os anos 1950. Foi quando o presidente Saturnino Vanzelotti resolveu dar um basta. O plano era ousado. Contratar do Vasco da Gama um dos grandes craques daquela época, antigo ídolo do Inter. Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha, já não tinha a potência dos áureos tempos. A sua aquisição era muito mais pela simbologia de se transformar na pedra fundamental do fim do racismo no clube.
O jornalista Marcelo Ferla, autor de livros sobre a história do Grêmio, lembra que, apesar desse ato simbólico, o clube já tinha negros em seus times desde muitos antes. Um dos primeiros foi Adão Lima, em 1925, pouco tempo depois de o Vasco sacudir a aristocracia do futebol carioca com seus negros campeões estaduais. Ferla também ressalta que boa parte dessa marca inglória na biografia do clube vem da rivalidade e suas eternas comparações. E também de um contexto histórico que acabou se perpetuando como se fosse prática recorrente.
- Há um fator importante, que é a rivalidade. O grande adversário é o Inter, que oficialmente teve negros antes do Grêmio, embora também os tenha barrado até determinada época. Então, essa questão se polarizou. E caiu um pouco no folclore, de que o Grêmio é racista e o Inter é o clube do povo, sendo que o Inter foi fundado por integrantes da elite paulista. Há o fato de o Grêmio ser fundado por alemães, ou seja, uma polarização quase icônica. Como é a relação entre brasileiros e argentinos. Com o passar do tempo, o contexto histórico mudou e o assunto começou a ser tratado com mais seriedade, e os clubes foram banindo essas práticas, como o Grêmio o fez oficialmente há mais de 50 anos. Temos outros exemplos, como as referências à sexualidade dos corintianos com os são-paulinos, chamados de Bambi. O Grêmio foi o primeiro clube a ter uma torcida gay (Coligay, nos anos 1970). Ou seja, essa fama, antes de tudo, é estúpida, pois é uma generalização - argumenta o escritor. - Torcedores são racistas, mas não a torcida.
Alcindo, o Bugre, é o maior artilheiro da história do Grêmio (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
O HINO DE LUPI; A ESTRELA DE EVERALDO
Os anos 1950 foram fundamentais. Além de Tesourinha puxar a fila dentro de campo, houve a confecção do hino gremista. Obra-prima de um negro, de Lupicínio Rodrigues. Era o compositor da dor de cotovelo, de fama nacional, mas também um gremista fanático. A ponto de “ganhar no grito” tamanha honra. Isso porque desbancou o hino escolhido oficialmente em concurso de 1949 para o cinquentenário do clube, de Breno Blauth.
Com Everaldo foi diferente. O lateral-esquerdo era tímido, falava pouco. Mas brilhava e ainda brilha muito. É o motivo da estrela costurada na parte superior da bandeira e também da estrela dourada do escudo do clube nas camisetas - ela ainda vale pelo título mundial. As duas honrarias foram iniciativas gremistas em 1970, após a conquista da Copa do Mundo no México.
Everaldo virou estrela na bandeira, na camisa e até pórtico de entrada do Olímpico (Foto: Reprodução)
Everaldo conseguiu um espaço no time de Zagallo que cativou o planeta com o tricampeonato. Por tabela, arrebatou o coração dos gaúchos. Seu desembarque na capital com uma réplica da Jules Rimet foi apoteótica. Ainda ganharia outra homenagem: viraria o Pórtico dos Campeões, uma construção de três arcos em homenagem ao tri. A obra está lá, segue viva e adorna a entrada do Olímpico.
- Foi a única personalidade que, sozinha, fez a cidade parar - atestou o presidente do Grêmio Fábio Koff, em depoimento ao jornalista Marcelo Ferla, no livro Os Dez Mais do Grêmio.
Morto em 1974 num acidente automobilístico, Everaldo saiu de cena com justas homenagens ainda em vida. Faltaram títulos de maior expressão pelo Grêmio, fruto de uma era em que o futebol se baseava nos laços regionais. Taças que outros negros ajudariam a levantar.
