Foto: Lucas Uebel / Grêmio/Divulgação
Uma semana antes do começo da decisão mais importante do clube nos últimos 15 anos, Renato Portaluppi decidiu não preservar forças.
Nesta quinta, no Morumbi, contra o São Paulo, só não usará o argentino Kannemann, que cumprirá suspensão.
Até mesmo o lateral direito Edílson será escalado, beneficiado por um efeito suspensivo para a punição de quatro jogos aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O técnico admite ter vivido um dilema nos últimos dias. Caso poupasse o time titular, poderia deixá-lo sem ritmo de jogo para o primeiro enfrentamento com o Atlético-MG, dia 23. O risco seria perder alguém por lesão.
Feitas as contas, Renato entendeu que já era hora de mandar a campo outra vez a melhor equipe. O que não acontece desde 2 de novembro, dia do empate contra o Cruzeiro que garantiu classificação às finais da Copa do Brasil. Na derrota por 3 a 0 para o Sport, Maicon, Ramiro e Luan não entraram em campo.
A decisão é acertada, conforme depoimentos colhidos por Zero Hora. É o caso do técnico Cláudio Duarte, convencido de que o jogador pensa sempre no jogo mais próximo.
- Quando ele está fardando, nem lembra que poderá ter uma decisão mais adiante. Sabe que não pode perder o ritmo. Pode perguntar para todos eles. Dirão que esta partida (contra o São Paulo) servirá como um preparativo para a final - afirma.
Quanto ao risco de lesões, Cláudio vê que ele é muito maior em treinamento do que em jogos. Chega a contar um curioso episódio de seu tempo como jogador, em que machucou o pé direito ao movê-lo durante o sono e acertar a madeira da cama da concentração.
- A maioria das lesões começa nos treinamentos. O jogo é só a gota d´água. Jogador se cuida muito mais no jogo do que no treino - acredita.
Ídolo gremista dos anos 1970, Iúra pede compreensão aos torcedores caso algum jogador eventualmente dê sinais de pouco foco na partida contra o São Paulo.
Para ele, será uma reação natural diante de todo o clima que está sendo criado na cidade para a decisão, que envolve até a instalação de telões no entorno da Arena. Ainda assim, ele vê como adequada a opção de Renato pela força máxima.
- Sou contra time misto. Não dá para perder a oportunidade de pegar conjunto. Todos querem estar em campo para não desperdiçar todo o trabalho desenvolvido até aqui - diz Iúra, eternizado na história do clube pelo gol mais rápido na história dos Gre-Nais _ 14 segundos, em 1977.
A proximidade da final afeta Renato. O técnico, que admitiu ter perdido o sono de sábado para domingo, sabe que não pode esperar reação diferente dos jogadores.
Assim, na base do diálogo, tentará alertá-los de que o Brasileirão também é uma alternativa viável para alcançar a Libertadores.
- Meu maior problema será colocar na cabeça deles que precisam primeiro pensar em São Paulo e América-MG e só depois na Copa do Brasil. Mas sei que será difícil. Quem joga são eles. Marcelo Oliveira (técnico do Atlético-MG) deve estar com o mesmo problema - avalia.
Renato torce para que tenha sido aprendida a lição da derrota para o Sport, partida em que o time atuou sem a habitual ambição.
- Será que vão dividir ou entrar passeando? Já tomaram puxão de orelhas contra o Sport - lembra.
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