
Lucas Uebel/Grêmio
Renato pode ampliar idolatria com a torcida
Tóquio, 11 de dezembro de 1983, três minutos da prorrogação contra o Hamburgo. Caio cruza para a área, Tarciso desvia de cabeça e a bola cai nos pés de Renato.
Com dois toques, o camisa 7 se livra do marcador e, de perna esquerda, chuta no canto do goleiro para dar o título mundial ao Grêmio e se eternizar como o maior ídolo da torcida tricolor. Quis o destino que, 32 anos depois, o mesmo Renato tenha a chance de acabar com um jejum de conquistas do clube gaúcho e aumentar sua idolatria entre os gremistas. E agora em outro papel, como treinador.
Com os dois gols marcados no Japão, Renato elevou o Grêmio a outro patamar. Guardadas as proporções, terá a chance de repetir feito semelhante na final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG – o primeiro duelo ocorre nesta quarta, no Mineirão, e o jogo de volta no dia 30, na Arena. Como técnico, poderá ser o responsável por quebrar o jejum de 15 anos do Grêmio sem títulos acima do âmbito regional. Algo visto como o primeiro passo para resgatar a autoestima do torcedor e, enfim, iniciar um novo ciclo conquistas.
Nascido em Guaporé, Renato adicionou "Gaúcho" ao nome no tão amado Rio de Janeiro, onde se autoproclamou rei. Mas na sua terra natal, o Portaluppi, tão ostentado pela filha Carol, é sua identidade.
Nunca foi um jogador normal: provocador, levou os gremistas ao delírio com a expulsão na final da Libertadores, após dar passe para gol e sair de campo mostrando o resultado do jogo aos uruguaios do Peñarol. Protagonista dentro das quatro linhas, também costuma atrair todas as atenções para si à beira do gramado. Algo que não o preocupa diante do que pode vir.
– Não estou preocupado com conquistas pessoais. Sou um vencedor, passo isso para os meus jogadores, e a única coisa que eu quero é ganhar para deixar a torcida do Grêmio feliz – afirma Renato ao GloboEsporte.com, via assessoria de imprensa.
Quem o conhece de perto – e como – chancela esse pensamento e garante que não é da boca para fora. Despido de sua personalidade forte, um tanto marrenta e cunhada para os holofotes, Renato não conduz seu dia a dia com foco em ampliar sua idolatria no Grêmio. Quer, claro, a taça. Mas não para si. Para a torcida.
– Eu acho que o mais importante para o Renato não é se tornar "mais ídolo". O que ele quer é ver o Grêmio campeão, e a torcida, feliz. Então eu tenho certeza que, claro, ele busca um segundo título na carreira de treinador, da Copa do Brasil. Mas me arrisco a dizer que ele coloca o título como maior para a torcida do que para ele.
São 15 anos em que, além de ser o maior ídolo, é um torcedor. Eu acho que o que eu e o Renato estamos loucos é para se abraçar e dizer um para o outro: "O jejum acabou". O grito do gremista vai ser esse – afirma Valdir Espinosa, técnico de Renato na conquista da Libertadores e do Mundial e atual coordenador técnico do clube.
A Copa do Brasil é competição moldada para os times de Renato – embora tenha levado o Grêmio ao vice-campeonato nacional em 2013. O treinador constrói times com identidade bem definida, competitivos, marcadores e sem vergonha alguma de por o resultado na frente do rendimento.
E mais do que isso. Portaluppi conhece muito bem o mata-mata. Da Copa do Brasil, já foi campeão como jogador, com o Flamengo, em 1990. Como treinador, ergueu a taça da competição no comando do Fluminense. De quebra, tem ainda no currículo a final da Libertadores de 2008, perdida pelo Fluminense, contra a LDU.
Um possível título, tão palpável no imaginário dos gremistas, também serve para construir as bases de uma nova era para o clube. A conquista seria a primeira da Arena após a mudança do tão velho Olímpico, casa de Renato por anos. Uma simbologia e tanto: o bom ídolo à casa torna, novamente para liderar as conquistas, tão festejadas décadas atrás, na velha casa.
– Eu vejo o Renato como uma pessoa iluminada.
É predestinado. Eu sou suspeito de falar, porque sou fã incondicional dele. Ele pode vir a ser o primeiro treinador a ganhar um título na Arena. Um cara desses é iluminado. O cara que deu o maior título ao clube e pode ser sob o comando dele o primeiro título da Arena. Dizer o que mais? Só torço para que isso aconteça. Ele possa de fato levar o Grêmio e dar ao torcedor o título da Copa do Brasil – afirma Mazaropi, goleiro companheiro de Renato nas conquistas dos anos 80.
ATLÉTICO-MG X GRÊMIO - FINAL - COPA DO BRASIL
Local: Mineirão, em Belo Horizonte.
Data e horário: quarta-feira (23/11), às 21h45 (de Brasília).
Provável time do Atlético-MG: Victor; Carlos César, Erazo, Gabriel e Fábio Santos; Leandro Donizete, Júnior Urso e Maicosuel; Luan, Robinho e Lucas Pratto.
Provável time do Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon, Ramiro, Douglas e Pedro Rocha; Luan.
Pendurado: Kannemann.
Arbitragem: Péricles Bassols Cortez (Fifa-PE), auxiliado por Rodrigo Henrique Correa (Fifa-RJ) e Nadine Schramm Camara Bastos (Fifa-SC).
Transmissão: TV Globo para RS, PR, SP, MG, RJ, ES, GO, TO, MS, MT, BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (com Galvão Bueno, Casagrande, Junior e Paulo César Oliveira) SporTV e PFCI (com Milton Leite, Mauricio Noriega e Roger Flores).