GOLS PARA SEMPRE
Antes de tudo, houve 1977. O Tricolor precisava evitar o nono título estadual seguido do rival Inter. O gol da conquista que afastou o mau agouro e alçou o clube às façanhas nacionais dos anos 1980 e continentais teve a genialidade de André Catimba. Um maluco-beleza vocacionado para as redes. Mais um negro fazendo história. Também ao comemorar. Além do gol em si, ficou famosa a celebração, num salto moral errado, que atingiu seus "países baixos".
Veio o Brasileiro de 1981. Veio Paulo Isidoro. Se não fossem seus dois gols no primeiro jogo da decisão contra o São Paulo, que viraram em 2 a 1 um embate difícil, não haveria espaço para Baltazar brilhar no Morumbi, no famoso chute do 1 a 0. Os times campeões da Libertadores e do mundo em 1893 também tinham negros. Como o já citado Tarciso, de sugestivo apelido “Flecha Negra”. Em Tóquio, jogaria ainda Paulo César Caju, já em fim de carreira, mas desde muito engajado em movimentos contra a discriminação.
André Catimba (no alto) faz gol histórico em 1977 na final do Gauchão (Foto: Armênio Abascal Meireles/Agência RBS)
Em entrevistas recentes, Caju se disse “assustado” com os exemplos de racismo no futebol atual. Embora tenha presenciado e vivido algumas ocorrências no passado, vê o panorama de hoje mais alarmante. Alcindo tem opinião semelhante. O Bugre, como também é chamado, lembra que, nos anos 1960, o racismo se fazia mais vivo quando havia confrontos internacionais.
- O preconceito no Sul sempre existiu e sempre vai existir. Mas, antes, era menos com jogador de futebol. A gente sentia mais contra os argentinos, que nos chamavam de "macaquitos". Foi uma imbecilidade o que esses torcedores fizeram. Não tem nada a ver com o Grêmio. Tanto que há vários jogadores negros no time - aponta o maior artilheiro da história do clube.
As décadas passam, e os exemplos não param. O Grêmio foi, por alguns meses, casa do talento de Dener, joia do futebol brasileiro morto prematuramente em acidente de carro em 1994. Depois, surgiria Roger, lateral-esquerdo ícone de longevidade no clube, atuando em alto nível de 1993 a 2003. Foi nos corredores do Olímpico que cresceu Tinga, vítima de injúrias raciais no ano passado, já pelo Cruzeiro, em jogo da Libertadores.
ZÉ ROBERTO MANTÉM ESCRITA
Ronaldinho tem espaço na história tricolor (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
Impossível deixar de lado a família Assis. Primeiro, o mais velho, meio-campo habilidoso campeão da primeira Copa do Brasil em 1989. O sobrinho não conseguiu tantos títulos e virou desafeto, mas é inegável que Ronaldinho foi o maior talento oriundo das categorias de base do clube. Da habilidade de outro garoto nascido na Azenha, saiu o gol que alçou a partida contra o Náutico em 2005 a status de façanha memorável. Foi de Anderson o arremate salvador na Batalha dos Aflitos, pela Série B.
A história segue, firme e forte. Titular com Felipão, Zé Roberto já passou dos 100 jogos pelo clube e puxa a fila da atual representatividade dos negros no futebol gremista.
- É lamentável. No século 21, passar por isso, independente de quem seja, só tenho a lamentar. Aconteceu com um torcedor da nossa equipe contra um adversário. Se foi claro, e há imagem, tem que haver punição. Vivemos em um país racista. O Brasil é um país que infelizmente tem muito disso. Nunca passei por isso nem espero passar. Não quero falar muito porque fico indignado - afirmou o jogador nesta semana.
Sob risco de punições no STJD, como a exclusão na Copa do Brasil, o Grêmio tenta usar esse histórico a seu favor. Na sexta, publicou um vídeo na internet, em que rende homenagem a esses e outros ídolos negros do passado. Tudo para apagar o alarmante presente.
Zé Roberto falou nesta semana sobre as questões que envolveram o clube com injúrias (Foto: Diego Guichard)
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