Bom Juiz no Mineirão

Pericles Bassols Cortez é bom árbitro, primeira garantia para o espetáculo de quarta-feira no Mineirão. Ainda ontem, outra vez se repetiu a cantilena cansativa de queixa de arbitragem de quem se viu prejudicado na rodada, mas calou na anterior, quando beneficiado. Foi o caso do excelente treinador Dorival Júnior, um dos profissionais que mais admiro no cenário brasileiro, mas que reitera este texto aborrecido desde sempre. O Santos ganhou de 3x2 do Vitória no meio da semana, um dos gols em flagrante impedimento de Copete. A seguir, deixou de vencer porque Manoel, zagueiro do Cruzeiro, fez um gol claramente impedido. Por que só falou ontem, por que calou antes? Não gosto, não aceito, não levo em conta. O dirigente do Cruzeiro, então, o que era aquilo? Nunca vi um discurso dele tão candente numa eventual vez em que seu time foi beneficiado. Como contra o Santos ontem!

É um jeito de perpetuar o atraso no futebol brasileiro. Pressões descabidas, silêncios maliciosos, um faroeste sem fim onde ninguém parece interessado em dar Basta! . Ora um, ora outro são beneficiados, parece ser melhor esperar pela roleta-russa do erro e do acerto para não perder a chance de ir ao microfone e, literalmente, jogar para a torcida. Não me serve.

Voltando a Atlético MG x Grêmio: o juiz que vai para o jogo é bom. Se os jogadores estiverem interessados em jogar bola, cresce a chance de uma grande partida. Sobram talentos, mas também sobra gente que fala demais. Só saberemos quando a bola rolar.

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