
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
O que forja um verdadeiro torcedor de futebol? A derrota. É na frustração, na dor e na corneta que o amor por um clube é gravado na alma. Vejam que interessante alguns sinônimos do verbo torcer: virar, dobrar, envergar. Torcer para um clube é ser amassado ou catapultado pelos momentos, é engalfinhar uma espiral de sentimentos que fogem ao controle da razão. Torcer é estar no céu ou no inferno. Na terra, apenas para voltar a um deles. É assim a vida dos gaúchos, é assim a rivalidade Gre-Nal, a mais bonita e intensa do país.
Eu entendo perfeitamente a explosão de alegria dos gremistas na conquista da Copa do Brasil. Depois de 15 anos de fracassos e da ascensão meteórica do Inter, chegou a hora de voltar ao topo. Estes marcantes 5.475 dias de penúria serviram para separar o joio do trigo, ou os fracos dos fortes. Só quem passa tanto tempo sofrendo e nunca larga de mão seu amor é que tem legitimidade para dizer, com todas as letras: "Jamais te abandonei". Os outros também comemoram, mas é diferente. E não se trata de privilégio, apenas de comprometimento.
Em determinado momento do jogo na Arena, me vi sentado naquelas cadeiras da OAS, numa espécie déjà-vu. Quantas e quantas vezes, na década de 1990, olhei para o lado e pensei que não teria como, que o destino tinha reservado somente para o meu pai, o Airton, as glórias de um grande time. Quantas vezes fui embora do antigo Beira-Rio dizendo que tudo aquilo não era para mim, e no jogo seguinte estava lá, repetindo as mesmas insanidades. Quantos gremistas devem ter passado por isso ao longo dos últimos anos, no Olímpico e na Arena?
Três gremistas me vieram à mente quando o título da Copa do Brasil foi sacramentado: meu sobrinho Luca Tonetto, meu cunhado Enzo Cechella e meu amigo André Melchiades, o Cabeça. Com oito anos, o Luca (foto abaixo), que é vizinho do Marcelo Grohe, vai a todos os jogos e ainda não tinha visto o Grêmio ser campeão. No colégio, aguenta as piadinhas dos colegas de cabeça erguida, sempre com bom humor. Em 2015, ficou desesperado com a possibilidade do tricampeonato da Libertadores pelo Inter. Eu não consegui secar ele, confesso.
Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal
O Enzo, um pouco mais velho, com 14 anos, só não virou colorado porque o pai dele, o Ari, é um daqueles torcedores que armam uma operação de guerra para impedir influências familiares vermelhas. O Enzo está no topo e não para de me mandar corneta no Whatsapp. O que eu posso fazer além de aceitar e curtir por ele?
O Cabeça, nascido nos anos 1980, viu praticamente tudo acontecer. Em 1999, foi até o Beira-Rio, escondido, para ver o rebaixamento do Inter contra o Palmeiras que não veio. Como não respeitar um torcedor assim? E, mesmo com a larga experiência de estádio, o Cabeça estava na lona com a década dourada do Inter e ansiava desesperadamente por ser campeão de novo. Em determinado momento, parecia até que tinha esquecido como era dar uma volta olímpica.
Eu quero dizer para o Enzo, para o Luca, para o Cabeça e para todos os gremistas que nunca abandonaram suas cores que eles merecem este título e que, por mais secador que eu seja, estou verdadeiramente feliz por eles. Quero dizer também que, mais importante do que bater no peito e falar das glórias, é estar firme e presente na derrota, pois o verdadeiro amor pelo clube está nos momentos de decepção.
A cada ano que passa, a história do Inter e do Grêmio funde-se numa impressionante simbiose. É isso que nos torna grandes, é isso que nos torna campeões do mundo. Ao novo colorado, que neste momento pode estar desiludido, e ao novo gremista, que por ventura acha que tudo será belo, deixo um conselho: ame sua história e nunca a abandone. As conquistas e fracassos só servem para ilustrá-la.
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Em determinado momento do jogo na Arena, me vi sentado naquelas cadeiras da OAS, numa espécie déjà-vu. Quantas e quantas vezes, na década de 1990, olhei para o lado e pensei que não teria como, que o destino tinha reservado somente para o meu pai, o Airton, as glórias de um grande time. Quantas vezes fui embora do antigo Beira-Rio dizendo que tudo aquilo não era para mim, e no jogo seguinte estava lá, repetindo as mesmas insanidades. Quantos gremistas devem ter passado por isso ao longo dos últimos anos, no Olímpico e na Arena?
Três gremistas me vieram à mente quando o título da Copa do Brasil foi sacramentado: meu sobrinho Luca Tonetto, meu cunhado Enzo Cechella e meu amigo André Melchiades, o Cabeça. Com oito anos, o Luca (foto abaixo), que é vizinho do Marcelo Grohe, vai a todos os jogos e ainda não tinha visto o Grêmio ser campeão. No colégio, aguenta as piadinhas dos colegas de cabeça erguida, sempre com bom humor. Em 2015, ficou desesperado com a possibilidade do tricampeonato da Libertadores pelo Inter. Eu não consegui secar ele, confesso.

O Enzo, um pouco mais velho, com 14 anos, só não virou colorado porque o pai dele, o Ari, é um daqueles torcedores que armam uma operação de guerra para impedir influências familiares vermelhas. O Enzo está no topo e não para de me mandar corneta no Whatsapp. O que eu posso fazer além de aceitar e curtir por ele?
O Cabeça, nascido nos anos 1980, viu praticamente tudo acontecer. Em 1999, foi até o Beira-Rio, escondido, para ver o rebaixamento do Inter contra o Palmeiras que não veio. Como não respeitar um torcedor assim? E, mesmo com a larga experiência de estádio, o Cabeça estava na lona com a década dourada do Inter e ansiava desesperadamente por ser campeão de novo. Em determinado momento, parecia até que tinha esquecido como era dar uma volta olímpica.
Eu quero dizer para o Enzo, para o Luca, para o Cabeça e para todos os gremistas que nunca abandonaram suas cores que eles merecem este título e que, por mais secador que eu seja, estou verdadeiramente feliz por eles. Quero dizer também que, mais importante do que bater no peito e falar das glórias, é estar firme e presente na derrota, pois o verdadeiro amor pelo clube está nos momentos de decepção.
A cada ano que passa, a história do Inter e do Grêmio funde-se numa impressionante simbiose. É isso que nos torna grandes, é isso que nos torna campeões do mundo. Ao novo colorado, que neste momento pode estar desiludido, e ao novo gremista, que por ventura acha que tudo será belo, deixo um conselho: ame sua história e nunca a abandone. As conquistas e fracassos só servem para ilustrá-la.
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