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Tóquio, 11 de dezembro de 1983, três minutos da prorrogação contra o Hamburgo. Caio cruza para a área, Tarciso desvia de cabeça e a bola cai nos pés de Renato.
Com dois toques, o camisa 7 se livra do marcador e, de perna esquerda, chuta no canto do goleiro para dar o título mundial ao Grêmio e se eternizar como o maior ídolo da torcida tricolor. Quis o destino que, 32 anos depois, o mesmo Renato tenha a chance de acabar com um jejum de conquistas do clube gaúcho e aumentar sua idolatria entre os gremistas. E agora em outro papel, como treinador.
Com os dois gols marcados no Japão, Renato elevou o Grêmio a outro patamar. Guardadas as proporções, terá a chance de repetir feito semelhante na final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG – o primeiro duelo ocorre nesta quarta, no Mineirão, e o jogo de volta no dia 30, na Arena. Como técnico, poderá ser o responsável por quebrar o jejum de 15 anos do Grêmio sem títulos acima do âmbito regional. Algo visto como o primeiro passo para resgatar a autoestima do torcedor e, enfim, iniciar um novo ciclo conquistas.
Nascido em Guaporé, Renato adicionou "Gaúcho" ao nome no tão amado Rio de Janeiro, onde se autoproclamou rei. Mas na sua terra natal, o Portaluppi, tão ostentado pela filha Carol, é sua identidade.
Nunca foi um jogador normal: provocador, levou os gremistas ao delírio com a expulsão na final da Libertadores, após dar passe para gol e sair de campo mostrando o resultado do jogo aos uruguaios do Peñarol. Protagonista dentro das quatro linhas, também costuma atrair todas as atenções para si à beira do gramado. Algo que não o preocupa diante do que pode vir.
– Não estou preocupado com conquistas pessoais. Sou um vencedor, passo isso para os meus jogadores, e a única coisa que eu quero é ganhar para deixar a torcida do Grêmio feliz – afirma Renato ao GloboEsporte.com, via assessoria de imprensa.
Quem o conhece de perto – e como – chancela esse pensamento e garante que não é da boca para fora. Despido de sua personalidade forte, um tanto marrenta e cunhada para os holofotes, Renato não conduz seu dia a dia com foco em ampliar sua idolatria no Grêmio. Quer, claro, a taça. Mas não para si. Para a torcida.
– Eu acho que o mais importante para o Renato não é se tornar "mais ídolo". O que ele quer é ver o Grêmio campeão, e a torcida, feliz. Então eu tenho certeza que, claro, ele busca um segundo título na carreira de treinador, da Copa do Brasil. Mas me arrisco a dizer que ele coloca o título como maior para a torcida do que para ele.
São 15 anos em que, além de ser o maior ídolo, é um torcedor. Eu acho que o que eu e o Renato estamos loucos é para se abraçar e dizer um para o outro: "O jejum acabou". O grito do gremista vai ser esse – afirma Valdir Espinosa, técnico de Renato na conquista da Libertadores e do Mundial e atual coordenador técnico do clube.
A Copa do Brasil é competição moldada para os times de Renato – embora tenha levado o Grêmio ao vice-campeonato nacional em 2013. O treinador constrói times com identidade bem definida, competitivos, marcadores e sem vergonha alguma de por o resultado na frente do rendimento.
E mais do que isso. Portaluppi conhece muito bem o mata-mata. Da Copa do Brasil, já foi campeão como jogador, com o Flamengo, em 1990. Como treinador, ergueu a taça da competição no comando do Fluminense. De quebra, tem ainda no currículo a final da Libertadores de 2008, perdida pelo Fluminense, contra a LDU.
Um possível título, tão palpável no imaginário dos gremistas, também serve para construir as bases de uma nova era para o clube. A conquista seria a primeira da Arena após a mudança do tão velho Olímpico, casa de Renato por anos. Uma simbologia e tanto: o bom ídolo à casa torna, novamente para liderar as conquistas, tão festejadas décadas atrás, na velha casa.
– Eu vejo o Renato como uma pessoa iluminada.
É predestinado. Eu sou suspeito de falar, porque sou fã incondicional dele. Ele pode vir a ser o primeiro treinador a ganhar um título na Arena. Um cara desses é iluminado. O cara que deu o maior título ao clube e pode ser sob o comando dele o primeiro título da Arena. Dizer o que mais? Só torço para que isso aconteça. Ele possa de fato levar o Grêmio e dar ao torcedor o título da Copa do Brasil – afirma Mazaropi, goleiro companheiro de Renato nas conquistas dos anos 80.
ATLÉTICO-MG X GRÊMIO - FINAL - COPA DO BRASIL
Local: Mineirão, em Belo Horizonte.
Data e horário: quarta-feira (23/11), às 21h45 (de Brasília).
Provável time do Atlético-MG: Victor; Carlos César, Erazo, Gabriel e Fábio Santos; Leandro Donizete, Júnior Urso e Maicosuel; Luan, Robinho e Lucas Pratto.
Provável time do Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon, Ramiro, Douglas e Pedro Rocha; Luan.
Pendurado: Kannemann.
Arbitragem: Péricles Bassols Cortez (Fifa-PE), auxiliado por Rodrigo Henrique Correa (Fifa-RJ) e Nadine Schramm Camara Bastos (Fifa-SC).
Transmissão: TV Globo para RS, PR, SP, MG, RJ, ES, GO, TO, MS, MT, BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (com Galvão Bueno, Casagrande, Junior e Paulo César Oliveira) SporTV e PFCI (com Milton Leite, Mauricio Noriega e Roger Flores).
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