Sem vencer, Grêmio vive turbulência política e apara arestas no futebol

Se o momento não é bom dentro das quatro linhas, pode ser reflexo do que acontece fora delas. O departamento de futebol do Grêmio encara uma turbulência política a partir de divergências entre comandantes da pasta. A ponto de o presidente Romildo Bolzan Júnior precisar interferir com a reunião da última sexta para ajustar as arestas entre o vice eleito Antônio Dutra Jr. e o vice de futebol Alberto Guerra. Enquanto isso, os atletas falam em "unificar" discurso no vestiário.

As críticas feitas por Dutra a Guerra ocorreram em foro privado, em um grupo de WhatsApp, minutos após a goleada para o Coritiba, na última quarta-feira. Mas o conteúdo das mensagens vazou e se tornou uma das razões do encontro de sexta. Não apenas para avaliar o que ocorrera em campo – um pedido direto do próprio técnico Roger –, mas também para colocar os dirigentes frente a frente e aproveitar para cortar os problemas pela raiz.

– São situações normais tendo em vista a pressão que vivemos na quarta-feira, que foram conduzidas para o melhor pelo presidente e estão superadas – disse Antônio Dutra Júnior ao GloboEsporte.com.

– Não tenho problema com meus pares de gestão. Vou até falar com eles para verificar – disse Guerra na zona mista da Arena após o empate com o Palmeiras no domingo.

O organograma do futebol gremista tem Alberto Guerra como vice de futebol, Alexandre Rolim e Antônio Dutra Júnior como diretores e Júnior Chávare como executivo. Dos diretores políticos, o primeiro é amigo pessoal de longa data de Guerra, enquanto o segundo é vice eleito do clube e homem da confiança do presidente Romildo.

Por meio do aplicativo de mensagens instantâneas, Dutra fez críticas ao modo de atuação do vice de futebol. Ambos ocupam lados políticos opostos na eleição para o Conselho Deliberativo, marcada para o próximo dia 24. Dutra é da chapa Juntos Somos Grêmo, e Guerra, conselheiro licenciado, apoia o grupo Grêmio Forte e Campeão. Mas todos os agentes da diretoria negam que isso traga problemas na condução do clube.

Não há nenhum reflexo político. Guerra é vice de futebol e, como tal, exerce sua função. É irrelevante a condição política no departamento de futebol. Não tem a mínima relação com procedimento eleitoral dentro do clube. Os jogadores nem sabem as chapas que disputam o Conselho.
Romildo Bolzan Jr., presidente do Grêmio

– Não há nenhum reflexo político. Guerra é vice de futebol e, como tal, exerce sua função. É irrelevante a condição política no departamento de futebol. Não tem a mínima relação com procedimento eleitoral dentro do clube. Os jogadores nem sabem as chapas que disputam o Conselho – comentou o presidente Romildo após o empate com o Palmeiras.

Reunião também foi pedida por Roger

O técnico Roger Machado também teve participação ativa na reunião de sexta-feira. Conforme apurou o GloboEsporte.com, o comandante do vestiário gremista chamou o encontro para avaliar todo o momento gremista com a diretoria. Não chegou a "entregar" o cargo, mas admitiu rever todo o processo.

A resposta da diretoria foi de apoio incondicional. O mesmo ocorreu com os jogadores, que pediram desculpas ao treinador no vestiário após o 4 a 0 para o Coritiba e o respaldaram em discurso externo. O empate com o Palmeiras em 0 a 0 já teve atuação melhor em campo, apesar de ampliar a série para cinco jogos sem vitória, a maior sequência do treinador no comando.

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